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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Parabéns Avó /Happy birthday grandmother


Estou muito orgulhoso da minha avó que faz hoje 94 anos! Parabéns Avó, gosto muito de ti!

I'm very proud of my granny  on her's 94th birthday! Congratulations granny, I love you!


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Janelas de Todo o Mundo


A "Menina Laura", minha mãe, fez recentemente setenta anos. Durante toda a sua vida sempre foi uma lutadora e é uma verdadeira matriarca.


Descobriu há pouco mais de um ano as maravilhas da Internet e, como não poderia deixar de ser, o correio electrónico, as pesquisas, o homebanking e o Facebook estão completamente dominados.

Foi com satisfação que recentemente verifiquei que criou por sua iniciativa, um grupo aberto no Facebook, dedicado à fotografia de janelas. O grupo chama-se "Janelas de Todo o Mundo" e está a fazer um sucesso enorme, tendo já 340 membros.

Que tal passarem por lá? 

Está de parabéns a "Menina Laura", pelos setenta anos e por mais uma conquista!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Fazes-me sempre muita falta...



Escrevi o texto abaixo já há algum tempo aqui no Outras Escritas aquando da passagem de um ano da morte do meu pai. Como hoje é um dia especialmente triste, uma vez que era o dia do seu aniversário, acho que devo uma vez mais partilhá-lo convosco.

A fotografia foi tirada há precisamente três anos aqui no Funchal, no último jantar de aniversário.




Funchal, 11 de Outubro de 2010

Meu querido Pai

Faz hoje um ano que te foste embora, sem teres tido oportunidade de uma despedida. Partiste, assim de mansinho e aos poucos, depois de uma luta inglória que durou tempo demais e que não conseguiste vencer.
Desde essa altura que não me é permitido falar contigo, ouvir-te, ver-te ou sentir a tua presença.

Vivemos separados a maior parte das nossas vidas porque eu saí cedo de casa para poder estudar e nunca mais voltei, a não ser em tempos de férias, ou a meio de viagens de trabalho. A minha ausência implicava que não falássemos muitas vezes, mas era bom poder ouvir-te ao telefone pelo menos uma vez por semana e quando eu chegava ao Alentejo para uma visita, era muito bom ouvir-te dizer: "Então como está o meu querido filho?"
Ai, como tenho saudades de ouvir-te chamar-me "meu querido filho"!

Com a idade, foste ficando mais ternurento, meigo e sossegado, e isso foi bom para o nosso relacionamento. Parece que te sentia mais próximo de mim e que estávamos mais à vontade um com o outro. Notei isto, quando passaste a não suportar as nossas despedidas. Ias-te embora e ficavas sozinho enquanto eu partia.

Há um ano inverteram-se os papéis, partiste tu e deixaste-me a mim a a todos os que gostam de ti, mais sozinhos e mais tristes. Sei que não tens culpa e que provavelmente terias ficado, se isso dependesse só de ti, mas na verdade, fazes-me falta pai, fazes-me muita falta.

Um beijo do teu filho

Alberto

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Enock e os seus presentes de Natal / Enock's Christmas presents

(In english bellow)

Como já referi aqui, o Enock é um menino africano que apadrinhei recentemente através da Children.org. O Enock vive na Zâmbia, perto de Lusaka e a sua família tem graves problemas económicos, pondo em risco o seu desenvolvimento fisico e social. Com um pequeno contributo mensal, sei que estou a ajudar o Enock e a sua família a enfrentarem a situação difícil em que se encontram.

Neste Natal, resolvi enviar uns presentes ao Enock,  mesmo sabendo que corria o risco da encomenda onde seguiam se perder pelo caminho ou ficar retida na alfândega. Comprei-lhe uns calções, uma t-shirt, uma bola e quatro carrinhos. No postal que lhe escrevi, fiz questão de lhe dizer que a bola e os carrinhos deviam ser partilhados com os seus amigos.

