Relembrando que este blogue não tem quaisquer conotações políticas, transcrevo uma notícia do Diário de Notícias da Madeira de hoje que foi também referenciada na Antena 2 e se relaciona com os preços dos combustíveis na Madeira:
O Governo Regional vai tornar hoje pública uma portaria em que assume que passa a tabelar o preço dos combustíveis na Madeira. A iniciativa partiu da Direcção Regional do Comércio, Indústria e Energia que na sequência da monitorização que vem fazendo, do preço em vigor nas diferentes bombas de gasolina da Região, chegou à conclusão que a prática usual era de subir o preço quando a Galp, Repsol e BP subiam no continente, mas nunca baixavam quando as gasolineiras nacionais o faziam.
Do que foi possível apurar, embora sem confirmação oficial, a decisão de pôr termo à liberalização do mercado de combustíveis na Madeira terá resultado de uma 'démarche' que a Região efectuou junto da Galp, pedindo explicações sobre as razões por que a baixa dos preços a nível nacional não era acompanhada na Região, tendo a gasolineira revelado que não fazia tensões de baixar o preço, com a justificação de que tinha muito combustível em stock, adquirido a um preço distinto daquele que estava a ser comercializado no continente.
Confrontada com o facto de que os aumentos nunca tiveram em atenção, também, a variação do preço do barril de petróleo nos últimos meses, ou seja, de que o combustível em stock tinha sido adquirido a um preço inferior que não legitimava a subida, a Galp remeteu-se ao silêncio.
Terá sido esta troca de informação que irritou o Governo Regional, que estranha que sendo o Estado português accionista da Galp não faça nada, para mais quando se verifica que apenas numa parcela do território nacional a Galp se dá ao luxo de não baixar os seus preços.
Surpreendida com a informação recolhida pelo jornalista, a directora regional do Comércio, Indústria e Energia, Isabel Rodrigues, procurou evitar confirmar a notícia, admitindo, contudo, que ao longo do dia de hoje haverá novidades na matéria.
Para esta decisão radical terá contribuído, ainda, o facto de o Centro Logístico de Combustíveis da Madeira ter uma autonomia de abastecimento da Região superior a um mês.
A circunstância de ao longo de um mês o preço variar - sempre para cima - mais do que uma vez, embora o stock de combustível seja eventualmente adquirido a um preço inferior, é outra das fundamentações que o Governo da Madeira deverá evocar para pôr fim à liberalização.
O adiar do anúncio para hoje desta medida deve-se ao facto de Cunha e Silva estar ausente do Funchal, já que lhe compete assinar a portaria. Naturalmente que o DIÁRIO não sabe as razões evocadas pelo Governo da Madeira para uma posição tão radical e que nunca advogou até à data, mas não andaremos longe da verdade se considerarmos que os elevados custos sociais, para os madeirenses e todos os operadores, bem como a clara ineficácia do funcionamento do mercado e a instabilidade do mercado do petróleo, legitimam esta intervenção do governo.
Tal como consta da lei, pode o Estado - neste caso a Região - impor um regime de preço máximo, ou especial, recorrendo para o efeito de uma fórmula que considera diferentes variáveis, como seja os preços do barril de petróleo, a tributação em vigor (ISP), os sobrecustos com os transportes, entre outros.
Tudo indica que a baixa do preço do combustível na Madeira poderá ocorrer já no dia 1 de Agosto, sexta-feira, sendo expectável que a gasolina baixe 5 a 6 cêntimos, mantendo-se a um preço inferior - tal como já acontece - ao praticado no continente português, pois a Região tem uma taxa de ISP inferior à aplicada em Portugal.
Nos termos da lei, passa o Governo da Madeira a fixar, quinzenalmente, o preço do combustível na Madeira, podendo voltar a liberalizar o mercado quando estiverem reunidas outras condições.
'STOCK' PARA UM MÊS
O Centro Logístico de Combustíveis da Madeira pode armazenar 56.000 m3 de diferentes tipos de combustível;
Os depósitos de fuel podem receber 16.000 m3, os de gasolina 20 mil e os de gasóleo 10 mil; no Caniçal podem ser armazenados 11.000 m3 de jet para aviões;
Os tanques de gás recebem 1.500 toneladas de gás propano e 1.200 de butano;
De 15 em 15 dias o CLCM é abastecido por navios-tanque, embora os navios não transportem em todas as viagens todos os tipos de combustível.
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