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sábado, 21 de julho de 2012

José Hermano Saraiva



Cresci a ouvir a História e as histórias de José Hermano Saraiva, um dos maiores comunicadores portugueses.


RIP.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Faz anos Hoje - D. João IV

No dia 19 de Março de 1604 nasceu D. João IV.

Da Infopédia:

Monarca português, nasceu em Vila Viçosa a 19 de Março de 1604 e a partir de 29 de Outubro de 1630 tornou-se o 8.o duque de Bragança. Casou com D. Luísa de Gusmão, espanhola de nascimento, a 12 de Janeiro de 1633. Foi escolhido pelos obreiros da Restauração para rei de Portugal. 1 de Dezembro de 1640 foi a data da restauração da independência de Portugal face ao reino de Espanha. Terminava assim a dinastia filipina, que durante 60 anos governara Portugal. D. João IV foi aclamado rei a 15 de Dezembro. Pese embora a conjura de 1641 contra o novo rei, da qual resultou uma severa punição para os seus responsáveis, D. João IV teve o apoio da grande maioria da sociedade portuguesa, o que lhe permitiu criar novos impostos, desvalorizar a moeda e recrutar voluntários para fazer face às necessidades monetárias e humanas de um confronto militar que se adivinhava próximo com a vizinha Espanha. Em 1641 verificaram-se os primeiros confrontos, saldando-se por uma vitória do exército português na Batalha do Montijo e uma tentativa fracassada dos espanhóis no cerco de Elvas. A Espanha estava fortemente mergulhada na Guerra dos Trinta Anos, pelo que foi preciso esperar pelo fim da guerra entre franceses e espanhóis, que só se verificou em 1659, para que os espanhóis pudessem concentrar todas as suas atenções na anulação da Restauração portuguesa. Durante este período, D. João IV, com o objectivo de legitimar a revolução e obter auxílio militar e financeiro, enviou embaixadores para as principais Cortes europeias. Era necessário convencer os reinos europeus de que D. João IV não era um rebelde mas sim o legítimo herdeiro do trono que havia sido usurpado pelos Filipes. D. João IV apresenta-se, assim, como o legítimo herdeiro do cardeal D. Henrique, pois, em 1580, quem deveria ter sucedido no trono era D. Catarina, duquesa de Bragança, e não Filipe II de Espanha. Os embaixadores vão também legitimar o novo rei segundo o novo princípio político de que o poder era conferido por Deus ao povo, que, por sua vez, o transmitia ao rei. D. João IV faleceu a 6 de Novembro de 1656, deixando o reino, política e militarmente organizado, entregue à regência de D. Luísa de Gusmão.

D. João IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-19]

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Faz anos hoje - Santa Joana Princesa

No dia 6 de Fevereiro de 1452 nasceu Santa Joana Princesa.

Da Infopédia:
Membro da monarquia portuguesa (1452-1490), nasceu em Lisboa e tinha três anos quando a sua mãe faleceu, tendo sido entregue, juntamente com seu irmão, futuro D. João II, aos cuidados de D. Brites de Meneses. Recebeu uma educação humanista com a sua tia D. Filipa de Lencastre. A princesa, para além de contar com uma boa biblioteca, usufruiu da companhia de importantes letrados. Enquanto o seu pai e irmão combatiam em Arzila, foi-lhe confiada a regência do reino (1471). Quando regressaram, a princesa pediu ao rei para professar num mosteiro da sua escolha e entrou no mosteiro de Odivelas. Em 1472 D. Joana trocou o mosteiro de Odivelas pelo mosteiro dominicano de Jesus em Aveiro. Tomou o hábito em 1475 sem professar votos solenes. O príncipe e o bispo D. Garcia convenceram-na a desligar-se dos votos de clausura. Iconograficamente surgem três coroas nas suas representações, simbolizando as suas sucessivas recusas de casamento. O rei D. Afonso V proviu o mosteiro de muitos bens e em 1485 D. João II doou o senhorio de Aveiro à infanta, que por sua vez promoveu o alargamento dos bens pertencentes ao mosteiro. A princesa morreu em Aveiro em 1490. Foi beatificada em 1693 e canonizada em 1756.

Santa Joana Princesa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-02-06]

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Faz anos hoje - Damião de Góis

No dia 2 de Fevereiro de 1502 nasceu Daminão de Góis.

Da Infopédia:

Damião de Góis entrou na corte aos 10 anos, graças à influência de seu pai, fidalgo da casa do Duque de Viseu D. Fernando. Aí foi educado até 1521, exercendo o cargo de "moço de câmara" e beneficiando de uma pensão. Em 1523, foi nomeado para a feitoria de Flandres, em Antuérpia, onde ocupou os cargos de escrivão e secretário. Esse mesmo valimento fez que lhe fossem atribuídas importantes missões na Holanda e nos países bálticos, com as quais passou a cumprir um destino de grande itinerante por mais de vinte anos. Nestas viagens teve a oportunidade de conviver com os maiores humanistas do seu tempo como Lutero, Alberto Dürer, que lhe pintou o retrato, Erasmo e Melanchthon, e de frequentar a Universidade de Pádua durante quatro anos. Nesta estadia em Itália tratou intimamente com os cardeais Bembo e Sadoletto, dele esperando este último que a sua influência particular junto dos chefes protestantes promovesse uma reconciliação com o catolicismo. Apesar de ter recusado o lugar de tesoureiro da Casa da Índia que o rei D. João III lhe ofereceu, viu-se obrigado, em 1545, perante as insistências do rei, a regressar a Portugal e ocupar o cargo de guarda-mor da Torre do Tombo em 1548. Foi então incumbido, em 1558, de escrever a Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel , que faltava no conjunto dedicado aos reis de Portugal. Anos antes tinha escrito a Crónica do Príncipe D. João . As críticas que teceu na sua historiografia erudita e ensaística a questões como a expulsão dos judeus, a matança dos cristãos-novos e a expansão portuguesa e as referências desfavoráveis que fez a tantos protagonistas do drama, que foi o reinado do Príncipe Perfeito, acabaram por ferir susceptibilidades e instaurar-lhe um processo inquisitorial pelo Santo Ofício. Acabou por morrer em circunstâncias indefinidas. Além das crónicas já referidas, Damião de Góis escreveu ainda várias obras em latim, compiladas no volume Opuscula , impressos em Lovaina e reimpressos em Coimbra, em 1791, na Colecção das obras de autores clássicos portugueses que escreveram em latim, sobre temas históricos e geográficos, incluindo descrições da vida dos povos da Lapónia ou da Abissínia, por exemplo. Foi ainda músico e tradutor. Coleccionador de espécies greco-romanas, musicólogo, diplomata e historiógrafo, Damião de Góis é uma das figuras mais proeminentes do Humanismo português pelo contacto que proporcionou entre Portugal e os grandes nomes da época.
Bibliografia:
Crónica do Felícissimo Rei D. Manuel (as duas primeiras partes apareceram em 1566 e as duas restantes no ano seguinte), Crónica do Príncipe D. João (1567), Opúsculos (impressos em Lovaina e reimpressos em Coimbra, em 1791)

Damião de Góis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-02-02]

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Faz anos hoje - Queda do Muro de Berlim

Embora hoje em dia os muros continuem a existir (em Israel, no Chipre e entre as duas Coreias), o Muro de Berlim, talvez o mais emblemático de todos os muros, caiu há vinte anos.

