"Por um lado, torna o crédito mais difícil, o que faz com que o mercado fique menos dinâmico, mas, por outro cria oportunidades porque a maior parte do investimento é para aquisições e, nesta altura, há muitas empresas a preços de saldo", afirmou a especialista, em declarações à Lusa.

A vice-presidente da CCDRN, especialista em processos e estratégias de internacionalização, proferiu hoje, em Genebra, Suiça, uma conferência no Graduate Institute of International and Development Studies, um dos centros mundiais de referência nesta área.

Ana Teresa Lehmann, que foi um dos 12 oradores convidados para este encontro internacional, abordou a evolução das estratégias dos grupos internacionais no contexto de incerteza gerado pela actual crise económica mundial.

"As estratégias das empresas variam em função dos recursos e das competências locais, ou seja, que o mundo tem forma, não é plano", afirmou Lehmann, numa alusão ao livro de Thomas Friedman, intitulado 'O Mundo é Plano', em que faz uma análise da globalização.

Para a vice-presidente da CCDRN, "apesar da globalização, a maior parte das empresas internacionais não tem uma estratégia global".

"Por mais que consigam atingir os seus objectivos globais, o que têm é, na melhor das hipóteses, soluções regionais, ao nível da Europa ou da América Latina, por exemplo", defendeu.

Ana Teresa Lehamnn salientou ainda que a atracção de investimentos é "uma corrida em que estão envolvidos todos os estados", considerando que, em Portugal, "apesar de haver muitas empresas a fechar e a deslocalizar-se, as mais interessantes ainda estão no país".

Na perspectiva de Teresa Lehmann, o problema nestes casos não se coloca em termos de concorrência com empresas portuguesas, mas com filiais do mesmo grupo instaladas noutros países.

"A fábrica da Opel na Azambuja não concorre com a AutoEuropa, mas com a fábrica que a Opel tem em Espanha", frisou a especialista.

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