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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Morreu Maria José Nogueira Pinto

Parte precocemente uma mulher de garra e um exemplo no que respeita à classe política nacional.

sábado, 25 de junho de 2011

"Passos Coelho não pagou a viagem para Bruxelas na TAP"

Só tenho um termo para apelidar o jornalista do Jornal de Negocios que publicou a notícia sobre o não pagamento da viagem a Bruxelas, que o PM realizou em classe económica: BURRO (não desfazendo dos simpáticos animais).

Então o Sr. Jornalista não sabe, que mesmo que a viagem tenha sido paga pela TAP (é assim que acontece com todos os membros do Governo) sai mais barato aos contribuintes se a mesma for feita em classe económica? É que a TAP ainda não foi privatizada, caso o Sr. Jornalista não saiba!

Isto para não falar do acto simbólico subjacente. 

Eu prefiro que os membros do Governo viajem em económica!

Tenham lá dó da inteligência do povo Senhores jornalistas!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Portugal

Este país vai de mal a pior. Não costumo falar de política aqui no blogue, mas de qualquer forma isto está a tornar-se de tal forma insustentável, que não resisto a mandar aqui "umas bocas".

Começa ontem o  Zé a dizer o que o acordo com o FMI NÃO TEM, pintando de seguida o futuro de cor-de-rosa. Será que alguém consegue trazer o homem para a Terra? Ou mandá-lo de uma vez por todas para o Espaço?

Aparece depois o Eduardo e heroicamente afirma que o que o acordo NÃO TEM, é da responsabilidade do seu partido. Está caduco, certamente!

Os do costume, como de costume, continuam a discordar de tudo e todos.

De uma vez por todas, calem-se e deixem lá a chamada Troika anunciar, a seu tempo, como nos vai salvar desta imundice (às nossas custas, claro!).

Para já, temos o memorando para nós entreter... pelo que, entretamo-nos!

domingo, 24 de abril de 2011

9,1

Afinal o valor do défice do ano passado é de 9,1%. Tiveram que chegar os senhores da troika para que o verdadeiro número, se que este é verdadeiro, fosse divulgado.

Que vergonha, senhores políticos...

domingo, 4 de julho de 2010

Faz anos hoje - Garibalidi

Garibaldi nasceu a 4 de Julho de 1807.

Da Infopédia:

Nacionalista revolucionário italiano nascido a 4 de Julho de 1807, em Nice, a sul de França. Passou a sua juventude como marinheiro nos navios mercantes do Mediterrâneo. Em 1833, integrou a Jovem Itália, movimento revolucionário italiano comandado por Guiseppe Mazzini e que tinha como finalidade a unificação do país que se encontrava sob domínio estrangeiro. Na época, esse movimento político e ideológico, que exaltava à unificação de Itália, ficou conhecido por Risorgimento (Renascimento). Em 1834, o jovem foi condenado à morte por participar num motim, mas conseguiu fugir, exilando-se na América do Sul onde permaneceu durante 12 anos. Durante esse período, revelou grandes qualidades como chefe militar ao participar em diversas campanhas no Brasil (1836) e no Uruguai (1841). Aqui lutou contra o ditador argentino Rosas. Ainda nesse período, conheceu a heroína brasileira Ana Maria de Jesus Ribeiro com quem veio a casar e que ficou conhecida pelo nome de Anita Garibaldi. Em 1848, regressou a Itália e juntou-se às tropas voluntárias que estavam ao serviço de Carlos Alberto, rei da Sardenha, que lutaram, sem sucesso, contra o exército austríaco na Lombardia. Um ano depois, liderou as tropas voluntárias até Roma, onde a República tinha sido declarada por Mazzini e outros nacionalistas. Garibaldi defendeu a cidade dos ataques franceses durante um mês, no entanto, viu-se obrigado a fazer um acordo com os Franceses. As tropas da retirada arriscaram passar pelo território controlado pelos Austríacos, o que provocou a morte, a captura e a dispersão de uma grande parte dos italianos. Anita Garibaldi, que tentava juntar-se ao marido, encontrou-se no meio deste confronto, vindo a falecer em Agosto de 1849. Guiseppe Garibaldi viu-se obrigado a novamente exilar-se, tendo partido para os Estados Unidos da América, para Staten Island (Nova Iorque), e onde adquiriu a cidadania norte-americana. Cinco anos depois, em 1854, regressou a Itália, estabelecendo-se na ilha de Caprera, a noroeste da Sardenha. Nessa altura, Garibaldi acreditava que a liberdade só poderia ser alcançada numa aliança com o rei da Sardenha, Víctor Emanuel, e com o conde de Cavour, Camilo Benso, no entanto, estes opunham-se ao seu republicanismo. Garibaldi foi ganhando vários adeptos, o que o envolveu politica e militarmente nos anos subsequentes. Em 1859, liderou com sucesso uma expedição contra os Austríacos, nos Alpes, e liderou, em 1860, a expedição dos Camisas Vermelhas ou dos Mil (expedição conhecida por ambos os nomes), uma força de mil homens com a qual conquistou a Sicília e Nápoles contribuindo assim para a unificação italiana sob a denominação da Casa de Sabóia. Em 1862, o rei Víctor Emanuel declarou estabelecido o reino de Itália, apesar de não estar nele incluída a cidade de Roma, nem algumas regiões do norte de Itália. Entre 1862 e 1866, Garibaldi lutou, sem êxito, com o propósito de conquistar Roma. Em 1866, liderando um grupo de voluntários, participou, com o apoio de Napoleão III, numa segunda tentativa de unificação do reino, lutando não só contra os franceses, como também contra o estado pontificado, tentativa que se revelou fracassada. Em 1870, ofereceu os seus préstimos à França na luta contra a Áustria. Depois de ter sido deputado no Parlamento italiano (1875), retirou-se definitivamente da vida política e militar, recolhendo-se na sua ilha de Caprera. Guiseppe Garibaldi faleceu a 2 de Junho de 1882, em Caprera, em consequência de uma bronquite. Tornou-se uma figura heróica imortalizada em várias obras literárias das quais se destaca Memórias de Garibaldi, biografia escrita por Alexandre Dumas. Em 2003, a Rede Globo realizou uma mini-série televisiva, A Casa das Sete Mulheres (baseada no romance homónimo de Leticia Wierzchowski), na qual Guiseppe Garibaldi e a sua esposa Anita foram representados pelos actores Thiago Lacerda e Giovana Antonelli, respectivamente.

Garibaldi. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-07-04]

terça-feira, 29 de junho de 2010

Faz anos hoje - Robert Schuman

No dia 29 de Junho de1886 nasceu Robert Schuman (não confundir com o compositor Robert Schumann).

Da Infopédia:

Político francês, nascido em 1886 e falecido em 1963, foi ministro das Finanças (1946), primeiro-ministro (1947-1948), ministro dos Negócios Estrangeiros (1948-1952) e ministro da Justiça (1955-1956). Em Maio de 1950 propôs a criação de um mercado comum para o carvão e para o aço (Plano Schuman). A proposta fez surgir, em 1951, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que constituiria a base da futura Comunidade Económica Europeia.

