"Neste momento esse tema não é prioritário e não temos planos nem datas", disse o director do Público, José Manuel Fernandes. Também no semanário Expresso ainda não há data marcada para a mudança. O director do título, Henrique Monteiro, acredita que a adaptação deverá ser feita a nível do grupo Impresa, e não só do Expresso, o que passará por "acordos com os restantes directores das publicações".
No desportivo O Jogo, o tema já começou a ser "discutido", mas ainda não há conclusões até porque no jornal há agora "outras prioridades", de acordo com o director do jornal, Manuel Tavares. O Correio da Manhã já tem uma "estratégia traçada", mas Octávio Ribeiro, director do título escusou-se a adiantar mais pormenores. "Anunciaremos (estratégia) aos nossos leitores a 19 de Março, dia em que faremos 30 anos", adiantou. Entre os poucos títulos que já adoptaram as novas regras, conta-se o desportivo Record onde desde 1 de Janeiro já é possível ler algumas notícias que respeitam o novo acordo ortográfico. No primeiro dia do ano, a mudança foi referida no editorial do jornal. Desde então, todos os dias é publicado numa das últimas páginas um pequeno texto destinado "a quem estranha".

"Record atualiza-se - Estamos já a aplicar o Novo Acordo Ortográfico. Dada a complexidade da mudança, durante alguns meses utilizaremos nas nossas colunas a ortografia nova e a antiga, para o que pedimos a compreensão dos leitores",
pode ler-se no jornal. Também o mais antigo jornal de Coimbra, O Despertar, adoptou no início do ano o novo acordo ortográfico. Quase 20 anos para ser implantado Em Portugal, o segundo protocolo do Acordo Ortográfico, cuja ratificação era essencial para a sua entrada em vigor, foi aprovado no Parlamento em Maio e promulgado pelo Presidente da República em Julho. O Acordo Ortográfico foi aprovado em Dezembro de 1990 por representantes de Portugal, Brasil, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, porque Timor-Leste só aderiu em 2004, após a independência face à Indonésia. Para vigorar, o acordo tem de estar ratificado por um mínimo de três dos oito países, o que foi alcançado em 2006 com São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Brasil, seguidos de Portugal.
In SIC