quarta-feira, 11 de maio de 2011
Religiões
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Um país de ilusões

terça-feira, 11 de maio de 2010
O Livro de Areia - Dispenso Papas

Aqui fica o link, como sugestão de leitura.
sábado, 3 de abril de 2010
Sábado, última hora II (Vítimas de abusos nos EUA querem sentar Papa no banco dos réus)

A notícia que comento hoje foi publicada no site do jornal Público no dia 1 de Abril.
Com o título Vítimas de abusos nos EUA querem sentar Papa no banco dos réus, a o Público diz o seguinte:
O Vaticano está a preparar a defesa do Papa nos Estados Unidos, num caso em que três cidadãos do estado de Kentucky querem levá-lo ao banco dos réus.
A acusação é de negligência e encobrimento de abusos sexuais por padres, quando o actual chefe da Igreja Católica era cardeal e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. É o primeiro caso em que vítimas procuram sentar directamente o Vaticano no banco dos réus, segundo o diário espanhol El País.
Os advogados do Vaticano defenderão, segundo documentos consultados pela Associated Press, que Bento XVI tem imunidade devido à sua condição de chefe de Estado, um argumento anteriormente aceite pela Justiça num caso no Texas, em 2005.
O defensor dos queixosos, William McMurray, citado pelo El País, considera que o argumento não é válido. “No caso do Texas, o Papa foi acusado directamente dos abusos. Este caso é diferente: é acusada uma pessoa, Joseph Ratzinger, de ter encoberto abusos e de ter protegido abusadores quando era cardeal e responsável pela supervisão dos bispos”.O advogado pretende que a acção se converta numa queixa colectiva de todas as vítimas de abuso sexual por sacerdotes nos EUA.
Entre os elementos de acusação, o advogado inclui o documento conhecido como Crimen Sollicitationis, emitido pela Congregação em 1962, no qual se assegura que os abusos pederastas estão protegidos pelo “segredo do Santo Ofício”. Os advogados do Papa defenderão que, na linguagem do Vaticano, este texto não recomenda expressamente aos bispos que não avisem as autoridades dos abusos sexuais.
O Vaticano argumentará também que os membros da Conferência Episcopal dos EUA não são assalariados da Cúria Romana e que, por isso, este não pode ser considerado como o responsável último pelas suas decisões.
Para Filippo di Giacomo, padre e especialista em direito canónico, a tentativa de incriminar directamente o Vaticano “é uma idiotice”. “A Igreja não é uma multinacional do tabaco. Não se pode acusar o Santo Padre dos delitos de alguns padres. Nós não somos seus empregados e ele não pode ser responsável por casos particulares. Cada bispo controla as suas dioceses”, disse, citado também pelo diário espanhol.
A notícia em si já dá "pano para mangas" e o meu comentário não vai especificamente para este caso, mas para o caso do comportamento da igreja e do Papa como seu representante máximo, perante os casos de pedofilia que actualmente têm vindo a público.
Tentarei de qualquer forma não ferir as susceptibilidades dos católicos mais fervorosos e que defendem a honra e a santidade de um Papa até à últimas consequências.
A Igreja Católica Apostólica Romana, é das instituições com mais poder no mundo inteiro, se não a mais poderosa. É rica, tem muitas pessoas a trabalhar para si, muitas delas oferecendo o seu trabalho como voluntárias, e, mais importante que tudo, molda o pensamento dos seus seguidores com "verdades" universalmente aceites e para as quais muitas vezes não tem qualquer explicação. São os Dogmas que se aceitam e não se questionam.
Este moldar de pensamentos é uma arma poderosa que, se utilizada correctamente poderia conduzir a uma sociedade mais justa e minorar muitos dos problemas sociais actuais. Mas, a Igreja, tem agido em conformidade? Não, não tem.
Com os seus Papas conservadores, João Paulo II e agora Bento XVI, a Igreja continua a ignorar problemas sociais tão graves como a sida, a igualdade entre mulheres e homens, o casamento dos sacerdotes, a pedofilia e a homossexualidade.