Depois de muito tempo de espera, recebi ontem a confirmação da recepção da encomenda e ainda fui presenteado com quatro fotografias do Enock com os seus novos brinquedos. 

Fiquei com a alma cheia ao ver o seu sorriso...





As I mentioned here, Enock is an African boy that I sponsored recently through Children.org. Enock lives in Zambia, near Lusaka and his family has serious economic problems, jeopardizing his physical and social development. With a small monthly fee, I know I am helping Enock and his family to cope with the difficult situation they face.

This Christmas, I decided to send some gifts to Enock, even with the risk of the package gets lost on the way or delayed in customs. I bought him a pair of shorts, a t-shirt, a ball and four small cars. In the postcard I wrote, I told him the ball and the small cars should be shared with his friends.

After a long waiting period, yesterday I received confirmation of the package deliverance and, as a gift,    four photographs of Enock with their new toys.
I'm filled of joy to see his smile ...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A minha mãe é melhor que a vossa! Ah pois é!

Então não é que neste Natal fui surpreendido como uma criança? 

A responsável foi a mãe fantástica que tenho.

Obrigado Mãezita! És mesmo a melhor mãe do mundo...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Não se vendem bilhetes para o São Carlos?

Telefonema de familiar no dia de ontem, a perguntar se o Gato das Botas ou a Madame Butterfly seriam indicadas para uma incursão no mundo da ópera de um casal amigo.

Respondi imediatamente que, nem uma, nem outra!

Como "tem que ser no São Carlos", lá fui dar uma vista de olhos na temporada actual. Confirmei que O Gato das Botas de Xavier Montsalvatge está em cena no Teatro Camões, mas sendo uma ópera essencialmente para um público infantil/jovem, não seria nada indicada. Para além disso não conheço a obra, e não gosto de recomendar algo que não conheço.

A Madame Butterfly estará em cena em Março, mas é Puccini, e eu tenho sérios problemas com a maioria das obras deste compositor.

No entanto, em Janeiro, estará em cena a ópera Così fan tutte de Mozart, esta sim, uma excelente escolha para uma primeira abordagem a este mundo.

Telefonei, todo contente, com a minha recomendação, que foi imediatamente aceite. No entanto reparei mais tarde que a venda de bilhetes para todos os espectáculos do S. Carlos em 2012 está "temporariamente suspensa".

O que se passa? Algo me escapou...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Enock


(In english below)

15 de Setembro é um dia especial para mim e para a minha família. Neste dia costumo receber muitos presentes e felicitações de familiares e amigos, alguns dos quais nem conheço pessoalmente (o Facebook tem destas vantagens).

Este ano resolvi tornar este dia especial para alguém que está longe, bem longe, que ainda não me conhece, mas que precisa muito da minha ajuda. O Enock é um menino africano, que vive na Zâmbia e cujos rendimentos da família se encontram abaixo do limiar de pobreza. Com a minha ajuda, e através da Children International, o Enock vai passar a ter cuidados médicos, apoio na educação e melhorias na sua alimentação, condições de habitabilidade e vestuário.

O Enock, justa-se assim à Esnart, uma menina também da Zâmbia que já faz parte da nossa família desde o princípio do ano.



September the 15th is a special day for me and my family. On this day I usually receive lots of gifts and messages from my relatives and friends, some of which I don't even know personally (one of the Facebook's advantages).

This year I decided to make this day, a special day for someone who is far far away and needs my help. Enock is a young african boy, who lives in Zambia and whose family monthly income is below poverty threshold. With my help, through Children International, Enock will have medical care, educational support, durable clothing and shoes and improved living conditions.

Enock follows Esnart who belongs to my family since the beginning of the year.


domingo, 1 de maio de 2011

Mãe

Tenho o privilégio de ter uma mãe que, para além de ser uma mulher extraordinária, é também a minha melhor amiga.

Feliz dia da mãe...


