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terça-feira, 22 de junho de 2010

Faz anos hoje - Hermeto Pascoal

No dia 22 de Julho de 1935 nasceu Hermeto Pascoal.

Da Infopédia:

Compositor e instrumentista brasileiro, Hermeto Pascoal nasceu no dia 22 de Junho de 1936, em Arapiraca, Alagoas, no Brasil. Nascido no seio de uma família de roceiros, o jovem Hermeto escapou ao trabalho duro da roça por ser albino e, em virtude disso, não poder ficar exposto à luz solar. Ainda em criança, na escola, era comum os professores atribuírem-lhe trabalhos que envolviam a construção de instrumentos a partir de latas. O gosto pela música foi crescendo no pequeno Hermeto e, na companhia do irmão mais velho, José Neto, toca com instrumentos rudimentares nos populares bailes "pé-de-pau", realizados ao ar livre e muito comuns na época. Em 1950, a família mudou-se para o Recife. É lá que Hermeto e o irmão José Neto começam a tocar acordeão nas rádios Tamandaré e Jornal do Comércio. O seu primeiro instrumento a sério, uma sanfona, foi conseguido nesta fase. Um ano depois da chegada ao Recife, Hermeto já se entretinha a experimentar novos sons e à exploração autodidacta do acordeão que, aos poucos, se tornara um dos seus instrumentos de eleição. Em 1958, a convite da rádio Tabajara, muda-se para Paraíba e integra a Orquestra do Maestro Gomes. Ainda nesse ano, parte para o Rio de Janeiro, para tocar na rádio Mauá. É na metrópole carioca que descobre a afeição pelo piano, primeiro na rádio, depois actuando em pequenos clubes do Rio. Afirmando-se gradualmente como pianista, muda-se para São Paulo e torna-se o pianista residente da Boate Chicote, em 1961. Depois de trabalhar noutros clubes integra, no ano seguinte, já em São Paulo, o colectivo Som Quatro. Fundaria o Sambrasa Trio em 1964, com Claiber no baixo e Airto Moreira na bateria. Nesse período, desenvolve o interesse pela flauta, aprendendo a dominar o instrumento em menos de um mês e sendo convidado pelo cantor Walter Santos para colaborar, como flautista, nas gravações do LP Caminho, lançado em 1965. Em 1966, junta-se ao Trio Novo, convertido em quarteto, com Théo de Barros, Airto Moreira e Heraldo. O agrupamento tornar-se-ia um marco da música instrumental brasileira, lançando o primeiro álbum em 1967, uma curiosa mistura dos ritmos nordestinos com as harmonias sofisticadas do jazz. É nesse álbum que se guarda a primeira canção escrita por Hermeto alguma vez gravada ("O Ovo"). Depois de três anos com o Quarteto, o grupo separa-se e Hermeto Pascoal passa a tocar com Edu Lobo. Airto Moreira emigrara para os EUA, integrando a banda de suporte de Miles Davis. Hermeto seguir-lhe-ia as pisadas, privando com Davis e com ele gravando um disco. Miles Davis dar-lhe-ia a alcunha de "Albino Crazy". O disco, Miles Davis Live, incluía duas músicas escritas por Hermeto: "Igrejinha" e "Nenhum Talvez". Pela mão do mítico trompetista, Hermeto Pascoal era apresentado ao mundo. O reconhecimento internacional da sua obra aconteceria um pouco mais tarde, em 1971, com o trecho "Gaio de Roseira", parte de um álbum de Airto Moreira, a ser considerada uma das melhores composições do ano pela crítica especializada. É também nesse ano que grava o primeiro registo a solo do seu percurso, fazendo uso de instrumentos raros e da experimentação melódica. Contudo, o primeiro trabalho a ser editado no mercado brasileiro chegaria às lojas apenas em 1973. A Música Livre de Hermeto Pascoal incluía composições de gente célebre no Brasil, casos de Pixinguinha ou Luiz Gonzaga, e o já clássico "Gaio de Roseira". Em 1977, com um estatuto firme no seio da música instrumental brasileira, edita uma das suas obras-primas, o famoso Slaves Mass, muito elogiado pela crítica americana. Em consequência do crescimento da sua fama no exterior, a década de 80 é marcada por uma intensa actividade de estúdio e diversas digressões fora do Brasil, com participações nos importantes festivais de Montreux e de Berlim, entre muitos outros. É também durante a década que funda o projecto Hermeto Pascoal & Grupo, colectivo que se manteria junto durante mais de uma década. A década de noventa marcaria o distanciamento de Hermeto Pascoal em relação às grandes editoras. Festa dos Deuses, lançado em 1992 pela Polygram, não teve uma distribuição satisfatória, na opinião do artista, e levaria ao rompimento do compromisso contratual. Estes problemas levariam a um hiato de sete anos sem gravações de estúdio mas em que Hermeto nunca deixou de compor. É nesta época que escreve o ciclo Calendário do Som, ambiciosa obra com um chorinho para cada dia do ano. Apenas em 1999, Hermeto voltou ao mercado discográfico, tocando todos os instrumentos, os convencionais e os inventados por ele, no disco Eu e Eles. A arte de multi-instrumentista valer-lhe-ia outra alcunha: o bruxo dos sons. Discografia 1971, Hermeto 1973, A Música Livre de Hermeto Pascoal 1976, Slaves Mass 1977, Missa dos Escravos 1979, Zabumbê-bum-á 1979, Ao Vivo no Montreux Jazz Festival 1980, Cérebro Magnético 1982, Hermeto Pascoal & Grupo 1984, Lagoa da Canoa, Município de Arapiraca 1985, Brasil Universo 1987, Só Não Toca Quem Não Quer 1988, Piano Acústico 1992, Festa dos Deuses 1999, Eu e Eles 2002, Mundo Verde Esperança 2006, Chimarrão com Rapadura

