Do Público:
Mais três corpos de vítimas da queda do voo 447 da Air France no Atlântico, há uma semana, foram hoje resgatados pelas equipas de busca, depois de ontem terem sido encontrados os corpos de dois passageiros, para além de alguns objectos do avião.
Os três corpos foram resgatados pela Força Aérea Brasileira, como anunciou um porta-voz militar. “Após um intenso trabalho durante a noite, três corpos foram resgatados esta manhã e transferidos para a fragata Constituição”.
O Airbus A 330 despenhou-se a poucos quilómetros da ilha brasileira Fernando de Noronha, com 228 pessoas a bordo, quando fazia a viagem entre Rio de Janeiro e Paris.
“Não há dúvida nenhuma de que os destroços provêm do avião, tal como os corpos”, disse à AFP o porta-voz da Força Aérea Brasileira, coronel Henry Munhoz. Esta descoberta aumenta para cinco o número de corpos recuperados, depois de ontem terem sido encontrados os corpos de dois homens.
O porta-voz da Força Aérea brasileira adiantou que “centenas de objectos” foram encontrados, tais como cadeiras de avião com a marca Air France e máscaras de oxigénio, mas sublinhou que “a prioridade é recuperar os corpos”.
Não foi ainda divulgada a identidade ou o sexo dos três corpos encontrados hoje, e Munhoz sublinhou que também não será revelado o seu estado, “que não é de interesse público”.
Os corpos estão a ser transportados pela fragata Constituição para o arquipélago Fernando de Noronha, que fica a cerca de 800 quilómetros do local onde foram encontrados, e só lá chegarão amanhã. Daí serão transferidos para o Instituto de Medicina Legal do Recife, a cidade onde as operações estão a ser coordenadas e para onde foram levados familiares das vítimas para acompanhar as buscas.
As operações de resgate estão a ser realizadas por 14 aviões e seis navios. O perímetro das buscas já foi alargado mas as más condições meteorológicas têm dificultado os trabalhos.
Governo mantém reservas
O Governo francês recusou-se hoje a privilegiar qualquer uma das hipóteses avançadas para a causa do despenhamento do Airbus. “Desintegração em velocidade ou choque, embate contra a superfície do oceano, para já, nenhum dado permite privilegiar uma ou outra hipótese”, disse à rádio RTL Dominique Bussereau, secretário de Estado dos Transportes, citado pela AFP.
Antes de se despenhar, a aeronave emitiu 24 mensagens de erro que comunicavam uma série de avarias no sistema. Um dos alertas foi a perda do leme, que é a parte móvel do estabilizador e permite o avião alterar a rota. Outro alerta foi do leitor de velocidades do avião, que pode ter originado a tragédia, segundo alguns especialistas. Os sensores deste leitor deveriam ter sido mudados há um ano, quando a Airbus alertou as companhias para o facto de o sensor ser demasiado vulnerável ao gelo.
O voo 447 levava passageiros de 32 nacionalidades, contando com a tripulação francesa. O último contacto de voz após a partida, no Rio de Janeiro, foi feito pelas 22h33 e o aparelho desapareceu dos radares às 22h48.
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