Da Wikipédia:

O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) foi uma barreira física, construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar.

A distinta e muito mais longa fronteira interna alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste.

Antes da construção do Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as restrições de emigração do Leste e fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao longo da fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos os movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental por mais de um quarto de século.[1]

Durante uma onda revolucionária que varreu o Bloco de Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs, mais tarde, equipamentos industriais foram usado para remover quase todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim, abriu o caminho para a reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.

Alemanha pós-guerra

Após o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, o que restou da Alemanha nazista à oeste da linha Oder-Neisse foi dividido em quatro zonas de ocupação (por Acordo de Potsdam), cada um controlado por uma das quatro potências aliadas: os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a União Soviética. A capital, Berlim, enquanto a sede do Conselho de Controle Aliado, foi igualmente dividida em quatro setores, apesar da cidade estar situada bem no interior da zona soviética.[2] Em dois anos, ocorreram divisões entre os soviéticos e as outras potências de ocupação, incluindo a recusa dos soviéticos aos planos de reconstrução para uma Alemanha pós-guerra auto-suficiente e de uma contabilidade detalhada das instalações industriais e infra-estrutura já removidas pelos soviéticos.[3] Reino Unido, França, Estados Unidos e os países do Benelux se reuniram para mais tarde transformar as zonas não-soviéticas do país em zonas de reconstrução e aprovar a ampliação do Plano Marshall para a reconstrução da Europa para a Alemanha.[4][5]

O Bloco de Leste e o Bloqueio de Berlim

Após a Segunda Guerra Mundial, o líder soviético Joseph Stalin construiu um cinturão protetor da União Soviética] em nações controladas em sua fronteira ocidental, o Bloco do Leste, que então incluía Polônia, Hungria e Tchecoslováquia, que ele pretendia manter a par de um enfraquecido controle soviético na Alemanha.[6] Já em 1945, Stalin revelou aos líderes alemãos comunistas que esperava enfraquecer lentamente a posição Britânica em sua zona de ocupação, que os Estados Unidos iriam retirar sua ocupação dentro de um ano ou dois e que, em seguida, nada ficaria no caminho de uma Alemanha unificada sob controle comunista dentro da órbita soviética.[7] A grande tarefa do Partido Comunista no poder na zona Soviética alemã foi abafar as ordens soviéticas através do aparelho administrativo e fingir para as outras zonas de ocupação que se tratavam de iniciativas próprias.[8] Nesse período, a propriedade e a indústria foram nacionalizadas na zona de ocupação Soviética.[9]

Em 1948, após desentendimentos sobre a reconstrução e uma nova moeda alemã, Stálin instituiu o Bloqueio de Berlim, impedindo que alimentos, materiais e suprimentos pudessem chegar a Berlim Ocidental.[10] Os Estados Unidos, Reino Unido, França, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e vários outros países começaram uma enorme "ponte aérea de Berlim", fornecendo alimentos e outros suprimentos à Berlim Ocidental.[11] Os soviéticos montaram uma campanha de relações públicas contra a mudança da política Ocidental e comunistas tentaram perturbar as eleições de 1948,[12] enquanto 300 mil berlinenses pediam para que o transporte aéreo internacional continuasse.[13] Em maio de 1949, Stalin acabou com o bloqueio, permitindo a retomada dos embarques de Ocidente para Berlim.[14][15]

A República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) foi declarada em 7 de outubro de 1949, onde o Ministério de Negócios Estrangeiros Soviético concedeu autoridade administrativa a Alemanha Oriental, mas não sua autonomia, onde os soviéticos possuiam ilimitada penetração no regime de ocupação e nas estruturas de administração e de polícia militar e secreta.[16][17] A Alemanha Oriental diferia da Alemanha Ocidental (República Federal da Alemanha), que se desenvolveu com um país Ocidental capitalista com uma economia social de mercado ("Soziale Marktwirtschaft" em alemão) e um governo de democracia parlamentar. O crescimento econômico contínuo a partir de 1950 da Alemanha Ocidental alimentou um "milagre econômico" de 20 anos ("Wirtschaftswunder"). Enquanto a economia da Alemanha Ocidental cresceu e seu padrão de vida melhorou continuamente, muitos alemães orientais tentavam ir para a Alemanha Ocidental.

Emigração para o ocidente no início dos anos 1950

Depois da ocupação soviética da Europa Oriental no final da Segunda Guerra Mundial, a maioria das pessoas que viviam nas áreas recém-adquiridas do Bloco Oriental aspiravam à independência e queriam que os soviéticos saíssem.[18] Aproveitando-se da zonal fronteira entre as zonas ocupadas na Alemanha, o número de cidadãos da RDA que se deslocam para a Alemanha Ocidental totalizou 197.000 em 1950, 165.000 em 1951, 182.000 em 1952 e 331.000 em 1953.[19][20] Uma das razões para o aumento acentuado em 1953 foi o medo de Sovietização mais intensa com a ações cada vez mais paranóicas de Joseph Stalin em 1952 e no início de 1953.[21] 226.000 pessoas fugiram apenas nos primeiros seis meses de 1953.[22]

Construção do muro

Os planos da construção do muro eram um segredo do governo da RDA. Poucas semanas antes da construção, Walter Ulbricht, líder da RDA na época, respondeu assim à pergunta de uma jornalista da Alemanha Ocidental

Assim, Walter Ulbricht foi o primeiro político a referir-se a um muro, dois meses antes da sua construção.

Os governos ocidentais tinham recebido informações sobre planos drásticos, parcialmente por pessoas de conexão, parcialmente pelos serviços secretos. Sabia-se que Walter Ulbricht havia pedido a Nikita Khrushchov, numa conferência dos Estados do Pacto de Varsóvia, a permissão de bloquear as fronteiras a Berlim Ocidental, incluindo a interrupção de todas as linhas de transporte público.

Depois desta conferência, anunciou-se que os membros do Pacto de Varsóvia intentassem inibir os actos de perturbação na fronteira de Berlim Ocidental, e que propusessem implementar um guarda e controle efectivo. Dia 11 de Agosto, a Volkskammer confirmou os resultados desta conferência, autorizando o conselho dos ministros a tomar as medidas necessárias. O conselho dos ministros decidiu dia 12 de Agosto usar as forças armadas para ocupar a fronteira e instalar gradeamentos fronteiriços.

Na madrugada do dia 13 de Agosto de 1961, as forças armadas bloquearam as conexões de trânsito a Berlim Ocidental. Eram apoiadas por forças soviéticas, preparadas à luta, nos pontos fronteiriços para os sectores ocidentais. Todas as conexões de trânsito ficaram interrompidas no processo (mas, poucos meses depois, linhas metropolitanas passavam pelos túneis orientais, mas não servindo mais as estações fantasma situadas no oriente).


Ainda no mesmo dia, o chanceler da Alemanha ocidental, Konrad Adenauer, dirigiu-se à população pelo rádio, pedindo calma e anunciando reações ainda não definidas a serem implementadas junto com os aliados. Adenauer tinha visitado Berlim havia apenas duas semanas. O Prefeito de Berlim, Willy Brandt, protestou energicamente contra a construção do muro e a divisão da cidade, mas sem sucesso. No dia 16 de Agosto de 1961 houve uma grande manifestação com 300 000 participantes em frente do Schöneberger Rathaus, em Berlim Ocidental, para protestar contra o muro. Brandt participou nessa manifestação. Ainda em 1961, fundou-se em Salzgitter a Zentrale Erfassungsstelle der Landesjustizverwaltungen a fim de documentar violações dos direitos humanos no território da Alemanha Oriental.