Hermeto Pascoal. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-06-22]

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Faz anos hoje - Caetano Veloso

No dia 7 de Agosto de 1942 nasceu Caetano Veloso.

Da Infopédia:

Poeta, compositor e cantor brasileiro, irmão de Maria Bethânia, Caetano Emanuel Teles Viana Veloso nasceu em 1942, no estado da Baía. Desde pequeno, Caetano revelou pendores artísticos, demonstrando gosto por música, desenho e pintura. Na rádio, ouve os cantores da música brasileira em voga, como Luiz Gonzaga; na cidade, os sambas de roda e os pontos de macumba. Em 1952, faz uma gravação única, para desfrute familiar, cantando "Feitiço da Vila" (de Vadico e Noel Rosa) e "Mãezinha querida" (de Getúlio Macedo e Lourival Faissal), hit de Carlos Galhardo. Ao piano, quem o acompanha é a irmã Nicinha. Quatro anos mais tarde, fica uns tempos no Rio de Janeiro, onde frequenta o auditório da Rádio Nacional, palco de apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros de então. Em 1960, muda-se com a família para Salvador, onde prossegue os seus estudos. A partir daí, intensifica-se o seu interesse por música - graças à bossa nova, particularmente ao cantor e violonista baiano João Gilberto; por cinema - graças ao Cinema Novo, particularmente ao director Glauber Rocha, também baiano; e por teatro. Na universidade local, a programação de eventos proporcionou-lhe um ambiente modernizador e vanguardista. Enquanto absorvia essa atmosfera, Caetano escreveu críticas de cinema para o Diário de Notícias, cuja secção cultural é dirigida por Glauber Rocha. Ele aprende a tocar viola e canta com a irmã Maria Bethânia nos bares de Salvador. Na TV, aprecia quando, às vezes, aparece um cantor novo, chamado Gilberto Gil. É numa dessas aparições que a sua mãe, a senhora Canô, o chama: "Caetano, vem ver o preto que você gosta". Em 1963, Caetano Veloso entra na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia. Finalmente conhece Gilberto Gil, a quem é apresentado pelo produtor Roberto Santana, Gal Costa (ainda Maria da Graça, na época) e Tom Zé. O primeiro trabalho musical surge no seguimento desses contactos. Ainda neste ano, Caetano compôs a banda sonora da peça "O boca de ouro", de Nelson Rodrigues, do director baiano Álvaro Guimarães, que o convida também para compor a banda de "A excepção e a regra", de Bertolt Brecht. Estes trabalhos foram as primeiras expressões artísticas do cantor e tiveram um papel decisivo na sua decisão de se tornar cantor-compositor. No ano seguinte, em Junho, no programa televisivo "Nós, por exemplo", com Caetano, Gil, Bethânia, Gal e Tom Zé, entre outros, o cantor integra os eventos de inauguração do Teatro Vila Velha. Uma agradável mistura de canções e textos, o programa "Nós, por exemplo" acabará por influenciar a concepção de espetáculos semelhantes que virão a ser feitos no Rio de Janeiro e em São Paulo pouco depois. O ano de 1965 estabelece um marco de particular importância para Caetano: em Salvador, conhece João Gilberto - para ele um dos artistas mais importantes do Brasil e uma das principais referências do seu trajecto artístico. Abandona a faculdade e acompanha sua irmã Bethânia, chamada ao Rio para substituir Nara Leão no espectáculo "Opinião". Gil, Gal e Tom Zé também se transferem para o Sul do Brasil. Em Maio, Caetano grava o seu primeiro single, com dois temas, "Cavaleiro" e "Samba em paz", ambos de sua autoria, pela RCA. A sua irmã, Maria Bethânia, lança "É de manhã", um original de Caetano. Ainda nesse ano, a colaboração de Caetano com Gil, Gal, Bethânia e Tom Zé continuou no espetáculo "Arena canta Bahia". Em 1966, concorre, como compositor, ao Festival Nacional da Música Popular, em São Paulo, com o tema "Boa palavra", interpretado por Maria Odette. A canção consegue o quinto lugar. Ainda neste ano, recebe o prêmio de melhor letra no 2.º Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção original "Um dia". Em Julho de 1967, assina com a Philips e lança o LP de estreia, Domingo, dividido com Gal Costa; do repertório, constam "Coração vagabundo" e "Avarandado", entre outras. O disco mostra uma filiação do artista ao estilo da bossa-nova; no texto na contracapa, um aviso: "Minha inspiração agora está tendendo para caminhos muito diferentes dos que segui até aqui". O movimento tropicalismo estava já em marcha, revolucionando as estéticas artísticas e culturais da sociedade brasileira. No ano seguinte, edita o seu primeiro LP individual, de título homónimo. Deste disco destacam-se alguns grandes sucessos como "Alegria, alegria", "Tropicália", "Soy loco por ti, América" (de Gil e Capinan), "No dia que eu vim-me embora" e "Superbacana". A carreira de Caetano estava definitivamente lançada no trilho do sucesso. Todavia, ainda neste ano, em plena ditadura no Brasil, Caetano é preso, na companhia de Gilberto Gil, por alegado desrespeito ao hino e à bandeira brasileira. Ambos são libertados poucos meses depois. A carreira de Caetano é prosseguida com variadas gravações e participações especiais das quais se destacam Caetano Veloso (1969), Araçá Azul (1973), Muitos Carnavais (1977), Bethânia e Caetano (1978), Outras Palavras (1981), Totalmente Demais (1986), Caetanando (1987),Livro (1997). Publicou os livros Alegria, Alegria (1977) e Verdade Tropical (1997), narrando neste último alguns acontecimentos da sua vida. Contracenou em vários filmes e realizou, em 1986, O Cinema Falado. É considerado um autor original e decisivo na moderna evolução da música brasileira, principalmente ao nível da criação literária. No ano 2000 ganhou o prémio grammy para o melhor disco na categoria de world music, com o seu álbum Livro. Posteriormente, edita, entre outros, o disco Noites do Norte (2001), um álbum que regista um som simples e grandioso, reeditado ao vivo no mesmo ano, o disco Eu Não Peço Desculpa (2002), com Jorge Mauttner, o livro Letra Só (2003), a colectânea de êxitos Antologia (2003) e o álbum (2006), que revela uma fase musical mais rebelde e provocadora.. Da sua carreira constam também as participações na banda sonora dos filmes Habla Con Ella, de Pedro Almodóvar, onde o cantor aparece cantando "Cucurucucu Paloma", e Frida, filme galardoado com o Óscar de Melhor Banda Sonora, com a interpretação do tema "Burn it Blue", por Caetano e Lila Downs.