Robert Schuman. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-06-29]

sábado, 5 de junho de 2010

Sábado, última hora XI (Actor islandês vence câmara da capital)



A notícia que hoje comento, conjuntamente com a Reflexos, foi por ela escolhida e consta da edição de hoje do Diário de Notícias on-line.

O título é "Actor islandês vence câmara da capital" e o texto é o seguinte:

Apesar de sempre terem existido, os partidos e os candidatos bizarros correm o risco de ver as suas hipóteses crescer à medida que diminui a credibilidade dos políticos sérios. Foi o que aconteceu na Islândia, ilha vulcânica do Atlântico Norte, após o choque da bancarrota.


Winston Churchil dizia que uma piada é uma coisa muito séria. E aquilo que recentemente aconteceu na capital islandesa encaixa perfeitamente nessa ideia: o mais famoso humorista do país ganhou as eleições autárquicas de há uma semana em Reiquejavique, com um partido que prometia coisas tão absurdas como plantar palmeiras na gelada frente ribeirinha da cidade e adquirir um urso-polar para o seu jardim zoológico. Mas o que começou precisamente por ser encarado como uma piada parece ser agora um caso sério.

Jon Gnarr, d'O Melhor Partido, tem grandes condições para ser presidente da câmara da cidade, depois de a formação política que criou há seis meses ter tido 34,7%, elegendo seis vereadores em 15, ficando a dois da maioria absoluta. Einar Orn Benediktsson, músico que já trabalhou com a banda Sugarcubes e a cantora Björk, é um dos vereadores.

O partido, diz o actor, que é também criativo de publicidade, foi criado para denunciar as responsabilidade das elites políticas e financeiras da Islândia na grave crise em que mergulhou a ilha vulcânica do Atlântico Norte. O seu resultado deixou boquiaberta parte da classe política e dos analistas islandeses. Atrás de si deixou, com 33,6%, cinco vereadores, ficou o Partido da Independência, que liderou o país 18 anos. Os sociais-democratas e os Verdes, que actualmente governam em coligação a nível nacional, elegeram apenas quatro vereadores e o dos progressistas não foi reeleito.

Gnarr, de 43 anos, disse ao Financial Times que está a negociar com os sociais-democratas a hipótese de uma coligação municipal em que ele seja o presidente da câmara. E garantiu que está preparado para o cargo. "Adoro esta cidade e quero mesmo fazer bom trabalho. Vou manter o meu humor e tentar usá-lo como uma vantagem."

O actor diz que a chegada ao poder da sua formação constitui uma nova opção para a política. "Temos que trabalhar a infra-estrutura do partido para que as pessoas tenham uma forma de compreender o que é O Melhor Partido e quais são os benefícios do que nós chamamos anarco-surrealismo", declarou, citado desta vez pelo Wall Street Journal.

Não sendo caso único no que toca a partidos e candidaturas eleitorais bizarras, esta formação chegou mais longe do que era previsto e até a primeira-ministra da Islândia, Johanna Sigurdadottir, admitiu que isto pode ditar o fim do tradicional sistema de quatro partidos naquele país. "Nunca vi nada assim", declarou por sua vez o conhecido analista e professor da Universidade de Reiquejavique Olafur Hardarsson.


Ora aqui está um notícia com piada e, como diria Churchil, "uma piada é uma coisa muito séria". Correndo o risco de não conseguirem governar a Câmara da capital da Islândia, os membros d' O Melhor Partido, estão mesmo dispostos a fazê-lo (pelo menos a tentar). O facto do futuro presidente da Câmara ser um actor, não é, a meu ver, obstáculo algum a que faça um bom trabalho.

Já repararam os meus leitores que grande parte dos políticos portugueses não passam de maus actores? A começar no governante máximo e a acabar nos tristes actores do Bloco de Esquerda ou do Partido Comunista.

Ao menos em Reiquejavique ganhou a Câmara um actor de qualidade e se é um humorista, tanto melhor. Afinal, fazer humor é um desafio que nem todos ganham.

E você Reflexos? O que pensa disto tudo?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Faz anos hoje - Golda Meir

No dia 3 de Maio de 1898 nasceu Golda Meir.

Da Infopédia:

Estadista israelita, Golda Meir nasceu a 3 de Maio de 1898, em Kiev, na Ucrânia. Proveniente de uma humilde família judaica, em 1906, emigra com a família para Milwaukee, nos Estados Unidos da América. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial. Em 1917, casou com Morris Myerson, tendo emigrado em 1921 para a Palestina. Golda Meir tornou-se então membro do Kibbutz de Marnavia e, três anos mais tarde, aderiu ao Histadruth (Confederação Geral do Trabalho), passando entre 1932 e 1934 a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América. Nos anos que antecederam e durante a Segunda Grande Guerra Mundial, Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política, foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade na Palestina, sob administração britânica) e da Organização Mundial Sionista. Após a proclamação da independência do Estado de Israel em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel em Moscovo, por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre 1949 e 1956, Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-1966), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do movimento socialista entre 1966 e 1968. Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas, tinha uma câmara única - o Knessel - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (movimento socialista). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivo de formarem o Partido Trabalhista. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo uma aliança eleitoral - a Maarakh (Frente Operária). Em 1969, após a morte do Presidente Levi Eshkol, Golda Meir forma Governo sendo primeira-ministra de Israel por cinco anos (1969-1974). Durante esse período ignorou as resoluções da Organização das Nações Unidas, que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém oriental e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios palestinianos ocupados. Golda Meir rejeitou, igualmente, acordos de paz com os regimes árabes e aplicou uma política de medidas extremas contra a organização de libertação da Palestina e contra os países que acolhessem os seus membros refugiados. Como resultado da intransigência israelita e mormente da primeira-ministra, a 6 de Outubro de 1973 deu-se a quarta guerra Israelo-árabe, chamada "Guerra do Kippur" (os israelitas celebravam nesse dia a grande festa religiosa do Yom Kippur, daí o nome atribuído à guerra). No início do conflito, os israelitas foram completamente apanhados de surpresa pelos ataques desencadeados pelo Egipto e pela Síria. Graças à mediação americana, nomeadamente do seu Secretário de Estado, Henry Kissinger, Egipcíos e Israelitas subscrevem a 25 de Outubro de 1973 um acordo definitivo de cessar-fogo. Nesse ano, Golda Meir faz uma visita de Estado ao Vaticano, tendo sida recebida pelo Papa Paulo VI, mas da audiência não resultou qualquer acordo sobre a situação de Jerusalém. Em Abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua demissão dadas as violentas críticas à sua actuação e à do seu Ministro da Defesa, Mosh Dayan, na Guerra do Kippur, e pelos baixos resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo General Yitzhak Rabin. A 5 de Março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi de Secretário-Geral, tendo publicado nesse mesmo ano um livro de carácter autobiográfico: A minha vida. Golda Meir morreu a 8 de Dezembro de 1978, em Israel.

Golda Meir. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-05-03]

domingo, 11 de abril de 2010

Faz anos hoje - António de Spínola

No 11 de Abril de 1910, faz hoje 100 anos, nasceu António de Spínola.

