terça-feira, 21 de outubro de 2008

Os comboios da Dinamarca

Estou na Dinamarca em trabalho. O hotel onde estou é em Copenhaga, mas o local onde tenho as reuniões de trabalho é numa cidade chamada Roskilde que fica a cerca de 30Km.

Hoje foi o primeiro dia de trabalho. Estou com um pequeno grupo e resolvemos ir de táxi, uma vez que poderíamos dividir o preço. Claro que os táxis são caríssimos e, por isso, resolvemos regressar de comboio. Devo notar que viajo com alguma frequência em trabalho e raramente uso o táxi por ser caro e estar dependente do tráfego.

Na estação de comboios perto da Universidade de Roskilde só se podem comprar os bilhetes em máquinas automáticas. Depois de conseguirmos mudar a "linguagem" da máquina para inglês, lá comprámos os bilhetes e para pagar usei o meu cartão de crédito. Até aqui tudo normal. Só que a máquina apenas imprimiu o talão do cartão de crédito e bilhetes "nem vê-los". Todos achámos estranho, mas pensámos ingenuamente que o talão do cartão de crédito valia como bilhete.

Entrámos no comboio e ocupámos lugares, mas todos separados uns dos outros. Eu já comecei a pensar que quando viesse o "revisor" iria ser um problema para explicar onde estavam as outras pessoas para as quais tinha comprado um bilhete.

Já tinha passado um bom bocado quando apareceu o "revisor". A primeira coisa que me diz é que o talão que tenho do cartão de crédito não vale como bilhete. Teremos que pagar uma multa de 600 DKK cada um. Ou seja, à volta de 78 €.

Lá fizemos um choradinho a dizer que a máquina não tinha impresso nenhum bilhete. Ao que ele responde que deveríamos ter falado com ele antes de entrar no comboio, mas que ia deixar passar.

Continuámos viagem e como estávamos um pouco separados tínhamos que falar alto para nos conseguirmos ouvir uns aos outros. Passados uns momentos volta o nosso amigo "revisor" para nos chamar a atenção que aquela carruagem era um "silence space" ou seja, não podíamos falar. Mostrou-nos a sinalização. Não se pode sequer usar telemóvel. Não aguentámos, começámos a rir à gargalhada e mudámos de carruagem.

Já viram o filme? Não tínhamos bilhete e ainda fomos fazer uma "barulheira" para a única carruagem em que não se pode fazer barulho.

Amanhã volto a usar o comboio, mas já vou comprar bilhete de ida e volta em Copenhaga e "fugir" da carruagem do silêncio.

7 comentários:

  1. Português que é Português faz-se notar em qq parte do mundo!
    A lei de Murphy funcionou! 'Acertaram' na carruagem onde não podiam falar...

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  2. É verdade, os portugueses falam alto, não exagerando como os espanhóis ou os italianos.

    Eu ate falo bastante baixo...

    Mas foi um situação muito engraçada.

    Hoje já estou sozinho, acho que já vou experimentar a carruagem do silêncio...

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  3. Olá.
    Que viagem atribulada.!
    Mas, em Roma sê romano.Como não houve consequencias relevantes até teve graça.
    Bom regresso.beijito
    Zélia

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  4. E garrafão de vinho, tinham? E a sandes de coirato? Vejam lá que isso não é bem o comboio regional que pára em todas as estações e apeadeiros.
    E cá está, a Lei de Murphy não falha...
    Continuação de boa estadia e boa viagem.

    PS: E nada de decapitar a estátua da sereia...

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  5. Caro Henrique...

    Muitas vezes pensamos que somos os piores no que respeita a comportamentos, mas nitidamente não somos. Basta ver como são os nórdicos ao fim de semana. O suecos principalmente, que bebem até caírem para o lado.

    Quanto a falar alto, os espanhóis e italianos ganham-nos aos pontos. Eu gosto do meio termo, tipo italianos do norte. Falam a língua que eu mais gosto e são mais calmos que os do sul.

    Como sempre, a virtude está a meio.

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  6. Ah, a estátua da sereia...

    Quase nem dei por ela. Está numa fotografia que tirei de dentro do barco. Quase nem se vê.

    Coitada, não é nada de especial :)

    Ficou com a cabeça no lugar...

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  7. Pois, é que volta e meia há algum maluco que decapita a coitada e leva a cabeça para casa. Coisas de nórdicos...

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