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A pequena Esnart



A Esnart é uma menina de quatro anos que vive com os pais e irmãos na Zâmbia. A família vive em condições de pobreza extrema, numa casa só com uma divisão, com telhado de zinco, sem água nem electricidade.

Através da Children International, uma organização humanitária com sede nos Estados Unidos, eu e a minha irmã resolvemos "adoptar" a pequena Esnart, proporcionando-lhe, a ela e à família, melhores condições de vida, nomeadamente o acesso a cuidados de saúde, alimentação e educação.

O processo do "adopção" (sponsorship) é muito simples e completamente seguro (para os mais preocupados com questões de segurança na Internet). O mais difícil é mesmo escolher a menina ou o menino, uma vez que nos parecem todos fantásticos. A escolha da Esnart teve essencialmente a ver com o facto de o rendimento mensal da família ser apenas de 40 USD.

De qualquer forma, todas crianças necessitam urgentemente de ajuda e por um valor mensal, para nós quase simbólico, podemos melhorar significativamente as suas condições de vida. Para além disso temos a satisfação de poder acompanhar o seu crescimento através de fotografias e correspondência e, se pretendermos, a Children International organiza uma visita.

A Esnart é uma pequena gota num universo de crianças necessitadas que parece crescer de forma descontrolada neste planeta. A nossa ajuda é também muito pouca face a tamanho flagelo, mas no entanto, se fizermos a Esnart sorrir, já ficamos um pouco mais satisfeitos e com a certeza de que estamos a contribuir para que este mundo seja um pouco melhor.

sábado, 20 de novembro de 2010

A minha prima Anabela


No dia do funeral do meu Tio Zé Maria, gostava de deixar aqui no Outras Escritas, uma homenagem à minha prima Anabela, sua filha, pela sua força e coragem.

É bonito ver uma filha homenagear o pai com palavras tão sentidas e sábias.

Beijinhos Prima...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Novamente o luto...

Novamente o luto de abate sobre a nossa família.

Parto para Lisboa para o último adeus ao Ti Zé Maria...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fazes-me falta...


Funchal, 11 de Outubro de 2010


Meu querido Pai

Faz hoje um ano que te foste embora, sem teres tido oportunidade de uma despedida. Partiste, assim de mansinho e aos poucos, depois de uma luta inglória que durou tempo demais e que não conseguiste vencer.
Desde essa altura que não me é permitido falar contigo, ouvir-te, ver-te ou sentir a tua presença.

Vivemos separados a maior parte das nossas vidas porque eu saí cedo de casa para poder estudar e nunca mais voltei, a não ser em tempos de férias, ou a meio de viagens de trabalho. A minha ausência implicava que não falássemos muitas vezes, mas era bom poder ouvir-te ao telefone pelo menos uma vez por semana e quando eu chegava ao Alentejo para uma visita, era muito bom ouvir-te dizer: "Então como está o meu querido filho?"
Ai, como tenho saudades de ouvir-te chamar-me "meu querido filho"!

Com a idade, foste ficando mais ternurento, meigo e sossegado, e isso foi bom para o nosso relacionamento. Parece que te sentia mais próximo de mim e que estávamos mais à vontade um com o outro. Notei isto, quando passaste a não suportar as nossas despedidas. Ias-te embora e ficavas sozinho enquanto eu partia.

Há um ano inverteram-se os papéis, partiste tu e deixaste-me a mim e a todos os que gostam de ti, mais sozinhos e mais tristes. Sei que não tens culpa e que provavelmente terias ficado, se isso dependesse só de ti, mas na verdade, fazes-me falta pai, fazes-me muita falta.

Um beijo do teu filho

Alberto

terça-feira, 4 de maio de 2010

Terça, Flashback VI (A menina Laura)

Porque ainda está presente o dia da mãe, publico no Terça, Flashback de hoje, um texto sobre a minha mãe que foi publicado no terceiro volume da Fábrica de Histórias.

