sábado, 28 de fevereiro de 2009
Il Trovatore
Gostava de salientar a interpretação de Dolora Zajick(mezzo-soprano) da personagem de Açucena. No início da récita foi chamada a atenção para o facto da cantora estar com um problema de garganta. Devo dizer-vos que não se nota nada e que a interpretação da cantora está a ser notável.
Notícia em Destaque - TMN, Vodafone e Optimus aumentam tarifas em 2,5% em Março
Os tarifários da TMN, Vodafone e Optimus aumentam a partir de Março 2,5%, sendo a operadora pertencente ao grupo PT a primeira a actualizar os preços já no domingo.
A TMN vai começar a aplicar o aumento de 2,5% das suas tarifas a partir do primeiro dia de Março, aplicando-se os novos preços aos serviços de voz e dados (telemóveis e placas de banda larga). Já o tarifário do Moche, direccionado para os mais jovens, não sofre alterações. As chamadas nacionais do plano Mimo da TMN entre clientes desta operadora custam agora 25,2 cêntimos no primeiro minuto e 15,1 cêntimos nos minutos seguintes, senda que a partir de domingo os preços praticados vão passar a ser de 25,8 cêntimos e 15,5 cêntimos, respectivamente. Para as outras redes, as chamadas nacionais têm um custo de 40,3 cêntimos por minuto. Vodafone e Optimus invocam crise
Também a Vodafone vai aplicar as novas tarifas a partir de dia 5 de Março, incidindo os reajustamentos apenas sobre os serviços móveis, com excepção das mensalidades associadas aos tarifários Yorn Power Extravaganza e Vita 91 Extreme, bem como os serviços fixos, a banda larga e os serviços roaming. Todas as chamadas nacionais do plano Vita Total, da Vodafone, têm agora um custo de 18,84 cêntimos por minuto e a partir de 5 de Março a mesma chamada vai custar 19,3 cêntimos. No mesmo plano, as chamadas internacionais para países da União Europeia nos dias úteis custam agora 55,44 cêntimos por minuto e vão passar a custar 56,8 cêntimos por minuto. Para a operadora, esta era uma "decisão inevitável", tendo em conta "o actual ambiente macroeconómico, a maturidade do mercado das comunicações móveis, a diminuição das suas receitas de terminação e o aumento dos produtos e serviços contratados aos fornecedores".
Também a Optimus vai actualizar em 2,5% os tarifários, que entram em vigor a 5 de Março, sublinhando que "dado o contexto, esta actualização não compromete a competitividade" da sua oferta. De acordo com as informações disponibilizadas no site da operadora, todas as chamadas nacionais do plano Total têm agora um custo de 18,8 cêntimos por minuto e no dia 5 de Março vão passar a custar 19,3 cêntimos. As chamadas para a Europa do mesmo tarifário custam hoje 52,6 cêntimos, passando a custar 53,9 cêntimos a partir do dia da actualização dos preços. Os tarifários não eram actualizados desde Julho do ano passado, altura em que os preços foram reduzidos, devido à descida do IVA de 21 para 20%, sendo que a última subida dos preços aconteceu em 2004.
In SIC
Rui Reininho (GNR)
Da Infopédia (GNR):
O grupo GNR constitui uma das principais referências da história do rock português. O single de estreia, o clássico Portugal Na CEE (1981), contou com o baixista Mano Zé, substituído por Miguel Megre antes da gravação do segundo single, Sê Um GNR (1981). Marcados por letras directas e politicamente empenhadas, os temas apresentaram um rock puro, sem grandes artifícios técnicos. Ainda assim, ambos os singles venderam mais de vinte mil cópias. O álbum de estreia, Independança (1982), já com Rui Reininho na voz, originou o primeiro clássico do grupo, "Hardcore (1.º Escalão)", cantado em inglês. Problemas internos originaram a saída de Miguel Megre e de Vítor Rua, um dos fundadores do grupo, levando ao início de um conflito legal sobre o direito de reclamação da sigla GNR (iniciais de Grupo Novo Rock). O lugar de baixista foi entretanto preenchido por Jorge Romão, que tocava com os Bananas (posteriormente Ban). Com a formação composta por Rui Reininho (voz), Alexandre Soares (guitarra), Jorge Romão (baixo) e Toli César Machado (bateria e teclas), o grupo gravou em 1984 o álbum Defeitos Especiais, que consagrou o grupo na então intitulada música moderna portuguesa. O álbum seguinte, Os Homens Não Se Querem Bonitos (1985), incluiu o clássico "Dunas" e promoveu a consagração definitiva da banda, elevando-a um nível de popularidade bastante considerável. O ano de 1987, viu sair Psicopátria, o último trabalho com o guitarrista Alexandre Soares (que mais tarde editou um álbum a solo e se envolveu nos projectos Zero e Três Tristes Tigres). Tratou-se do maior êxito de vendas do grupo até então, originando os sucessos "Efectivamente", "Bellevue", "Pós-modernos" e "Choque Frontal", entre outros. Com o posto da guitarra por preencher, recorreram ao guitarrista dos Mler Ife Dada, Zézé Garcia, para um concerto no Coliseu dos Recreios em 1987. Seguiu-se a edição do EP Vídeo Maria, que causou alguma polémica. O álbum seguinte, Valsa dos Detectives (1989), confirmou a popularidade do grupo com êxitos como "Impressões Digitais", "Morte ao Sol", "Falha Humana" e "Valsa dos Detectives", entre outros. O regresso ao Coliseu de Lisboa foi inevitável para dois espectáculos esgotados a 31 de Abril e 1 de Maio de 1990. Estes concertos originaram o registo GNR In Vivo. A querela jurídica com Vítor Rua, obrigou à retirada da primeira edição do disco, para ser re-editado posteriomente, já sem temas da sua autoria. O ano de 1992 marcou o auge da banda em termos comerciais com Rock In Rio Douro. Os duetos com Javier Andreu (La Frontera) e Isabel Silvestre em "Sangue Oculto" e "Pronúncia do Norte", respectivamente, contribuíram para o enorme sucesso do álbum e para os memoráveis concertos no Estádio de José de Alvalade (em 1992, com 40 000 espectadores) e no Estádio das Antas (em Junho de 1993). O disco vendeu 94 mil cópias e esteve 38 semanas no top nacional. Os GNR tinham atingido o seu apogeu comercial. Seguiram-se Sob Escuta (1995), cujo melhor momento foi o single "Mais Vale Nunca", Tudo O Que Você Queria Ouvir - O Melhor Dos GNR (1996), colectânea dos seus maiores êxitos que incluiu os inéditos "Julieta Suicida" e "Pena de Morte"; Mosquito (1998), que incluiu os êxitos "Tirana" e "Saliva". A 1 de Março de 1999 tocaram ao vivo através da Internet, numa iniciativa inédita do grupo. O grupo foi nomeado na categoria de Banda do Ano para a edição de 1999 dos Globos de Ouro da estação televisiva SIC. No ano seguinte, editaram Popless, cujos temas mais mediáticos foram "Popless", "Asas Eléctricas", integrado na banda sonora do telefilme Amo-te Teresa, "Digital Gaia", uma canção mais próxima das sonoridades dançáveis e "Viva a Preguiça". Dois anos mais tarde, os GNR decidem-se pela edição de Câmara Lenta (2002), uma compilação das baladas mais significativas da carreira da banda. Ainda nesse ano, chega às lojas um álbum de originais, Do Lado Dos Cisnes (2002).O disco não teve a repercussão comercial esperada, registando-se apenas um single com um êxito relativo, o tema "Sexta-Feira (Um Seu Criado)".