Caetano Veloso. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-08-07]

sábado, 1 de agosto de 2009

Faz anos hoje - Ney Matogrosso

No dia 1 de Agosto de 1941 nasceu Ney Matogrosso.

Da Infopédia:

Cantor brasileiro, de nome verdadeiro Ney de Sousa Pereira, nasceu a 1 de Agosto de 1941, em Bela Vista (Brasil). Possui um registo vocal extremamente raro em cantores - contralto, a mais grave das três variedades da voz feminina, ou tenore bianco, uma oitava acima do contralto. O teatro constituiu uma das suas paixões de sempre, mas foi na música que alcançou o maior destaque da sua carreira. Em 1973 e 1974 integrou o grupo rock Secos e Molhados, como vocalista, atingindo sucesso sem precedentes na música brasileira. O grupo vendeu um milhão e meio de exemplares dos seus dois únicos discos. Após a dissolução dos Secos e Molhados, Ney estreou-se a solo com o álbum Água do Céu - Pássaro (1975). No espectáculo Homem de Neanderthal, que promoveu o álbum de estreia, Ney surgia em palco na pele de uma personagem meio animal, meio homem, coberta de peles, chifres e penas. A excentricidade visual constituiu imagem de marca dos espectáculos do cantor. Dos álbuns de maior sucesso da sua carreira destacam-se Bandido (1976), Feitiço (1977), Destino de Aventureiro (1984), Ao Vivo (1989), As Aparências Enganam (1993), Um Brasileiro (1996), onde Ney Matogrosso interpreta Chico Buarque, e Olhos de Farol (1999). Trabalhou com compositores como Chico Buarque - "Deixa A Menina" (1981), "Tanto Amar" (1982), "Até Ao Fim" (1983) e "Las Muchachas de Copacabana" (1986) - e Eduardo Dusek - "Folia No Matagal" (1981), "O Rei Das Selvas" (1984), "Cobra Manaus" (1983) e "Destino de Aventureiro" (1984). Experimentou o rock em "Por Que A Gente É Assim?" (1984), "Pro Dia Nascer Feliz" (1983), "Fogo E Risco" (1983) e "Tão Perto" (1984). Interpretou clássicos da MPB (música popular brasileira) como "Dora" (1987), "Nem Eu" (1994), "Retrato em Branco e Preto" (1990), "Último Desejo" (1990), "Três Apitos" (1990), "Da Cor do Pecado" (1990), "No Rancho Fundo" (1990), "Modinha" (1990), "Autonomia" (1990) e "Na Baixa do Sapateiro" (1990). De Carmen Miranda recuperou "Bambo de Bambu" (1983). De entre uma lista vasta de artistas com quem gravou, destacam-se Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Eugénia Melo e Castro, Gal Costa e Astor Piazzola. O sucesso levou-o aos palcos da Argentina, do Uruguai, a Montreux (Suíça), onde participou em dois festivais, a Israel e aos Estados Unidos. Actuou por diversas vezes em Portugal. Durante a década de 80, desenvolveu trabalho como actor, como por exemplo no filme Sonho De Valsa, realizado por Ana Carolina, e Caramujo-Flor, curta-metragem de Joel Pizzini. Produziu espectáculos para o grupo rock RPM, para os cantores Cazuza e Simone. No teatro, dirigiu e fez iluminação para o musical Somos Irmãs (1999), de Sandra Louzada. A 16 de Maio de 1999, surgiu ao lado do cantor Paulo Bragança no programa televisivo "Atlântico", da autoria de Eugénia Melo e Castro. Ainda no ano de 1999, editou Vivo, um registo de actuações no Rio de Janeiro. O regresso aos álbuns de originais aconteceu com Batuque (2001). Neste disco, o cantor interpreta canções famosas da música brasileira dos anos 20, 30 e 40. Os coros ficaram a cargo da banda Nó Em Pingo D'Água e pontificam também o percussionsta Marcos Suzano e o guitarrista João Lyra. Uma nota para referir a excelente versão de "Adeus, Batucada", um tema celebrizado pela voz de Carmen Miranda. No ano seguinte, o cantor lançou o disco Ney Matogrosso Interpreta Cartola, em homenagem a um aclamado compositor de samba. O disco foi re-editado no ano seguinte, ao vivo. O ano de 2004 fica marcado pela digressão "Vagabundo" que percorreu o Brasil e passou pelo Casinho de Espinho e pelo Algarve.

