Do Público:
A equipa de investigadores franceses à queda do voo AF447, no início deste mês, acredita que o acidente se deveu a falhas electrónicas e a leituras erradas da velocidade do aparelho, sublinha o diário britânico "Times" na edição de hoje. Mas mantém que é crucial encontrar as caixas negras do Airbus 330 assim como as gravações de voz, que podem oferecer pistas sólidas sobre as causas da queda, na qual morreram todas as 228 pessoas a bordo.
“Estamos a aproximar-nos no nosso objectivo, mas não me perguntem que percentagem de esperança existe”, afirmou em conferência de imprensa ontem o chefe da equipa, Paul-Louis Arslanian, sobre as possibilidades de recuperar aquele equipamento – uma operação na qual está investido um mini submarino militar francês, em buscas no fundo do mar, onde ocorreu o despenhamento do avião, a cerca de mil quilómetros da costa do Brasil.
“O objectivo é compreendermos o que aconteceu e para isso precisamos de instrumentos, instrumentos que são factos: as gravações contêm esses factos. E se os tivéssemos disporíamos de mais elementos”, explicou.
Arslanian salientou que os dados transmitidos pelo avião nos últimos quatro minutos de voo – em rota entre o Rio de Janeiro e Paris – indicam que os sensores do aparelho estavam a fazer “leituras de velocidade duvidosas”. Outros alertas emitidos “parecem estar ligados a esta perda de validade das leituras de velocidade”, avançou, abrindo caminho à probabilidade de ocorrência de falhas electrónicas nos sensores.
O chefe da equipa francesa de investigação defendeu, porém, ser ainda “muito cedo” para definir se estas ocorrências contribuíram ou não para o acidente. Mas esta é a tese que cada vez ganha maior consenso entre os peritos em aviação, atribuindo as causas da queda do Airbus da Air France a falhas electrónicas que, por sua vez, conduziram a que os pilotos tivessem perdido o controlo do aparelho.
A localização remota do local do acidente e a superfície irregular do solo oceânico colocam as maiores dificuldades às buscas, uma vez que o aparelho pode estar em qualquer lugar a uma profundidade de um a quatro quilómetros de profundidade. Desde o início das buscas até ontem à noite foram recuperados já 50 corpos e cerca de 400 pedaços de destroços do aparelho ao longo de centenas de quilómetros quadrados do oceano. Arslanian lamentou ainda que as autoridades brasileiras não tenham autorizado um patologista da equipa de investigação francesa a examinar os corpos recuperados.
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