domingo, 11 de janeiro de 2009

Al Berto

No dia 11 de Janeiro de 1948 nascia em Lisboa Alberto Raposo Pidwell Tavares.

Da Infopédia:

Poeta e editor português, de nome completo Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu a 11 de Janeiro de 1948, em Coimbra, e faleceu a 13 de Junho de 1997, em Lisboa. Tendo vivido até à adolescência em Sines, exilou-se, entre 1967 e 1975, em Bruxelas, dedicando-se, entre outras actividades, ao estudo de Belas-Artes. Publicou o primeiro livro dois anos depois de regressar a Portugal. Em mais de vinte anos de actividade literária, a expressão poética assumida por Al Berto, o pseudónimo do autor, distingue-se de qualquer outra experiência contemporânea pela agressividade (lexical, metafórica, da construção do discurso) com que responde à disforia que cerca todos os passos do homem num universo que lhe é hostil. Trazendo à memória as experiências poéticas de Michaux ou de Rimbaud, é no próprio sofrimento, na sua violenta exaltação, na capacidade de o tornar insuportavelmente presente (nas imagens de uma cidade putrefacta, na obsidiante recorrência da morte e do mal, sob todas as suas formas) que a palavra encontra o seu poder exorcizante, combatendo o mal com o mal. É neste sentido que Ramos Rosa fala de uma "poesia da violência do mundo e da realidade insuportável": "a opacidade do mal ou a agressividade do mundo é tão intensa que provoca um choque e um desmoronamento geral", mas "à violência desta destruição responde o poeta com uma violenta negatividade que é uma pulsão de liberdade absoluta, que procura por todos os meios o seu espaço vital.", sublinhando ainda a forma como esta espécie de "grito de fragilidade extrema e irredutível do ser humano, do seu desamparado infinito, da sua revolta absoluta e sem esperança", se consubstancia, ao nível do estilo, num ritmo "ofegante, precipitado, como um assalto contínuo feito de palavras tão violentas como instrumentos de guerra" (cf. ROSA, António Ramos - A Parede Azul. Estudos Sobre Poesia e Artes Plásticas, Lisboa, Caminho, 1991, pp. 120-121). No domínio editorial, a sua actividade pautou-se pela isenção e certa ousadia relativamente às políticas comerciais livreiras dominantes. Inicialmente seguindo uma estética surrealizante de temática erótica, em O Anjo Mudo (1993) funde prosa e poesia, exprime intertextualidades, numa viagem marginal e purificadora. A quase totalidade da sua obra poética encontra-se coligida em O Medo. Foi galardoado com o Prémio Pen Club de Poesia em 1987.

Bibliografia:
À Procura do Vento num Jardim d'Agosto, Lisboa, 1977; Meu Fruto de Morder Todas as Horas, Lisboa, 1980; Trabalhos do Olhar, Lisboa, 1982; O Último Habitante, Lisboa, 1983; Salsugem, Lisboa, 1984; A Seguir o Deserto, Lisboa, 1984; Três Cartas da Memória das Índias, Lisboa, 1985; Uma Existência de Papel, Lisboa, 1985; O Medo - Trabalho Poético, 1974/1986, Lisboa, 1987; Lunário, Lisboa, 1988; O Livro dos Regressos, Lisboa, 1989; A Secreta Viagem das Imagens, Lisboa, 1991; Canto do Amigo Morto, Lisboa, 1991; O Medo - Trabalho Poético, 1974/1990, Lisboa, 1991; O Anjo Mudo, Lisboa, 1993; Luminoso Afogado, Lisboa, 1995; Horto de Incêndio, Lisboa, 1997

Al Berto. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-01-11]

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