quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira, evidentemente...

O Mestre faz hoje 100 anos.

Da Infopédia:
Cineasta português, nasceu no Porto a 11 de Dezembro de 1908. Estreou-se no cinema como figurante no filme Fátima Milagrosa (1929) e como realizador no documentário Douro, Faina Fluvial (1931). Como actor participou no filme A Canção de Lisboa (1933). A sua primeira longa-metragem, Aniki-Bobó, realizada em 1942, garantiu-lhe um lugar cimeiro no cinema nacional. Trata-se de uma história passada com crianças, de um naturalismo poético muito bem conseguido. Manoel de Oliveira é um precursor do neo-realismo no cinema português. Com O Pintor e a Cidade (1956) obteve a Harpa de Ouro do Festival de Cork, na Irlanda. A obra cinematográfica de Manoel de Oliveira constrói-se à volta do teatro e da representação. Oliveira encara o mundo como um teatro onde as personagens são meras figuras manipuladas por Deus (Acto da Primavera, Benilde ou a Virgem Mãe, O Meu Caso), por paixões (Vale Abraão), por desejos (O Passado e o Presente) e regras de ordem moral ou social (Amor de Perdição, Francisca). Os filmes Amor de Perdição (1978), Francisca (1981) e Le Soulier de Satin (O Sapato de Cetim, 1985) receberam o prémio da crítica do Festival de Veneza, onde Oliveira foi também distinguido com o Leão de Ouro pelo conjunto da sua obra. O filme A Caixa representa um momento culminante da sua visão burlesca do mundo. Party (1996) é outra obra que merece referência. Os mais recentes filmes de Manoel de Oliveira começam com uma espécie de guia que nos conduz para o interior da acção (Os Canibais, O Dia do Desespero, Vale Abraão e A Caixa). A obra de Oliveira representa o grande teatro do mundo e da vida, obsceno, grotesco, violento e criminoso, no meio do qual se manifesta a ternura e a compaixão e onde a única forma de evasão é o sonho. Em 1997, com o filme Viagem ao Princípio do Mundo, Manoel de Oliveira foi distinguido com o Prémio Fipresci, da Academia do Cinema Europeu. Em Cannes, a estreia de Inquietude (1998) confirmou uma vez mais o lugar de destaque do realizador português no panorama cinematográfico mundial. Em 1999 foi atribuído ao seu filme, A Carta, o Prémio Especial do Júri do Festival de Cannes. Em Agosto de 2000 estreou o seu filme, Palavra e Utopia, no Festival de Veneza, com Lima Duarte no papel do velho Padre António Vieira. No mesmo ano, nas universidades de Harvard, Yale e Massachusetts, nos Estados Unidos da América, foram organizadas homenagens ao cineasta português. Manoel de Oliveira recebeu mais um prémio em 2002, o Prémio Mundial das Artes Valldigna, atribuído pelo Governo Regional de Valência, em Espanha. Mantendo-se como o realizador mais idoso ainda em actividade, não deixou de surpreender em Je Rentre à la Maison (Vou Para Casa, 2001), onde proporcionou um grande papel a Michel Piccoli. Seguiram-se O Princípio da Incerteza (2002) e Um Filme Falado (2003), onde reuniu um elenco de luxo composto por Leonor Silveira, John Malkovich e Catherine Deneuve. Em 2005 recebeu em Paris o grau de Comendador da Ordem de Legião de Honra, pelas mãos do presidente francês Jacques Chirac, e a Medalha de Ouro do Circulo de Belas Artes de Madrid. Em 2008, Manoel Oliveira, foi homenageado com a Palma de Ouro de Honra do Festival de Cinema de Cannes como reconhecimento do seu talento e da sua obra.

Manoel de Oliveira. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-12-11]

1 comentário:

  1. Sinceramente não é o meu género de realizador e que faça filmes capazes de me colar à tela, mas não deixo de manifestar o meu grande respeito pelo Mestre. Quem dera a mim chegar aos 100 anos com a mesma lucidez e genica que Manuel de Oliveira e ainda a trabalhar.

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