A menina Laura nasceu num dia de Maio de 1942 numa pequena vila do interior alentejano. Filha do mestre Quim Sapateiro e da menina Maria do Quim, sim, porque por essas bandas as mulheres são todas meninas, a pequena Laura teve uma infância cheia de atenções e mimos dos seus pais. Nada de muitos luxos. O mestre Quim não era nem nunca foi rico, pelo menos do ponto de vista financeiro.

A menina cresce, vai à escola mas completa apenas a quarta classe segundo o que era habitual naquela altura, pelo menos no seio das famílias mais pobres. Não foi, no entanto, o facto de não ter continuado os estudos que fez dela uma pessoa menos inteligente ou menos pronta para enfrentar a vida que tinha pela frente.

Já uma mulherzinha, Laura aprende a bordar com a menina Amália que por sua vez tinha aprendido com uma senhora da Madeira. Aprendeu depressa e bem a arte do bordado mas, curiosamente, não foi nesta altura da sua vida que mais uso dela fez.

Mais uns anos passam e a menina Laura começa a interessar-se por um rapaz meio traquinas que andava já há uns tempos a fazer-lhe olhos bonitos. Havia, no entanto, um problema. A menina era filha do mestre Quim sapateiro e o rapaz filho do senhor Alberto Grilo, um dos homens mais ricos da terra.

O amor, felizmente, venceu e a menina Laura casou com o menino Zé Joaquim num dia de Abril de 68.

Logo após o casamento, começam os problemas financeiros do Sr. Alberto Grilo que é obrigado a encerrar vários dos seus negócios e a despedir muitos dos seus funcionários. Os membros da família têm que arregaçar mangas para salvar o que resta. A menina Laura e as outras mulheres da família Grilo ficam com o trabalho ingrato de cuidar do aviário. Limpar e alimentar os frangos eram as suas tarefas diárias. Quem na altura pensou que Laura casara por dinheiro, imediatamente verificou que tal não poderia estar mais longe da realidade. O afinco com que ajudou a família Grilo era a maior prova de amor que Laura poderia dar ao seu marido.

É nesta época de luta e dificuldades, que Laura tem o seu primeiro filho ao qual é dado o nome do seu sogro, Alberto, segundo a tradição da família Grilo que, chama "Alberto" a todos os primeiros filhos dos casais.

Quatro anos mais tarde nasce uma menina a quem e dado o nome de Alexandra. Nesta altura os problemas financeiros da família Grilo estão já mais controlados e Laura não necessita trabalhar.

Laura e Zé Joaquim levam muito a sério a educação dos seus dois filhos. Laura, mais presente no dia-a-dia, é uma mãe amiga e carinhosa, mas sabe impor respeito e quando os meninos se portam mal, levam com um sapato no rabo. A relação que tem com os dois é, no entanto, franca e aberta e baseada na confiança mútua. Uma forma de educar diferente do que era habitual na altura e que ainda hoje se reflecte no relacionamento com tem com os filhos.

Desenganem-se, os que pensam que Laura nesta altura da sua vida apenas cuidava da casa, do marido e dos filhos. A menina-mulher tinha, entretanto aprendido alguns conceitos básicos de enfermagem e quase todos os dias ao fim da tarde saia de casa para dar injecções ou fazer curativos em pessoas doentes. Durante o dia, os doentes que se podiam deslocar passavam em sua casa para receber este tipo de cuidados. Laura raramente cobrava dinheiro a estas pessoas. A uns porque eram pobres e a outros porque eram amigos. No entanto, a recompensa vinha sempre mais tarde e em géneros. Ovos, galinhas, patos, borregos, legumes e tantas outras coisas que valiam bem mais que o dinheiro que cobrasse.