GNR (Grupo Novo Rock). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-28]
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Portugal, um exemplo na produção de energias limpas
Gostei de ver que somos um exemplo a nível Internacional, numa área tão importante como esta.
Vale a pena ver esta reportagem.
Notícia em Destaque - Ryanair pode passar a cobrar idas à casa-de-banho dos passageiros
A irlandesa Ryanair, uma das maiores companhias aéreas "low cost" a operar na Europa, poderá começar a cobrar aos passageiros pelo uso da casa-de-banho durante o vôo, disse Michael O’Leary, director executivo da companhia.
“Algo que já considerámos antes e que voltamos a considerar agora é a possibilidade de colocar uma ranhura para inserir moedas na porta das casas-de-banho”, disse O’Leary à estação de televisão BBC.
Questionado sobre a possibilidade de esta medida ser um inconveniente para passageiros que viajem sem dinheiro, o director executivo disse não acreditar que tivesse existido “alguém na história que tivesse viajado pela Ryanair com menos de uma libra no bolso”, preço que será cobrado pela entrada na casa-de-banho.
Michael O’Leary é conhecido pelas suas reduções de custos, e tem expandido a Ryanair através de medidas como ofertas de baixas tarifas e, em contrapartida, cobrança de taxas extra por outros serviços, como a bagagem adicional. "As pessoas podem ter que gastar hoje uma libra para que amanhã possam gastar apenas um cêntimo", explicou.
A semana passada a Ryanair anunciou que ia fechar os balcões de "check-in" nos aeroportos para ter apenas serviço de "check-in" online. “Estamos a encontrar formas de aumentar as receitas, para que possamos continuar a manter os preços das viagens baixos”, concluiu O'Leary.
In Público
O "cinema de pipoca" ou a pipoca no cimena...(actualização)
Aqui no Funchal apenas existem salas de cinema nos centros comerciais (Castello Lopes e Lusomundo). Quer isto dizer que os filmes em exibição são sempre os mais comerciais. Cinema alternativo é coisa que aqui não chega a não ser nos festivais de cinema.
Claro que nem tudo é mau, aliás nos últimos tempo têm surgido vários filmes que, sendo comerciais, primam pela qualidade.
O que é mau, aliás é péssimo, é o consumo de pipocas e de coca-cola. Contam-se pelos dedos as vezes que comi pipocas no cinema e, quando muito, levo uma garrafa de água. Comer pipocas faz barulho, não alimenta e incomoda as pessoas que estão realmente interessadas em ver o filme.
Dir-me-ão que "há filmes e filmes". É verdade que assim é. No entanto, o consumos de pipocas está completamente generalizado.
Cúmulos dos cúmulos são as filas para comprar bilhetes. Porquê? Porque quem vende bilhetes, vende também as pipocas e a coca-cola, o que faz com que o tempo de espera aumente significativamente.
Na passada segunda-feira demorei uns bons 20 minutos para adquirir o bilhete. E querem saber a melhor? A única caixa que existe para venda exclusiva de bilhetes era a única que estava fechada. Aqui fica uma fotografia tirada com o telemóvel que o comprova (Catello Lopes - Madeira Shopping). Não se vê muito bem, no entanto a caixa exclusiva para venda de bilhetes é a que está mais à esquerda.
Elizabeth Taylor
Da Infopédia:
Actriz de cinema norte-americana, nascida em 27 de Fevereiro de 1932, em Londres, filha de pais americanos, negociantes de arte. A sua família viveu em Inglaterra até 1939, ano em que, devido ao conflito mundial, regressaram aos Estados Unidos. Um amigo da família, que era agente de talentos, reparou na beleza da jovem Elizabeth e arranjou-lhe um casting. Os produtores gostaram da sua inocência e naturalidade e ofereceram-lhe um pequeno papel no filme There's One Born Every Minute (O Rei das Vitaminas, 1942). Contratada pela MGM, celebrizou-se como uma das mais requisitadas actrizes infantis, tendo participado no famosos Lassie Come Home (O Regresso, 1943) e National Velvet (A Nobreza Corre nas Veias, 1944). À medida que ia entrando na maturidade, Elizabeth ia emprestando uma leve sensualidade às suas interpretações, tal como em Father of the Bride (O Pai da Noiva, 1950), A Place in the Sun (Um Lugar ao Sol, 1951) e Ivanhoe (1952). A sua grande oportunidade surgiu quando contracenou com os seus grandes amigos Rock Hudson e James Dean no épico The Giant (O Gigante, 1956). Taylor demonstrava assim ao público a sua versatilidade dramática, tendo reforçado essa ideia com as quatro sucessivas nomeações para o Óscar de Melhor Actriz pela sua prestação em Raintree Country (A Árvore da Vida, 1957), Cat on a Hot Tin Roof (Gata em Telhado de Zinco Quente, 1958), Suddenly, Last Summer (Bruscamente no Verão Passado, 1959) e Butterfield 8 (O Número do Amor, 1960). Foi com este último que arrecadou o seu primeiro Óscar, numa exigentíssima personagem de prostituta da alta roda. Esteve três anos sem filmar, alegando falta de qualidade dos projectos que lhe chegavam à mão. Regressou em grande estilo no histórico Cleopatra (Cleópatra, 1963). Durante as acidentadas rodagens, apaixonou-se pelo actor Richard Burton, que interpretava o papel de Marco António. Burton foi o grande amor da sua vida, tendo protagonizado um mediático e conturbado idílio, com dois casamentos e outras tantas separações. Tanto na vida real como na tela, formavam um par electrizante, tendo ambos arrancado aquelas que foram porventura as melhores interpretações das suas carreiras no drama psicológico Who's Affraid of Virginia Woolf? (Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, 1966). Porém, na noite dos Óscares, os dois tiveram destinos diferentes. Enquanto Burton se ficou pela nomeação, Elizabeth venceu o Óscar para Melhor Actriz, suplantando na corrida Anouk Aimée e Vanessa Redgrave. Daí para a frente, Taylor conciliou o cinema com os trabalhos televisivos. Embora as suas interpretações não fossem tão incisivas, continuou a receber o apoio do público por trabalhos como Night Watch (A Noite dos Mil Olhos, 1973) e a série televisiva North and South (Norte e Sul, 1985). Em 1985, liderou uma cruzada contra a SIDA, doando milhões para a investigação da doença, abalada pela morte de Rock Hudson. Em 1994, fez notícia quando regressou ao cinema num pequeno papel em The Flintstones (Os Flintstones, 1994), interpretando a sogra de Fred. Em 1997, os seus milhões de fãs temeram pela sua vida quando foi operada a um tumor no cérebro. Apesar de a operação ter sido um êxito, a actriz ficou com algumas mazelas permanentes, nomeadamente dificuldades de locomoção que afectaram a sua vida profissional.
