domingo, 30 de setembro de 2012

Paulo Ferreira em La Wally/Tenor Paulo Ferreira in La Wally/Tenore Paulo Ferreira a La Wally

O Tenor português Paulo Ferreira estreou-se ontem no papel de Giuseppe Hagenbach na ópera La Wally do compositor italiano Alfredo Calalani, no Tiroler Landestheater Innsbruck (Austria). A avaliar pelas primeiras informações este será mais um sucesso na carreira do tenor.

Os meus parabéns ao Paulo!


The portuguese tenor Paulo Ferreira debuted last night in the role of Giuseppe Hagenbach from the opera La Wally by the italian composer Afredo Calalani, in the Tiroler Landestheater Innsbruck (Austria). The first news are very enthusiastic and this will be another landmark in the singer's career.

Congratulations Paulo!



Il tenore portoghese Paulo Ferreira ha debuttato la scorsa notte nel ruolo di Giuseppe Hagenbach da La Wally opera del compositore italiano Afredo Calalani, nel Landestheater Tiroler di Innsbruck (Austria). Le prime notizie sono molto entusiasta e questo sarà un altro punto di riferimento nella carriera del cantante.

Complimenti Paolo!









sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Semiramide com Devia e Podles

A ópera Semiramide de Rossini é uma das minhas preferidas. Os duetos entre Semiramide e Arsace são sublimes e exigem uma sintonia perfeita entre cantoras.

Ficam na história as interpretações de Sutherland e Horne nos as 60 e 70 do século passado, muito conhecidas de todos e com gravações disponíveis.

Num universo diferente, a interpretação de Devia e Podles é, para mim, também uma referência. Curiosamente, ambas as cantoras estiveram em Pesaro este ano.

Deixo-vos com os dois duetos da Semiramide, interpretados por estas cantoras em Veneza no ano de 1992.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Novo brinquedo (I)

O presente. Fora da caixa e de baterias carregadas
A experimentar a coisa! Mas com medo de a largar
Nada como um amigo que nos ajude, lendo as instruções
Em voo, depois de várias quedas e tentativas falhadas!


Obrigado mana!
Fotografias de Sílvia Lanhas Massacote.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Reflexões...

Andámos a viver acima das nossas possibilidades durante muitos anos. Todos devíamos saber que tal não poderia dar bom resultado, logo a culpa da situação actual é de todos e não só dos políticos.

Dizer mal é fácil! Apontar caminhos é mais complicado.

Receber é fácil, e pedir também. Dar, nem por isso! Logo não podemos estar sempre à espera que nos salvem.

É preciso ter cuidado com os que dizem que querem uma mudança! Repararem que esses são os primeiros a querer que as coisas se mantenham como estão (ou estavam).

O dinheiro não nasce nas árvores, como por vezes nos fazem crer. Se assim fosse, bastava plantar uma floresta e problema estava resolvido.


Atenção, com estas reflexões quero apenas chamar a atenção para alguns pontos que são muitas vezes esquecidos nas críticas que se fazem às medidas de austeridade, não pretendo colocar-me a favor ou contra elas.

domingo, 9 de setembro de 2012

Voce che Tenera (Mariella Devia, Rossini Opera Festival 2012)

Assisti no passado dia 20 de Agosto, no âmbito do Rossini Opera Festival 2012, a um concerto do soprano Mariella Devia intitulado "Voce che Tenera". O concerto ocorreu no Teatro Rossini e o soprano foi acompanhado pela Orquestra Sinfónica Gioachino Rossini dirigida pelo maestro Antonino Fogliani.

Como os meus leitores sabem, considero Mariella Devia uma das melhores cantoras do repertório de bel canto da actualidade. Neste concerto a cantora provou isso mesmo, ao interpretar de forma magistral árias de óperas de Rossini, Bellini e Donizetti.

Este foi o programa do concerto:

Gioachino Rossini

Semiramide - Sinfonia
Adelaide di Borgogna - Cavatina de Adelaide "Occhi miei piangeste assai"
Tancredi - Scena e Cavatina di Amenaide "Di mia vita infelice... No, che il morir non è..."


Vincenzo Bellini

Norma - Sinfonia
I Capuleti e i Montecchi - Recitativo e Romanza di Giulietta "Eccomi in lieta vesta... Oh! quante volte, oh quante!"
Norma - Cavatina di Norma "Casta Diva"


Gaetano Donizetti

Maria Stuarda - Sinfonia
Anna Bolena - Scena e Aria Finale "Piangete voi?... Al dolce guidami... Coppia iniqua"


Tudo menos fácil, é o mínimo que se pode dizer neste programa. De Rossini, a cantora interpretou duas cavatinas que, obrigam a um legatto e controlo respiratório tremendos. Poderia ter interpretado uma ou duas cabalettas, mas para Mariella Devia não há que evitar dificuldades!

