Escapou-me esta notícia que data já do dia 27 de Maio. Fiquei satisfeito, assim posso voltar a pensar em comprar a Vespa 125 cc sem ter que ter aulas de condução.
Quanto aos argumentos das Escolas de Condução, não discuto, mas pergunto: estará a segurança em causa? É que, pelo que vejo, os maiores acidentes ocorrem com motociclos de cilindrada muito superior e, geralmente, por excesso de velocidade. Já repararam que é raro os "azelhas" terem acidentes graves?
Não, encontrei mais informação sobre o assunto. Foi aprovado ou não? Quando entra em vigor?
Do Público de 27 de Maio:
O Parlamento vota sexta-feira um projecto do PCP para facilitar o acesso dos automobilistas às motos de cilindrada até 125 que mereceu acordo de todos os partidos, mas que as escolas de condução consideram "ridículo".
O projecto visa permitir aos condutores com carta de ligeiros tirar a licença para guiar uma moto com cilindrada até 125 centímetros cúbicos sem necessidade de aulas, apenas com um exame de perícia pedido ao Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres.
O objectivo é aumentar as possibilidades de acesso aos motociclos, cuja carta de condução obriga hoje à frequência de aulas de condução, e contribuir para o aumento da fluidez do trânsito e da mobilidade.
O deputado comunista Miguel Tiago disse à agência Lusa esperar "unanimidade" na aprovação, depois das opiniões manifestadas pelos outros partidos na discussão na generalidade.
Admitiu aceitar alterações sugeridas, como "isentar algumas pessoas do exame, como quem já tenha carta para guiar motas de 50 centímetros cúbicos ou quem tenha mais de 25 anos".
O presidente da Associação Nacional dos Industriais do Ensino de Condução Automóvel (ANIECA) criticou o projecto, apontando razões de segurança e afirmando que sem aulas de condução as pessoas passam a poder ter carta de mota "sem formação, sem motivação e sensibilização para importantes questões de segurança, como os ventos laterais, entre outras".
"Os veículos até 125 centímetros cúbicos são mais instáveis do que os de grande potência, estes alertas devem ser ainda mais rigorosos nestes casos", disse Eduardo Vieira Dias à Lusa, considerando "ridículo" o argumento de que fica muito caro tirar a carta de motociclos.
"Se é assim, tirar a carta de pesados de passageiros também é caro... qualquer dia também deixa de ser preciso?", questionou, acusando os comunistas de serem "ignorantes em matéria de segurança rodoviária".
"Numa altura em que se vê que o plano nacional para a segurança rodoviária não conseguiu reduzir o número de acidentes em duas rodas, vem agora o PCP com uma medida eleitoralista, que cede a pressões dos lóbis dos construtores de motociclos", disse também Eduardo Vieira Dias.
Em resposta, o deputado comunista considera natural que "as escolas de condução, como entendem a formação como um negócio, manifestem as maiores reservas" e contrapõe que é preciso "facilitar o acesso e confiar que pessoas que já têm carta de ligeiros já têm uma certa maturidade".
"Não estamos a falar de miúdos, não se pretende que qualquer indivíduo possa pôr-se a guiar uma moto", disse, frisando que o princípio de facilitar o acesso à carta de motos já está previsto numa directiva comunitária aplicada em praticamente toda a União Europeia.
O presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, Manuel João Ramos, disse à Lusa que a medida "faz todo o sentido" do ponto de vista da mobilidade, referindo que, embora possa significar um aumento de motos a circular, os automobilistas estarão mais atentos e habituados a circular com elas.
Quanto às preocupações de segurança da ANIECA, Manuel João Ramos declarou que é preciso "salvaguardar a formação específica para andar em duas rodas, mas os problemas não virão daí, porque o acesso vai ser alargado a pessoas que já conhecem o meio rodoviário".
Manuel João Ramos destacou ainda a necessidade de as câmaras municipais tomarem medidas "na gestão do tráfego de mais motos e do seu estacionamento".
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