Perguntar-se-ão alguns leitores, ao que me refiro quando afirmo que em a Igreja não aceita a igualdade entre homens e mulheres. A reposta é simples, o facto de não ser possível às mulheres a prática do sacerdócio é discriminação pura e dura. A este respeito lembro-me sempre de uma discussão que tive com um antigo colega, extremamente católico e seguidor das leis da Igreja. Quando o questionei sobre o facto das mulheres não serem aceites no sacerdócio ele respondeu-me que tal como os Papas descendem (não sei se é este o termo correcto) de S. Pedro, os padres descendem dos apóstolos, que eram todos homens. Achei a explicação de uma aberração atroz e respondi somente com uma pergunta:como seria possível a uma mulher há dois mil anos atrás seguir um profeta? O pai ou o marido, nunca permitiriam.
A Igreja é assim, um mundo machista, dominado por homens...
Mas voltemos à pedofilia, que é o assunto deste comentário. Finalmente a Igreja começou a falar de pedofilia no seu seio, o que é um sinal positivo. O problema é que, quando a Igreja reconhece que erra, a única acção que toma é pedir desculpa. Pediu desculpa pelos crimes que cometeu durante a Santa Inquisição, no apoio que deu ao regime Nazi e agora nos casos de pedofilia. Estes pedidos de desculpa pressupõem arrependimento, mas em si não contribuem nada para a resolução dos problemas. As desculpas não servem para absolutamente nada se não se tomarem medidas para enfrentar e solucionar os problemas.
Algumas perguntas precisam urgentemente ser respondidas. Uma delas é sobre a razão que leva a que existam tantos casos de pedofilia nas instituições religiosas. Atenção que com isto não quero afirmar que seja neste tipo de instituições que o número de casos é mais elevado. Aparentemente no o maior número de casos de violações de menores acontece no seio familiar.
O celibato dos sacerdotes e a vulnerabilidade das crianças nestas instituições, não serão factores a considerar? E as vocações? Não serão elas simplesmente fugas para esconder outros problemas?
É precisa uma reposta rápida e eficaz por parte de Bento XVI, é preciso punir civilmente os implicados, Papa incluído se se apurar o seu envolvimento.
De uma vez por todas é preciso que a Igreja não se alheie mais da realidade e assuma todas as suas responsabilidades. Não seria isto que Jesus Cristo faria?
E você Reflexos, qual a sua opinião sobre este tema?
quinta-feira, 18 de março de 2010
Coisas da Igreja

Talvez esteja na hora da Igreja começar a pensar na sua forma de agir, para evitar estar sempre a pedir desculpas...
Começo a concordar com o José Rodrigues dos Santos que numa entrevista referia que se não houvesse religiões talvez o mundo fosse bem mais pacífico.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Faz anos hoje - João XXIII

Da Infopédia:
Antipapa italiano, soldado de formação, Baldassare Cossa (o mesmo que recomendou a eleição de Alexandre V) tornou-se cardeal de Santo Eustáquio no mês de Fevereiro de 1402. Dotado de uma intuição política fora do comum, Luís II de Anjou, assim como os demais apoiantes desta linha de papas eleitos a partir do Concílio de Pisa, considerou esta aptidão valiosa para a conclusão da guerra com os restantes ocupantes do trono de São Pedro, fosse ou não considerada legítima esta ocupação.
João XXIII contava com o suporte de Inglaterra, de algumas regiões da Alemanha e de Itália, e de França. Com estas forças conseguiu conquistar Roma, ao derrotar o rei Ladislau de Nápoles, a 22 de Abril de 1411. Foi então que o rei napolitano, até aí apoiante de Gregório XII, decidiu reconhecer João XXIII. Contudo, Ladislau voltou a pretender o trono de Nápoles, uma vez que Luís II de Anjou, a quem tinha sido reconhecido o direito por Alexandre V, tinha voltado a França. Os napolitanos invadiram então Roma, tendo João fugido, após a realização de um concílio onde se condenaram as ideias de João Wyclif (que preconizava a pobreza evangélica e dizia que a hierarquia da Igreja era pecadora, podendo os seus bens ser confiscados pelos senhores temporais, entre outros aspectos).