Elizabeth Taylor. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-27]
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Consciência ecológica
Do desafio...
Tal como o próprio Daniel afirma no seu blogue, também eu não acho graça a este tipo de coisas. De qualquer forma aqui fica a minha lista:
- Estive no topo de uma das "Twin Towers" do WTC de Nova Iorque (antes do 11 de Setembro);
- Tenho pavor de viajar de avião;
- Já pilotei um avião;
- Sou tenor;
- Perco a cabeça pelo Sporting;
- Já fui professor Universitário;
- Tenho um brevet de mergulho;
- Detesto comer peixe;
- Gosto muito de animais;
E pronto! Missão cumprida e comprida!
Così fan Tutte (Mozart) no Palau de las Arts de Valência
Os interessados em ter uma ideia do que é o Palau de les Arts de Valência (do Calatrava) podem fazer uma visita ao "site".
Aqui fica a ficha técnica com o elenco.
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Notícia em Destaque - TAP lança campanha ainda mais barata (41 e 47 € por percurso)
Muitas das tarifas agora anunciadas são inferiores ao subsídio de mobilidade social.
A TAP anunciou uma nova campanha de baixos preços na rota da Madeira, tal como tínhamos noticiado no início deste mês.
A nova campanha baseia-se no segmento "discount", o mais barato das cinco opções tarifárias da companhia. Tratam-se dos preços mais baratos de sempre para a Madeira, oferecendo viagens de Lisboa para a Região a partir de 41 euros, com todas as taxas incluídas. Nas partidas da Madeira com destino a Lisboa, os voos da transportadora estão disponíveis a partir de 47 euros, devido à diferença de taxas aeroportuárias.
Os preços indicados correspondem a tarifa de ida com todas as taxas incluídas, válida em voos específicos, sujeita a disponibilidade e condições especiais, com reservas e compra obrigatória com sete dias de antecedência da data da viagem, explica a companhia num comunicado distribuído ontem. "Com esta campanha, a TAP contribui para o reforço dos fluxos turísticos para a Madeira", adianta a nota da transportadora.
Não obstante os preços serem muitos baixos e já estarem disponíveis on-line, como já pudemos verificar (www.flytap.pt) e nas agências de viagens, convém que os residentes tomem em consideração que desde que o preço base da tarifa em cada percurso seja inferior a 30 euros, não terão direito ao reembolso previsto na legislação.
In Diário de Notícias da Madeira
Victor Hugo
Da Infopédia:
Nasceu a 26 de Fevereiro de 1802 em Besançon, em França, e morreu a 22 de Maio de 1885 em Paris. Poeta, romancista e dramaturgo, é considerado o escritor romântico mais importante de França. No estrangeiro é mais conhecido pelas obras Notre-Dame de Paris (1831) e Les Misérables (1862). A obra de Victor Hugo pode ser dividida em três fases. Na primeira fase escreve os romances: Han d'Islandie, Bug-Jargal, le Dernier Jour d'un condamné, Notre-Dame de Paris e Claude Gueux. Posteriormente escreveu Les Misérables e Les Travailleurs de la mer, e num terceiro período escreveria L'Homme qui rit e Quatre-vingt-Treize. Os textos de história, política e viagens são essencialmente: Le Rhin, Choses vues et Paris, Actes et Paroles et Histoire d'un crime. A poética da obra em prosa inscreve-se num espaço a quatro dimensões: romanesca, de viagem, política e de reflexão sobre a sua inspiração pessoal. A infância de Victor Hugo ficou marcada pelas constantes viagens do pai, que era general de Napoleão no exército imperial. Foram tempos difíceis para Hugo, porque se sentia desenraizado, passava os seus dias entre Paris, Elba, Nápoles e Madrid, pelo que acabou por regressar a Paris com a mãe. Passaram a viver no convento abandonado das Feuillantines, que aparece com relevo na obra Les Misérables. Matriculou-se na Faculdade de Direito de Paris, onde consta que era um estudante pobre, e os estudos eram irregulares. Os seus interesses estavam muito para além do Direito. Começou a escrever versos e a fazer traduções. A mãe de Victor Hugo faleceu em 1821 e, um ano depois, Hugo casou-se com uma amiga de infância de quem teve cinco filhos. Neste mesmo ano publicou Odes et poésies diverses. Os seus versos manifestam ardente monarquismo, religiosidade e paixão política, manifestando-se já o culto de Napoleão. Em 1823 publicou a sua primeira novela romântica, Han d'Islandie, e escreveu em jornais literários. Em 1824 escreveu uma nova colecção de versos, Nouvelles Odes, como uma espécie de manifesto literário do Romantismo, seguido do exótico romance Bug-Jargal. O vigor dos seus poemas está patente nos poemas da obra Les Orientales, colecção de poesias que contém algumas das mais impressivas proezas de arte métrica da literatura mundial e onde Hugo demonstra também o gosto pelo pitoresco e pelo Oriente. A poesia traduz a simpatia pela Idade Média, uma das características do Romantismo. A partir de uma concepção histórica da poesia estabelece uma teoria segundo a qual o drama pinta a vida. Embora não tenha sido um êxito teatral, o drama Cromwell (1827) teve um papel relevante como marco teórico, graças ao célebre prefácio, que continha observações sobre a dramaturgia. Ao romance narrativo sucede o romance que participa da epopeia e do drama. Deve acolher o belo e o grotesco, ser fiel à verdade e livre de regras, principalmente as de tempo e de lugar, para ser capaz de retratar a natureza. Fiel a esta teoria, Victor Hugo escreve Marion Delorme (1829) e Hernani (1830), desencadeando assim uma batalha contra os últimos redutos do Classissismo. Em 1831 publica Notre-Dame de Paris, onde aproveita, não apenas como pano de fundo mas também como personagem viva, a cidade de Paris. Les Feuilles d'Automne (1831), Les Chants du Crépuscule (1835) e Les voix Intérieures (1837) revelam uma evolução para uma sinceridade mais recolhida e uma poesia motivada pelo desgosto causado pela infidelidade da esposa. Para o teatro escreve Le Roi s'amuse (1832), Lucrèce Borgia (1833), Marie Tudor (1833), Angelo e Tyran de Padoue (1835). Retoma os grandes temas do lirismo como a infância, o amor ou a natureza em Les Rayons et les Ombres (1840). Com Les Burgraves ((1843) termina a sua produção dramática. Entrou para a Academia em 1841 e a actividade política aumentou a sua reputação junto do público. Hugo foi nomeado em 1845 para a Câmara dos Pares. No início sentia-se atraído por Napoleão mas enquanto liberal e humanitarista tende progressivamente para a República e para o anticlericalismo. Desilude-se com o governo e passa para a oposição. O advento do segundo Império atira-o para o exílio, primeiro em Bruxelas, depois em Jersey e finalmente em Guernesey, no ano de 1855, de onde só regressará em 1870. A morte da filha Leopoldina, em 1843, foi outro dos acontecimentos que mais marcaram o escritor. O pai enlutado confia ao diário o seu destino, em versos reunidos mais tarde nas Contemplations (1856). Vai transportar uma visão dramática e humanitarista para o romance Les Misérables (1862), obra que muito impressionou a imaginação popular, pelo tom de aventura e lirismo de certas personagens, encontrando-se traduzida em inúmeras línguas. É nesta fase que publica Les travailleurs de la mer (1866), L'Homme qui rit (1865) e Quatre-Vingt-Treize (1874). Regressa a Paris com a República e é eleito deputado da Assembleia Nacional em 1871, mas, traído nas suas antigas ideias e desgostoso, demite-se, abandonando a vida pública. A obra de Victor Hugo, discutida, exaltada ou censurada, marcou profundamente toda a literatura do século XIX.