Ney Matogrosso. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-08-01]

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Gilberto Gil

No dia 26 de Junho de 1942 nasceu Gilberto Gil.

Da Infopédia:

Cantor e compositor brasileiro, Gilberto Passos Gil Moreira nasceu no dia 26 de Junho de 1942, em Salvador, no Brasil. A vocação musical despertou cedo na sua vida, pois em criança iniciou o estudo do acordeão. Aos 18 anos, influenciado pela música de Dorival Caymmi e pelo jazz das "Big Bands", formou o conjunto "Os Desafinados", onde tocou acordeão e vibrafone. Em finais dos anos 50, impulsionado pelo som da bossa-nova e por João Gilberto, um dos seus expoentes máximos, Gil trocou o acordeão pela viola e compôs as suas primeiras canções, ao mesmo tempo que estudava Administração de Empresas na Universidade da Bahia. O ambiente culturalmente efervescente e revolucionário da universidade propiciou a gravação das suas primeiras composições: "Bem Devagar" (1962), com o grupo vocal "As Três Baianas", na qual participou tocando acordeão; "Gilberto Gil - Sua Música, Sua Interpretação" (1963), disco composto por quatro originais; e "Decisão" (1963), um tema samba. Em 1963, conheceu Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa, para, no ano seguinte, juntamente com Tom Zé e outros músicos, estrear o espectáculo Nós, Por Exemplo, um marco no início das carreiras destes artistas. Em 1965, realizou o seu primeiro espectáculo individual, Inventário. Na segunda metade da década de 60, destacou-se na participação em festivais da canção, então muito em voga, quer como compositor para as vozes de Gal Costa e Elis Regina, quer como cantor. Assumiu particular destaque o tema "Domingo No Parque", segundo classificado no terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em 1967. Em finais dos anos 60, com Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa, foi um dos fundadores do movimento "Tropicália", que pretendeu revolucionar a música brasileira da época, assimilando elementos da pop europeia nos géneros tradicionais brasileiros como a bossa-nova. No disco Tropicália: Ou Panis Et Circensis (1968), um autêntico manual de visitas do movimento, Gil compõe para vários artistas e interpreta alguns temas. A contestação política que acompanhou o "Tropicalismo" levou Gil e Caetano à prisão, em 1969, e mesmo ao exílio na Europa, de onde regressariam em 1972. Lançou o seu álbum de estreia, Louvação, em 1967, do qual fizeram parte temas marcantes na sua carreira como "Louvação", "Procissão" e "Roda". Seguiu-se-lhe o homónimo Gilberto Gil (1968), que incluiu êxitos como "Domingo no Parque" e "Coragem pra Suportar". Outros trabalhos importantes do seu longo repertório incluem: Gilberto Gil (1969), um álbum de rock psicadélico que incluiu os êxitos "Aquele Abraço" e "Cérebro Electrónico"; Gilberto Gil (1971), gravado em inglês na fase do exílio, e do qual fazem parte os temas "Nega", "Crazy Pop Rock" e "Volkswagen Blues"; Os Doces Bárbaros (1976), registo ao vivo do espectáculo que juntou Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa; Realce (1979), que incluiu os temas "Realce", "Toda Menina Baiana", e uma versão de "No Woman, No Cry" de Bob Marley; Um Banda Um (1982), do qual fazem parte os êxitos "Esotérico" e "Andar Com Fé"; Caetano e Gil -- Tropicália 2 (1993), disco que comemorou os 25 anos do movimento; Unplugged MTV (1994); e Quanta (1997). Em Abril de 1999 foi operado às cordas vocais, pouco tempo depois de ter sido premiado com um prémio Grammy na categoria de "World Music" com o álbum Quanta Live. Em 2000, editou Gil & Milton, um disco na companhia do seu amigo de sempre, Milton Nascimento. Este disco, além de incluir originais da dupla, regista ainda versões de "Something" de George Harrison, de "Yo Vengo a Ofrecer mi Corazón" de Fito Paez, de "Dora" de Dorival Caymmi e de "Xica da Silva" de Jorge Ben. No ano seguinte, chegou às lojas São João Vivo, um registo ao vivo. No ano de 2002, o músico voltou ao estúdio para homenagear o reggae e, mais particularmente, Bob Marley. Kaya N'Gan Daya, editado no ano seguinte em registo ao vivo, incluía adaptações de músicas de Bob Marley, com letras em português e também originais de Gilberto Gil, sempre na sonoridade reggae. Aquando da formação do governo de Lula da Silva, após as eleições ocorridas em Outubro de 2002, Gilberto Gil foi convidado a ser o ministro da Cultura, cargo que acabaria por aceitar, tomando posse em 2003.