É com muita alegria que Laura recebe uma proposta de trabalho para auxiliar de Médico, numa fábrica de lacticínios. Trabalha apenas umas horas durante a manhã, mas o dinheiro que ganha sempre ajuda nas despesas da casa. Este foi talvez um dos períodos mais felizes e intensos da sua vida. Conheceu muita gente e fez muitos amigos. Laura tem uma aptidão inata para lidar com as pessoas e teria sido uma excelente enfermeira se tal oportunidade lhe tivesse sido dada.

Os filhos crescem, são bons alunos e não dão preocupações. Laura, embora tenha muito orgulho neles, nunca os recompensa nos finais de ano escolar. Porquê? Porque os filhos devem estudar para se realizarem pessoalmente e não para serem recompensados materialmente por isso.

É com alguma tristeza que vê Alberto partir para longe afim de iniciar os seus estudos universitários. No entanto, Laura é forte e quando o filho sente saudades de casa, faz tudo para não se comover e para lhe dar força para continuar. Uns anos mais tarde parte Alexandra com a mesma finalidade. A casa fica mais vazia, mas Laura não se deixa ir abaixo. Precisa de ocupar o seu tempo, nunca foi mulher de estar parada em casa a tratar do marido, com quem mantém um óptimo relacionamento.

É por esta altura que vê surgir a oportunidade de colocar em prática os seus conhecimentos na área do bordado. A convite de uma entidade pública local, passa a ser monitora de um curso de bordados. Mais uma vez as capacidades de Laura são postas à prova. Desta vez tem que ensinar e ser "professor" não é tarefa para qualquer um.

O primeiro curso corre muito bem, ou não fosse Laura uma excelente comunicadora. Surgem convites para o segundo, o terceiro, o quarto... tantos que já se perdeu a conta. Ainda hoje mantém esta actividade, passados que estão mais de quinze anos.

Como qualquer história de vida, também a história de Laura conta com alguns momentos menos bons:a morte repentina do sogro, o cuidar da sogra acamada durante os últimos meses de vida, a doença do marido que o levou à portas da morte e a morte do pai, são só alguns exemplos.

Laura, enfrentou todas estas situações com tristeza mas determinação. Ela comanda, decide, fala e resolve.

Em 2007 toda a família fica em pânico quando após uma cirurgia sem importância Laura fica às portas da morte. Nova cirurgia e as coisas ficam resolvidas. Laura é forte e não se deixa vencer assim às boas.

Hoje em dia, esta Mulher, continua a viver na pequena vila alentejana onde nasceu. Mantém um casamento de mais de quarenta anos com o seu Zé Joaquim e cuida mãe e da cunhada Isabel que é como se fosse sua irmã. Laura revelou-se uma verdadeira Matriarca e é o pilar da família.

Pediram-me para olhar para uma caixa com lápis de cor e escrever uma história sobre "a cor dos meus dias". Lembrei-me imediatamente da menina Laura. Ela é, sem dúvida, a cor dos meus dias. Meus, e de muita gente...

A menina Laura é também a minha mãe e a minha melhor amiga.

Texto de minha autoria, escrito para a Fábrica de Histórias

domingo, 2 de maio de 2010

Dia da Mãe


Hoje é dia da mãe...

Um beijinho para a minha com quem não posso estar hoje e para todas as outras mães.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Morreu a Ti Bia

Morreu hoje quase com cem anos a Ti Bia.

A Ti Bia era minha tia avô, irmã do meu avô materno. Era uma da minhas tias preferidas quando eu era criança. Morava na minha rua, um pouco mais ao fundo e gostava de ter a janela sempre aberta. Quando eu passava chamava "Ti Biaaaaaa" e ela aparecia, sempre alegre e bem-disposta.

O que eu gostava acima de tudo era da sopa de feijão com massa. No Alentejo de tudo se faz sopa e as de feijão sempre foram as minhas preferidas. De feijão com massa não havia como a sopa da Ti Bia.

Depois de oito anos acamada, a Ti Bia partiu hoje. Viveu muito e já era hora de partir. Mesmo assim, fiquei triste com a notícia e saudoso dos meus tempos de menino.