Victor Hugo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-26]
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Notícia de Última Hora (Actualização) - Avião despenha-se no aeroporto de Amesterdão
Viagens
A maioria das minhas vagens é de trabalho, mas, mesmo nestas, há sempre uns momentos em que se consigo desfrutar do local onde me encontro, nem que seja em pequenos passeios nocturnos.
Encontrei um site onde é possível identificar num planisfério, os países que já visitámos.
Este é o meu mapa:
Fiquei desiludido, no meio de tanta viagem , conheço apenas 26 países, ou seja 11,5% do total!
Tenho que colorir mais a África e a Ásia!
Notícia de Última Hora (Actualização) - Avião despenha-se no aeroporto de Amesterdão
O Ministro dos Negócios Estrangeiros Turco fala e 7 mortos, mas sem confirmação.
Notícia de Última Hora - Avião despenha-se no aeroporto de Amesterdão
Do Jornal de Notícias:
Um 737 da Turkish Airlines, companhia aérea turca, com 134 pessoas a bordo, despenhou-se esta quarta-feira quando tentava aterrar em Schiphol, o aeroporto de Amsterdão, na Holanda. Segundo a companhia aérea, e ao contrário do que foi inicialmente avançado, todos os passageiros terão sobrevivido.
Segundo a Reuters, o avião, que partiu de Instambul, partiu-se, por volta das 10 horas da manhã, hora portuguesa, em três partes quanto embateu no chão, ao lado da pista de aterragem A9.
A bordo seguiam 127 passageiros e 7 membros da tripulação. "Há passageiros feridos na parte de trás do avião, mas não há baixas confirmadas, disse o presidente da Turkish Airlines, Candan Karlitekin, numa conferência de imprensa em Instambul.
O jornal holandês Telegraaf avança que o aeroporto de Shiphol foi encerrado e que há destroços espalhados pelo chão. Segundo uma testemunha que terá visto a tentativa de aterragem do avião turco, não havia sinais de fogo ou fumo nos motores.
"A maioria dos passageiros estão feridos mas há também muitas pessoas que escaparam sem ferimentos", disse, segundo a Reuters, um dos passageiros a um canal de televião turco. Uma outra vítima disse à CNN que os passageiros estão a "telefonar aos familiares para lhes dizer que a situação não é demasiado grave".
Cesário Verde
Da Infopédia:
A poesia de Cesário Verde, prefiguradora de uma modernidade estética só inteiramente reconhecida após a sua morte, dificilmente cabe nas classificações da história literária. Se a representação pictórica dos ambientes e a descrição plástica da realidade o aproximam do Realismo e do Parnasianismo, se o interesse pelos fracos e humildes ecoa influências românticas e baudelairianas, não é menos verdade que a imaginação do poeta o conduz, muitas vezes, a uma recriação impressionista ou fantasista da realidade devedora da estética simbolista. Filho de um comerciante com loja de ferragens em Lisboa e uma exploração agrícola em Linda-a-Pastora, passa a infância entre os ambientes citadino e rural, binómio que será marcante na sua obra. Em 1873, matricula-se no Curso Superior de Letras, que não chegará a concluir, mas onde trava conhecimento com figuras da vida literária, como Silva Pinto, que se tornará seu grande amigo. Durante a juventude, viaja pelos grandes centros cosmopolitas europeus (Paris e Londres) e deixa vários poemas dispersos por jornais como o Diário de Notícias, Diário da Tarde, Tribuna, A Ilustração, acolhidos com críticas quase sempre desfavoráveis. Em 1874, aparece anunciada a edição breve de um livro de Cesário Verde, que não acontecerá. A partir de 1879, desiludido com a incompreensão do mundo intelectual, Cesário dedica-se cada vez mais a assistir o pai na loja de ferragens e na exploração da quinta. Em 1882, morre-lhe um irmão de tuberculose, tal como a irmã, que havia morrido dez anos antes. Aos 31 anos, ele próprio morre vítima da mesma doença. Em 1887, Silva Pinto publica a primeira edição de O Livro de Cesário Verde. Bibliografia: O Livro de Cesário Verde, 1887 (poesias, edição póstuma privada); O Livro de Cesário Verde, 1901 (poesias, edição póstuma para o público)
Cesário Verde. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-25]
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Carnaval de Veneza 2007
Notícia em Destaque - Portugueses continuam a morrer nas estradas portuguesas
Lê-se no "site" da RTP:
A Operação de Carnaval da Guarda Nacional República já regista um total de seis mortos nas estradas portugueses nos seus primeiros quatro dias. O balanço oficial foi feito até às 00.00 horas de hoje só que já esta manhã a GNR deu conta da ocorrência da mais três mortos em acidentes registados esta madrugada.
As contas oficiais da Guarda Nacional Republicana dão conta da morte de seis pessoas nas estradas portuguesas ao fim de quatro dias da Operação Carnaval. Números a que juntam 881 acidentes dos quais resultaram 12 feridos graves e 290 feridos ligeiros.