As reações dos Aliados ocidentais vieram com grande demora. Vinte horas depois do começo da construção do muro apareceram as primeiras patrulhas ocidentais na fronteira. Demorou 40 horas para reservar todos os direitos em Berlim ocidental em frente do comandante soviético de Berlim Oriental. Demorou até 72 horas para o protesto ser oficial em Moscou. Por causa desses atrasos sempre circulavam rumores que a União Soviética havia declarado aos aliados ocidentais de não afectar seus direitos em Berlim ocidental. Seguindo as experiências no Bloqueio de Berlim, os Aliados sempre consideravam Berlim ocidental em perigo, e a construção do muro manifestou esta situação.

Reações internacionais, 1961:

  • A solução não é muito linda, mas mil vezes melhor do que uma guerra. John F. Kennedy, presidente dos EUA.
  • Os alemães orientais param o fluxo de refugiados e desculpam-se com uma cortina de ferro ainda mais densa. Isto não é ilegal. Harold Macmillan, primeiro-ministro britânico.

Contudo, o presidente norte-americano John F. Kennedy apoiou a ideia da cidade libre de Berlim. Mandou forças armadas suplementares e reactivou o general Lucius D. Clay. Dia 19 de Agosto 1961 chegaram em Berlim Clay e o vice-presidente dos EUA, Lyndon B. Johnson. Protestaram fortemente contra o chefe de estado da RDA, Walter Ulbricht, que havia declarado que as polícias popular e fronteiriça da RDA tivessem autoridade de controle sobre policias, oficiais e empregados dos aliados ocidentais. Finalmente até o comandante soviético na RDA mediou pedindo moderação do lado do governo alemão oriental.

Dia 27 de Outubro de 1961 houve uma confrontação perigosa entre tanques dos EUA e soviéticos ao lado do Checkpoint Charlie na rua Friedrich. Dez tanques norte americanos enfrentaram dez tanques soviéticos, mas todos se retiraram no dia seguinte. As duas forças não queriam deixar explodir a guerra fria, com o risco de uma guerra nuclear.


Estrutura e áreas adjacentes

Havia oito passagens de fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental, o que permitia o trânsito de berlinenses ocidentais, alemães ocidentais, estrangeiros ocidentais e funcionários dos Aliados na Berlim Oriental, bem como as visitas de cidadãos da República Democrática Alemã e cidadãos de outros países socialistas na Berlim Ocidental, desde que possuíssem as permissões necessárias. Essas passagens eram restritas às nacionalidades que possuíam autorização para usá-las (alemães do leste, os alemães oeste, berlinenses ocidentais, outros países). A mais famosa foi o ponto de verificação de pedestres na esquina da Friedrichstraße e Zimmerstraße, também conhecida como Checkpoint Charlie, que era limitada aos funcionários dos países Aliados e estrangeiros.

Quatro rodovias ligavam Berlim Ocidental à Alemanha Ocidental, sendo a mais famosa a rodovia Helmstedt, que entrava em território da Alemanha Oriental, entre as cidades de Helmstedt e Marienborn (Checkpoint Alpha), e que entrou em Berlim Ocidental Dreilinden (Checkpoint Bravo) no sudoeste de Berlim. O acesso a Berlim Ocidental também era possível pelo transporte ferroviário (quatro linhas) e de barco através dos canais e rios.

Tentativas de fuga

Nos 28 anos da existência do Muro morreram muitas pessoas. Não existem números exatos e há indicações muito contraditórias, porque a RDA sistematicamente impedia todas as informações sobre incidentes fronteiriços. No dia 17 de Agosto de 1962, Peter Fechter desangrou no chamado corredor da morte, à vista de jornalistas ocidentais, sendo a primeira vitima. A segunda vítima foi Günter Litfin que foi baleado pela polícia dia 24 de Agosto de 1961 ao tentar escapar perto da estação Friedrichstraße. Em1966, foram mortas duas crianças de 10 e 13 anos. O último incidente fatal ocorreu no dia 8 de março de 1989, oito meses antes da queda, quando Winfried Freudenberg, de 32 anos, morreu na queda de seu balão de gás de fabricação caseira no bairro de Zehlendorf, quando tentava transpor o muro.

Estima-se que na RDA 75 000 pessoas foram acusadas de serem desertores da república. Desertar da república era um crime que, segundo o artigo §213 do código penal da RDA, era punido com até 2 anos de prisão. Pessoas armadas, membros das forças armadas ou pessoas que carregavam segredos nacionais eram mais severamente punidas, se considerado culpado de escape da república, por pelo menos 5 anos de prisão.

Também houve guardas fronteiriços que morreram por causa de incidentes violentos no muro. A vítima mais conhecida era Reinhold Huhn, que foi assassinado por um Fluchthelfer (pessoas que ajudavam cidadãos do Leste a passar a fronteira, ilegalmente). Estes tipos de incidentes eram utilizados pela RDA para a sua propaganda, e para posteriormente justificar a construção do muro de Berlim.

Processos pelas mortes do muro

Os processos judiciais do Schießbefehl, a respeito de se atirar em todas as pessoas que tentaram cruzar o Muro entre 1961 e 1989, demoraram até o outono de 2004. Entre os responsáveis acusados, estavam o presidente do Conselho de Estado, Erich Honecker, o sucessor dele, Egon Krenz e os membros do Conselho Nacional de Defesa Erich Mielke, Willi Stoph, Heinz Keßler, Fritz Streletz e Hans Albrecht e ainda o presidente regional do partido SED em Suhl. Além disso, foram acusados alguns generais, como o chefe das forças fronteiriças, Klaus-Dieter Baumgarten e vários soldados que eram parte do Exército Popular Nacional (NVA) ou das forças fronteiriças da RDA.

Como resultado dos processos, 11 dos acusados foram condenados à prisão, 44 foram condenados a uma pena, que foi suspensa condicionalmente, 35 acusados foram absolvidos. Entre estes, Albrecht, Streletz e Keßler foram condenados a vários anos de prisão. O último processo acabou dia 9 de Novembro de 2004, exatamente 15 anos depois da derrubada do Muro, com uma sentença condenatória.

"Mr. Gorbachev, tear down this wall!"

Em um discurso no Portão de Brandemburgo em comemoração ao 750º aniversário de Berlim[23] em 12 de junho de 1987, Ronald Reagan desafiou Mikhail Gorbachev, então Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética, para derrubar o muro como um símbolo de crescente liberdade no Bloco de Leste:

Damos as boas-vindas à mudança e à abertura, pois acreditamos que a liberdade e segurança caminham juntos, que o progresso da liberdade humana só pode reforçar a causa da paz no mundo. Há um sinal de que os soviéticos podem fazer que seria inconfundível, que faria avançar dramaticamente a causa da liberdade e da paz. Secretário Geral Gorbachev, se você procura a paz, se você procura prosperidade para a União Soviética e a Europa Oriental, se você procurar a liberalização, venha aqui para este portão. Sr. Gorbachev, abra o portão. Sr. Gorbachev, derrube esse muro![24]

Queda do Muro

O Muro de Berlim começou a ser derrubado na noite de 9 de Novembro de 1989 depois de 28 anos de existência. O evento é conhecido como a queda do muro. Antes da sua queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, se pedia a liberdade de viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta entre a Hungria e a Áustria, perto do lago de Neusiedl.