Entretanto realizou-se o Concílio de Constança, em 1414, no qual João XXIII foi obrigado a abdicar (16 de Fevereiro de 1415). Mas o papa entretanto fugiu para Frisburg, e o Concílio decidiu por maioria que as decisões tomadas por uma reunião deste género teriam primazia sobre qualquer autoridade, inclusivamente a dos pontífices (conciliarismo).
Os representantes do Concílio foram então buscar o papa, que entretanto tinha ido para Breisach, tendo este sido destituído a 28 de Maio de 1415 e preso em Gottlieben. Depois do Concílio terminar (22 de Abril de 1418), pagou trinta mil florins em ouro, foi libertado e integrou o Colégio Cardinalício romano, depois de obter o perdão do pontífice Martinho V.
João XXIII. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-25]
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Faz anos hoje - D. Francisco Manuel de Melo

Da Infopédia:
Escritor multifacetado, nascido a 23 de Novembro de 1608 e falecido a 24 de Agosto de 1666, é considerado uma das personalidades portuguesas mais proeminentes do século XVII. De ascendência nobre, a sua formação realizou-se até aos 10 anos na corte, onde adquiriu as bases do respeitante à sua elevada posição social. Depois, os Jesuítas transmitiram-lhe não só uma alargada erudição classicista e um pouco de hebraico, como também o prepararam nos estudos matemáticos em que era particularmente bom. Antes de se tornar membro da Ordem de Cristo, serviu durante cinco anos as armadas espanholas. Alternou este serviço com o recrutamento militar e a frequência da corte madrilena, tornando-se conhecido de Quevedo e de outras figuras literárias. Mais tarde, comandou as tropas portuguesas na Guerra dos Trinta Anos e combateu contra os Holandeses (1639). No ano seguinte ajudou a reprimir a revolta da Catalunha. Após um curto período de prisão por razões políticas, tomou partido a favor de D. João IV e, em 1641, dirigiu-se para Londres. Nesta cidade foi incumbido, como general da armada, de trazer uma frota da Holanda para Portugal. Seguiram-se algumas tarefas de menor importância e, em 1644, foi novamente encarcerado. Foi durante o tempo de clausura que redigiu a maioria das suas obras e ao mesmo tempo lutou pela libertação. Em 1655 foi degredado para o Brasil. Na Baía, melhorou as suas finanças com o negócio do açúcar e continuou a escrever. Passados três anos regressou à pátria e em 1660 animava a Academia dos Generosos. Seguiu-se o início da carreira diplomática, que lhe permitiu viajar pela Europa. Pouco antes da sua morte, com 57 anos, foi ainda deputado da Junta dos Três Estados. A nível literário é uma figura considerável da cultura aristocrática peninsular do seu tempo. O seu trabalho bilingue comporta comédias, novelas, versos líricos e, pensa-se, algumas sátiras que se terão perdido. Versou sobre assuntos historiográficos, moralistas, políticos e militares. No apólogo Hospital das Letras fez a primeira revisão crítica geral de autores literários antigos e modernos em português; projectou uma Biblioteca Lusitana de Autores e também um Parnaso Poético Português. De entre as obras que deixou merecem referência Epanáforas de Vária História Portuguesa (1651, como historiador), a farsa Auto do Fidalgo Aprendiz (provavelmente escrita antes de 1646 mas publicada somente em 1676, como dramaturgo), Obras Morales (1664, publicadas durante a sua missão como diplomata em Roma), Obras Métricas (1665, onde reuniu a sua poesia) e a famosa Carta de Guia de Casados (prosa).