Gilberto Gil. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-06-22]

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Chico Buarque de Hollanda

No dia 19 de Junho de 1944 nasceu Chico Buarque de Hollanda.

Da Infopédia:

Escritor, compositor e cantor popular brasileiro, Francisco Buarque de Hollanda nasceu a 19 de Junho de 1944, no Rio de Janeiro. Filho de Maria Amélia, que gostava de música brasileira e tocava piano, e do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, cedo se habituou a conviver com o mundo das artes e das letras. As reuniões da casa paterna eram frequentadas por intelectuais e artistas, entre os quais Vinicius de Moraes, que mais tarde viria a assinar uma meia dúzia de temas em parceria com o jovem Chico Buarque (incluindo Valsinha), e também pelos amigos da sua irmã Heloísa, mais tarde Miúcha - Baden Powell, Óscar Castro Neves, Alaíde Costa. Da irmã receberia as primeiras lições de violão e de João Gilberto - com quem Miúcha esteve casada - as primeiras influências musicais. Em meados dos anos 60, no início da bossa-nova e em pleno movimento de agitação social, Chico Buarque abandonou o curso de Arquitectura para se dedicar definitivamente ao violão e à escrita. Em 1965, gravou o primeiro single, com as canções Sonho de um Carnaval e Pedro Pedreiro. Compôs a música para o espectáculo Morte e Vida Severina, baseado no poema homónimo de João Cabral de Melo Neto, exibido no Teatro da Universidade Católica em S. Paulo e que veio a vencer o Festival de Teatro Universitário de Nancy, em França. Musicou igualmente o Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. O tema A Banda, interpretado por Nara Leão em 1966, tornou-se um sucesso internacional. Nesse mesmo ano viria a editar o seu primeiro LP, Chico Buarque de Hollanda. A peça Roda Viva, mais tarde proibida pela censura, é levada à cena com os seus próprios textos. E nessa época colaborava já com grandes nomes da música popular brasileira, como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Elis Regina, Gal Costa e Maria Bethânia. A mestria do erudito e a espontaneidade do popular coexistem no ritmo e nas palavras dos seus temas e Chico Buarque rapidamente se tornou um dos mestres da música popular brasileira e um dos criadores do chamado samba urbano. O lirismo de "Realejo", "Lua Cheia" ou de "Carolina" alterna com as intervenções de protesto, de ironia e de crítica social de temas como "Deus lhe Pague" e "Meus Caros Amigos". A coerência das suas opiniões forçá-lo-ia inclusive ao exílio, estabelecendo-se em Roma durante perto de dois anos. De volta ao Brasil em 1970, lança novos sucessos: "Construção", "O que Será (À Flor da Terra)", "Morena de Angola", etc. Estreada no Rio de Janeiro em Julho de 1978, A Ópera do Malandro é sem dúvida a sua experiência teatral de maior êxito. Baseada em The Beggar's Opera (A Ópera do Mendigo, 1728), de John Gay e em Die Dreigroschenoper (A Ópera dos Três Vinténs, 1928) de Bertolt Brecht e Kurt Weill, seria ainda adaptada ao cinema em 1986 por Ruy Guerra. As aparições em palco do cantor tornaram-se, entretanto, cada vez mais raras. Nos anos 80, o espectáculo realizado no Canecão, no Rio de Janeiro, baseado no disco Francisco, é tido como "o maior espectáculo da década". E em 1994 De Volta ao Samba assinala mais uma vez a sua passagem pelos palcos do Rio de Janeiro e da Europa e o revisitar de velhos temas. Nos últimos anos, Chico Buarque consagrou-se por longos períodos à ficção, tendo-se retirado para o seu apartamento parisiense para trabalhar nos romances Estorvo (1991) e Benjamim (1995). Numa das suas passagens por terras portuguesas (Maio de 1997), o autor deu conta da sua vontade de mostrar o "Brasil real", participando designadamente no lançamento do livro de Sebastião Salgado sobre o Movimento dos Sem-Terra. Em 1998, aderindo às novas tecnologias, lançou no seu site o disco As Cidades, com sete inéditos e quatro regravações, partindo de seguida para uma digressão de promoção do disco. Essa tournée foi bem-sucedida e motivou o lançamento de Chico Ao Vivo, no ano seguinte. Em 2000, o filme Estorvo, baseado no seu romance, foi seleccionado para o Festival de Cannes. Em 2001, fez as letras para o disco Cambaio, banda sonora da peça teatral homónima com música de Edu Lobo, e editou o DVD Chico e as Cidades, reportando à digressão realizada três anos antes. Dois anos depois, editou um novo romance, Budapeste, e em 2006 lançou um novo CD de originais intitulado Carioca.