Da Infopédia:

Militar de carreira português, António Sebastião Ribeiro de Spínola nasceu a 11 de Abril de 1910, em Estremoz, e morreu a 13 de Agosto de 1996, em Lisboa. Oficial da arma de Cavalaria, consta na sua folha de serviço a participação, como voluntário, nas forças expedicionárias enviadas por Salazar para Angola nos primeiros dias da guerra colonial e o exercício do cargo de governador da Guiné durante cerca de seis anos (1968-1973). Neste cargo, o seu largo prestígio teve origem numa política de respeito pela individualidade das etnias guineenses e à associação das autoridades tradicionais à administração, ao mesmo tempo que prosseguia a guerra por todos os meios ao seu dispor, que iam da diplomacia secreta (encontros com Senghor, Presidente do Senegal) a incursões armadas em territórios vizinhos (ataque de comandos a Conakri). Após o termo do seu mandato de governador e comandante-chefe, regressou a Portugal e foi nomeado vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.
Foi no exercício deste cargo que entrou em choque com Marcello Caetano. O pretexto para a ruptura foi a publicação de um livro em que Spínola propunha soluções políticas e não militares para o termo da guerra, dentro de uma estrutura federalista que substituiria o Império. Demitido (juntamente com Francisco da Costa Gomes, que, na qualidade de Chefe do Estado-Maior, autorizara a publicação do livro) por Caetano, Spínola regressou a uma posição de grande destaque após o 25 de Abril de 1974, quando o Movimento das Forças Armadas (MFA), vitorioso, entregou o poder à Junta de Salvação Nacional. Spínola acumularia as funções de presidente da Junta e de presidente da República durante alguns meses. No entanto, rapidamente entraria em choque com as correntes mais radicais do Movimento, que o empurraram para a aceitação da independência das colónias, lhe anularam o projecto de concentração de poderes e lhe impuseram como primeiro-ministro um militar esquerdista, Vasco Gonçalves. Bloqueado, recorreu à mobilização de forças políticas da chamada "maioria silenciosa" temerosa da radicalização da revolução e da possível instauração de uma ditadura comunista em Portugal. A manifestação de apoio a Spínola (28 de Setembro de 1974) acabaria por sair frustrada pelas forças de esquerda, que por todo o país levantavam barricadas e impediram o acesso dos partidários do general a Lisboa e outros locais de concentração. Impotente perante os acontecimentos, Spínola renunciou ao cargo (30 de Setembro), sendo substituído por Costa Gomes, mas continuou a organizar forças e apoios contra o regime. Da conspiração que dirigiu ou estimulou sairia o golpe militar de 11 de Março de 1975, em que sofreu nova derrota, exilando-se primeiro em Espanha e depois no Brasil, de onde dirigiu uma organização clandestina (MDLP - Movimento Democrático de Libertação de Portugal) que se empenharia na luta contra o regime democrático, luta que durante o período denominado PREC se radicalizou cada vez mais. A derrota das forças esquerdistas no golpe fracassado de 25 de Novembro de 1975 tranquilizou Spínola e os seus apoiantes, levou à desmobilização do MDLP e criou condições políticas para o seu regresso a Portugal, sendo reintegrado nas Forças Armadas e mais tarde promovido ao posto de marechal (1981) durante o mandato de Ramalho Eanes. Apesar da idade avançada, não se desligou inteiramente da vida política, vindo a falecer no Verão de 1996, pouco depois de, publicamente, ter um inesperado gesto de reconciliação com o general Nino Vieira, presidente da República da Guiné-Bissau, seu antigo adversário militar na Guerra Colonial.


António de Spínola. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-04-11]

domingo, 28 de março de 2010

Faz anos hoje - Bernardino Machado

No dia 28 de Março de 1851 nasceu Bernardino Machado.

Da Infopédia:

Político português, Bernardino Luís Machado Guimarães, nasceu a 28 de Março de 1851, no Rio de janeiro, e morreu a 28 de Abril de 1944. Em 1872, aquando da sua maioridade, optou pela nacionalidade portuguesa. Catedrático coimbrão, ainda muito jovem, com apenas 28 anos, iniciou a sua actividade política como monárquico, tendo sido eleito deputado com pouco mais de trinta anos, depois Par do Reino e ministro das Obras Públicas em 1893. Iniciado na Maçonaria ainda na década de 80 do século XIX, introduziu naquela organização a filosofia positivista. Desiludido com a política da Monarquia, aderiu ao Partido Republicano Português, de cujo Directório viria a fazer parte. Notabilizou-se na propaganda a favor da instauração do novo regime, mas a sua conhecida oposição ao emprego da violência armada para o derrube da Monarquia fez com que os seus correligionários o não pusessem ao corrente dos preparativos da insurreição. Contudo, por influência de Afonso Costa, viu-se nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Provisório Republicano. Falhada uma primeira tentativa de alcançar a Presidência da República, viria a ser eleito mais tarde para aquele cargo (1915), depois de um mandato como chefe de Governo (1913). Em 1925 ascenderia novamente à chefia do Estado. A sua política vacilante em dois momentos particularmente graves e significativos (sidonismo e golpe de 28 de Maio de 1926) acarretou-lhe a perda de prestígio, que no entanto recuperou quando, no exílio, se dedicou novamente, com assiduidade e acutilância, à propaganda contra a Ditadura Militar instaurada em Portugal.

Bernardino Machado. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-28]

quarta-feira, 17 de março de 2010

Imagnine(m) - Mário Crespo

Escrevia Mário Crespo em Agosto de 2008, ainda a crise estava no início (não sei onde foi publicado):


Imaginem

( só menos 10% para os tais...!)

Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados.

Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.


Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.


Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.


Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.


Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.


Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.


Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.


Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo. Imaginem que País podíamos ser se o fizéssemos. Imaginem que País seremos se não o fizermos.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Faz anos hoje - José Relvas

No dia 5 de Março de 1858 nasceu José Relvas.

Da Infopédia:

Político e diplomata português, nascido em 1858 e falecido em 1929, de nome completo José Mascarenhas Relvas, que com Magalhães Lima, em 1910, desencadeou uma campanha, abrangendo mesmo a imprensa estrangeira, que preparou a opinião nacional e internacional para o movimento revolucionário que instaurou a República. Em 5 de Outubro, coube-lhe proclamar, da Câmara Municipal de Lisboa, a implantação da Republica. Foi depois membro do Governo por diversas vezes.

José Relvas. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-05]

terça-feira, 2 de março de 2010

Faz anos hoje - Mikhail Gorbachev

No dia 2 de Março de 1931 nasceu Mikhail Gorbachev.

Da Infopédia:

Político soviético, nascido a 2 de Março de 1931, em Privolnoye, Stravopol. Formou-se em Direito na Universidade de Moscovo em 1955. Foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, de 1985 a 1991, e presidente da União Soviética de 1990 a 1991, sucedeu-lhe no poder Boris Ieltsin. Os seus esforços para democratizar o sistema político e descentralizar a economia (a grande revolução a que deu o nome de Perestroika) levaram à queda do comunismo e ao desmembramento da URSS em 1991. Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz em 1990 pela sua preciosa contribuição para o fim da Guerra Fria. Em 1993 fundou "Cruz Verde Internacional", organização não governamental que visa criar condições de equilíbrio entre o Homem e a mãe Natureza.

