Em Portugal, 18% da população vive abaixo do limiar da pobreza com salários mensais entre os 360 e os 366 euros, segundo a Associação Cais.

Este é um dos alertas que a Associação Cais vai fazer hoje, durante uma jornada dedicada à erradicação da pobreza, que conta com uma conferência de Carlos Vasconcelos Cruz, subordinada ao tema "Portugal Desigual".

A Assistência Médica Internacional (AMI) alerta para o empobrecimento das famílias portuguesas, referindo que o número de pessoas que procuram os seus serviços de apoio não pára de aumentar.

Segundo a AMI, só nos primeiros seis meses de 2008, 4.695 pessoas recorreram aos seus serviços de apoio social, o equivalente a 64% do valor total de pessoas que recorreram à AMI durante os doze meses de 2007.

Além da iniciativa da Cais prevista para hoje, os Médicos do Mundo participam na entrega das deliberações da Rede Europeia Anti-Pobreza sobre pobreza e exclusão social ao presidente da Comissão Parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias.

No Porto, decorrerá uma jornada de reflexão promovida pela Fundação Filos, com a presença de Silva Peneda, Guilherme d'Oliveira Martins e Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Solidariedade.

Um pouco por todo o país decorre o "Levanta-te e Actua", uma iniciativa global que apela a que nos dias 17 e 19 de Outubro, as pessoas exijam aos governos que cumpram as promessas de acabar com a pobreza extrema e que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015.

Encargos com Acção Social em 2009 sobem 10,4%

Entretanto, o Governo anunciou que os gastos com a Acção Social terão o segundo maior aumento da legislatura em 2009, uma opção justificada com a necessidade de conter o impacto da crise mundial na vida das famílias portuguesas.

Segundo o relatório do Orçamento de Estado (OE) para 2009, divulgado quarta-feira passada, os encargos com a Acção Social deverão atingir os 1.664,53 milhões de euros, uma subida de 10,4%, face ao previsto para 2008.

Desde que este Governo tomou posse, é o segundo maior aumento proposto para a Acção Social, depois de em 2006 ter crescido 10,9%.

Comparando o montante inscrito no OE 2006, o primeiro deste Governo, com o OE para 2009, que será o último da legislatura, os montantes atribuídos para a Acção Social crescem 33,3%. Em 2007, a subida foi de 2,2% e em 2008 foi de 5,3%.

Entre outras medidas incluídas no "pacote" apresentado pelo Governo, o Ministério do Trabalho propõe o apoio às famílias carenciadas através do reforço do Rendimento Social de Inserção (RSI) pela vertente de promoção da inserção laboral e social dos beneficiários, através do desenvolvimento de acções de formação e qualificação e inserção no mercado de trabalho.

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