Mas foi com Bellini e Donizetti que a cantora demonstrou todas as sua capacidades vocais e interpretativas. "Oh! Quante volte, oh quante" e "Casta Diva" foram interpretadas de forma sublime, com um legatto perfeito, uns pianíssimos sublimes e uns agudos belíssimos. Penso que em 2012 a cantora se estreará no papel de Norma e, a avaliar pela sua interpretação de Casta Diva, este será mais um dos papeis de sucesso da sua longa carreira.

Para terminar o programa, Mariella Devia, apresenta a cena final da ópera Anna Bolena de Donizetti. Quem conhece esta ópera, sabe que esta cena é muito longa e de estrema dificuldade interpretativa. Inicia-se com um recitativo, "Piangete voi", durante o qual a voz fica várias vezes exposta sem qualquer acompanhamento orquestral e cuja intensidade vai de uma serenidade quase absoluta a uma agitação tremenda. Segue-se uma dificílima cavatina, com frases muito longas, sem qualquer possibilidade de respirações intermédias, sob risco de se perder completamente a linha melódica. Por fim, a cabaletta "Coppia iniqua" que exige uma agilidade e um controlo respiratório tremendos.
A cantora interpretou esta cena, como se nada fosse difícil. O legatto foi perfeito, as respirações quase imperceptíveis e nos locais certos (às vezes parece-me que tem 3 pulmões) e as passagens de coloratura sem qualquer falha. Para terminar o público é brindado no final da cabaletta com um mi bemol sobreagudo em fortíssimo que deixou a sala aos gritos!

Como extras, Devia interpretou de Pucini, Quando me'n vo" de "La Bohéme" e repetiu a cavatina "Pangete voi".

Inesquecível este concerto. Ficará certamente na minha memória como um dos melhores concertos a que já assisti.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ewa Podles - Mahler

O contralto Ewa Podles interpreta "Urlicht" de Gustav Mahler, deixando-me sem palavras...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ópera em Estremoz

A ópera regressa ao Teatro Bernardim Ribero em Estremoz. Lá estarei no próximo Sábado à noite...

Lê-se no sítio Internet da Câmara Municipal de Estremoz:


"La Princesse de Jaune" e "The Wandering Scholar" | Ensemble Conteporaneus



Sábado 08 de Setembro de 2012 | 21:30

Nesta, que será a estreia nacional das duas óperas, reorquestradas propositadamente para esta ocasião por Antonio Risueño, o Ensemble Contemporaneus será dirigido pelo maestro João Paulo Santos. A encenação ficará a cargo de Fernanda Lapa, a cenografia será de Rui Alexandre e o desenho de luzes de Paulo Sabino. Os solistas serão Inês Simões (soprano), Marco Alves dos Santos (Tenor), João Merino (Barítono) e Nuno Dias (Baixo.

O Teatro Bernardim Ribeiro reabre a sua temporada de programação 2012/2013 novamente com ópera, numa coprodução do Município de Estremoz e da Contemporaneus, naquela que é a 1ª apresentação nacional destas duas óperas.


Coprodução: Câmara Municipal de Estremoz e Contemporaneus


Reservas/Informações:
CME | Telef.: 268 339 216 ou E-mail: cultura@cm-estremoz.pt
Teatro Bernardim Ribeiro | Telef.: 268 339 222

domingo, 2 de setembro de 2012

Ciro in Babilonia (Rossini Opera Festival 2012)



A ópera Ciro in Babilonia marcou a minha estreia no Rossini Opera Festival. Assiti à quarta récita desta ópera, no dia 19 de Agosto.

O elenco foi o seguinte:

Baldassare - Michael Spyres
Ciro - Ewa Podles
Amira - Jessica Pratt
Argene - Carmen Romeu
Zambri - Mirco Palazzi
Arbace - Robert McPherson
Daniello - Raffaele Costantini

Encenação - Will Crutchfiled

Orquestra e coro do Teatro Comunale di Bolonha dirigidos pelo Maestro Davide Livermore.

O libretto de Francesco Aventi relata a história de Baldassare, rei da Babilónia, que se encontra cercado na sua cidade pelas tropas de Ciro, rei da Pérsia (sinopse). Baldassare rapta e apaixona-se pela mulher de Ciro e este faz tudo para salvá-la.