Mikhail Gorbachev. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-02]

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Faz anos hoje - Abraham Lincoln

Abraham Lincoln nasceu no dia 12 de Fevereiro de 1809.

Da Infopédia:

Décimo sexto presidente dos Estados Unidos da América, nasceu a 12 de Fevereiro de 1809 no Kentucky, América do Norte, no seio de uma humilde família, e morreu assassinado a 14 de Abril de 1865, em Washington. Abraham Lincoln viveu também em Indiana com os seus pais, Thomas e Nancy Hanks Lincoln. Residiu depois em New Salem (Illinois), desta feita sozinho e trabalhando como empregado de balcão a partir de 1831. Ainda nesta localidade ganhou a vida como agente dos Correios, marcando todos os que o conheciam pela honestidade que lhe era intrínseca, e tornou-se deputado estatal (integrado no partido Whig) em 1834 e membro do Senado dez anos depois. Fez também serviço militar, chegando a participar na Black Hawk War no posto de capitão. Foi a partir da sua inserção no meio político que se dedicou ao estudo do Direito e em 1836 começou a exercer advocacia, tendo inclusivamente criado um escritório em Springfield, aquando da sua mudança para esta cidade (onde casou com Mary Todd, de quem teve quatro filhos), e sido associado de um outro, juntamente com William Herndon. A sua habilidade natural neste ramo e a itinerância que então caracterizava os tribunais do estado do Illinois contribuiram para o seu reconhecimento geral, pelo que se tornou membro da Câmara de Representantes em 1846 e do Congresso entre 1847 e 1849. O seu manifesto desacordo com a política do então presidente James Polk (sobretudo a propósito da Guerra do México) e, mais tarde, com a proposta de lei aprovando a escravidão no Nebraska e no Missouri elaborada pelo senador Stephen Douglas, aumentaram a sua notoriedade. Lincoln foi uma das personagens de destaque na formação do Partido Republicano dos Estados Unidos da América (1854), e assim estava aberto o caminho para que fosse apresentado como candidato a presidente dos Estados Unidos em 1860, pela assembleia nacional republicana. Contudo, havia bastantes oponentes ao seu governo, e quando se tornou efectivamente o 16.º presidente, em 1861, os onze estados sulistas que viriam a formar a Confederação dos Estados da América retiraram-se da Federação e declararam guerra, iniciando-se deste modo a guerra civil, conhecida como Guerra da Secessão (12/4/1861 - 1/4/1865). Como é sabido, foi a facção do Norte que saiu vencedora do conflito, Lincoln foi reeleito em 1864 e em 1865 a escravatura foi abolida nos EUA com a introdução das 13.ª e 14.ª emendas, havendo-se já procedido anteriormente à sua eliminação em alguns dos estados a partir do dia 22 de Setembro de 1862 ("Proclamação de Emancipação"). Durante o seu primeiro mandato tornou possível a compra de terrenos governamentais na zona Oeste a um preço muito baixo, através do Homestead Act (1862), criou os bancos nacionais para suportarem um sistema financeiro sólido e propiciou uma renda de apoio às universidades agrícolas da cada estado (ele próprio vinha de uma família de agricultores, estando portanto sensível a este tipo de necessidades). Abraham Lincoln acabou por morrer assassinado no Teatro Ford pelo fundamentalista sulista John Wilkes Booth, no decorrer da peça de teatro "O nosso primo americano" a que o presidente assistia em Washington, treze dias depois da guerra civil ter terminado.

Abraham Lincoln. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-02-12]

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Faz anos hoje - Mário Soares

No dia 7 de Dezembro de 1924 nasceu Mário Soares.

Da Infopédia:

Político português, Mário Alberto Nobre Lopes Soares nasceu em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1924. Oriundo de uma família com tradições políticas republicanas liberais, participou activamente, desde a juventude, em actividades políticas contra o Estado Novo, o que lhe custou a passagem pelas prisões da polícia política e o exílio - primeiro em S. Tomé e depois em França, onde se encontrava aquando o 25 de Abril de 1974. Advogado, defendeu em tribunais plenários numerosos opositores do regime, tendo-se destacado como representante da família Delgado nas investigações sobre as circunstâncias e responsabilidades da morte do "General sem Medo". Oposicionista declarado, apresentou-se como candidato em actos eleitorais consentidos pelo regime, nunca sendo, no entanto, eleito. Dirigente da Acção Socialista Portuguesa, é um dos fundadores do Partido Socialista (1973), de que foi o primeiro secretário-geral. Após o levantamento dos capitães em 1974, regressou prontamente a Portugal e ocupou a pasta dos Negócios Estrangeiros, passando a ser responsável pelo estabelecimento de relações diplomáticas com diversos países do mundo e pelas negociações que levariam à independência das colónias portuguesas. No plano da política interna, destaca-se principalmente pela oposição à influência política e social de comunistas e partidos de extrema-esquerda, combatendo, não só o peso daqueles dentro das instituições militares e no aparelho de Estado, mas também a proposta de unicidade sindical. Foi primeiro-ministro de três governos constitucionais, assumindo o poder sempre em situações de grande gravidade (instabilidade resultante do PREC, crise financeira e outras), governando, ora com o apoio exclusivo do seu partido ora em coligação, consoante a relação de forças estabelecida no Parlamento. Foi o segundo presidente da República eleito democraticamente após o restabelecimento da democracia, cumprindo dois mandatos sucessivos entre 1986 e 1996, durante os quais se empenhou repetidamente, quer na dinamização das relações externas, quer na auscultação das aspirações e reclamações populares, através de "presidências abertas" que o levaram a percorrer praticamente todo o território nacional. Homem controverso, as suas relações com correligionários e com outros políticos destacados (Francisco Sá Carneiro, António Ramalho Eanes, Salgado Zenha, Aníbal Cavaco Silva) foi por vezes tempestuosa ou, pelo menos, difícil; no entanto, conseguiu conservar grande capital de simpatia popular até ao fim do seu segundo mandato. Aquando da sua primeira candidatura presidencial, renunciou à filiação partidária e, contrariamente a algumas expectativas, quando saiu de Belém não regressou às fileiras do partido em cuja fundação teve significativo papel. No seu discurso de despedida ao povo português, deixou claramente expresso o desejo de se afastar definitivamente da política ("política nunca mais") e de se dedicar a outras actividades, particularmente à escrita. Em 1998 recebeu um convite da ONU, para chefiar uma missão de informação à Argélia, reunindo várias personalidades escolhidas por Kofi Annan. O objectivo desta missão foi observar a situação vivida neste país através do contacto com organizações políticas, representantes de jornais e visitas a vários locais. Enquanto Presidente da República reuniu em livros as dez intervenções, onde relata os principais discursos de 1987 até 1986. Para além das obras que publicou antes do 25 de Abril, Mário Soares editou ainda Resposta Socialista para o Mundo em Crise (1983), Persistir (1984), A Árvore e a Floresta (1985). Recentemente lançou o livro Incursões Literárias (2003). Em 1991, ano em que foi reeleito Presidente da República, nasceu a Fundação Mário Soares, da qual se tornou presidente. Esta Fundação tem como objectivos patrocinar projectos de investigação e publicação de estudos bem como a formação cívica e política. Os debates e as conferências de divulgação cultural, em especial dirigidas à juventude e aos trabalhadores imigrantes em Portugal, nomeadamente dos países africanos lusófonos, do Brasil, Macau e Timor-Leste são também o propósito da Fundação. Contrariamente à sua decisão de não voltar à política quando terminou o seu mandato como Presidente da República em 1996, Mário Soares decidiu candidatar-se novamente à presidência da República em 2005, para as eleições a realizar no início do ano seguinte, competindo com Aníbal Cavaco Silva, Manuel Alegre, Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã e Garcia Pereira. O pretexto apresentado para a sua candidatura relacionava-se com a crise que se instalou no país e a sua intenção de poder fazer algo para melhorar a situação. Nas eleições realizadas a 22 de Janeiro não saiu vencedor, tendo perdido para Aníbal Cavaco Silva, que ganhou com a maioria absoluta de 50,59% dos votos. Mário Soares ficou em terceiro lugar na percentagem de votos, com 14,34%, e em segundo lugar ficou Manuel Alegre com 20,72%.

