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O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou domingo a sua vontade de fechar o centro de detenção de Guantanamo Bay (Cuba), numa entrevista difundida domingo à noite pela cadeia de televisão norte-americana CBS.
"Disse várias vezes que queria fechar Guantanamo, e vou fazê-lo", afirmou Obama, durante a sua primeira entrevista televisiva desde a sua eleição a 04 de Novembro.
O próximo presidente norte-americano prometeu várias vezes durante a sua campanha que iria encerrar o centro de detenção situado na Cuba, símbolo dos excessos "da guerra contra o terrorismo", realizada pelo actual chefe de Estado, George W. Bush, e criticado pela comunidade internacional.
Aberto desde o início de 2002, numa base naval norte-americana situada no sudeste da Cuba, o centro de detenção retém actualmente 255 dos cerca de 800 prisioneiros que já por lá passaram.
Contra todos os princípios da justiça norte-americana, estes homens são detidos por um período ilimitado sem que seja apresentada qualquer acusação contra eles.
Simplesmente considerados como "combatentes inimigos" por um tribunal militar, os detidos dispõem apenas desde Junho de uma possibilidade de recurso a um tribunal federal.
A semana passada, John Podesta, co-presidente da equipa de transição tinha sido interrogado sobre o assunto aquando de uma conferência de imprensa à Washington.
"Está em estudo, quando tivermos algo a dizer, vamos dizê-lo", afirmou, acrescentando: "Já disse várias vezes que a América não tortura. Vou assegurar-me de que não torturamos".
O encerramento de Guantanamo e o fim da tortura, acrescentou Obama, "fazem parte de um esforço para permitir à América reencontrar o seu caminho no plano moral".
Fechar a prisão de Guantanamo anuncia-se uma tarefa das mais delicadas para o novo presidente, que deverá encontrar uma solução para estes prisioneiros qualificados como os "piores terroristas" pela administração cessante e que ninguém, nos Estados Unidos ou no estrangeiro, está disposto a acolher.
Duas dezenas de prisioneiros estão actualmente acusados, entre os quais cinco homens suspeitos ter organizado os atentados de 11 de Setembro de 2001.
Ao todo, o Pentágono tenciona levar a julgamento entre 60 a 80 prisioneiros por "crimes de guerra".
Os tribunais de excepção existentes, muito criticados pelo pouco respeito pelos direitos da defesa, também não devem sobreviver à eleição de Obama.
Que se acabe depressa com aquela vergonha
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