segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Notícia em Destaque - TAP 'escalda' madeirenses com taxas exorbitantes

Lê-se no Diário de Notícias da Madeira:

FERNANDO PINTO NÃO JUSTIFICOU COMO AGRAVOU EM 20% O PREÇO DAS VIAGENS.

O presidente da TAP veio à Assembleia Legislativa da Madeira dizer que não podia baixar o preço das viagens por causa das taxas aeroportuárias. Uma falácia, se atendermos a que a companhia portuguesa cobrava em Julho do ano passado 94,63 euros por passageiro de taxas - não incluindo as de descolagem/aterragem - quando em Janeiro deste ano reduziu as taxas para 44 euros.

Para melhor se perceber estas questões, refira-se que a TAP cobra, por norma, 5 a 10 euros pela reserva e emissão do bilhete, a que acresce 8 euros de taxa de combustível. Assim, dos 44 euros de taxas que a TAP cobrou em Janeiro aos seus passageiros, 18,1 euros eram entregues à ANAM - os restantes 9,6 euros da descolagem/aterragem são incorporados na tarifa -, enquanto os restantes 16,3 euros eram seus. Mas atenção, o ano passado as taxas da TAP valiam 66,93 euros, mantendo-se as da ANAM nos 27,7 euros, valor praticado desde 2005.

Ou seja, em Agosto do ano passado, por exemplo, as taxas cobradas pela companhia eram responsáveis por um agravamento de 20% do preço do bilhete, enquanto as famosas taxas da ANAM valiam apenas 8% no recibo do passageiro.

O DIÁRIO teve acesso à famosa monitorização prometida pelos governos da República e da Madeira aquando da liberalização. E chegou à conclusão que a entrada da Easyjet no mercado levou a uma redução de 56,6% do preço médio de uma passagem de e para Lisboa.

A liberalização teve, para já, o mérito de obrigar a TAP a baixar 47,3% o valor da sua tarifa, reduzindo também as taxas que cobrava em 53,6%. A concorrência teve, pois, como efeito mais directo que a companhia portuguesa andou a vender passagens a um preço médio inferior em 180,33 euros ao que cobrava em Agosto.

A prática comercial da Easyjet é distinta, pois as taxas valem apenas 37 euros desde a altura (Julho) em que a companhia de 'low cost' passou a vender bilhetes, ainda que só começasse a voar em Outubro. Em Janeiro, viajar pela TAP, em média, foi 56,6% mais caro do que fazê-lo na Easyjet. E até a SATA conseguiu um preço médio (125 euros) mais barato, com a curiosidade de que a companhia açoriana cobra menos de taxas (39 euros) que a transportadora nacional.

Curioso é verificar, também, os preços médios das viagens entre o Funchal e Londres (Gatwick). A entrada da Easyjet levou a TAP a reduzir em 35,2% os preços que praticava, com a companhia 'low cost' a vender o transporte aéreo a menos 146 euros que a transportadora nacional. Só em taxas, a 'Easyjet' poupa ao passageiro 61 euros. Curiosa é a oferta da 'Thomsonfly': cobra apenas 33,7 euros de taxas - contra os 110 euros da TAP - e como tal vende passagens a 254 euros.

Nas viagens para Londres as taxas aeroportuárias (27,7) valiam na TAP 25,1% do total, pois a companhia cobrava aos seus clientes 110 euros, dos quais 82 eram seus. O valor pago à ANAM representava, assim, 8% do valor da passagem.

Já na Easyjet as taxas aeroportuárias têm um peso maior (13,9%), pois o valor da tarifa é substancialmente inferior (150 euros) ao praticado, em média, pela TAP (231).


In Diário de Noticias da Madeira

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