O impulso decisivo para a queda do muro foi um mal-entendido entre o governo da RDA. Na tarde do dia 9 de Novembro houve uma conferência de imprensa, transmitida ao vivo na televisão alemã-oriental. Günter Schabowski, membro do Politburo do SED, anunciou uma decisão do conselho dos ministros de abolir imediatamente e completamente as restrições de viagens ao Oeste. Esta decisão deveria ser publicada só no dia seguinte, para anteriormente informar todas as agências governamentais.

Pouco depois deste anúncio houve notícias sobre a abertura do Muro na rádio e televisão ocidental. Milhares de pessoas marcharam aos postos fronteiriços e pediram a abertura da fronteira. Nesta altura, nem as unidades militares, nem as unidades de controle de passaportes haviam sido instruídas. Por causa da força da multidão, e porque os guardas da fronteira não sabiam o que fazer, a fronteira abriu-se no posto de Bornholmer Strabe, às 23 h, mais tarde em outras partes do centro de Berlim, e na fronteira ocidental. Muitas pessoas viram a abertura da fronteira na televisão e pouco depois marcharam à fronteira. Como muitas pessoas já dormiam quando a fronteira se abriu, na manhã do dia 10 de Novembro havia grandes multidões de pessoas querendo passar pela fronteira.

Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental. Muitas boates perto do Muro espontaneamente serviram cerveja gratuita, houve uma grande celebração na Rua Kurfürstendamm, e pessoas que nunca se tinham visto antes cumprimentavam-se. Cidadãos de Berlim Ocidental subiram o muro e passaram para as Portas de Brandenburgo, que até então não eram acessíveis aos ocidentais. O Bundestag interrompeu as discussões sobre o orçamento, e os deputados espontaneamente cantaram o hino nacional da Alemanha.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Faz anos hoje - Maria Antonieta

No dia 2 de Novembro de 1755 nasceu Maria Antonieta.

Da Infopédia:

Rainha francesa, nascida em 1755 e falecida em 1793, filha de Maria Teresa da Áustria e de Francisco I, foi casada com Luís XVI, tendo exercido uma forte influência sobre as decisões do rei e responsável por muitos dos erros políticos do marido. Ficou conhecida, sobretudo, por ter sido guilhotinada durante a Revolução Francesa, por decisão do tribunal revolucionário.

Maria Antonieta. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-02]

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Faz anos hoje - John Adams

No dia 30 de Outubro de 1735 nasceu John Adams.

Da Infopédia:

Político norte-americano nascido em 1735, no Massachusetts, e falecido em 1826, no mesmo local. Foi primeiro vice-presidente, de 1789 a 1797, e segundo presidente dos Estados Unidos da América, de 1797 a 1801, sucedendo a George Washington.

John Adams. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-10-30]

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Faz anos hoje - James Cook

No dia 27 de Outubro de 1728 nasceu James Cook.

Da Infopédia:

Navegador, explorador e cartógrafo inglês, James Cook nasceu em 1728 e morreu em 1779. As suas viagens deram um contributo inestimável para o conhecimento geográfico, e foram também importantes para a constituição do império ultramarino britânico. Cook explorou as rotas e a costa canadiana (em 1759 e, depois, em 1763-1767), e conduziu três célebres expedições ao Oceano Pacífico, desde a Antárctida até ao Estreito de Bering, e da costa norte da América até à Austrália e à Nova Zelândia. Em 1768 foi-lhe dado o comando de uma expedição ao Pacífico Sul para testemunhar o eclipse do sol. Empreendeu depois expedições ao Tahiti, à Nova Zelândia e à Austrália (1769-1771), local que nomeou de Nova Gales do Sul. Regressado a Inglaterra, voltou a fazer-se ao mar, desta vez já com o cargo de comandante. Fez uma circum-navegação do mundo para explorar o Pacífico Sul (1772-1775) e com o objectivo de abrir do Pacífico para o Atlântico a "passagem de nordeste". Explorou também o Oceano Antárctico e descobriu a Nova Caledónia, Nova Geórgia, as Ilhas Salomão e Lealdade. Cartografou toda a costa da Sibéria. No caminho de Tahiti para o Estreito de Bering, descobriu as ilhas Hawai (1778), onde foi morto por um indígena.

James Cook. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-10-27]

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Faz anos hoje - Jean Andoche Junot

No dia 23 de Outubro de 1771 nasceu Jean Andoche Junot.

Da Infopédia:

General francês, nascido em 1771 e falecido em 1813, e primeiro ajudante-de-campo de Napoleão. Dirigiu o exército francês que invadiu o território de Portugal em 1807. A sua estratégia e organização militar não conseguiram fazer frente às tropas inglesas comandadas pelo Duque de Wellington, perante as quais viria a capitular na Batalha do Vimeiro, em 1808. Regressou ao território nacional em 1810, desta vez integrado no exército de Massena, mas também não conseguiria fazer frente ao exército anglo-luso no Buçaco e em Torres Vedras.

Jean Andoche Junot. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-10-23]

domingo, 18 de outubro de 2009

Faz anos hoje - Padre Manuel da Nóbrega

No dia 18 de Outubro de 1517 nasceu o Padre Manuel da Nóbrega.

Da Infopédia:

