domingo, 8 de fevereiro de 2009

Notícia em Destaque - Crise beneficia empresas de transportes públicos

Sempre fui apologista uso do transporte público. Não uso os autocarros aqui no Funchal porque a rede está toda construída da periferia para a baixa. Como não trabalho na baixa teria que fazer pelo menos um transbordo. Depois os horários são inconcebíveis. Na minha rua passam 3 carreiras. Às vezes está meia hora sem haver autocarros e depois passam dois colados um ao outro.

Será que com a crise as coisas vão mudar?

Lê-se na Agência Financeira:

Sectores ligados ao ramo automóvel têm cada vez menos clientesA crise económica, que paira sobre todos os sectores ligados ao ramo automóvel, está a beneficiar as empresas de transportes públicos, que têm cada vez mais passageiros.

Os stands têm menos procura - as vendas de automóveis caíram mais de 40 por cento -, o comércio de usados, sobretudo de viaturas importadas, está a perder clientes, o negócio de pneus e das oficinas familiares está ameaçado e as transportadoras de mercadorias têm milhares de camiões parados.

Transportes escapam à crise

Um dos sectores que parece estar a escapar à crise é o das empresas de transportes públicos, uma vez que os portugeses estão a recorrer mais aos transportes colectivos: o Metro do Porto recebeu mais 7 por cento de passageiros que no ano anterior, a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) conquistou mais 2 por cento de passageiros.

Em Lisboa, o metro transportou, nos primeiros nove meses de 2008 (últimos dados disponíveis), mais 0,6 por cento de passageiros que em igual período de 2007, uma tendência ascendente que também se registou na Carris.

No mesmo período, a travessia do Rio Tejo foi efectuada por mais 2,6 de passageiros que no período homólogo, enquanto que as redes ferroviárias suburbanas de Lisboa e Porto registaram um aumento de 1,4 por cento.

Transportadoras em crise

A quebra na produção das marcas automóveis veio agravar a situação das transportadoras de mercadorias, principalmente as que dependem mais deste sector, como é o caso da transportadora João Pires, sedeada em Valença.

A empresa, cujo principal negócio é o transporte de componentes automóveis, tem 27 dos seus 155 camiões parados, à espera de novas encomendas.

«Já temos 27 carros parados e desde Agosto [de 2008] que não renovamos contratos nem substituímos os motoristas que saem da empresa», disse à Lusa João Pires, presidente da transportadora que faz entregas na Autoeuropa.

15 mil camiões parados: 15 mil pessoas sem trabalhar

De acordo com o presidente da Associação de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), cerca de 15 mil camiões estão parados desde Dezembro e as vendas das transportadoras «caíram 30 por cento» em 2008.

«Cada camião parado é menos uma pessoa a trabalhar, portanto estamos a falar de 15 mil pessoas», afirmou António Mousinho, referindo que a este número acrescem cerca de 500 funcionários administrativos, entretanto dispensados.

Stands de carros usados sofrem novas regras fiscais

A crise do sector automóvel também está a afectar a actividade dos stands de carros usados, sobretudo importados, devido também à introdução de regras fiscais mais apertadas. «Isto está muito mau. Com os novos impostos que este Governo fixou, a importação fica muito debilitada e os stands que só trabalham com carros importados vão fechar», explicou Pedro Morais, proprietário de um stand em Lisboa.

As alterações ao Imposto sobre Veículos (ISV) previstas no Orçamento de Estado para 2009 resultam, segundo cálculos de associações do sector, num agravamento do ISV sobre os carros usados entre 50 e mais de 100 por cento.

Segundo o líder do movimento de empresários contra o ISV, João Correia, o agravamento do imposto vai tornar menos competitivos os carros usados, pondo em causa a subsistência de cerca de oito mil stands e importadores em nome individual, que empregam cerca de 24 mil pessoas em todo o país.

Só em Janeiro deste ano, as vendas de automóveis caíram mais de 40 por cento face ao mesmo mês de 2008, segundo dados das três principais associações do sector.

In Agência Financeira

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