Mário Soares. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-12-07]

domingo, 29 de novembro de 2009

Faz anos hoje - Jacques Chirac

No dia 30 de Novembro de 1932 nasceu Jacques Chirac.

Da Infopédia:

Nasceu em 1932, em Paris. Foi primeiro-ministro de França nos períodos de 1974 a 1976 e 1986 a 1988. É desde 1995 presidente da República. Foi oficial na Argélia em 1956-1957. Foi eleito para a Assembleia Nacional vezes sucessivas a partir de 1967. Depois de desempenhar os cargos de ministro de Agricultura (1972-1974) e do Interior (1974), foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente eleito Giscard d'Estaing em 1974. Viria a renunciar ao cargo devido às suas disputas pessoais e políticas com o presidente. A sua ambição leva-o a transformar o partido gaullista, conhecido como União dos Democratas para a República (UDR) em União para a República (RPR). Sob a sua liderança, este assumir-se-ia como um partido de centro-direita. Em Março de 1977 é eleito Presidente da Câmara Municipal de Paris, o que acontecia pela primeira vez, já que desde 1871 que a cidade se encontrava dividida em vinte concelhos não tutelados por uma autarquia centralizadora. Nas eleições parlamentares de 1986, uma coligação dos partidos da direita venceu as eleições e Chirac foi nomeado primeiro-ministro do presidente socialista François Mitterrand. Desta coabitação resultou que Chirac era o responsável pela política interna (privatizou indústrias e bancos que tinham sido nacionalizados por Mitterrand), enquanto que o presidente tutelava a política externa. Em 1988 foi candidato presidencial pelo RPR e perdeu as eleições para o seu rival Mitterrand. Viria a triunfar, finalmente, nas eleições seguintes, em Maio de 1995, após um conjunto de vitórias importantes do partido, então dirigido por Alain Juppé. Como presidente, chocou a opinião pública mundial ao anunciar a sua decisão de realizar testes nucleares na Polinésia Francesa. Apesar dos apelos vindos das associações ecologistas e das ameaças de embargo ao consumo de produtos franceses, Chirac não desistiu da realização desses testes, recorrendo ao argumento de que eles eram importantes para a segurança do país. Ainda no domínio da política externa, Jacques Chirac tem continuado os erforços dos seus antecessores na construção de uma Europa unida.

Jacques Chirac. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-29]

domingo, 22 de novembro de 2009

Faz anos hoje - Charles de Gaulle

No dia 22 de Novembro de 1890 nasceu Charles de Gaulle.

Da Infopédia:

Militar e estadista francês, Charles André Joseph Marie de Gaulle nasceu a 22 de Novembro de 1890, em Lille, e morreu a 9 de Novembro de 1970, em Colombey-Les-Deux-Églises. Passou a maior parte da sua infância em Paris, onde também estudou. Aos catorze anos de idade decidiu dedicar-se a uma carreira militar, tendo entrado, em 1908, para a Escola Militar de Saint-Cyr. Já como tenente, participou activamente na Primeira Guerra Mundial, lutando contra os alemães. Foi capturado e feito prisioneiro, sendo libertado apenas em Novembro de 1918, por altura do Armistício. Em 1940, depois de a Alemanha invadir a França, de Gaulle partiu para a Grã-Bretanha. Opositor da política colaboracionista de Philippe Pétain com os alemães e do armistício assinado por este, organizou , entre 1940 e 1944, em Londres, a Resistência francesa na luta contra os nazis. Após a vitória dos Aliados, foi chefe do governo provisório de 1944 a 1946. Em 1958, face à crise da Argélia, voltou ao poder; adoptou um sistema presidencial, mudando a Constituição e fundando a V República Francesa, de que foi o primeiro presidente. Maio de 68 surgiu como uma oposição por parte da juventude e das forças sociais face ao conservadorismo do regime. De Gaulle reprimiu violentamente esta manifestação, conseguindo vencer as eleições desse mesmo ano. Renunciou todavia ao cargo em 1969, quando a sua política em relação à regionalização e à reforma do Senado foi derrotada em referendo.

Charles de Gaulle. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-22]

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Faz anos hoje - Álvaro Cunhal (Manuel Tiago)

No dia 13 de Novembro de 1913 nasceu Álvaro Cunhal (Manuel Tiago).

Da Infopédia:

Político português, Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913, em Coimbra, e faleceu a 13 de Junho de 2005. Foi estudante da Faculdade de Direito de Lisboa e, em 1931, filiou-se no Partido Comunista. Em 1935, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista e, um ano depois, passou à clandestinidade. Em 1937, entrou para o Comité Central do partido. Os anos 30 foram ainda marcados pela colaboração em jornais como O Diabo, Seara Nova e Vértice e nas publicações clandestinas Avante e Militante. Após várias prisões temporárias, foi preso em 1949 no Forte de Peniche, de onde conseguiu evadir-se em 1960. No ano seguinte passou a ser secretário-geral do partido, cargo que ocupou até Novembro de 1992, data do último congresso, que elegeu, para o mesmo cargo, Carlos Carvalhas. Regressou a Portugal a 27 de Abril de 1974, sendo ministro sem pasta dos governos provisórios de 1974 e de 1975. Foi eleito deputado várias vezes, mas raramente ocupou o lugar na Assembleia da República. Cunhal distinguiu-se também como escritor. Escreveu vários livros de índole política, como Rumo à Vitória (1964), O Radicalismo Pequeno-Burguês de Fachada Socialista (1970), Contribuição para o Estudo da Questão Agrária (1976), A Revolução Portuguesa (1976) e Passado e Futuro (1976), Do 25 de Novembro às Eleições para a Assembleia da República, As Eleições para a Assembleia da República, O Partido com Paredes de Vidro e ainda Falência da Política de Direita do PS 1983-1985 I , Falência da Política de Direita do PS 1983-1985 II. No campo do romance, entre outros livros, publicou, sob o pseudónimo de Manuel Tiago, Até Amanhã, Camaradas (1975), Cinco Dias, Cinco Noites (1975), A casa de Eulália (1997) e o livro de contos Fronteiras (1998). Ambos os primeiros romances têm por referente os tempos em que o PCP se movia na clandestinidade, durante o regime corporativista deposto no 25 de Abril. A primeira versão do ensaio As Lutas de Classes em Portugal nos Fins da Idade Média foi publicada pela primeira vez em Portugal em 1975. A Arte, o Artista e a Sociedade (1996) revelam a admiração de Álvaro Cunhal pela mulher e a conotação do nu feminino como expressão de liberdade. Em 2002, foi publicada a tradução que Cunhal fez da obra O Rei Lear de William Shakespeare. Também se distinguiu como artista plástico. Os seus Desenhos de Prisão (1974 e 1989) realizados quando cumpriu pena por "actividades subversivas pró-comunistas", dão uma carga estética à visão política do seu autor. Em 1997 foi publicada a tese que Cunhal apresentou em 1940 para exame no 5.º Ano Jurídico da Faculdade de Direito de Lisboa intitulada O Aborto - Causas e Soluções. Em 2001 foi publicada uma biografia sobre a vida política de Álvaro Cunhal, em dois volumes, da autoria de José Pacheco Pereira e intitulada Álvaro Cunhal - Uma Biografia Política. Três anos mais tarde, foi publicada a obra de Maria João Avilez Conversas com Álvaro Cunhal e Outras Lembranças que, segundo a autora, revela a grande personalidade que foi Álvaro Cunhal. Também em 2004, com 90 anos, o líder histórico do PCP viu-se impedido de participar nas eleições para o Parlamento Europeu devido ao seu estado de saúde.
Álvaro Cunhal. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-10]