Padre português, Manuel da Nóbrega nasceu no Norte de Portugal, não muito longe do rio Douro, tanto quanto se sabe, apontando muito historiadores a povoação de Sanfins do Douro, não longe do Porto, como a terra que o viu nascer a 18 de Outubro de 1517, o mesmo dia e mês em que, coincidentemente, viria a falecer em 1570, no Rio de Janeiro. Mais importante que o local de nascimento foi a sua vida intensa dedicada ao sacerdócio, à Companhia de Jesus e à evangelização das Terras de Santa Cruz, onde foi um dos pioneiros da sua abertura ao Ocidente. Estudou Cânones em Salamanca e depois em Coimbra (em 1541). Nesta mesma cidade do Mondego entrou para a Companhia de Jesus, a 21 de Novembro de 1544, quatro anos depois da Ordem, fundada por Santo Inácio de Loyola (em 1534) ter sido aprovada pelo papa, a quem os jesuítas faziam voto de servir como uma autêntica milícia cujas armas eram o Evangelho e a Palavra. Depois de estudar e se ordenar sacerdote, encabeçou a primeira missão jesuítica ao Brasil, que zarpou de Lisboa em 1 de Fevereiro de 1549 e chegou à Baía em 29 de Março, integrado na armada de Tomé de Sousa, de quem foi amigo e conselheiro. Foi-o também de Mem de Sá, outro governador do Brasil, a quem ajudou na expulsão dos franceses da baía de Guanabara em 1560 (sediados no forte Coligny, no Rio de Janeiro), aliados que estavam estes aos índios Tamoios, que instigaram contra os portugueses. Na ajuda e conselhos que a ambos deu pode-se aferir que Manuel da Nóbrega foi um dos obreiros do primeiro esforço colonizador e explorador daquelas terras do Atlântico Sul, que muito bem conhecia. Antes, porém, de rumar para o Brasil fez ainda uma peregrinação a Santiago de Compostela. A sua acção apostólica irradiou a partir da igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Salvador da Baía, levantada pelos jesuítas em Abril e Maio de 1549, mal tinham ainda chegado ao Brasil. A cidade de Salvador teve na sua fundação a mão do Pe. Manuel da Nóbrega, que ajudou também a fundar o Rio de Janeiro e apoiou, como se viu, a luta dos portugueses para expulsar os franceses do litoral brasileiro. Aliás, foi graças aos seus conselhos e incitações que os portugueses não se remeteram apenas ao litoral, principalmente naquilo que hoje constitui o Estado de S. Paulo, convencendo-os a transpor a Serra do Mar e a penetrar no sertão paulista. Dele partiu até o exemplo, pois foi o primeiro a vencer aquelas montanhas e a embrenhar-se pelo vale do rio Piratininga, em cujas margens fundou um povoado que é hoje a maior cidade do Hemisfério Sul: S. Paulo. A fundação do aldeamento - primeiro com o nome do citado rio - ocorreu em 29 de Agosto de 1553. Em 25 de Janeiro de 1554, transferiu para lá o colégio de S. Vicente (vindo da cidade do mesmo nome, no litoral paulista), dando-se então a fundação efectiva de S. Paulo. Mas a sua acção missionária e exploratória não se remeteu àquela região, mas a todo o litoral entre S. Vicente e Pernambuco, região a norte da Baía, sempre em articulação com o poder político, que nunca descurou os conselhos do jesuíta português. Entre os seus auxiliares, destacou-se um outro grande jesuíta da evangelização do Brasil, o Pe. José de Anchieta. O sucesso dos jesuítas foi notável, logo conseguindo grandes frutos do labor apostólico a que se votaram desde a chegada, o que se pode avaliar pela nomeação do Pe. Manuel da Nóbrega, em 9 de Julho de 1553, para superior maior (ou provincial) da Companhia de Jesus no Brasil e em outras regiões "mais além". Mas o seu sucesso não se ficou apenas na evangelização e missionação, na exploração ou como conselheiro, mas também na suas obras escritas. Entre outras, escreveu Diálogos sobre a conversão do gentio, primeiro texto em prosa da literatura brasileira, datado de 1557, Cartas do Brasil (1549-1570), um interessante Tratado contra a Antropofagia e contra os Cristãos Seculares e Eclesiásticos que a Fomentam e a Consentem (1559), e Caso de Consciência para a Liberdade dos Índios (1567), obra inspiradora de tantas outras que surgiriam em defesa do índio no Brasil e seria uma das bandeiras dos jesuítas na América do Sul, luta em que se destacou outro português, Pe. António Vieira, também sacerdote da Companhia. O Pe. Manuel da Nóbrega também é celebrado como grande defensor e protector dos índios. Entretanto, ainda em 1558 escreveu Informação das coisas da terra e necessidade que há para se proceder nela, autêntico alfobre de indicações preciosíssimas sobre o Brasil por desbravar. Quando faleceu, no dia do seu aniversário, em 1570, o Brasil contava já com uma província jesuítica estabelecida, activa e promissora, com uma rede de colégios, residências e um plano de missões apurado e contínuo por todas as terras colonizadas ou em fase de exploração, para o que muito os seus padres contribuíram. Todo este esforço se deve, sem dúvida, ao Pe. Manuel da Nóbrega, figura ímpar nos alvores do Brasil, desdobrada em múltiplas e frutuosas actividades e correndo todo o território, empresa ainda hoje difícil, quanto mais naquele longínquo século XVI.

Padre Manuel da Nóbrega. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-10-18]

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Faz anos hoje - Heinrich Himmler

No dia7 de Outubro de 1900 nasce Heinrich Himmler.

Da Infopédia:

Político alemão (1900-1945) do partido nazi, exerceu funções de chefia da polícia e de comando militar. Tornou-se a segunda personalidade mais importante do III Reich. Em 1936, passou a comandar a polícia política e assumiu a direcção das operações ligadas à exterminação dos judeus na Europa. Foi capturado pelos Aliados em Maio de 1945, altura em que se suicidou.

Heinrich Himmler. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-10-07]

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Faz anos hoje - Cardeal Richelieu

No dia 9 de Setembro de 1585 nasceu Armand-Jean du Plessis (Cardeal Richelieu).

Da Infopédia:

Religioso francês nascido a 9 de Setembro de 1585, na cidade de Paris, e faleceu a 4 de Dezembro de 1642. Armand-Jean du Plessis, seu nome verdadeiro, era filho do Grande Preboste de França e senhor de Richelieu, François du Plessis, e da sua mulher Sizanne de la Porte. Estudou no Colégio de Navarra e na Academia de Pluvinel, orientando-se a sua educação para a carreira militar. Contudo, uma vez que o seu irmão Alphonse recusou o cargo de bispo de Luçon, que pertencia à família, Armand-Jean substituiu-o no ano de 1606. Com apenas 22 anos necessitou da aprovação papal, que foi pedir a Roma, e uma vez conseguida iniciou as suas tarefas diocesanas. Travou conhecimento com aquele que ficaria para a história como a "eminência parda" pela confiança que Richelieu sempre depositaria nele: o capuchinho Padre José. Eleito deputado nos Estados Gerais pelo clero de Poitou em 1614, foi depois distinguido com o cargo de Grande Esmoler do reino por Maria de Médicis, mãe de Luís XIII. Protegido de um poderoso ministro do reino, Concino Concini, ganhou também ascendente sobre a rainha-mãe, mas quando estes caíram em desgraça também Richelieu foi em 1618 exilado para Avinhão por ordem de Luís XIII. Após a reconciliação do rei com a sua mãe, em 1620, por meio do Tratado de Angoulême, abriu-se de novo o caminho de Richelieu ao poder. A 16 de Abril de 1621 tornou-se Cardeal de Richelieu, por intercessão do rei, três anos depois membro do Conselho Real e chegando ao posto de primeiro ministro, dedicou-se à práctica de uma política que procurou fortalecer tanto o poderio francês face a outros dominantes na Europa como o do rei no seu próprio país. Tal implicou a perda de privilégios e de estruturas defensivas que davam autonomia a grandes figuras da nobreza, que passaram a viver em constante revolta contra este ministro. Uma das medidas mais polémicas tomadas por Richelieu (entretanto feito par de França e duque) foi a aliança com os Protestantes no combate dos anos 30 de 1600 contra os Católicos do império dos Habsburgos, posição tomada por razões políticas mas criticada por ser tomada por um clérigo. Destes combates nasceram a "taille" e a gabela, taxas a pagar sobre a terra e o sal para o financiamento dos gastos militares. Após o seu falecimento, sucedeu-lhe no cargo o cardeal Mazarino. Richelieu foi uma das figuras de proa da instauração do Absolutismo real na França. Subordinou todos os poderes ao rei, no qual centralizou todo o poder. Mitigou e aboliu até os conflitos de interesses de carácter nobiliárquico ou religioso, fazendo valer a arbitragem e intervenção da política real, cujo maior instrumento era o próprio cardeal-duque Richelieu. Um estado centralizado, com Richelieu, substituiu um país pulverizado por poderes, fragmentado por querelas e lutas internas e regido por leis diversas. Um Rei, um Estado, uma Lei, poderia ter sido a divisa absolutista de Richelieu. Este notabilizou-se ainda pelo enfraquecimento do poder dos Habsburgos na Europa, reinantes na Espanha (com os Áustrias) e no Sacro-Império Romano-Germânico. Foi um dos apoiantes dos Protestantes do Norte da Europa contra os estados dominados pelos Habsburgos que, apesar de católicos como Richelieu, no seu entender deveriam ser enfraquecidos para dar lugar à hegemonia da França. Assim, Richelieu foi um dos vencedores da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e da Paz de Vestefália, momento de viragem na direcção geopolítica da Europa.