Chico Buarque de Hollanda. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-06-19]

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ivan Lins

No dia 16 de Junho de 1945 nasceu Ivan Lins.

Da Infopédia:

Ivan Guimarães Lins nasceu no Rio de Janeiro a 16 de Junho de 1945, filho do militar Geraldo Lins e de Leia Guimarães Lins. Aos 2 anos de idade, mudou-se com a família para Massachusetts, nos EUA, onde residiu durante três anos. Findo esse período, a família Lins regressa ao Brasil e o jovem Ivan é matriculado no Colégio Militar, onde, aos 12 anos, teve o seu primeiro contacto com a música, colaborando com a banda do colégio. Aos 18 anos, apenas pela audição das suas músicas preferidas, foi aprendendo piano, passando a tocar jazz e bossa-nova. Em 1968, chegou à final do Festival Universitário da TV Tupi com a música "Até o amanhecer". Terminou a formatura em Química Industrial, em 1969, e, no mesmo ano, Elis Regina gravou com enorme êxito a canção "Madalena", de sua autoria. No ano seguinte, obteve o segundo lugar no V FIC cantando "O amor é o meu país", música usada nos aviões da Varig em voos internacionais. Por esta altura, foi convidado, na companhia de Aldir Blanc, Gonzaguinha e outros, para coordenar o programa "Som Livre Exportação", da TV Globo. Em 1974, lançou o álbum Modo Livre, pela RCA, com o sucesso "Abre Alas". Este disco deu início à parceria com o letrista Victor Martins. No ano seguinte, ainda pela RCA, lançou Chama Acesa. Em 1977, conseguiu outro grande sucesso com a musica "Somos Todos Iguais Esta Noite", lançada em disco homónimo pela Odeon. Um ano depois, lançou o LP Nos Dias de Hoje e, em 1979, A Noite, ambos pela Odeon. No início da década de 1980, a música "Começar de Novo" (composta em 1979 com Victor Martins) obteve êxito numa interpretação de Simone. Também nessa altura, fez sucesso com o LP Novo tempo (Odeon). Transferiu-se em 1981 para a Polygram e lançou dois discos Daquilo Que Eu Sei (1981) e Depois Dos Temporais (1983). A partir de 1985, passou a gravar nos EUA e a realizar tournées internacionais. A repercussão alcançada levou-o a criar uma editora nos EUA, a Dinorah Music, ligada à produtora de Quincy Jones. Com o reconhecimento internacional, as suas músicas foram gravadas por George Benson, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, entre outros. Em 1989 gravou pela WEA o disco Love Dance, todo em inglês. Nesse mesmo ano, lançou no Brasil o disco Amar Assim. Para comemorar os 20 anos de carreira, em 1990, realizou uma digressão pelo Brasil, registada no disco Ivan Lins: 20 anos. Em 1991, criou a editora Velas, envolvendo o seu amigo, parceiro e sócio Victor Martins, com o objectivo exclusivo de lançar novos talentos e de resgatar as raízes da música brasileira. Como produtor e empresário, lançou cantores como Chico César, Lenine e Belô Veloso. Em 1993 lançou no Brasil e nos EUA, Japão e Europa, o CD Awa Yio, em parceria com Victor Martins, tendo a música "Meu País" obtido grande sucesso. Em 1995, lançou o CD Anjo De Mim, uma vez mais com músicas em parceria com Victor Martins. No ano seguinte, gravou com a banda Irakere o disco Ao Vivo Em Cuba. Em 1997 lançou o CD duplo Vivanoel - Tributo a Noel Rosa, com a participação de diversos convidados, entre eles Caetano Veloso e Chico Buarque. Ainda em 1997, Ivan foi nomeado para os prémios Grammy, pelo álbum The Heart Speaks, gravado com o trompetista Terence Blanchard. Neste mesmo ano actuou nalguns dos mais conceituados palcos mundiais, como o Royal Festival Hall, em Londres, o Hollywood Bowl e o Festival de Jazz de Monterey. Dois anos mais tarde, outro registo ao vivo Ivan Lins At MCG (1999), gravação do concerto célebre dado em Setembro de 1997 em Pittsburgh, nos EUA. Em 2000, volta aos trabalhos de estúdio com A Cor do Pôr-do-Sol, onde conta com a colaboração de Caetano Veloso, num disco de parcerias, com 15 faixas, apenas duas com letras de Victor Martins. No ano seguinte, Ivan Lins homenageia Tom Jobim em Jobiniando.