Manuel Tiago

Homem político, ficcionista, ensaísta e desenhador, filho do escritor Avelino Cunhal (v. Pedro Serôdio), licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa. Envolveu-se desde a juventude na acção política, constituindo os seus discursos, intervenções e ensaios políticos documentos fundamentais quer da história do Partido Comunista Português, quer da História Portuguesa Contemporânea. Filiado no PCP desde 1931, integrou, em 1935, o Comité Central do Partido Comunista, tendo, nessa qualidade, efectuado diversas deslocações ao estrangeiro para participar em congressos. Nesse mesmo ano, entrou para a clandestinidade tendo, pela sua actividade de resistência ao regime salazarista, conhecido diversas vezes a situação de preso político, numa experiência de tortura e isolamento, evocada, em 1994, no romance A Estrela de Seis Pontas. Nomeado secretário-geral do PCP, em 1961, viveu desde essa data no estrangeiro, regressando a Portugal, em 1974, e tomando posse como ministro sem pasta dos I, II, III e IV governos provisórios. Foi eleito deputado à Assembleia da República em todas as eleições legislativas e integrou o Conselho de Estado entre 1982 e 1992, data a partir da qual abandonou a vida política activa, dedicando-se à vida literária e à reflexão estética. No domínio da história literária, Álvaro Cunhal distinguiu-se pela sua intervenção teórica na defesa do neo-realismo, entrando, nas páginas de publicações como O Diabo, Sol Nascente, Seara Nova, Vértice, em conflito aberto com os intelectuais presencistas e alicerçando uma concepção marxista do fenómeno literário, pela qual proclama que "todas as actividades humanas intervêm de uma forma operante na determinação do destino do mundo" (cf. Seara Nova, n.° 615, 1939, pp. 285-286). Com o pseudónimo de Manuel Tiago, assinou vários romances, mantendo em incógnita, até aos anos 90, a sua identidade como romancista, enigma adensado pela "Nota sobre o autor" que precede Até Amanhã, Camaradas, original atribuído a um "homem sem nome, tal como as personagens do seu romance". Trazidas à luz após o 25 de Abril, mas situadas no contexto histórico e político do regime salazarista, esse conjunto de narrativas, fiel à estética neo-realista, evoca experiências de clandestinidade, de actividade revolucionária, de prisão política e de fuga à máquina de repressão fascista. Bibliografia: Até Amanhã Camaradas, Lisboa, 1974; Cinco Dias Cinco Noites, Lisboa, 1975; A Estrela de Seis Pontas, romance, Lisboa, 1994; A Casa de Eulália, Lisboa, 1997; A Luta Popular de Massas, Motor da Revolução, Lisboa, 1965; O Internacionalismo Proletário, Lisboa, 1975; Discursos Políticos, Lisboa, 1978; A Revolução Portuguesa: Passado e Futuro, Lisboa, 1976; Uma Política ao Serviço do Povo, Lisboa, 1977; Em Defesa das Conquistas da Revolução, Lisboa, 1978; A Acção Revolucionária, Capitulação e Aventura, Lisboa, 1994; A Arte, o Artista e a Sociedade, Lisboa, 1996; Álvaro Cunhal: Desenhos da Prisão, Lisboa, 1989

Manuel Tiago. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-10]

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Faz anos hoje - Queda do Muro de Berlim

Embora hoje em dia os muros continuem a existir (em Israel, no Chipre e entre as duas Coreias), o Muro de Berlim, talvez o mais emblemático de todos os muros, caiu há vinte anos.

Da Wikipédia:

O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) foi uma barreira física, construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar.

A distinta e muito mais longa fronteira interna alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste.

Antes da construção do Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as restrições de emigração do Leste e fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao longo da fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos os movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental por mais de um quarto de século.[1]

Durante uma onda revolucionária que varreu o Bloco de Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs, mais tarde, equipamentos industriais foram usado para remover quase todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim, abriu o caminho para a reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.

Alemanha pós-guerra

Após o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, o que restou da Alemanha nazista à oeste da linha Oder-Neisse foi dividido em quatro zonas de ocupação (por Acordo de Potsdam), cada um controlado por uma das quatro potências aliadas: os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a União Soviética. A capital, Berlim, enquanto a sede do Conselho de Controle Aliado, foi igualmente dividida em quatro setores, apesar da cidade estar situada bem no interior da zona soviética.[2] Em dois anos, ocorreram divisões entre os soviéticos e as outras potências de ocupação, incluindo a recusa dos soviéticos aos planos de reconstrução para uma Alemanha pós-guerra auto-suficiente e de uma contabilidade detalhada das instalações industriais e infra-estrutura já removidas pelos soviéticos.[3] Reino Unido, França, Estados Unidos e os países do Benelux se reuniram para mais tarde transformar as zonas não-soviéticas do país em zonas de reconstrução e aprovar a ampliação do Plano Marshall para a reconstrução da Europa para a Alemanha.[4][5]

O Bloco de Leste e o Bloqueio de Berlim

Após a Segunda Guerra Mundial, o líder soviético Joseph Stalin construiu um cinturão protetor da União Soviética] em nações controladas em sua fronteira ocidental, o Bloco do Leste, que então incluía Polônia, Hungria e Tchecoslováquia, que ele pretendia manter a par de um enfraquecido controle soviético na Alemanha.[6] Já em 1945, Stalin revelou aos líderes alemãos comunistas que esperava enfraquecer lentamente a posição Britânica em sua zona de ocupação, que os Estados Unidos iriam retirar sua ocupação dentro de um ano ou dois e que, em seguida, nada ficaria no caminho de uma Alemanha unificada sob controle comunista dentro da órbita soviética.[7] A grande tarefa do Partido Comunista no poder na zona Soviética alemã foi abafar as ordens soviéticas através do aparelho administrativo e fingir para as outras zonas de ocupação que se tratavam de iniciativas próprias.[8] Nesse período, a propriedade e a indústria foram nacionalizadas na zona de ocupação Soviética.[9]