Cardeal de Richelieu. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-09-09]

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Faz anos hoje - António Sérgio

No dia 3 de Setembro de 1883 nasceu António Sérgio.

Da Infopédia:

Um dos expoentes da reflexão cultural e do ensaísmo da primeira metade do século XX, o pensamento e magistério de António Sérgio marcaram várias gerações de intelectuais, sendo nome de referência quer no âmbito da historiografia, da crítica literária, da história política e das ideias ou da teoria do conhecimento. Abandonou a carreira da marinha de guerra após a implantação da República, em 1910, abraçando com total dedicação uma actividade de reforma das mentalidades, missão que lhe parecia fundamental na consolidação de um regime democrático. Interessou-se vivamente pela pedagogia, tendo produzido um ensaio, Educação Cívica , em que defende a autonomia do aprendente e a instrução activa, que pouco eco teve na época mas que viria a ser recuperado durante a década de 80. Integrando o projecto da "Renascença Portuguesa", publicou vários trabalhos de teor pedagógico, em publicações como A Águia, que abandonará depois de acusar o carácter passadista e utópico do saudosismo, em polémica aberta com Teixeira de Pascoaes, para fundar a revista Pela Grei . Em 1923, aceitou a pasta governativa da Instrução Pública, de que se demitiria, vendo a impossibilidade de realizar alguns dos projectos a que se propusera, como a criação de uma Junta Propulsora dos Estudos. Depois de um afastamento de sete anos, em Madrid e Paris, para onde fora compelido a exilar-se após a instauração da ditadura militar, em 1926, foi amnistiado em 1933. De regresso a Portugal, leccionou, efectuou traduções e continuou, sempre com o fito numa reforma mental e económica, a publicação ensaística (Ensaios, 8 vols., 1920-1958). Durante a década de trinta, colaborou com Seara Nova , aí assumindo um papel de liderança intelectual, colaborando ainda, no âmbito do grupo da Biblioteca Nacional, na revista Lusitânia . Em 1953, participou no movimento político democrático que tentaria propor, em 1958, a candidatura à Presidência da República do General Humberto Delgado, conhecendo, durante esse processo logrado, a prisão. Ao longo da sua vasta e profunda obra ensaística, debruçando-se sobre temas diversos, que vão desde a reflexão histórica e filosófica à discussão literária, António Sérgio manteve como invariáveis os princípios do racionalismo idealista; a reflexão cultural de cunho universalista; uma interpretação histórica de fundamento socioeconómico; a doutrinação pedagógica com vista à criação de uma consciência cívica e democrática e a defesa, no domínio da ideação política económica e social, da prática do corporativismo. Submetido, sob todos os seus prismas, a um ideal humanista de libertação e autonomia do homem, o reformismo sergiano, rejeitando a postura marxista, postula que a transformação das estruturas sociais "não é possível com pregações, nem com políticas de autoritarismo, nem com reformas só pedagógicas - mas com reformas sociais e pedagógicas concatenadas, entrelaçadas como fios de um tecido único, as quais preparam o nosso povo para um uso razoável da liberdade e para compreender por si mesmo a sua emancipação social-económica." (Ensaios , t. II, 2.ª edição, p. 89). Tendo relegado para um segundo plano a criação literária, evidenciada num volume de Rimas (1908), desvalorizado pelo autor; na publicação de Antígona (1930), um drama de cariz didáctico e combativo, ou na publicação de alguns poemas nas páginas de Seara Nova (sob o pseudónimo de Álvaro Clarival), a sua bibliografia conta ainda traduções de obras enciclopédicas, filosóficas (Leibniz, Descartes) e literárias, obras de literatura infantil e a edição escolar, prefaciada e anotada pelo ensaísta, de obras de autores portugueses. Bibliografia: Notas sobre os Sonetos e as Tendências Gerais da Filosofia de Antero de Quental, Lisboa, 1909; Educação Cívica, Porto, 1915; Considerações Histórico-Pedagógicas, Porto, 1916; Ensaios (8 vols.), Lisboa, 1920-1958; História de Portugal, Barcelona, 1929; Democracia, Lisboa, 1934; Cartesianismo Ideal e Cartesianismo Real, Lisboa, 1937; Introdução Geográfico-Sociológica à História de Portugal, Lisboa, s/d; Um Problema Anteriano, Lisboa, s/d; Cartas de Problemática, Dirigidas a Um Grupo de Jovens Amigos, Alunas e Alunos da Faculdade de Ciências, Lisboa, 1952-55; Cartas do Terceiro Homem, 3 vols., Lisboa, 1953-57; Antígona, Porto, 1930

António Sérgio. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-09-03]

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Faz anos hoje - D. Afonso VI

No dia 21 de Agosto de 1643 nasceu Afonso VI.

Da Infopédia:

Filho de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, nasceu a 21 de Agosto de 1643. Por morte prematura de D. Teodósio, seu irmão mais velho, tornou-se herdeiro do trono. Em 1656, uma vez que D. Afonso apenas tinha treze anos, D. Luísa de Gusmão assumiu a regência do reino. Em consequência de doença em criança, D. Afonso VI sofria de diminuições físicas e mentais. Tinha um comportamento estranho para a sua condição de rei; envolvia-se em cenas de rua e rodeava-se de más companhias, companhias essas que, por vezes, levava para a Corte e que sobre ele exerciam forte domínio e influência. Veio a ser considerado, pelos médicos, mentecapto e impotente. A regente, perante a incapacidade governativa do monarca, convocou um Conselho de Estado, no qual afastou Afonso VI e fez jurar D. Pedro, irmão de D. Afonso VI, como herdeiro do trono. Mas esta tentativa não resultou, uma vez que Luís de Vasconcelos e Sousa, conde de Castelo Melhor, em nome de D. Afonso VI, preparou o afastamento forçado da regente para um convento. Foi neste período que se conseguiu a vitória na guerra com a Espanha, o que valeu ao rei o cognome de "o Vitorioso". A 27 de Junho de 1666, depois de várias tentativas de casamento falhadas, casou por procuração com D. Maria Francisca Isabel de Sabóia. A nova rainha ligou-se ao partido de D. Pedro e afastou o conde da corte. A 23 de Novembro de 1667, D. Afonso VI abdicou do poder em favor do irmão. A 24 de Março de 1668, o seu casamento foi anulado e o rei desterrado para Angra do Heroísmo. Em 1674, regressou ao Reino e foi fechado no Palácio de Sintra, onde faleceu a 12 de Agosto de 1683.

