sábado, 19 de julho de 2008

Ao Lado da Música (I) - Rossini - Il Barbiere di Siviglia

A DECCA apresentou em DVD, em Novembro de 2005, uma récita da ópera O Barbeiro de Sevilha (Il Barbiere di Siviglia), realizada no Teatro Real de Madrid.
O Barbeiro de Sevilha, baseado na comédia de Baeumarchais "Le Barbier de Séville", com música de Gioacchino Rossini e libretto de Cesare Sterbini, é uma das ópera deste compositor mais apresentadas nos teatros líricos europeus e americanos.
Estreada em 1816 e incluída no estilo operático denominado de Bel Canto, onde se destacam para além de Rossini, compositores como Bellini e Donizetti, esta ópera cómica (buffa) prima pelos momentos jocosos que geralmente provocam risos na plateia (desiludam-se os que pensam que as óperas representam sempre grandes tragédias).
A trama tem como base o romance atribulado entre Rosina e o Conde de Almaviva. A acção decorre em Sevilha onde Rosina vive em casa do seu tutor, Doutor Bartolo.
O Conde de Almaviva, que viu Rosina em Madrid, chega a Sevilha com intenção de a conquistar. Fica a saber, porém, que o Doutor Bartolo planeia casar com a sua pupila.
Fígaro, o barbeiro, arquitecta um plano para ajudar o Conde a conquistar Rosina. Isto a troco de uma quantia em dinheiro.
Pelo meio aparece ainda Dom Basílio, amigo de Doutor Bartolo que tudo fará para atrapalhar o romance.
Depois de uma série de contratempos, confusões, disfarces e mal-entendidos, vence o amor entre o Conde de Almaviva e Rosina e todos ficam razoavelmente satisfeitos.

Do elenco desta récita fazem parte alguns dos maiores nomes da cena lírica internacional actual:
Conde de Almaviva - Juan Diego Flórez
Bartolo - Bruno Praticò
Rosina - Maria Bayo
Figaro - Pietro Spagnoli
Basílio - Ruggero Raimondi
Maestro - Gianluigi Gelmetti
Encenação - Emilio Sagi

Aplaudido mundialmente pela crítica, Juan Diego Flórez é, sem dúvida, a estrela da récita arrebatando os maiores aplausos. Reconhecido como um dos maiores tenores da actualidade e destacando-se nos papeis de Bel Canto, Floréz triunfa na aria "Cessa di più resistere". Pelo seu grau de dificuldade esta ária é muitas vezes omitida nas récitas do Barbeiro.

A encenação, a cargo de Emilio Sagi prima pela originalidade e por fugir ao tradicional. Leva-nos do preto e branco inicial (cenários e figurinos) a uma explosão de cor no final. Curiosamente esta encenação foi também utilizada no Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa nas récitas do Barbeiro ocorridas na temporada lírica de 2005/2006.

Publicado no Ao Lado da Música a 4 de Dezembro de 2007

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