Em 1948, após desentendimentos sobre a reconstrução e uma nova moeda alemã, Stálin instituiu o Bloqueio de Berlim, impedindo que alimentos, materiais e suprimentos pudessem chegar a Berlim Ocidental.[10] Os Estados Unidos, Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e vários outros países começaram uma enorme "ponte aérea de Berlim", fornecendo alimentos e outros suprimentos à Berlim Ocidental.[11] Os soviéticos montaram uma campanha de relações públicas contra a mudança da política Ocidental e comunistas tentaram perturbar as eleições de 1948,[12] enquanto 300 mil berlinenses pediam para que o transporte aéreo internacional continuasse.[13] Em maio de 1949, Stalin acabou com o bloqueio, permitindo a retomada dos embarques de Ocidente para Berlim.[14][15]

A República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) foi declarada em 7 de outubro de 1949, onde o Ministério de Negócios Estrangeiros Soviético concedeu autoridade administrativa a Alemanha Oriental, mas não sua autonomia, onde os soviéticos possuiam ilimitada penetração no regime de ocupação e nas estruturas de administração e de polícia militar e secreta.[16][17] A Alemanha Oriental diferia da Alemanha Ocidental (República Federal da Alemanha), que se desenvolveu com um país Ocidental capitalista com uma economia social de mercado ("Soziale Marktwirtschaft" em alemão) e um governo de democracia parlamentar. O crescimento econômico contínuo a partir de 1950 da Alemanha Ocidental alimentou um "milagre econômico" de 20 anos ("Wirtschaftswunder"). Enquanto a economia da Alemanha Ocidental cresceu e seu padrão de vida melhorou continuamente, muitos alemães orientais tentavam ir para a Alemanha Ocidental.

Emigração para o ocidente no início dos anos 1950

Depois da ocupação soviética da Europa Oriental no final da Segunda Guerra Mundial, a maioria das pessoas que viviam nas áreas recém-adquiridas do Bloco Oriental aspiravam à independência e queriam que os soviéticos saíssem.[18] Aproveitando-se da zonal fronteira entre as zonas ocupadas na Alemanha, o número de cidadãos da RDA que se deslocam para a Alemanha Ocidental totalizou 197.000 em 1950, 165.000 em 1951, 182.000 em 1952 e 331.000 em 1953.[19][20] Uma das razões para o aumento acentuado em 1953 foi o medo de Sovietização mais intensa com a ações cada vez mais paranóicas de Joseph Stalin em 1952 e no início de 1953.[21] 226.000 pessoas fugiram apenas nos primeiros seis meses de 1953.[22]

Construção do muro

Os planos da construção do muro eram um segredo do governo da RDA. Poucas semanas antes da construção, Walter Ulbricht, líder da RDA na época, respondeu assim à pergunta de uma jornalista da Alemanha Ocidental

Assim, Walter Ulbricht foi o primeiro político a referir-se a um muro, dois meses antes da sua construção.

Os governos ocidentais tinham recebido informações sobre planos drásticos, parcialmente por pessoas de conexão, parcialmente pelos serviços secretos. Sabia-se que Walter Ulbricht havia pedido a Nikita Khrushchov, numa conferência dos Estados do Pacto de Varsóvia, a permissão de bloquear as fronteiras a Berlim Ocidental, incluindo a interrupção de todas as linhas de transporte público.

Depois desta conferência, anunciou-se que os membros do Pacto de Varsóvia intentassem inibir os actos de perturbação na fronteira de Berlim Ocidental, e que propusessem implementar um guarda e controle efectivo. Dia 11 de Agosto, a Volkskammer confirmou os resultados desta conferência, autorizando o conselho dos ministros a tomar as medidas necessárias. O conselho dos ministros decidiu dia 12 de Agosto usar as forças armadas para ocupar a fronteira e instalar gradeamentos fronteiriços.

Na madrugada do dia 13 de Agosto de 1961, as forças armadas bloquearam as conexões de trânsito a Berlim Ocidental. Eram apoiadas por forças soviéticas, preparadas à luta, nos pontos fronteiriços para os sectores ocidentais. Todas as conexões de trânsito ficaram interrompidas no processo (mas, poucos meses depois, linhas metropolitanas passavam pelos túneis orientais, mas não servindo mais as estações fantasma situadas no oriente).


Ainda no mesmo dia, o chanceler da Alemanha ocidental, Konrad Adenauer, dirigiu-se à população pelo rádio, pedindo calma e anunciando reações ainda não definidas a serem implementadas junto com os aliados. Adenauer tinha visitado Berlim havia apenas duas semanas. O Prefeito de Berlim, Willy Brandt, protestou energicamente contra a construção do muro e a divisão da cidade, mas sem sucesso. No dia 16 de Agosto de 1961 houve uma grande manifestação com 300 000 participantes em frente do Schöneberger Rathaus, em Berlim Ocidental, para protestar contra o muro. Brandt participou nessa manifestação. Ainda em 1961, fundou-se em Salzgitter a Zentrale Erfassungsstelle der Landesjustizverwaltungen a fim de documentar violações dos direitos humanos no território da Alemanha Oriental.

As reações dos Aliados ocidentais vieram com grande demora. Vinte horas depois do começo da construção do muro apareceram as primeiras patrulhas ocidentais na fronteira. Demorou 40 horas para reservar todos os direitos em Berlim ocidental em frente do comandante soviético de Berlim Oriental. Demorou até 72 horas para o protesto ser oficial em Moscou. Por causa desses atrasos sempre circulavam rumores que a União Soviética havia declarado aos aliados ocidentais de não afectar seus direitos em Berlim ocidental. Seguindo as experiências no Bloqueio de Berlim, os Aliados sempre consideravam Berlim ocidental em perigo, e a construção do muro manifestou esta situação.

Reações internacionais, 1961:

  • A solução não é muito linda, mas mil vezes melhor do que uma guerra. John F. Kennedy, presidente dos EUA.
  • Os alemães orientais param o fluxo de refugiados e desculpam-se com uma cortina de ferro ainda mais densa. Isto não é ilegal. Harold Macmillan, primeiro-ministro britânico.

Contudo, o presidente norte-americano John F. Kennedy apoiou a ideia da cidade libre de Berlim. Mandou forças armadas suplementares e reactivou o general Lucius D. Clay. Dia 19 de Agosto 1961 chegaram em Berlim Clay e o vice-presidente dos EUA, Lyndon B. Johnson. Protestaram fortemente contra o chefe de estado da RDA, Walter Ulbricht, que havia declarado que as polícias popular e fronteiriça da RDA tivessem autoridade de controle sobre policias, oficiais e empregados dos aliados ocidentais. Finalmente até o comandante soviético na RDA mediou pedindo moderação do lado do governo alemão oriental.

Dia 27 de Outubro de 1961 houve uma confrontação perigosa entre tanques dos EUA e soviéticos ao lado do Checkpoint Charlie na rua Friedrich. Dez tanques norte americanos enfrentaram dez tanques soviéticos, mas todos se retiraram no dia seguinte. As duas forças não queriam deixar explodir a guerra fria, com o risco de uma guerra nuclear.


