sábado, 25 de outubro de 2008

Notícia em destaque - Madeira - Aviões e barcos sujeitos a medidas de desinsectização

Agora sim. A Madeira passou a ser uma ilha tropical.

Acho que não vai ser nada agradável sermos desinfectados no avião. Só passei por isso uma vez, no Brasil. Não causa qualquer impacto físico, como é lógico, mas psicologicamente dá que pensar.

Lê-se no Diário de Notícias da Madeira de hoje:
A Direcção-geral de Saúde (DGS) já determinou que aviões e barcos sejam submetidos à acções de desinsectização para evitar que o mosquito 'Aedes aegypti', actualmente circunscrito à Madeira, chegue a outras regiões do país. Além disso, e depois das autoridades regionais se terem mostrado preocupadas com a possibilidade de chegar à ilha alguém infectado com o Dengue, a DGS também recomenda que barcos e aviões provenientes de locais onde a doença é endémica, devem ter especial cuidado.

O despacho datado de ontem foi já enviado ao Presidente do Instituto Nacional de Aviação Civil e ao Presidente do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos e tem em vista reduzir a probabilidade de importação do 'Aedes'. As medidas entram em vigor já no próximo dia 1 de Novembro.

Ao DIÁRIO, Francisco George, director-geral, explicou que as medidas resultaram de uma análise conjunta entre a DGS e as autoridades de saúde da Região. A decisão foi também apoiada por especialistas, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

"É preciso ter em conta que são medidas de prevenção", sublinha. "Não estamos a controlar nenhum problema, mas sim a prevenir que venham a acontecer problemas". Neste sentido, as recomendações referem-se à "pulverização nos barcos e aviões". Francisco George admitiu também que ainda está a ser estudado qual o produto que será recomendado para as desinsectizações.

No que respeite aos navios, diz ainda o director-geral da Saúde, há que ter em conta que muitas vezes os pneus destinados a reciclagem transportam colecções de água onde também podem existir ovos do mosquitos. "Então o que há a fazer é evitar o transporte de pneus ou de mercadorias que possam ter água e assim evitar que os mosquitos aproveitem as colecções de água para depositar ovos", acrescenta.

Além de tentar reduzir a probabilidade do 'Aedes aegypti' surgir noutras regiões do país, as autoridades também querem "intensificar a luta anti-mosquito na origem". Neste sentido, Francisco George apela para que os residentes em locais onde o mosquito já ocorre colaborem com as autoridades, "na medida em que podem evitar a existência de criadouros de mosquitos".

A DGS acredita que estas medidas "vêm muito a tempo", porque ainda não há casos de Dengue na Região (no continente só casos importados) nem de 'Aedes aegypti' no território continental.

O que diz o despacho da Direcção-geral de Saúde?

Considerando que a intensificação da luta antivectorial na origem não dispensa a adopção de medidas complementares que visem reduzir a probabilidade de importação daqueles vectores para outras regiões do País (...) Determino, nos termos previstos na Base XIX da Lei 48/90 de 24 de Agosto, conjugada com o disposto na al. e) do n.º2 do art. 5º do Decreto-Lei n.º 336/93, de 29 de Setembro que:
Os navios e aeronaves provenientes de regiões endémicas com destino ao território português devem proceder à sistemática verificação das condições higio-sanitárias a fim de serem eliminadas eventuais condições favorecedoras da viabilização de criadouros de mosquitos;
Se proceda à desinsectização de todo o tipo de cargas, especialmente em navios, que possam ser criadouros de mosquitos;
No território português, os navios e aeronaves sejam sujeitos a medidas de desinsectização apropriadas.


In Diário de Notícias da Madeira

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