O trabalho, liderado pela investigadora britânica Claire Rind, da Universidade de Newcastle, incide sobre o gafanhoto-africano (Locusta migratoria) e está a pesquisar as formas de reacção deste insecto que, em voo, consegue evitar colidir com os seus semelhantes, mesmo em nuvens de milhares de gafanhotos.
"Eu acho que foi a minha própria experiência como condutora, mas também como peão [que me levou a este estudo] mas também o facto de me aperceber das capacidades dos gafanhotos, de que poderiam ser valiosos", afirma Claire Rind. "Os gafanhotos são muito rápidos a reagir e os circuitos deles são muito fiáveis. Eles fazem os cálculos deles no meio de uma grande confusão, que é o mesmo que conduzir numa cidade", acrescenta.
A cientista chegou à conclusão que o segredo do gafanhoto reside na capacidade de a informação passar directamente dos olhos para as asas, por impulsos nervosos, sem recorrer ao cérebro, algo que a Volvo, o construtor sueco "famoso" pelas preocupações com a segurança, está a levar muito a sério. "Eles [Os gafanhotos] são mesmo especialistas em evitar colisões e nós estamos a tentar perceber como eles conseguem isto. O cérebro deles é mínimo, não consome quase energia e evitam mesmo assim os acidentes. Queremos perceber porquê", afirma Jonas Ekmark, director do Departamento de Segurança Activa da Volvo.
Se a marca sueca conseguir descodificar os mecanismos de "prevenção de acidentes" dos gafanhotos, espera implementar a médio prazo (10 a 15 anos) uma solução idêntica num chip colocado nos automóveis, de forma a utilizar este conhecimento - adquirido ao longo de quatro biliões de anos pelos insectos - numa forma eficaz de evitar os acidentes rodoviários.
In Expresso
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