Notícia em Destaque - Representante da Câmara de Lisboa interrompeu leilão

E assim se vai delapidando aquele que deveria ser património Nacional.

Lê-se no "site" da SIC:
A abertura do leilão de peças do poeta Fernando Pessoa, ontem à noite, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, foi atribulada, com a apresentação pela Câmara da capital de uma providência cautelar relativa a 25 lotes.

O director municipal de Cultura da autarquia lisboeta, Rui Pereira, interrompeu a abertura da sessão, apresentando uma providência cautelar relativamente a 25 lotes que teriam sido já adquiridos pelo Município à família em 1986.

Em seguida, o leiloeiro, após algum tumulto na sala, considerou nula a providência, por esta carecer de carimbo da Câmara, e retomou o leilão, levando à praça os 25 lotes reivindicados pela autarquia lisboeta.

Rui Pereira reivindicou como propriedade da edilidade os lotes pertencentes à biblioteca do poeta e que foram adquiridos entre 1986 e 1989, no valor de 32 mil contos.

Segundo o responsável, esta providência cautelar foi apresentada num tribunal de Comarca de Lisboa.

O director municipal de Cultura afirmou que "a Câmara ficou surpreendida ao ver nos lotes a leilão peças da biblioteca de Fernando Pessoa que tinham sido adquiridas aos familiares".

Numa sala adjunta à sala Vieira da Silva, onde decorreu o leilão, o director municipal reuniu reunido com os advogados dos familiares do poeta da "Mensagem".

Duas principais peças arrematadas por 50 mil euros

O leilão terminou com as duas principais peças, a arca do poeta e o dossiê Pessoa-Crowey, arrematados pelo preço base de licitação de 50 mil euros.

Vários lotes a leilão foram retirados por não terem oferta, enquanto outros não atingiram as estimativas apresentadas pela leiloeira, que calculava que o resultado final se fixasse nos 400 mil euros.

A edilidade exerceu no entanto o direito de opção à compra do contrato de arrendamento da casa do poeta, na rua Coelho da Rocha, que tinha sido arrematado por três mil euros, a base de licitação.

In SIC