Ivan Lins. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-06-16]

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Elis Regina

A 19 de Janeiro de 1982 morria em São Paulo a cantora brasileira Elis Regina.

Da Infopédia:
Cantora brasileira, Elis Regina Carvalho Costa nasceu a 17 de Março de 1945, em Porto Alegre, e morreu a 19 de Janeiro de 1982, em São Paulo, vítima de overdose, supostamente na sequência de uma combinação excessiva de bebidas alcoólicas e cocaína. Oriunda de uma família relativamente pobre, Elis sempre demonstrou ter um talento natural para a música, reproduzindo desde cedo canções, tanto em espanhol como em português, que ouvia no rádio. Ainda criança, aprendeu a tocar piano e, para conseguir comprar este instrumento, começou a cantar tinha apenas 11 anos de idade. Acabaria por se tornar uma pequena celebridade graças à sua participação num concurso infantil promovido por uma rádio local. Assinou o seu primeiro contrato profissional aos 13 anos e, um ano depois, já ganhava mais dinheiro do que o próprio pai. Gravou o seu primeiro LP, Viva a Brotolândia, em 1961, no Rio de Janeiro, para onde acabaria por se mudar definitivamente em Março de 1964. "Pimentinha", apelido que lhe foi aposto, depressa se tornou uma das mais importantes intérpretes de música brasileira, sobretudo quando, em 1965, obteve o seu primeiro sucesso com Arrastão, uma controversa canção de Vinicius de Moraes e de Edu Lobo, com que se sagrou vencedora do I Festival de Música Popular Brasileira da TV Excelsior. Estava conquistado o estatuto de "rainha da música popular brasileira". Casou, pela primeira vez aos 22 anos de idade, com Ronaldo Boscoli, 16 anos mais velho que ela e considerado por muitos como o D. Juan do Rio. Deste casamento, teve um filho, João Marcelo. Mais tarde, Elis viria a casar-se com César Camargo Mariano, com quem acabaria por ter dois filhos, Pedro e Rita. Possuidora de uma voz marcante, Elis interpretou canções de grande qualidade lírica e musical, compostas por músicos como Renato Teixeira, Chico Buarque, Edu Lobo, Baden Powell, João Bosco, Vinicius de Moraes, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Ivan Lins, entre outros; participou em vários festivais e movimentos de carácter político; e desenvolveu a sua carreira no estrangeiro, sendo responsável por espectáculos nas principais capitais europeias e latino-americanas. Destacam-se da sua discografia álbuns como Poema de Amor (1962); Dois na Bossa (1965); Elis e Tom (1974); Falso Brilhante (1976); Elis (1980); e Elis Regina - Montreux Jazz Festival (editado postumamente em 1982), entre muitos outros sucessos.

Elis Regina. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-01-16]

sábado, 8 de novembro de 2008

Ao Lado da Música (XVII) - Tom Jobim

António Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, nasceu no Rio de Janeiro a 25 de Janeiro de 1927 e é considerado um dos maiores expoentes da música brasileira e um dos criadores do movimento ou estilo Bossa Nova.

O trabalho de Tom Jobim destaca-se não só na composição, mas também nas suas actividades como maestro, pianista, cantor e guitarrista.

Pensou em trabalhar como arquiteto e chegou exercer esta actividade, mas cedo abandonou a arquitectura e começou a tocar em bares do Rio de Janeiro como pianista. Em 1952 foi contratado pela editora discográfica Continental como arranjador. É por volta desta altura que surgem as suas primeiras composições. O primeiro tema gravado foi Incerteza com letra de Newton Mendonça e voz de Mauricy Moura. O primeiro grande sucesso seria Tereza na Praia com Lúcio Alves e Dick Farney.

Em 1956 musicou a peça Orfeu da Conceição com Vinícius de Moraes, que se tornou um de seus parceiros mais constantes. Dessa peça fez bastante sucesso a canção antológica Se Todos Fossem Iguais a Você, gravada inumeras vezes.

Tom Jobim fez parte do núcleo embrionário da Bossa Nova. O álbum Canção do Amor Demais de 1958 em parceria com Vinícius de Moraes, e interpretações de Elizeth Cardoso, foi acompanhado pelo "violão" de um baiano até então desconhecido, João Gilberto. A orquestração é considerada um marco inaugural da Bossa Nova, pela originalidade das melodias e harmonias. Inclui, entre outras, Canção do Amor Demais, Chega de Saudade e Eu Não Existo sem Você. A consolidação da Bossa Nova como estilo musical veio logo em seguida com o "single" Chega de Saudade, interpretado por João Gilberto, lançado em 1959, com arranjos e direcção musical de Tom Jobim.