A encenação de Will Crutchfield, transporta-nos para uma sala de cinema mudo dos anos 30 do século XX. Para os mais cépticos, esta transposição poderá parecer à partida estranha, uma vez que a ópera retrata cenas bíblicas, nos entanto, devo dizer que foi bastante eficaz e agradável.
Durante a abertura o público, constituído por elementos do coro, entra na sala de cinema e toma o seu lugar. A ópera é assim apresentada como se fosse um filme a preto e branco, com os cantores como personagens principais e os cenários projectados em telas no fundo de palco. Por vezes é usada uma tela transparente na frente de palco onde são projectados uns efeitos que fazem parecer que se está mesmo a ver um filme de cinema mudo.
Curiosamente, os figurinos das personagens masculinas respeitam, aparentemente, os trajes de época, mas os das personagens femininas são muitos inspirados nos anos 20/30 do século passado.


Quanto às vozes:

Carmen Romeu, Mirco Palazzi e Raffaele Costantini estiveram bem nos seus papeis secundários e não desvirtuaram o trabalho dos cantores principais, tendo constituído um bom elenco de suporte.

Robert McPherson, tenor, interpretou Arbace, personagem secundária, mas com uma ária tipicamente rossiniana no primeiro acto. A voz é ligeira, mas ouve-se bem (o Teatro Rossini não é muito grande, penso que será um pouco mais pequeno que o S. Carlos), o timbre não é dos mais agradáveis, mas tem um bom legatto e domina bem as passagens de coloratura. No registo agudo, denota-se um certo stresse e, para compensar uma certa diminuição de volume, o cantor parece entrar em esforço, o que se traduz em alguma estridência.

Michael Spyres, tenor interpretou Baldassare, rei da Babilónia. O cantor de timbre muito agradável esteve em excelente forma, e "portou-se" como um verdadeiro tenor rossiniano, com uma excelente agilidade e um registo agudo cheiro e nada stressado (penso que terá atingido por várias vezes o ré sobreagudo). No segundo acto interpreta o que parece ser uma "ária de loucura", de forma extraordinária, mesmo que passe grande parte do tempo em cima de uma passadeira rolante. Uma característica interessante da voz do cantor é que tem um registo grave bastante bem suportado. Isto é importante porque Rossini usou e abusou do registo grave (e do agudo também).

Jessica Pratt, soprano, interpretou Amira, mulher de Ciro. A cantora tem uma voz cheia e potente (quase lírica), de timbre agradável e com um bom legatto. Denotei no entanto um uso excessivo do pianíssimo nas passagens mais agudas, principalmente no primeiro acto. Isto pode ser apenas uma questão de gosto e não uma dificuldade técnica, uma vez que nas cabalettas os agudos eram alcançados em forte sem dificuldade. A coloratura não foi também perfeita no primeiro acto, tendo melhorado no segundo. No geral achei o desempenho de Pratt muito bom, as críticas que faço são apenas de pormenor. 

Ewa Podles, contralto,  interpretou Ciro, personagem central da ópera. Já falei várias vezes aqui no blogue da voz de Podles uma vez que é das minhas cantoras favoritas. Já tinha ouvido a cantora em Barcelona a interpretar Orsini na ópera Lucrezia Borgia de Donizetti e desta vez fiquei ainda mais satisfeito com a sua prestação. Tudo em Podles é perfeito. A voz é escura (escuríssima), maleável, e potente e cheia em todos os registos (a cantora tem 3 oitavas de voz).
Na récita, a cantora foi uma verdadeira rainha vocal, embora tenha interpretado o papel de "rei"! Ciro tem duas grandes (longas) árias, uma no primeiro acto e outra no segundo, quase no fim da ópera. Podles interpretou de forma perfeita estas árias (vocal e cenicamente), fazendo delas o ponto alto da récita. No segundo acto os aplausos foram tantos e tão prolongados que a cantora teve que "sair da personagem" para agradecer.
Para além da voz, Podles é também uma boa actriz, o que abona ainda mais a seu favor.


Depois da récita tive oportunidade de cumprimentar Michael Spyres, Jessica Pratt e, claro, Ewa Podles. Apesar de cansados, todos foram bastante simpáticos e distribuíram autógrafos. Com Podles tirei também a fotografia que está destacada na barra lateral do blogue, porque afinal como alguém dizia, "a Podles é um fenómeno da Natureza!".




Cabalettas (IV)

E termino com Verdi, este pequeno ciclo dedicado às "Cabalettas".