Bibliografia: Aula Política, Cúria Militar; Epístola Declamatória, Política Militar (1638); Historia de los movimientos y separación de Cataluña (1645); Obras Morales (1664; inclui El Mayor Pequeño, ed. 1647 e El Fenis de Africa, ed. 1648-49); Obras Métricas (1665; inclui Doze sonetos, 1628; Las tres Musas del Melodino, 1649 e Pantheon, 1650); Carta de Guia de Casados (1651); Epanáforas de Vária História Portuguesa (1660); Cartas familiares (1664); Auto do Fidalgo Aprendiz (1676); Apólogos Dialogais (1721); Tratado da Ciência Cabala (1724); Feira de Anexins (1875); Tácito Português (1940); D. Teodósio II (1944)
D. Francisco Manuel de Melo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-23]
domingo, 18 de outubro de 2009
Faz anos hoje - Padre Manuel da Nóbrega

Da Infopédia:
Padre português, Manuel da Nóbrega nasceu no Norte de Portugal, não muito longe do rio Douro, tanto quanto se sabe, apontando muito historiadores a povoação de Sanfins do Douro, não longe do Porto, como a terra que o viu nascer a 18 de Outubro de 1517, o mesmo dia e mês em que, coincidentemente, viria a falecer em 1570, no Rio de Janeiro. Mais importante que o local de nascimento foi a sua vida intensa dedicada ao sacerdócio, à Companhia de Jesus e à evangelização das Terras de Santa Cruz, onde foi um dos pioneiros da sua abertura ao Ocidente. Estudou Cânones em Salamanca e depois em Coimbra (em 1541). Nesta mesma cidade do Mondego entrou para a Companhia de Jesus, a 21 de Novembro de 1544, quatro anos depois da Ordem, fundada por Santo Inácio de Loyola (em 1534) ter sido aprovada pelo papa, a quem os jesuítas faziam voto de servir como uma autêntica milícia cujas armas eram o Evangelho e a Palavra. Depois de estudar e se ordenar sacerdote, encabeçou a primeira missão jesuítica ao Brasil, que zarpou de Lisboa em 1 de Fevereiro de 1549 e chegou à Baía em 29 de Março, integrado na armada de Tomé de Sousa, de quem foi amigo e conselheiro. Foi-o também de Mem de Sá, outro governador do Brasil, a quem ajudou na expulsão dos franceses da baía de Guanabara em 1560 (sediados no forte Coligny, no Rio de Janeiro), aliados que estavam estes aos índios Tamoios, que instigaram contra os portugueses. Na ajuda e conselhos que a ambos deu pode-se aferir que Manuel da Nóbrega foi um dos obreiros do primeiro esforço colonizador e explorador daquelas terras do Atlântico Sul, que muito bem conhecia. Antes, porém, de rumar para o Brasil fez ainda uma peregrinação a Santiago de Compostela. A sua acção apostólica irradiou a partir da igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Salvador da Baía, levantada pelos jesuítas em Abril e Maio de 1549, mal tinham ainda chegado ao Brasil. A cidade de Salvador teve na sua fundação a mão do Pe. Manuel da Nóbrega, que ajudou também a fundar o Rio de Janeiro e apoiou, como se viu, a luta dos portugueses para expulsar os franceses do litoral brasileiro. Aliás, foi graças aos seus conselhos e incitações que os portugueses não se remeteram apenas ao litoral, principalmente naquilo que hoje constitui o Estado de S. Paulo, convencendo-os a transpor a Serra do Mar e a penetrar no sertão paulista. Dele partiu até o exemplo, pois foi o primeiro a vencer aquelas montanhas e a embrenhar-se pelo vale do rio Piratininga, em cujas margens fundou um povoado que é hoje a maior cidade do Hemisfério Sul: S. Paulo. A fundação do aldeamento - primeiro com o nome do citado rio - ocorreu em 29 de Agosto de 1553. Em 25 de Janeiro de 1554, transferiu para lá o colégio de S. Vicente (vindo da cidade do mesmo nome, no litoral paulista), dando-se então a fundação efectiva de S. Paulo. Mas a sua acção missionária e exploratória não se remeteu àquela região, mas a todo o litoral entre S. Vicente e Pernambuco, região a norte da Baía, sempre em articulação com o poder político, que nunca descurou os conselhos do jesuíta português. Entre os seus auxiliares, destacou-se um outro grande jesuíta da evangelização do Brasil, o