A esta contabilidade há, no entanto, a juntar mais três mortos registados já esta madrugada e ainda quatro feridos em estado grave resultantes de acidentes de viação segundo informou o comando nacional da GNR.
Uma colisão entre dois veículos ligeiros, ocorrida esta manhã no IC 2 perto da Mealhada, causou dois feridos graves e ainda de madrugada uma pessoa morreu na sequência de um despiste na EN 121, em Ferreira do Alentejo.
Um outro acidente registado no distrito de Viana do Castelo levou a vida a dois jovens tendo um outro ficado gravemente ferido num despiste na EN 305-1, em Alvarães.
Este é apenas um balanço provisório uma vez que a Operação Carnaval da GNR só termina mais logo, à meia-noite.
In RTP
David Mourão-Ferreira
Da Infopédia:
Escritor português, nasceu em Lisboa, em 1927 e morreu, também nesta cidade, em 1996. Licenciou-se em Filologia Românica em Lisboa, onde chegou a ser professor catedrático, organizando e regendo, entre outras, a cadeira de Teoria da Literatura. Foi secretário de Estado da Cultura, entre 1976 e 1979; director do diário A Capital; director do Boletim Cultural do Serviço de Bibliotecas Itinerantes e Fixas da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1984 e 1996; director da revista Colóquio/Letras; presidente da Associação Portuguesa de Escritores (1984-86) e vice-Presidente da Association Internationale des Critiques Littéraires. A sua obra reparte-se pela poesia; pela crítica literária, como Os Ócios do Ofício, Vinte Poetas Contemporâneos, Hospital das Letras ou Lâmpadas no Escuro (de Herculano a Torga); pelo ensaio; pela tradução; pelo teatro; pelo romance; e também pelo jornalismo. Embora os seus primeiros poemas datem de meados dos anos 40, a sua actividade poética começou a ganhar relevo quando foi co-director, a par com António Manuel Couto Viana e Luís de Macedo, da revista Távola Redonda (1950-1954), que, sem apresentar programa ou manifesto, se orientava para uma alternativa poética à poesia social, baseada na "revalorização do lirismo", exigindo ao poeta "autenticidade e um mínimo de consciência técnica, a criação em liberdade e, também, a diligência e capacidade de admirar, criticamente, os grandes poetas portugueses de gerações anteriores a 1950. Sem reservas ideológicas ou preconceitos de ordem estética" (VIANA, António Manuel Couto - "Breve Historial" in As Folhas Poesia Távola Redonda, Boletim Cultural da F. C. G., VI série, n.º 11, Outubro de 1988), atributos a que acresciam como exigências a reacção contra a "imediatez da inspiração e contra o impuro aproveitamento da poesia para fins sociais", através do equilíbrio "entre os motivos e a técnica, entre os temas e as formas" (cf. MOURÃO-FERREIRA, David - "Notícia sobre a Távola Redonda" in Estrada Larga 3, p. 392). Foi no primeiro volume da Colecção de Poesia das Edições "Távola Redonda" que publicou a sua primeira obra poética, A Secreta Viagem, onde se encontram reunidos alguns dos traços que distinguiriam a sua poética posterior, nomeadamente a preferência pela temática amorosa, o rigor formal, a continuidade e renovação da lírica tradicional como, por exemplo, a de inspiração camoniana, ou a abertura a experiências poéticas estrangeiras. No poema "Dos Anos Quarenta", relembra leituras nessa etapa de iniciação poética: Proust, Thomas Mann, Rilke, Apollinaire, a "constelação pessoana", Álvaro de Campos, "E Régio Miguéis Nemésio", bem como as circunstâncias que rodearam essa descoberta, como o "despertar do deus Eros", a guerra, a queda dos fascismos e a perseverança da ditadura salazarista. Da sua obra poética, cuja poesia se distingue pelo lirismo culto, depurado e subtil, destacam-se os seguintes livros: A Secreta Viagem, Do Tempo ao Coração, Cancioneiro do Natal, Matura Idade e Ode à Música. A obra de David Mourão-Ferreira foi várias vezes reconhecida com prémios literários, como, por exemplo: Prémio de Poesia Delfim Guimarães, 1954, para Tempestade de Verão; Prémio Ricardo Malheiros, 1960, para Gaivotas em Terra; Prémio Nacional de Poesia, 1971, para Cancioneiro de Natal; Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários para As Quatro Estações; e, para Um Amor Feliz , os prémios de Narrativa do Pen Clube Português, D. Dinis, de Ficção do Município de Lisboa e o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Ao autor foi ainda atribuído, em 1996, o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores. Bibliografia: A Secreta Viagem, Lisboa, 1950; Tempestade de Verão, Lisboa, 1954; Os Quatro Cantos do Tempo, Rio de Janeiro, 1958; In Memoriam Memoriae, Lisboa, 1962; Infinito Pessoal ou a Arte de Amar, Lisboa, 1962; Do Tempo ao Coração, Lisboa, 1966; A Arte de Amar (reunião das cinco primeiras obras editadas), Lisboa, 1967; Lira de Bolso (antologia), Lisboa, 1969; Cancioneiro de Natal, Lisboa, 1971, Matura Idade, Lisboa, 1973; Sonetos do Cativo, Lisboa, 1974; As Lições do Fogo (antologia), Lisboa, 1976; Obra Poética (inclui À Guitarra e à Viola e Órfico Ofício), 2 vols. Lisboa, 1980; Entre a Sombra e o Corpo, Lisboa, 1980; Os Ramos e os Remos, Lisboa, 1985; Obra Poética (1948-1988), Lisboa, 1988; Jogo de Espelhos: Reflexos para um Auto-Retrato, Lisboa, 1993; Música de Cama: Antologia Erótica com um Livro Inédito, Lisboa, 1994; Gaivotas em Terra, novelas, Lisboa, 1959; Os Amantes, contos, Lisboa, 1968; Os Amantes e Outros Contos, Lisboa, 1974, Maria Antónia e Outras Mulheres: Contos Escolhidos, Lisboa, 1978; As Quatro Estações, Lisboa, 1980; Um Amor Feliz, Lisboa, 1986; Duas Histórias de Lisboa, Lisboa, 1987; O Irmão, Lisboa, 1965; Vinte Poetas Contemporâneos, Lisboa, 1960; Motim Literário, Lisboa, 1962; Hospital das Letras, Lisboa, 1966; Discurso Directo, Lisboa, 1969; Tópicos de Crítica e de História Literária, Lisboa, 1969; Sobre Viventes, Lisboa, 1976; Presença da "Presença", Porto, 1977; A Acção Cultural de Afonso Lopes Vieira, Lisboa, 1978; Lâmpadas no Escuro, Lisboa, 1979; Portugal, a Terra e o Homem. Antologia de textos de escritores do século XX (co-aut. com Maria Alzira Seixo), Lisboa, 1980; A Ilha dos Amores e o Lirismo Erótico de Camões, Lisboa, 1980; Larbaud, Pessoa, Antero: o Recurso à Ode como Forma de Modernidade, Paris, 1983; Reflexos da Literatura Francesa em Portugal (1920-1984), Paris, 1984; O Essencial sobre Vitorino Nemésio, Lisboa, 1987; Nos Passos de Pessoa, Lisboa, 1988; Marguerite Yourcenar: Retrato de uma Voz, Lisboa, 1988; Sob o Mesmo Tecto. Estudos sobre Autores de Língua Portuguesa, Lisboa, 1989; Os Ócios do Ofício: Crónicas e Ensaios, Lisboa, 1989; Tópicos Recuperados sobre Crítica e Outros Ensaios, Lisboa, 1992; Magia, Palavra, Corpo: Perspectiva da Cultura de Língua Portuguesa, Lisboa, 1993
David Mourão-Ferreira. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-24]
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Ainda a ópera Orquìdea Branca e o Maestro e Compositor Jorge Salguerio
Publiquei também essa crítica no outro meu blogue de nome Bel canto Opera.