O músico foi em 1962 um dos destaques do Festival de Bossa Nova do Carnegie Hall, em Nova Iorque, iniciando desta forma a sua carreira internacional. No ano seguinte compôs, com Vinícius de Moraes, um dos maiores sucessos e possivelmente a canção brasileira mais executada no foram do Brasil: Garota de Ipanema. Nos anos de 1962 e 1963 a quantidade de "clássicos" produzidos por Jobim é impressionante: Samba do Avião, Só Danço Samba (com Vinícius de Moraes), Ela é Carioca (com Vinícius de Moraes), O Morro Não Tem Vez, Inútil Paisagem (com Aloysio), Vivo Sonhando, entre outros.

O sucesso fora do Brasil fê-lo voltar aos Estados Unidos em 1967 para gravar com um dos grandes mitos americanos, Frank Sinatra. O álbum Francis Albert Sinatra e António Carlos Jobim, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês das canções de Tom Jobim (The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars) e composições americanas, como I Concentrate On You, de Cole Porter.

Ainda no fim dos anos 60, depois de lançar o álbum Wave, participou em vários festivais no Brasil, conquistando o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção Rede Globo, com o tema Sabiá, em parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele. Sabiá conquistou o júri, mas não o público, que vaiou ostensivamente a interpretação diante dos constrangidos compositores.

Aprofundando os seus estudos musicais e nomeadamente com inspiração em compositores eruditos, principalmente Villa-Lobos e Debussy, Tom Jobim continuou a gravar e compor temas vocais e instrumentais de rara inspiração, juntando harmonias do jazz (Stone Flower) e elementos tipicamente brasileiros, fruto das suas pesquisas sobre a cultura brasileira. É o caso de Matita Perê e Urubu, lançados na década de 70, que marcam a aliança entre a sofisticação harmónica de Tom e sua qualidade de letrista. São desses dois discos os temas Águas de Março, Ana Luiza, Lígia, Correnteza, O Boto e Ângela.

Depois de lançar o seu último álbum (de mais de 50), Antônio Brasileiro, Tom Jobim, morre no Estados Unidos em Dezembro de 1994.


Lançado pelas editoras Do Brasil e Discmedi no ínicio de 2008, este conjunto de três DVD's constitui um retrospectiva do trabalho do compositor, cantor e pianista (entre outras actividades ligadas ao meio musical) Tom Jobim.

Com o título genérico Maestro Soberano Tom Jobim, os vários trabalhos são agrupados em três DVD's com os nomes Ela é Carioca, Chega de Saudade e Águas de Março.

Para além de inúmeros temas interpretados pelo próprio Jobim e pelos maiores nomes da música Brasileira, fazem também parte dos DVD's entrevistas com várias personalidades ligadas à música Brasileira.

Participam entre outros:

Caetano Veloso
Chico Buarque
Gal Costa
Gilberto Gil
Milton Nascimento
Vinícius de Moraes
Ana Lontra Jobim
Paulinho da Viola
Edu Lobo
Ellis Regina

Para os apreciadores de Bossa Nova e MPB, esta é uma obra de referência do que é talvez o maior ícone de sempre destes estilos.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Maria Rita

No dia 9 de Setembro de 1977 nasce a cantora brasileira Maria Rita.

Da Infopédia:

Cantora brasileira, Maria Rita Mariano, filha de Elis Regina e César Camargo Mariano, nasceu em Setembro de 1977, em São Paulo. Após terminar o ensino básico no Brasil, partiu, com 17 anos de idade, para os Estados Unidos da América onde estudou Comunicação Social e Estudos Latino-Americanos. Embora desde nova tenha manifestado a tendência de se afastar do caminho da música, Maria Rita, já de regresso ao Brasil, gravou um Cd e mostrou a Milton Nascimento, que se impressionou com a força e a beleza da sua voz. Este terá sido o incentivo de que Maria Rita necessitava para ingressar numa carreira musical, tendo inclusive sido convidada a participar no álbum Pietá, daquele autor.
Num esforço constante e desmedido para que a sua imagem não fosse colada à da sua mãe, estreou-se a 6 de Maio de 2002 num espectáculo de Chico Pinheiro - este show, Meia Noite Meio Dia, ficaria em cartaz durante um ano tendo como solistas Luciana Alves e Maria Rita. Acabaria também por participar no Cd com o mesmo nome do espectáculo, gravado em 2002.
Em 2003 assinou o seu primeiro contrato com a editora Warner Music e ainda nesse ano lançou o seu primeiro disco - Maria Rita - que se revelou um recorde de vendas. Dois anos mais tarde, seria a vez de Segundo, um álbum produzido em colaboração com o músico Lenine.
Maria Rita foi já vencedora de vários prémios, dos quais se destacam três Grammy latinos, atribuídos em 2004, nas categorias de Revelação do Ano, Melhor Disco de MPB e Melhor Música Brasileira ("A Festa").