Pe. José de Anchieta. O sucesso dos jesuítas foi notável, logo conseguindo grandes frutos do labor apostólico a que se votaram desde a chegada, o que se pode avaliar pela nomeação do Pe. Manuel da Nóbrega, em 9 de Julho de 1553, para superior maior (ou provincial) da Companhia de Jesus no Brasil e em outras regiões "mais além". Mas o seu sucesso não se ficou apenas na evangelização e missionação, na exploração ou como conselheiro, mas também na suas obras escritas. Entre outras, escreveu Diálogos sobre a conversão do gentio, primeiro texto em prosa da literatura brasileira, datado de 1557, Cartas do Brasil (1549-1570), um interessante Tratado contra a Antropofagia e contra os Cristãos Seculares e Eclesiásticos que a Fomentam e a Consentem (1559), e Caso de Consciência para a Liberdade dos Índios (1567), obra inspiradora de tantas outras que surgiriam em defesa do índio no Brasil e seria uma das bandeiras dos jesuítas na América do Sul, luta em que se destacou outro português, Pe. António Vieira, também sacerdote da Companhia. O Pe. Manuel da Nóbrega também é celebrado como grande defensor e protector dos índios. Entretanto, ainda em 1558 escreveu Informação das coisas da terra e necessidade que há para se proceder nela, autêntico alfobre de indicações preciosíssimas sobre o Brasil por desbravar. Quando faleceu, no dia do seu aniversário, em 1570, o Brasil contava já com uma província jesuítica estabelecida, activa e promissora, com uma rede de colégios, residências e um plano de missões apurado e contínuo por todas as terras colonizadas ou em fase de exploração, para o que muito os seus padres contribuíram. Todo este esforço se deve, sem dúvida, ao Pe. Manuel da Nóbrega, figura ímpar nos alvores do Brasil, desdobrada em múltiplas e frutuosas actividades e correndo todo o território, empresa ainda hoje difícil, quanto mais naquele longínquo século XVI.
Padre Manuel da Nóbrega. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-10-18]
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Faz anos hoje - Cardeal Richelieu

Da Infopédia:
Religioso francês nascido a 9 de Setembro de 1585, na cidade de Paris, e faleceu a 4 de Dezembro de 1642. Armand-Jean du Plessis, seu nome verdadeiro, era filho do Grande Preboste de França e senhor de Richelieu, François du Plessis, e da sua mulher Sizanne de la Porte. Estudou no Colégio de Navarra e na Academia de Pluvinel, orientando-se a sua educação para a carreira militar. Contudo, uma vez que o seu irmão Alphonse recusou o cargo de bispo de Luçon, que pertencia à família, Armand-Jean substituiu-o no ano de 1606. Com apenas 22 anos necessitou da aprovação papal, que foi pedir a Roma, e uma vez conseguida iniciou as suas tarefas diocesanas. Travou conhecimento com aquele que ficaria para a história como a "eminência parda" pela confiança que Richelieu sempre depositaria nele: o capuchinho Padre José. Eleito deputado nos Estados Gerais pelo clero de Poitou em 1614, foi depois distinguido com o cargo de Grande Esmoler do reino por Maria de Médicis, mãe de Luís XIII. Protegido de um poderoso ministro do reino, Concino Concini, ganhou também ascendente sobre a rainha-mãe, mas quando estes caíram em desgraça também Richelieu foi em 1618 exilado para Avinhão por ordem de Luís XIII. Após a reconciliação do rei com a sua mãe, em 1620, por meio do Tratado de Angoulême, abriu-se de novo o caminho de Richelieu ao poder. A 16 de Abril de 1621 tornou-se Cardeal de Richelieu, por intercessão do rei, três anos depois membro do Conselho Real e chegando ao posto de primeiro ministro, dedicou-se à práctica de uma política que procurou fortalecer tanto o poderio francês face a outros dominantes na Europa como o do rei no seu próprio país. Tal implicou a perda de privilégios e de estruturas defensivas que davam autonomia a grandes figuras da nobreza, que passaram a viver em constante revolta contra este ministro. Uma das medidas mais polémicas tomadas por Richelieu (entretanto feito par de França e duque) foi a aliança com os Protestantes no combate dos anos 30 de 1600 contra os Católicos do império dos Habsburgos, posição tomada por razões políticas mas criticada por ser tomada por um clérigo. Destes combates nasceram a "taille" e a gabela, taxas a pagar sobre a terra e o sal para o financiamento dos gastos militares. Após o seu falecimento, sucedeu-lhe no cargo o cardeal Mazarino. Richelieu foi uma das figuras de proa da instauração do Absolutismo real na França. Subordinou todos os poderes ao rei, no qual centralizou todo o poder. Mitigou e aboliu até os conflitos de interesses de carácter nobiliárquico ou religioso, fazendo valer a arbitragem e intervenção da política real, cujo maior instrumento era o próprio cardeal-duque Richelieu. Um estado centralizado, com Richelieu, substituiu um país pulverizado por poderes, fragmentado por querelas e lutas internas e regido por leis diversas. Um Rei, um Estado, uma Lei, poderia ter sido a divisa absolutista de Richelieu. Este notabilizou-se ainda pelo enfraquecimento do poder dos Habsburgos na Europa, reinantes na Espanha (com os Áustrias) e no Sacro-Império Romano-Germânico. Foi um dos apoiantes dos Protestantes do Norte da Europa contra os estados dominados pelos Habsburgos que, apesar de católicos como Richelieu, no seu entender deveriam ser enfraquecidos para dar lugar à hegemonia da França. Assim, Richelieu foi um dos vencedores da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e da Paz de Vestefália, momento de viragem na direcção geopolítica da Europa.
Cardeal de Richelieu. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-09-09]
quinta-feira, 2 de abril de 2009
quinta-feira, 19 de março de 2009
Notícia em Destaque - Sampaio lamenta que "discussão" sobre preservativos e Sida não evolua

Lê-se no Público:
O ex-presidente da República e enviado das Nações Unidas para a luta contra a tuberculose, Jorge Sampaio, lamentou hoje que a "discussão" sobre o uso do preservativo não evolua, manifestando desacordo com as polémicas declarações do Papa sobre este assunto.
O Papa Bento XVI declarou que a distribuição de preservativos não é a resposta adequada para se ajudar a África a combater a sida, o que motivou a condenação de vários governos europeus e organizações internacionais.
Instado a comentar as afirmações do Papa, o ex-presidente da República, que hoje esteve na abertura de um encontro internacional sobre tuberculose, manifestou o seu desacordo com Bento XVI, salientando que se trata " de uma velha discussão que não evolui, infelizmente".
O representante das Nações Unidas para a luta contra a tuberculose destacou ainda a estreita relação entre esta doença e a SIDA, sublinhando o papel da prevenção.
"A maioria das mortes de pessoas que têm HIV são pessoas que apanham tuberculose e morrem por causa da tuberculose. Obviamente que tudo isto se joga na prevenção", afirmou.
Jorge Sampaio lembrou, no seu discurso de abertura do encontro de hoje, que decorre em Lisboa, na Fundação Gulbenkian, que todos os anos adoecem nove milhões de pessoas e 1,7 milhões morrem devido à tuberculose.
Um terço da população mundial está infectada com a micro-bactéria que provoca a tuberculose.
O Papa fez as polémicas declarações sobre o uso do preservativo no início de uma viagem a África que inclui uma visita a Angola amanhã.
In Público
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Martinho Lutero

Da Infopédia:
Pregador, erudito bíblico e linguista alemão, nascido em 1483 e falecido em 1546, as suas 95 teses (em latim) constituíram um ataque aos vários abusos da Igreja Católica Romana (remissão e punição dos pecados) e precipitaram a Reforma Protestante. Quando foram traduzidas para alemão, provocaram imediatamente um debate alargado. Levou à Reforma da doutrina medieval e ao crescimento das igrejas protestantes. O Luteranismo é hoje a religião mais praticada em países como a Alemanha, a Suécia e a Dinamarca.