Pois bem, o Maestro Jorge Salgueiro, compositor da Orquídea Branca, leu a minha crítica no Bel canto Opera e teve a amabilidade de me responder. Escusado será dizer que é para mim uma honra que o Maestro tenha lido a crítica e que tenha respondido.
Aqui fica de novo o meu texto e a reposta do Maestro.
Assisti ontem a uma récita da ópera Orquídea Branca que estreou no Funchal no dia 27 de Outubro.
As expectativas eram altas, uma vez que as notícias e críticas que foram surgindo na comunicação social eram bastante positivas.
Afortunadamente tive acesso a um bom lugar no teatro, que permitiu ter uma visão completa de palco e que, supostamente, será um bom local em termos acústicos. Digo supostamente porque foi utilizada amplificação acústica para vozes solistas e orquestra. Este foi, a meu ver o maior "senão" de todo o espectáculo. Os cantores de ópera não usam microfones nos teatros de ópera. Uma das características mais importantes de um cantor é a capacidade de projectar a voz.
Sei que a acústica do Baltazar Dias não é das melhores, de qualquer forma a acústica poderia ter sido melhorada recorrendo a artifícios de palco.
Tudo isto para dizer que a minha opinião sobre os cantores fica imediatamente comprometida por ouvi-los todos com o mesmo volume sonoro.
Mas antes disso, gostaria comentar a ópera em si.
O libreto de João Aguiar é interessante. Uma história de amor entre uma princesa e um jardineiro. A princesa chega ao Funchal para se curar de febre tísica, mas no final sucumbe. Tipicamente uma ópera romântica.
A encenação do Miguel Vieira é, para mim, um dos pontos altos desta produção. Os cenários e figurinos estão muito bem conseguídos. A conjugação do antigo com o novo e do tradicional com o moderno está perfeita.
A composição de Jorge Salgueiro não me satisfez completamente. A utilização excessiva de "staccato" nos recitativos, não é agradável. Esta característica mantém-se ao logo do toda a obra, mesmo nas árias duetos e tercetos, tornando-a pesada e um pouco monótona. No entanto, os coros, o dueto entre Maria Amélia e José Maria e as duas árias de José Maria fogem a esta regra e são as partes que mais apreciei.
Na generalidade a composição parece-me excessivamente ligeira, o que, muitas vezes ao longo do espectáculo, me levou a pensar que estava a assistir a um musical e não a uma ópera.
Finalmente as vozes.
Como já referi, a utilização de amplificação não me permite formar uma opinião comparativa entre potência e projecção vocais.
As vozes de Lúcia Lemos (Imperatriz), Rui Baeta (Zé Maria) e Carlos Guilherme (cónego) são de destacar. De entre os três, preferi Lúcia Lemos (soprano), com uma voz segura e encorpada, mas que infelizmente não tem, nesta obra, uma ária à sua altura. Mesmo assim, destacou-se especialmente no segundo acto.
Rui Baeta (barítono) esteve bem. Entrou um pouco a medo no registo agudo, mas melhorou bastante no segundo acto. De notar que a personagem do José Maria tem as duas mais belas árias de toda a ópera.
Carlos Guilherme /tenor) esteve um pouco contido no primeiro acto, melhorando bastante depois. De qualquer forma, a sua personagem não tem também uma ária onde os dotes vocais do cantor possam ser convenientemente demonstrados.
Carla Moniz (soprano) no papel principal de D. Maria Amélia (princesa) teve uma prestação mediana. Pouco comovente. Uma voz contida e ligeira. Confesso que desconhecia a cantora e que esta apreciação se pode dever à interpretação que fez da personagem.
Dos solistas secundários destaco Diocleciano Pereira (tenor) no papel de Comandante da Fragata Dom Fernando e Inês Madeira (mezzo-soprano) no papel de Rosinha.
Globalmente considero a produção da Orquídea Branca muito aceitável.
Vale a pena ver.