Adeus Ti Bia, a gente vê-se por aí...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Faz anos hoje - Pai

Querido Pai

Farias hoje 75 anos.

Que saudades tenho de quando me chamavas: meu querido filho.

Parabéns...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Jantar de Natal dos Primos

Ontem foi o dia de Jantar de Natal dos Primos. Foi o primeiro ano em que tentámos juntar os primos, alguns do quais não vemos há tanto tempo.

A ideia partiu da minha irmã que utilizou o facebook para fazer os convites (afinal o facebook sempre serve para alguma coisa, será desta que vou criar um perfil?).

Fomos cinco a jantar, ou seja, um grupo muito reduzido. O jantar, no entanto, foi muito agradável. Fomos ao Meco e comemos obviamente mariscos.

Soube muito bem esta pausa na minha depressão natalícia. Hoje estou mais animando e com um pouco mais de vontade para encarar esta época.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um prenúncio de morte

Os primeiros sinais: uma queda, um enjoo, um mau estar.
Está tudo bem, não é preciso médico, os enjoos passam ao deitar.
Depois a cor, um amarelo de icterícia, mas está tudo bem... vai passar.
A ida ao médico, a decisão de consulta no hospital e o diagnóstico seguido de internamento.
Nada de especial, uma cirurgia e ficará tudo bem.
São precisos exames, mas há feriados e tudo se atrasa e o tempo passa e o internamento contínua.
A operação demora muito? Demora pouco? Cinco horas no mínimo.
Passam cinco, passam seis, passam sete e passam oito. Demorou nove, mas correu bem. É preciso ventilador devido ao tempo de anestesia.
Ar condicionado, provoca pneumonia.
O pânico instala-se.
Quando sairá do S.O.? A pneumonia teima em regredir.
Está melhor, não precisa de ventilador, mas de uma máscara com oxigénio. Por uns dias pelo menos.
Está difícil fazer regredir a pneumonia. Surgem uma bactéria e um vírus. Antibióticos, ventilador.
Hoje está melhor, amanhã está pior...
Melhor, pior, pior, hoje melhor, mas depois pior, pior.
Cura a bactéria e cura o vírus, mas está débil precisa de ventilador.
Com ventilador, sem ventilador...
Melhor, pior, pior, melhor.
Surge uma pequena mancha no pulmão. O que será?
É um tumor.
Pânico!
Pode ser benigno e até é pequeno.
Fazer análises e biopsia.
Esperamos, esperamos...
As análises são negativas, mas a biopsia demora...
Esperamos, esperamos...
Um telefonema, o resultado. Deu positivo.
Desmoronamos..
Não há hipóteses de quimioterapia, está fraco.
Tenta-se retirar do ventilador e diminuir os sedativos, mas não se consegue.
Está cansado, sem forças...
Nós também, sem forças e sem esperança.
Esperamos, esperamos, esperamos.
O quê? Um telefonema final.
Um milagre, quem sabe...

E, um dia, o telefonema surge... O FIM.
A tristeza instala-se, o pânico surge e a dor quase mata.

O ritual da morte apodera-se de nós.
É preciso reconhecer. Vejo e toco e é tão frio...
Depois carregar, e por fim a terra.

O barulho ensurdecedor da terra a cair sobre o caixão...

domingo, 18 de outubro de 2009

Agradecimento

Gostaria de agradecer aos leitores e amigos do Outras Escritas as mensagens de apoio que me foram enviando aquando do falecimento do meu pai.

O Outras Escritas parou, tinha que parar. Era humanamente impossível para mim escrever aqui fosse o que fosse. Todo o meu tempo foi dedicado a confortar a família e a tratar de burocracias e formalismos. Fiz coisas que pensei nunca ter que fazer ou não ter coragem para tal.

Agradeço especialmente à Reflexos por esta mensagem no Desvios.

Agora, estou a juntar os cacos e pronto para continuar. O Outras Escritas está de volta.