segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Rómulo de Carvalho (António Gedeão)

No dia 24 de Novembro de 1906 nascia em Lisboa Rómulo de Carvalho.

Da Infopédia:

Poeta, autor dramático, cientista e historiador, nasceu a 24 de Novembro de 1906, na cidade de Lisboa, e aí morreu a 19 de Fevereiro de 1997, na sequência de uma operação cirúrgica delicada. Personalidade multifacetada e homem de apurada cultura, licenciou-se em Ciências Físico-Químicas, na Universidade do Porto, e foi professor liceal para além de cientista, divulgador científico e investigador da História das ciências. Com o seu nome próprio, Rómulo de Carvalho é autor de numerosos volumes de divulgação da cultura científica, publicados, nos anos 50 e 60, na colecção "Ciência para gente nova", da Atlântida nos anos 70, nos "Cadernos de iniciação científica", da Sá da Costa, a que seguiriam nas décadas posteriores vários manuais escolares. No domínio da História da ciência em Portugal, são marcantes estudos como História dos Balões e A Astronomia em Portugal no Século XVIII. Elaborou também a obra História da Educação em Portugal. Já com cinquenta anos de idade, começou a publicar literatura, sob o pseudónimo de António Gedeão. É contemporâneo da geração de "Presença", mas só se revelou na segunda metade do século, sendo saudado, no momento da sua revelação, por David Mourão-Ferreira como uma voz "inteiramente nova" no panorama poético dos anos 50 (cf. Vinte Poetas Contemporâneos, 2.a ed., Lisboa, Ática, 1980, pp. 149-153). Para essa originalidade concorriam, entre outros traços, a incorporação das tradições do primeiro e segundo modernismos, a opção por um estilo rigorosamente cadenciado e ritmado, a expressão da inquietação e angústia colectivas do Homem do pós-guerra ou o recurso frequente a uma terminologia ou imagística provenientes do domínio científico. Jorge de Sena (cf. estudo introdutório à segunda edição de Poesias Completas, Lisboa, Portugália, 1968) e Fernando J. B. Martinho (cf. Tendências Dominantes da Poesia Portuguesa da Década de 50, Lisboa, Colibri, 1996, pp. 428-433) assinalam na poesia de António Gedeão a recorrência de dispositivos retóricos que permitem considerar no âmbito de um neobarroquismo a poesia do autor de Movimento Perpétuo. Os poemas alcançaram grande popularidade, pela linguagem simples mas emotiva e carregada de uma inteligente sensibilidade, sempre atenta aos valores humanistas. É uma poesia que funde meios de expressão tradicionais com uma visão moderna do mundo, abordando a temática do sentimento da solidariedade, da denúncia do sofrimento e da própria solidão humana. Todo o ser do poeta se ergue num protesto denso de substância vital, e, sob este aspecto, a sua poesia deixa transparecer um compromisso directo, imediato e espontâneo com o drama social do homem e o segredo do mundo. Vários dos seus poemas foram também divulgados através da música como, por exemplo, Calçada de Carriche, Fala do Homem Nascido, Lágrima de Preta e a canção Pedra Filosofal, composta e cantada por Manuel Freire, que teve um sucesso invulgar. Por ocasião do seu nonagésimo aniversário, em 1996, Rómulo de Carvalho foi alvo de homenagens em vários pontos do país. Por decisão ministerial, a data do seu aniversário, 24 de Novembro, passou a ser assinalada como o Dia da Cultura Científica. Bibliografia: Movimento Perpétuo, Coimbra, 1956; Teatro do Mundo, Coimbra, 1958; Máquina de Fogo, Coimbra, 1961; Linhas de Força, Coimbra, 1964; Poesias Completas (1956-1967), Lisboa, 1968; Poema para Galileo, Lisboa, 1982; Poemas Póstumos, Lisboa, 1983; Novos Poemas Póstumos, Lisboa, 1990; R.T.X. 78/24: peças em 2 actos e 7 quadros, Lisboa, 1963; História Breve da Lua: auto em 1 quadro, Lisboa, 1981; A Poltrona e Outras Novelas, Coimbra, 1973; História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa, Coimbra, 1959; Homenagem a Pascal, Lisboa, 1963; História do Ensino em Portugal, Lisboa, 1986; O Texto Poético como Documento Social, Lisboa, 1995; Colectânea de Estudos Históricos (1953-1994): Cultura e Actividade Científicas em Portugal, Évora, 1997

Rómulo de Carvalho. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-11-23]

1 comentário:

  1. Poucas serão as pessoas com a aptidão dele tanto para a escrita como para a ciência...
    Homem fantástico!

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