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Beverly Sills (25 de maio, 1929 — 2 de julho, 2007) foi uma soprano estadunidense destacada especialmente em óperas do Bel Canto e do romantismo francês e italiano. Nos anos 60 e 70, tornou-se a mais popular cantora de ópera dos Estados Unidos da América.
Juventude e primeiros anos de carreira
Beverly Sills, nascida Belle Miriam Silverman, era de ascendência ucraniana e romena. Nasceu no bairro do Brooklyn e, desde pequena, iniciou-se no meio artístico. Aos quatro anos, cantou para um programa de rádio "Rainbow House", com o nome de Bubbles Silverman. Comenta-se que seu apelido, "Bubbles" (bolhas), se deve à sua personalidade efervescente e aos seus cabelos ruivos. Aos see anos, Sills começou a ter lições com Estelle Liebling e, um ano depois, cantou no pequeno filme Uncle Sol Solves It. Foi então que ela adotou o seu nome artístico, Beverly Sills. Aos dez anos, apareceu no Major Bowes' Amateur Hour, tornando-se a vencedora do programa da semana. Após convite do próprio apresentador Bowes, ela apareceu várias vezes no seu programa de variedades Capital Family Hour.
O debute profissional de Sills teve lugar numa companhia itinerante de operetas de Gilbert and Sullivan em 1945, aos 16 anos. Ela cantou operetas por muitos anos, até que fez seu debute operístico como Frasquita, da Carmen de Bizet, na Philadelphia Civic Opera. Viajando com a Charles Wagner Opera Company por toda a América do Norte, cantou Violetta Valéry (La Traviata, de Verdi), em 1951, e, em 1952, Micaëla (Carmen). Em 1953, debutou na San Francisco Opera como Helena de Tróia (Mefistofele, de Arrigo Boito) e cantou ainda Donna Elvira (Don Giovanni, de Mozart) na mesma temporada.
A trajetória da fama de Sills começa em 29 de outubro de 1955, quando ela fez seu debute na New York City Opera (NYCO) como Rosalinde, da ópera Die Fledermaus, de Johann Strauss II, recebendo elogios da crítica. Desde então, ela virou uma estrela nos palcos da NYCO. Em 1958, sua reputação como cantora cresceu com a estréia, em Nova York, de The Ballad of Baby Doe, do compositor Douglas Stuart Moore.
Nos anos seguintes, Beverly Sills cantou um amplo repertório com papéis tais quais Manon, Violetta Valéry e a Rainha da Noite (papel que a desagradava e que ela decidiu não mais cantar após perceber que, entre sua primeira e segunda aparição no palco, ela pôde endereçar todos os postais de feriado).
Em 1956, ela casou com o jornalista Peter Greenough, tendo com ele dois filhos, Meredith ("Muffy") em 1959 e Peter Jr. ("Bucky") em 1961. Uma vez sabendo que Muffy era quase surda e Peter deficiente mental, ela restringiu sua agenda para cuidar melhor deles.
Apogeu da carreira
A consagração definitiva veio em 1966 com a redescoberta da ópera Giulio Cesare, de Händel, na New York City Opera. Ainda se esperava pela inauguração da nova casa de Ópera do Metropolitan Opera, logo boa parte dos críticos se dirigiram para a performance dessa rara ópera na casa de Ópera menor. A crítica e o público ficaram extasiados com a interpretação de Sills em uma de suas especialidades, o repertório de coloratura.
A partir de então, Sills teve sucessos estrondosos na NYCO com Lucia di Lammermoor, Manon, a Rainha de Shemakha (O Galo de Ouro, de Rimsky-Korsakov) e as 3 protagonistas femininas (Giorgetta, Suor Angelica e Lauretta) da trilogia Il Trittico, de Puccini. Em 1969, debutou no Teatro alla Scala, de Milão, como Pamira em O Sítio de Corinto, de Rossini, com um êxito tão grande que ela virou capa da revista Newsweek. Apresentou-se várias vezes na Europa e, bem menos, na América do Sul, embora se radicasse mais na sua terra natal devido à família.
Apesar de sua grande fama nos Estados Unidos, Beverly Sills só debutou no prestigiado Metropolitan Opera, de Nova York, em 1975, como Pamira, de O Sítio de Corinto, recebendo 18 minutos de aplausos ininterrumptos. Sua voz então estava já no final do seu apogeu, mas ela voltou a cantar em La Traviata, Lucia di Lammermoor, Thaïs e Don Pasquale.
Com o seu amadurecimento, começou a destacar-se em papéis mais pesados, teoricamente inadequados para sua voz ligeira e delicada, mas seus dotes musicais e dramáticos fizeram de suas interpretações grandes êxitos: Norma, Lucrezia Borgia e, em especial, as chamadas "3 rainhas Tudor" de Gaetano Donizetti (Maria Stuarda, Anna Bolena, ambas das óperas homônimas, e Elisabetta I, de Roberto Devereux).
Fim da carreira musical e anos posteriores
Em 27 de outubro de 1980, Beverly Sills retirou-se dos palcos com uma gala de despedida na New York City Opera. No mesmo ano, tornou-se a diretora geral do teatro, mantendo o posto até 1989. Além de sua contribuição artística à casa de Ópera, ela ainda ajudou a tornar a companhia até então problemática financeiramente em um empreendimento de sucesso.
Sills também atuou como promotora das artes e de outras causas (de acordo com seus biógrafos, ela reuniu US$70 milhões para a ajuda às crianças deficientes). Além de seu trabalho na NYCO, em 1994, ela assumiu o posto de presidente do Lincoln Center e, em 2002, do Metropolitan Opera. Em janeiro de 2005, ela se afastou da presidência do Metropolitan Opera, alegando a família como razão principal, mas ela permaneceu tempo bastante para supervisionar a entrada do novo diretor geral Peter Gelb, substituto de Joseph Volpe a partir de agosto de 2006. Até o início de 2007, ela ainda participou com seus comentários e opiniões nas tradicionais transmissões de rádio do Metropolitan Opera.
Em 28 de junho de 2007, a Associated Press e a CNN noticiaram que Sills, que não fumava, havia sido hospitalizada, gravemente doente, devido a um câncer de pulmão. Sob a assistência de sua filha, Beverly Sills faleceu em 2 de julho de 2007 aos 78 anos, deixando um indiscutível legado para a Ópera e as artes em geral. Quando do seu falecimento, o New York Times a considerou a cantora de Ópera mais popular nos Estados Unidos desde Enrico Caruso (1873-1921).
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