D. Afonso VI. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-08-21]

quarta-feira, 24 de junho de 2009

D. Nuno Álvares Pereira

No dia 24 de Junho de 1360 nasceu D. Nuno Álvares Pereira.

Da Infopédia:

Cavaleiro militar português, nasceu em 1360, em Cernache do Bonjardim, filho ilegítimo do Prior da Ordem Militar do Hospital. A sua educação foi feita segundo os ideais da cavalaria medieval. Aos 13 anos foi apresentado na corte, onde logo se fizeram notar as suas qualidades e o seu génio militar, e tornou-se escudeiro da rainha D. Leonor Teles, esposa do rei D. Fernando. Aos 17 anos, por imposição do pai e apesar da sua resistência, casou com D. Leonor Alvim, senhora de grandes terras, de quem teve três filhos, entre eles D. Beatriz, que veio a casar com o príncipe D. Afonso, filho de D. João I, e que viria a ser o 1.o duque de Bragança. Entretanto, Nuno Álvares Pereira tomou contacto com as tropas inglesas estacionadas em Portugal, o que refinaria ainda mais as suas grandes qualidades de estratega militar. Com a morte de D. Fernando, em 1383, e estando em causa a independência nacional, gera-se a revolta popular e todo um processo de luta contra as pretensões castelhanas em que Nuno Álvares Pereira vai ter um papel preponderante. Segue-se um período de lutas constantes entre os partidários de Castela e os defensores da independência de Portugal. A sua primeira grande vitória dá-se na Batalha dos Atoleiros, em 1384. Em 1385, nas Cortes de Coimbra, o Mestre de Avis é aclamado rei de Portugal e Nuno Álvares Pereira é nomeado Condestável do Reino. A luta contra os opositores de D. João I continua e dá-se a batalha decisiva de Aljubarrota, em 14 de Agosto de 1385. Apesar da desigualdade de forças entre os dois exércitos, os portugueses obtêm uma vitória esmagadora, graças ao génio militar do Condestável, que pôs em prática as novas tácticas de guerra que aprendera com os ingleses, além de ter escolhido o melhor local para o embate e tendo os combatentes portugueses uma confiança ilimitada no seu comando. Em Outubro de 1385, em Valverde, alcança nova vitória sobre os castelhanos, e continua a participar nos sucessivos confrontos, cada vez mais raros, que entretanto se verificaram, até que, em 1411, Castela reconheceu a independência de Portugal. Com o consolidar da paz com Castela, Nuno Álvares Pereira, que entretanto fora cumulado com sucessivas doações de terras e bens, vai dedicar-se a obras de bem-fazer. Em 1393 distribui muitas das suas terras pelos companheiros de armas. Estando ele viúvo desde 1388, em 1414 morre-lhe a filha, D. Beatriz. Vai dar então novo rumo à sua vida, dedicando-se mais aos trabalhos agrícolas nos seus domínios de Vila Viçosa. Entretanto, ainda participou, em 1415, na conquista de Ceuta. Mas em 1422 reparte pelos netos os seus títulos e bens e em 1423 professa no Convento do Carmo, que ajudara a construir, tomando o nome de Nuno de Santa Maria, onde passa os últimos anos da sua vida, entregue à penitência e servindo os pobres. Veio a falecer em 1431. Já em vida era conhecido como o Santo Condestável, e foi beatificado pela Igreja em 23 de Janeiro de 1918, sendo venerado a 6 de Novembro.

D. Nuno Álvares Pereira. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-06-23]

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Anne Frank

No dia 12 de Junho de 1929, nascia Anne Frank.

Da Infopédia:

Judia alemã, Anne Frank nasceu a 12 de Junho de 1929, em Frankfurt am Main, e morreu a 31 de Março de 1945, em Bergen-Belsen. Filha de um comerciante, viveu com a sua família em Frankfurt até que à chegada ao poder do partido nazi se seguiu um agravamento das manifestações de anti-semitismo no país. Em 1941, a família emigrou para a Holanda, mais precisamente Amesterdão, onde Anne passou a viver confinada a um esconderijo. Durante dois anos, escreveu um diário em que relata a experiência da perseguição movida pelos nazis e fala dos terrores que se abatiam sobre os que com ela partilhavam aquele pequeno espaço. A família acabou por ser descoberta e transportada para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde Anne e sua mãe viriam a morrer. O diário de Anne Frank é um dos mais vivos testemunhos do horror que o nosso século conheceu. Encontra-se traduzido em mais de trinta línguas e fez da sua jovem autora um símbolo do sofrimento dos inocentes perante a injustiça. A casa de Amesterdão que albergou a família Frank é hoje um museu.

Anne Frank. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-06-09]

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Marquês de Pombal

No dia 13 de Maio de 1699 nascia Sebastião José de Carvalho e Melo.

Da Infopédia:

Político e diplomata português, Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu a 13 de Maio de 1699 e casou, aos 23 anos, com uma senhora 10 anos mais velha e viúva. Foi embaixador de D. João V nas cortes inglesa e austríaca. Embora sem significativo sucesso para Portugal, estas missões foram importantes para a formação política e económica de Sebastião José de Carvalho e Melo. Na Áustria casou, em segundas núpcias, com D. Leonor Daun. Em 1750, com a subida ao trono de D. José, foi nomeado secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. A sua grande capacidade de trabalho e de chefia revelou-se na forma como encarou o trágico terramoto de 1755, momento a partir do qual se tornou o homem de confiança de D. José I. Empenhou-se fortemente no reforço do poder régio, diminuindo o poder de algumas casas nobres. A 13 de Janeiro de 1759, acusados de tentativa contra a vida do rei, o duque de Aveiro, o marquês de Távora e a sua mulher foram torturados e executados em acto público. Expulsou e confiscou os bens da Companhia de Jesus porque a sua influência na sociedade portuguesa e as suas ligações internacionais eram um entrave ao fortalecimento do poder régio. Em 1759, recebeu o título de conde de Oeiras e, em 1769, o de marquês de Pombal. As dificuldades económicas do Reino, provocadas sobretudo pela interrupção na exploração do ouro brasileiro, obrigaram o marquês a retomar a política de fomento industrial que havia sido iniciada com o conde da Ericeira. Reformou o ensino, anteriormente nas mãos dos Jesuítas, através da adopção de novos métodos pedagógicos e da criação de novas escolas como o Real Colégio dos Nobres. Reformou a administração, as finanças e o sistema militar. Cometeu vários abusos do poder, o que lhe valeu a antipatia e a criação de inúmeros inimigos. Com o falecimento de D. José I, a oposição ao marquês tornou-se muito activa e D. Maria I mandou realizar uma sindicância aos seus actos. Exilado em Pombal, o marquês defendeu-se atribuindo responsabilidades ao rei D. José I. Atendendo à sua idade avançada, 80 anos, foi apenas condenado a viver afastado de Lisboa. Faleceu em 1782 no seu palácio do Pombal.

Marquês de Pombal. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-05-13]

terça-feira, 5 de maio de 2009

Napoleão Bonaparte

No dia 5 de Maio de 1821 morria Napoleão Bonaparte.