Estrutura e áreas adjacentes

Havia oito passagens de fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental, o que permitia o trânsito de berlinenses ocidentais, alemães ocidentais, estrangeiros ocidentais e funcionários dos Aliados na Berlim Oriental, bem como as visitas de cidadãos da República Democrática Alemã e cidadãos de outros países socialistas na Berlim Ocidental, desde que possuíssem as permissões necessárias. Essas passagens eram restritas às nacionalidades que possuíam autorização para usá-las (alemães do leste, os alemães oeste, berlinenses ocidentais, outros países). A mais famosa foi o ponto de verificação de pedestres na esquina da Friedrichstraße e Zimmerstraße, também conhecida como Checkpoint Charlie, que era limitada aos funcionários dos países Aliados e estrangeiros.

Quatro rodovias ligavam Berlim Ocidental à Alemanha Ocidental, sendo a mais famosa a rodovia Helmstedt, que entrava em território da Alemanha Oriental, entre as cidades de Helmstedt e Marienborn (Checkpoint Alpha), e que entrou em Berlim Ocidental Dreilinden (Checkpoint Bravo) no sudoeste de Berlim. O acesso a Berlim Ocidental também era possível pelo transporte ferroviário (quatro linhas) e de barco através dos canais e rios.

Tentativas de fuga

Nos 28 anos da existência do Muro morreram muitas pessoas. Não existem números exatos e há indicações muito contraditórias, porque a RDA sistematicamente impedia todas as informações sobre incidentes fronteiriços. No dia 17 de Agosto de 1962, Peter Fechter desangrou no chamado corredor da morte, à vista de jornalistas ocidentais, sendo a primeira vitima. A segunda vítima foi Günter Litfin que foi baleado pela polícia dia 24 de Agosto de 1961 ao tentar escapar perto da estação Friedrichstraße. Em1966, foram mortas duas crianças de 10 e 13 anos. O último incidente fatal ocorreu no dia 8 de março de 1989, oito meses antes da queda, quando Winfried Freudenberg, de 32 anos, morreu na queda de seu balão de gás de fabricação caseira no bairro de Zehlendorf, quando tentava transpor o muro.

Estima-se que na RDA 75 000 pessoas foram acusadas de serem desertores da república. Desertar da república era um crime que, segundo o artigo §213 do código penal da RDA, era punido com até 2 anos de prisão. Pessoas armadas, membros das forças armadas ou pessoas que carregavam segredos nacionais eram mais severamente punidas, se considerado culpado de escape da república, por pelo menos 5 anos de prisão.

Também houve guardas fronteiriços que morreram por causa de incidentes violentos no muro. A vítima mais conhecida era Reinhold Huhn, que foi assassinado por um Fluchthelfer (pessoas que ajudavam cidadãos do Leste a passar a fronteira, ilegalmente). Estes tipos de incidentes eram utilizados pela RDA para a sua propaganda, e para posteriormente justificar a construção do muro de Berlim.

Processos pelas mortes do muro

Os processos judiciais do Schießbefehl, a respeito de se atirar em todas as pessoas que tentaram cruzar o Muro entre 1961 e 1989, demoraram até o outono de 2004. Entre os responsáveis acusados, estavam o presidente do Conselho de Estado, Erich Honecker, o sucessor dele, Egon Krenz e os membros do Conselho Nacional de Defesa Erich Mielke, Willi Stoph, Heinz Keßler, Fritz Streletz e Hans Albrecht e ainda o presidente regional do partido SED em Suhl. Além disso, foram acusados alguns generais, como o chefe das forças fronteiriças, Klaus-Dieter Baumgarten e vários soldados que eram parte do Exército Popular Nacional (NVA) ou das forças fronteiriças da RDA.

Como resultado dos processos, 11 dos acusados foram condenados à prisão, 44 foram condenados a uma pena, que foi suspensa condicionalmente, 35 acusados foram absolvidos. Entre estes, Albrecht, Streletz e Keßler foram condenados a vários anos de prisão. O último processo acabou dia 9 de Novembro de 2004, exatamente 15 anos depois da derrubada do Muro, com uma sentença condenatória.

"Mr. Gorbachev, tear down this wall!"

Em um discurso no Portão de Brandemburgo em comemoração ao 750º aniversário de Berlim[23] em 12 de junho de 1987, Ronald Reagan desafiou Mikhail Gorbachev, então Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética, para derrubar o muro como um símbolo de crescente liberdade no Bloco de Leste:

Damos as boas-vindas à mudança e à abertura, pois acreditamos que a liberdade e segurança caminham juntos, que o progresso da liberdade humana só pode reforçar a causa da paz no mundo. Há um sinal de que os soviéticos podem fazer que seria inconfundível, que faria avançar dramaticamente a causa da liberdade e da paz. Secretário Geral Gorbachev, se você procura a paz, se você procura prosperidade para a União Soviética e a Europa Oriental, se você procurar a liberalização, venha aqui para este portão. Sr. Gorbachev, abra o portão. Sr. Gorbachev, derrube esse muro![24]

Queda do Muro

O Muro de Berlim começou a ser derrubado na noite de 9 de Novembro de 1989 depois de 28 anos de existência. O evento é conhecido como a queda do muro. Antes da sua queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, se pedia a liberdade de viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta entre a Hungria e a Áustria, perto do lago de Neusiedl.

O impulso decisivo para a queda do muro foi um mal-entendido entre o governo da RDA. Na tarde do dia 9 de Novembro houve uma conferência de imprensa, transmitida ao vivo na televisão alemã-oriental. Günter Schabowski, membro do Politburo do SED, anunciou uma decisão do conselho dos ministros de abolir imediatamente e completamente as restrições de viagens ao Oeste. Esta decisão deveria ser publicada só no dia seguinte, para anteriormente informar todas as agências governamentais.

Pouco depois deste anúncio houve notícias sobre a abertura do Muro na rádio e televisão ocidental. Milhares de pessoas marcharam aos postos fronteiriços e pediram a abertura da fronteira. Nesta altura, nem as unidades militares, nem as unidades de controle de passaportes haviam sido instruídas. Por causa da força da multidão, e porque os guardas da fronteira não sabiam o que fazer, a fronteira abriu-se no posto de Bornholmer Strabe, às 23 h, mais tarde em outras partes do centro de Berlim, e na fronteira ocidental. Muitas pessoas viram a abertura da fronteira na televisão e pouco depois marcharam à fronteira. Como muitas pessoas já dormiam quando a fronteira se abriu, na manhã do dia 10 de Novembro havia grandes multidões de pessoas querendo passar pela fronteira.

Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental. Muitas boates perto do Muro espontaneamente serviram cerveja gratuita, houve uma grande celebração na Rua Kurfürstendamm, e pessoas que nunca se tinham visto antes cumprimentavam-se. Cidadãos de Berlim Ocidental subiram o muro e passaram para as Portas de Brandenburgo, que até então não eram acessíveis aos ocidentais. O Bundestag interrompeu as discussões sobre o orçamento, e os deputados espontaneamente cantaram o hino nacional da Alemanha.