Do Público:
As equipas de busca que estão no Atlântico Sul à procura de vestígios do voo AF 447 que caiu há uma semana com 228 pessoas a bordo, quando fazia a travessia entre Rio de Janeiro e Paris, encontraram ontem os corpos de 15 vítimas. No sábado já tinham sido encontrados dois corpos, e foram também resgatadas dezenas de peças que deverão pertencer ao Airbus A330 da Air France.
“Um total de 17 corpos foram resgatados, bem como uma dezena de componentes e estruturas do avião”, disse à AFP o porta-voz da Força Aérea Brasileira, Henry Munhoz. Nove corpos foram recolhidos pela fragata brasileira Constituição e oito pela fragata francesa Ventôse. Não foi revelada a identidade das vítimas, mas sabe-se que entre os corpos encontrados estão quatro homens e quatro mulheres e que serão transportados para o arquipélago brasileiro Fernando de Noronha, onde deverão chegar na terça-feira.
Ontem chegaram à ilha Fernando de Noronha três especialistas da polícia brasileira que se irão encarregar da primeira fase de identificação dos corpos. “Farão o trabalho de pré-identificação que será depois seguido pela polícia federal”, explicou aos jornalistas o coronel Jorge Amaral, porta-voz da Força Aérea Brasileira. “Irão recolher os dados básicos”, adiantou, tais como o estado dos corpos e outros detalhes. Só então os corpos serão transportados para o instituto médico-legal do Recife.
As buscas têm sido prejudicadas pelas más condições meteorológicas. Na zona onde se prevê que o avião tenha caído estão 14 aviões e seis navios, e a partir de quarta-feira estará também o submarino nuclear francês Emeraude, com o qual será procurada a caixa negra do Airbus A 330 que permitirá ter os registos do que aconteceu nos últimos minutos antes do acidente. No entanto, não será fácil encontrá-la naquela zona montanhosa do Atlântico, com 3000 a 4000 metros de profundidade.
O Governo francês recusou destacar qualquer das hipóteses avançadas para a causa do acidente. “Desintegração em velocidade ou choque, embate contra a superfície do oceano, para já nenhum dado permite privilegiar uma ou outra hipótese”, disse à rádio RTL Dominique Bussereau, secretário de Estado dos Transportes, citado pela AFP.
Antes de se despenhar, a aeronave emitiu 24 mensagens de erro que comunicavam uma série de avarias no sistema. Um dos alertas foi sobre a perda do leme, que é a parte móvel do estabilizador e permite alterar a rota. Outro alerta foi relativo ao leitor de velocidades do avião, que pode ter originado a tragédia, segundo alguns especialistas. Os sensores deste leitor deveriam ter sido mudados há um ano, quando a Airbus alertou as companhias para o facto de o sensor ser demasiado vulnerável ao gelo. Ontem a Air France anunciou que começou a substituir estes sensores em todos os seus Airbus de longo curso cinco semanas antes do acidente. O voo 447 levava passageiros de 32 nacionalidades, contando com a tripulação francesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comente o Outras Escritas