Da Infopédia:

Militar e político francês, nasceu na Córsega em 1769. Foi para o continente cumprir os seus estudos, terminando em 1785 a Academia Militar sem distinção alguma. A seguir à Revolução de 1789, as suas simpatias políticas inclinaram-se para a facção dos Jacobinos, os radicais que viriam a ser responsáveis pela instituição do Terror. Neste período agitado, a sua fortuna variou bastante: Napoleão foi promovido rapidamente, mas depois substituído das suas funções de comando e mesmo preso. Os revezes da sorte, aliás, marcariam todo o decurso da sua vida política e militar. Nos anos do Directório recuperou Napoleão a sua posição de destaque no exército e a sua influência junto do poder político. Sob este regime teria oportunidade, em 1796, de realizar feitos militares importantes contra os exércitos austríacos e italianos. As suas vitórias deram-lhe algum do prestígio de que carecia para prosseguir a sua ascensão. De seguida, em 1798, tomou, de acordo com as suas aspirações expansionistas, Malta e o Egipto, mas viria a ser derrotado pelos ingleses e voltaria a França, onde, em finais de 1799, dirigiu um golpe de Estado que fez dele cônsul, partilhando o poder com dois seus iguais. Dentro em pouco, porém, faria o regime derivar para uma ditadura de cariz militar, enquanto esvaziava de poder efectivo as funções desempenhadas pelos outros cônsules da República. Uma vez consolidado o seu poder no plano interno, as novas campanhas de Napoleão fizeram-lhe aumentar ainda mais a popularidade, de tal modo que, em 1802, um referendo nacional o declarou cônsul vitalício e lhe outorgou o direito de escolher o seu sucessor. Em 1804 proclamar-se-ia mesmo imperador. Na cerimónia da coroação, teria o arrojo de retirar das mãos do Papa a coroa para se coroar a si próprio. Entretanto, dava continuidade à sua política expansionista, contando com a Inglaterra como país rival e principal adversário. As forças napoleónicas obtiveram grandes vitórias, como a de Austerlitz, em 1805, mas sofreram também pesadas derrotas: na Batalha de Trafalgar, em que a armada francesa seria derrotada pela frota do almirante Nelson, em 1805; nas incursões na Península Ibérica (Portugal, designadamente, foi alvo de três invasões entre 1807 e 1813, todas elas de resultado infeliz para Napoleão); e, sobretudo, na calamitosa campanha russa de 1812, em que um exército de quatrocentos e cinquenta mil homens foi desbaratado e o prestígio do imperador ficou severamente abalado. A partir desse momento, o poderio de Napoleão entrou em declínio acentuado. Em 1814 acabaria por ter que se render às forças aliadas da Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia, e retirou-se para a Ilha de Elba, preservando embora o título de imperador. Menos de uma ano depois, no entanto, voltaria a França para tomar o poder, mas seria derrotado por Wellington em Waterloo. Seguiu-se o exílio em Santa Helena, uma ilha longínqua do Atlântico. Passando os seus últimos anos de vida praticamente só, aí viria a morrer em 1821. O seu corpo encontra-se sepultado no cemitério de Les Invalides, em Paris. Napoleão foi um homem incontornável na vida política da França - e da Europa - do seu tempo. Constituiu um império que deu um contributo decisivo para a formação de países como a Grécia, a Itália e a Alemanha, seja por ter unificado os territórios que se encontravam politicamente fragmentados, seja por ter pretextado o surgimento de sentimentos nacionalistas.

Napoleão Bonaparte. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-05-05]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

William Prescott

No dia 4 de Maio de 1796 nascia Willam Prescott.

Da Wikipédia:

William Hickling Prescott (4 de Maio de 1796 - 29 de Janeiro de 1859), historiador norte-americano especializado na história da América de língua espanhola. William H. Prescott, apesar de amblíope, escreveu um conjunto notável e ainda hoje valioso de obras sobre a colonização castelhana da América Central e do Sul e sobre a monarquia espanhola. Foi um dos primeiros historiadores a aplicar os modernos métodos de investigação histórica às fontes arquivísticas castelhanas relacionadas com a América do Sul. Permaneceu nos anos de 1815-1816 em Ponta Delgada, Açores, cidade onde vivia o seu avô materno, tentando recuperar dos seus problemas oftálmicos.

William H. Prescott nasceu em Salem, Massachusetts, filho de William Prescott Jr., um advogado, e de sua mulher, Catherine Greene Hickling, filha de Thomas Hickling, abastado comerciante e cônsul americano nos Açores. O seu avô paterno William Prescott serviu com o posto de coronel na Guerra da Independência Americana.

Iniciou os seus estudos nas Universidade de Harvard, destinado a seguir uma carreira na advocacia. Com grande pendor para a literatura cedo se destacou pela qualidade dos seus escritos.

Prescott perdeu a vista quando migalhas de pão se alojaram nos seus olhos durante uma brincadeira com colegas na cantina da Universidade de Harvard. Da inflamação resultou uma progressiva perda de visão que o deixou reduzido à quase cegueira, incapaz de ler ou escrever sem recorrer a um quadro construído para cegos.

Terminados os seus estudos em letras no verão de 1814, em Janeiro de 1815 partiu para os Açores, onde permaneceu em casa do avô até Abril de 1816 procurando alívio para os seus problemas com os olhos. Naquela altura o único olho funcional encontrava-se muito inflamado, forçando-o a permanecer às escuras durante semanas seguidas. Em Abril de 1816 partiu para a Inglaterra, onde procurou, sem sucesso, a cura do seu problema oftálmico. Permaneceu na Europa, visitando a França e a Itália, até Julho de 1817, mês em que regressou a Boston. Após o regresso, sem esperança de cura para os olhos, casou e decidiu abandonar o direito para se dedicar à literatura.

Depois de uma década de estudo, publicou em 1837 a sua obra History of Ferdinand and Isabella, que de imediato lhe granjeou o respeito dos historiadores contemporâneos.

À obra inicial seguiu-se em 1843 a History of the Conquest of Mexico, e em 1847 a obra Conquest of Peru. O seu último trabalho foi a History of Philip II., do qual o terceiro volume apareceu em 1858, que deixou incompleto. Neste último ano sofreu um grave acidente vascular cerebral ao qual se seguiu outro em 1859, que lhe causou a morte.

Em todos os seus trabalhos demonstrou grande capacidade de investigação, imparcialidade e um impressionante poder narrativo. A dificuldade que lhe causava a ambliopia torna ainda mais notável a sua capacidade investigativa, já que tinha que recorrer à escuta da leitura dos textos, em castelhano, que encontrava nos arquivos.

Prescott era um homem de carácter amável e benevolente que lhe granjeou a amizade dos mais distintos historiadores europeus e norte-americanos do seu tempo.

Muito do trabalho de William H. Prescott é baseado no estudo de fontes inéditas contidas nos arquivos de Espanha, o que é notável dada a quase cegueira do autor.

W. H. Prescott faleceu em New York, vítima de um acidente vascular cerebral. A cidade de Prescott, Arizona, foi baptizada em sua honra dado relevo da sua obra The Conquest of Mexico.

As obras compeltas de William H. Prescott foram editadas em 16 volumes por J. F. Kirk em 1870-1874. A sua biografia foi publicada por George Ticknor (1864; com edição revista em 1875). Outras biografias foram publicadas por R. Ogden (1904) e Harry Thurston Peck (1905). Existem reedições recentes da biografia escrita por Peck (University Press of the Pacific, 2003).

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