Martinho Lutero. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-11-09]
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Madre Teresa de Calcutá

Da Infopédia:
Religiosa católica, baptizada como Agnes Gonxha Bojaxhiu, nascida a 26 de Agosto de 1910, em Skoplje, na Albânia (na altura, parte integrante do Império Otomano), e falecida a 5 de Setembro de 1997. Pouco ou nada se conhece da sua infância e juventude. Sabe-se, porém, que foi educada na Jugoslávia (na actual Croácia), onde morava, e que ingressou na Congregação Mariana, onde tomou conhecimento da fé cristã e da miséria que assolava a Índia, através de cartas enviadas pelos missionários jesuítas que lá se encontravam. Ingressou na vida religiosa aos 18 anos, na ordem religiosa irlandesa das Irmãs de Loretto, escolhendo o nome Teresa por ser devota da santa carmelita de Lisieux. O seu desejo de missionar na Índia levou a que fosse enviada para Darjeeling (Índia), onde existia um colégio das irmãs Loretto, para fazer o noviciado. Chegou a leccionar no St. Mary's High School , em Calcutá, mas afirmando seguir uma chamada de Deus foi viver para junto dos pobres e dos doentes. Pediu ao arcebispo para deixar as Irmãs de Loretto e a autorização do Papa foi concedida em 1948, embora ficasse acordado que ficaria na mesma a dever obediência ao arcebispo de Calcutá. Tirou um curso de enfermagem e, no final do ano, adquiriu a cidadania hindu e abandonou o hábito religioso das Irmãs Loretto para começar a usar o hábito que hoje conhecemos - branco com um debruado a azul. Começou a ensinar às crianças pobres, principalmente hábitos de higiene e moral. Ia de lugar em lugar espalhando donativos e palavras de conforto. Várias mulheres começaram então a propor ajuda nas missões de caridade. Assim sendo, Madre Teresa fundou a Ordem das Missionárias da Caridade, uma congregação católica-romana feminina, aprovada pela Santa Sé em 1965, que se dedica a ajudar os pobres, tendo a sua actividade centrada na Índia mas expandindo-se por todo o globo. Foi laureada com o Prémio Nobel da Paz em 1979, em reconhecimento do seu trabalho de assistência aos pobres na Índia e vários outros países. No mesmo ano, foi considerada pelo Papa João Paulo II a sua "embaixadora" no mundo. Recebeu várias honras, entre elas, a Medalha da Liberdade dos Estados Unidos da América, entregue pelo então Presidente norte-americano Ronald Reagan, e a medalha de ouro do Comité Soviético da Paz. Escreveu A Simple Path , uma autobiografia publicada em 1995. A 19 de Outubro de 2003 Madre Teresa foi beatificada, numa cerimónia ocorrida na Praça de São Pedro em Roma. Nas cadeiras VIP, especialmente colocadas na praça, para além dos diplomatas, estavam sentados vários pobres da cidade de Roma, em homenagem ao trabalho realizado pela Madre junto dos mais desprotegidos.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
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Religião: Vaticano proíbe padre de leccionar por não acreditar em Adão e Eva
Buenos Aires, 21 Ago (Lusa) - O Vaticano ordenou a um sacerdote do Norte da Argentina que abandone o ensino universitário e evite publicar artigos, por não acreditar na existência de Adão e Eva, de acordo com meios de informação locais.
A Santa Sé decidiu que o padre Ariel Alvarez Valdês, Doutor em Teologia Bíblica, deve abandonar toda a actividade de ensino na Universidade Católica de Santiago del Estero e no Seminário Diocesano da Catequese.
O padre decidiu acatar as indicações do Vaticano afirmando que não irá "dar mais palestras" e que ficará apenas pelas "actividades sacramentais".
A resolução, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone Valdes, também proíbe a publicação de artigos de jornal e comentários na rádio e televisão mas permite-lhe continuar a celebrar missa.