«Porto versus Lisboa» tem humor e desdém. Dois jornalistas defendem as maravilhas das suas cidades
A eterna rivalidade entre «mouros» e «tripeiros» passou para as páginas de um livro pela mão de dois jornalistas que defendem no papel as maravilhas das suas cidades e aproveitam para desdenhar os símbolos da cidade rival, escreve a Lusa. Não é um assunto novo e reza a história que já no século XIX o «ódio» existia. Pelo menos assim escreveu Eça de Queiroz: «Lisboa inveja ao Porto a sua riqueza, o seu comércio, as suas belas ruas novas, o conforto das suas casas, a solidez das suas fortunas, a seriedade do seu bem-estar. O Porto inveja a Lisboa a Corte, o Rei, as Câmaras, S. Carlos e o Martinho».
«O Fantas é o Fantas e está tudo dito»
Hoje, as invejas são outras. No livro «Porto versus Lisboa», António Costa Santos garante que os «mouros» não se importavam nada de ter um Parque da Cidade, «o símbolo acabado da qualidade de vida em ambiente urbano», uma Casa da Música, «um altar dedicado a todas as melomanias», ou um Fantas (festival de cinema dedicado ao fantástico): «O Fantas é o Fantas e está tudo dito».
Já António Eça de Queiroz admite que na Invicta dava jeito um Metro, «a sério, estão a ver? Com túneis debaixo da terra e não no meio de autocarros», um Oceanário, «o que o Porto não daria por um oceanário!», ou o Jardim Zoológico, porque não chega «uma cerca com bichos pálidos» nos jardins do Palácio de Cristal.
«Bebidas e Petiscos» e a «Grande Guerra» (Benfica/FC Porto)
Os autores do livro admitem as invejas, mas só nas últimas páginas. Até lá chegar, dissertam sobre o que de melhor tem a cidade onde nasceram e escolheram viver. A obra foi dividida em capítulos, onde não poderiam faltar os «Santos da Casa» (Santo António e São João), os «Rios do Peito» (Douro e Tejo), as «Bebidas e Petiscos» (pastéis de Belém, francesinhas, pipis, tripas, ginjinha e vinho do Porto), as «Naites» (Bairro Alto e Docas, Ribeira e Cais de Gaia), as «Guerras» (Do levantamento de 1828 ao Cerco do Porto e 1910-1974: a mesma luta) e a «Grande Guerra» (Benfica/FC Porto).
Para que a rivalidade não se tornasse demasiado séria foi dedicado um capítulo às anedotas. E já mesmo no fim do livro, os Antónios assumem que até nem detestam assim tanto a cidade rival.
«Gosto muito da granítica, sólida, reivindicativa capital do Norte», admite o «mouro». «Gosto imenso de Lisboa, e continuarei a gostar enquanto puder contar com o apoio da minha paquidérmica memória afectiva», assume por seu lado o «tripeiro».
«O Porto tem coisas maravilhosas, mas Lisboa é cidade», afirmou convicto à Lusa o lisboeta António Costa Santos.
Já o portuense António Eça de Queiroz admitiu que «não há uma guerra norte/sul, mas há razões de queixa do norte em relação ao sul, porque Lisboa é uma capital política». Lisboa «é maior» que o Porto, mas o futebol da Invicta «é obviamente melhor» que o da capital.
A concordância entre os dois não existe. Costa Santos afirma a pés juntos ter ganho a batalha, «divertida e com momentos épicos de picanço, elogios e muita aprendizagem». «Deu luta, embora eu saiba que tenha ganho», defendeu por seu lado Eça de Queiroz.
Bem escrito e com humor
Escolher estes dois «lutadores» não foi tarefa fácil para a editora Guerra e Paz, na qual surgiu a ideia de se publicar um livro partindo da «rivalidade antiga entre as duas cidades». «Queríamos quem tivesse conhecimento e escrevesse bem, com um toque de humor», disse Mário Sena Lopes, director editorial da Guerra e Paz.
«Porto versus Lisboa» já está nas livrarias e terá duas apresentações oficiais que contarão com a presença de «figuras» que representam as duas cidades.In IOL Portugal diário
Eu pessoalmente, prefiro Lisboa. É uma cidade mais cosmopolita, mais bonita e com muito mais luz.
Vivi 6 anos no Porto, mas nunca me consegui identificar totalmente com essa cidade. Talvez a razão não se prenda com cidade em si, mas com questões pessoais que não interessa aqui relatar.
Como sempre gostei mais de Lisboa, costumava dizer, brincando, aos meus amigos do Norte, que as pessoas do Porto não gostam de Lisboa porque têm "complexos de inferioridade".
Ultimamente tenho visitado o Porto com "outros olhos" e tenho aprendido a apreciar mais a cidade.
Lisboa é, no entanto, a minha cidade portuguesa de eleição. Apesar de tudo...
Eu prefiro o Porto... forever!
ResponderEliminarMas gosto de ir a Lisboa... ir. Viver lá, acho que não gostava.
O meu sonho de vida para a velhice é ir viver para um monte Alentejano... ambiciosa, né?
Mas reflexos, o que me diz de viver no Chiado ou na Lapa?
ResponderEliminarO Alentejo é, definitivamente, um acaso à parte (risos)...
eu escolhia vive na cidade da Choupana!!!
ResponderEliminarporque é que essa não está na votação?
Caro anónimo, o inquérito diz respeito apenas às duas maiores cidades do país...
ResponderEliminarA cidade da choupana não tem dimensão para ser incluída neste inquérito...
Sinceramente, gostava de viver em ambas cidades, desejo conhecer o Porto, pois por aquilo que me contam e por aquilo que vejo, acho uma cidade linda, mas prefiro Lisboa pois já tive em Lisboa e adorei lá estar, gosto muito de cidades grandes como Lisboa, é uma cidade muito bonita. Estive lá há pouco tempo e tenho imensas saudades.
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