Caro Alberto, sou o Jorge Salgueiro, precisamente o compositor da Orquídea. Parabéns pelo seu artigo que considero interessante. Em relação às suas considerações de gosto, nada a dizer. Gostos não se discutem e tem todo o direito em exprimir os seus, não só em relação à música como à prestação das vozes. Referiu o trabalho do encenador Miguel Vieira que também sublinho e não posso deixar de explicitar o nome da figurinista Dina Pimenta que fez um trabalho de grande interesse artístico. Compreendendo que opta por uma visão literalmente artística sem tomar em consideração as circunstâncias julgo no entanto que seria de louvar a excelente prestação da orquestra, coros, bailarinos e produção do GCEA. Notáveis dentro das circunstâncias. Considero no entanto que o seu reparo em relação aos microfones é injusto. Em primeiro lugar porque nós somos os primeiros a reconhecer que numa ópera um dos factores de avaliação de uma voz é precisamente a sua capacidade de projecção e que esse factor influencia o timbre, o corpo da voz, a personagem, etc. Não faço conjecturas sobre a imagem que tem de mim como artista, mas não o imagino a ver o Carlos Guilherme, a Lúcia Lemos e o Rui Baeta a aceitarem de bom grado cantarem com micros. Simples é de imaginar que foi uma decisão muito ponderada e difícil que tive de tomar e que todos verificámos como inevitável. De facto não é possível fazer chegar as palavras ao público quando a orquestra está no meio dele. Lembro-o que eu dirigia praticamente a meio da 1ª plateia naquilo que seria a 5ª fila de cadeiras, isto se não tivessem sido retiradas as duas primeiras precisamente para ser colocada a orquestra. Já tinha visto isto em algum lado? E estamos a falar de uma orquestra com menos de metade dos efectivos de qualquer orquestra de ópera a partir do período romântico. É um problema que me parece neste teatro impossível de ultrapassar a não ser que colocássemos a orquestra no palco. Não quero ser irónico mas de facto, com a estrutura desta ópera, teriam os bailarinos e os coros vir para a sala. Os tais artifícios que me fala para resolução do problema, imagino que sejam superfícies reflectoras. Ora isso é absolutamente impossível dado que o proscénio é já dentro da sala. Não sei se reparou, o 1º trombone tinha a campânula ao lado das cabeças das pessoas da 1ª fila. Uma concha acústica, como imagina, também não é possível numa ópera: necessitamos da teia. Tudo o que era cantado dentro do palco era "comido" pela caixa que é a teia. Esta ópera ali é como meter a Rua da Prata na Rua da Betesga. Acho que a solução a que se chegou é bem razoável. Aliás, corrija-me se estiver errado, no Funchal não há teatros com fosso e condições para uma grande produção operática. Talvez este assunto possa merecer reflexão quando um dia se construir outra sala de espectáculos na cidade. A outra questão que levanta e que me parece merecer alguma reflexão é a qualificação ópera ou musical. O primeiro aspecto que nos pode ajudar a discernir a questão é a existência de momentos falados. A Orquídea é toda cantada. Ora a Flauta Mágica, que nós sabemos foi escrita como um Singspiel e não uma ópera, é hoje aceite genericamente como uma ópera. Muitos outros exemplos poderíamos aqui dar e até a existência de longas partes faladas em óperas contemporâneas de vanguarda só ajudam a complicar. O factor que me parece decisivo é a questão estética. Um musical deriva em, geral de duas tradições: a americana e a inglesa. No caso americano a raiz é de influência jazzística e assente em pilares como Gershwin e Weill. No caso inglês a influência é do rock e da pop, e a maior referência parece-me ser ALWebber. No caso da ópera, as raízes têm origem em movimentos artísticos ainda que os autores busquem sempre uma linguagem própria. Na ópera existe sempre a busca do artifício, da estilização, de uma nova linguagem em busca de novos códigos para decifrar o futuro da vida e da arte. É essa a palavra chave: artifício. O musical não tem esse tipo de preocupações e enquadra-se mais frequentemente dentro de estereótipos. Daqui se compreende que já no séc. XXI se continue a não utilizar o microfone nas vozes operáticas: a sua utilização normaliza alguns aspectos do canto. Salvaguardo projectos de vanguarda que são compostos já prevendo a amplificação e utilização dessa tecnologia como meio de expressão. Isso nós conhecemos. A linguagem da ópera é mais estruturada exactamente porque busca essa nova síntese artística, essa nova proposta estética. Ao ouvirmos o primeiro Wagner podemos já descortinar aquilo que viria a ser a sua linguagem tão própria e revolucionária para as artes, mas de facto podemos nessa primeira fase ouvir claras influências de compositores românticos seus predecessores ou contemporâneos. Assim, não posso deixar de considerar que “A Orquídea Branca” é de facto uma ópera. Não que considere a classificação de musical menos digna, de facto já escrevi um musical e por isso estou à vontade. Esta obra enquadra-se perfeitamente no movimento minimalista em termos estruturais e procura a sua identidade e libertação através da proposta melódica. Se por um lado, o desenvolvimento a partir da repetição e de células simples na parte orquestral se enquadram perfeitamente em influências de compositores minimalistas, por outro a solução melódica é bem mais original, embora se possam encontrar influências da Pop e da música tradicional (a minha linguagem parte para uma nova proposta a partir de uma síntese). Julgo ser precisamente essa generosidade melódica que o confunde, algo que compreendo perfeitamente dado a repulsa que esse aspecto tem tido junto dos criadores e principalmente da crítica artística dos últimos 50 anos (número redondo e discutível). O trabalho que realizei em torno da língua portuguesa jamais seria aceitável num musical. A desconstrução da palavra em torno da caracterização psicológica das personagens, fazendo-nos ouvir aquilo que elas pensam e não aquilo que elas dizem, é algo que atravessa a ópera de uma forma estrutural e da qual faz parte os staccati de que, com todo o direito, não gostou. Foi a opção estética que me pareceu mais adequada entre a minha linguagem e as circunstâncias culturais do local e tempo. Se voltasse atrás, ainda que sabendo o que sei hoje, julgo que não conseguiria fazer tão bem. Termino agradecendo-lhe a sua atenção e com uma palavra de estímulo para que continue a assistir e a escrever sobre a criação contemporânea que tão necessitada está de discussão, pensamento, polémica, divulgação, enfim, interesse do público.
Quando os amigos vencem, nós vencemos também.
Conheci a Reflexos há mais de 20 anos nos primeiros dias de faculdade, quando não se conhece ninguém e se "mete conversa" com toda a gente. No nosso caso foi ela que meteu conversa comigo no autocarro a caminho de casa. A história está contada aqui. Sim, porque a minha amiga Reflexos tem uma memória de elefante e lembra-se de histórias e situações que a minha memória apagou, infelizmente.
No dia que nos conhecemos, não fazíamos a mínima ideia de que a nossa amizade seria para sempre... Mas assim é e assim será.
Falo hoje da Reflexos, porque ela realizou um sonho. Vai publicar um livro com as suas histórias em co-autoria com outros novos escritores. A obra chama-se Fábrica de Histórias e será publicada brevemente.
Está tudo explicado aqui.
Fiquei muito feliz porque a Reflexos realizou um sonho. Quando os amigos vencem, nós vencemos também. Ela está de parabéns pelo seu livro e eu estou de parabéns por tê-la como melhor amiga. Estou também muito orgulhoso por ter uma amiga escritora!!!
Notícia em Destaque - Mais de 70 mil desempregados inscreveram-se em Janeiro nos centros de emprego o
Os centros de emprego receberam em Janeiro inscrições de 70.334 trabalhadores desempregados, um aumento de 44,7 por cento em relação a Dezembro e mais 27,3 por cento na comparação com Janeiro do ano passado, anunciou hoje o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Todas as regiões registaram o aumento de pessoas à procura de empregos, com especial destaque para o Algarve, que representou 58 por cento dos inscritos em Janeiro, fruto da sazonalidade que se verifica no sector do turismo e que leva à dispensa de trabalhadores nesta época de fraca actividade turística na região. O Norte do país foi a segunda região mais afectada pelo fenómeno, tendo sido responsável por 28 por cento das inscrições nos centros.
Para o presidente do IEFP, estes dados não são uma surpresa, já que desde de Setembro do ano passado que se verifica o aumento do desemprego em Portugal. “O mês de Dezembro não foge à regra. Nesse mês, atingimos 447.966 desempregados” inscritos nos centros, afirmou à Rádio Renascença, Francisco Madelino.
O primeiro trimestre deste ano será, porventura, o mais sensível, já que é aí que se fará mais sentir a sazonalidade da nossa actividade económica. “Quanto ao resto dependerá da evolução da situação macroeconómica internacional” que fará alterar o estado de coisas no futuro próximo, defendeu ainda Francisco Madelino.
In Público
José Afonso
Da Infopédia:
Poeta, cantor e compositor, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, e faleceu a 23 de Fevereiro de 1987, em Setúbal. Viveu até aos três anos na cidade onde nasceu, tendo, em 1932, viajado para Angola onde passou a viver com os pais e irmãos que aí já se encontravam. Terá sido aqui que o poeta criou uma relação estreita com a Natureza e sobretudo com África que, mais tarde, se reflectiria em muitos dos seus trabalhos. Regressado a Portugal, depois de uma breve passagem também por Moçambique, José Afonso foi viver para casa de familiares em Belmonte, onde completou o Ensino Primário. Estudou, já em Coimbra, no liceu D. João III e ingressou, depois, no curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras daquela cidade, tornando-se notado pelas suas interpretações do fado típico coimbrão - não apenas pela qualidade da sua voz mas pela originalidade que emprestava às interpretações. Em 1955, iniciou uma pequena carreira como professor do Ensino Secundário e leccionou em liceus e colégios de locais tão variados como Mangualde, Aljustrel, Lagos, Faro e Alcobaça. Seis anos mais tarde, partiu para Moçambique onde voltaria a dar aulas. De volta ao seu país, em 1967, conseguiu uma colocação como professor mas, ao ser expulso do Ensino por incompatilidades ideológicas face ao regime ditatorial vigente, começou a dedicar-se mais à música e, consequentemente, a gravações mais regulares. A sua formação musical integrou um processo global de actualização temática e musical da canção e fado de Coimbra. Foi assim que o cancioneiro de Zeca Afonso recriou temas folclóricos e até infantis, reescrevendo formas tradicionais como a "Canção de Embalar", evocando mesmo, neste retomar das mais puras raízes culturais portuguesas, o ambiente lírico dos cancioneiros primitivos (cf. "Cantiga do Monte"), ao mesmo tempo que introduziu no texto temas resultantes de um compromisso histórico, denunciando situações de miséria social e moral (os meninos pobres, a fome no Alentejo, a ausência de liberdade) e cimentando a crença numa utopia concentrada no anseio de "Um novo dia" ("Menino do Bairro Negro"). Reagindo contra a inutilidade de "cantar o cor-de-rosa e o bonitinho, muito em voga nas nossas composições radiofónicas e no nosso music-hall de exportação", partiu da convicção de que "Se lhe déssemos uma certa dignidade e lhe atribuíssemos, pela urgência dos temas tratados, um mínimo de valor educativo, conseguiríamos talvez fabricar um novo tipo de canção cuja actualização poderia repercutir-se no espírito narcotizado do público, molestando-lhe a consciência adormecida em vez de o distrair." ("Notas" de José Afonso in Cantares, p. 82). Canções decoradas por várias gerações de portugueses, filhas da tradição e incorporando, por seu turno, a tradição cultural portuguesa, a maior parte dos temas de Zeca Afonso integram, como voz de resistência mas também como voz pura brotando das raízes do ser português, o imaginário de um povo que durante a ditadura decorou e entoou intimamente os versos de revolta de "Vampiros" ou de "A Morte Saiu à Rua", ou que fez de "Grândola, Vila Morena" o seu hino de utopia e libertação. Menos equívoca, no pós-25 de Abril, mas animada pelo mesmo ímpeto de reivindicação de justiça e de apelo à fraternidade, a sua canção, no que perde por vezes de subtil metaforização imposta pela escrita sob censura, ganha em força e engagement, na batalha contra novos fantasmas da alienação humana como o imperialismo, a CIA, o fascismo brasileiro, o novo colonialismo de África, o individualismo europeu. Neste alento, as Quadras Populares (1980) constituem uma verdadeira miscelânea sobre os novos desconcertos do mundo, as suas novas e renovadas formas de opressão, enumerando uma por uma as iniquidades, disparates e esperanças frustradas da sociedade saída da revolução de Abril, aspirando, em conclusão, a uma revolução ainda não cumprida ou ainda por fazer. Apesar de galardoado por três vezes consecutivas (1969, 1970 e 1971) com um prémio oficial, a sua produção viria a ser banida dos meios de comunicação, dado o seu conteúdo indesejável para o regime; por essa mesma ordem de razões - talvez mais do que pela inovação musical -, a sua popularidade viria a crescer após a reimplantação da democracia. De toda a sua discografia, destacam-se os seguintes álbuns: Balada do Outono (1960), Baladas de Coimbra (1962), Baladas e Canções (1964), Cantares de Andarilho (1968), Traz outro Amigo Também (1970), Venham mais Cinco (1973), Coro dos Tribunais (1974), Grândola, Vila Morena (1974), Enquanto há Força (1978), Como se fora seu Filho (1983) e Galinhas do Mato (1985). Bibliografia: Cantar de Novo, 1968; Cantares, Lisboa, 1969; José Afonso (compilação das obras anteriores), Porto, 1972; Zeca Afonso, Quadras Populares, 1980; José Afonso. Textos e Canções, Lisboa, 1983 (2.ª ed. aum. 1988)
José Afonso. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-23]
domingo, 22 de fevereiro de 2009
Outros Blogues (XXV) - Both Sides of the Gun
O bloguita é o jovem fotógrafo António Rebelo de Andrade, cujos trabalhos fotográficos são de qualidade superior.
Um blogue essencial para que aprecia a arte da fotografia.
Baden-Powell
Da Infopédia:
General inglês, Robert Stephenson Smyth Baden-Powell nasceu a 22 de Fevereiro de 1857 e faleceu em 1941. Foi o fundador do movimento escutista e o principal autor da sua doutrina. Teve uma carreira militar notável, principalmente na África e na Ásia, e foi considerado herói nacional aquando do cerco a Mafeking na guerra dos Boéres, na África do Sul (1899-1902). A partir de 1907 dedicou-se ao desenvolvimento do escutismo, que rapidamente conheceu divulgação mundial. Os princípios básicos estabelecidos por Baden-Powell são desenvolver o sentido de aventura e, ao mesmo tempo, de responsabilidade, aprender a agir e a ser auto-suficiente através da experiência e, não menos importante, promover o relacionamento entre crianças e jovens de várias idades, para que desta forma possam aplicar uma das leis fundamentais do escutismo "fazer o bem". Escreveu uma obra célebre sobre o escutismo, primeiro publicada em capítulos e meses mais tarde compilada em livro, intitulada Scouting for boys (1908).
Robert Baden-Powell. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-02-22]
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Ainda Saramago
Vi, inclusivamente, pessoas no metro a lerem Saramago.
Tudo isto me "soube bem"!