domingo, 31 de agosto de 2008
Visitas
Fiquei contente ao vê-lo animado. Parece que a situação está a evoluir favoravelmente e talvez tenha alta amanhã.
Instalei-lhe uma placa que lhe permite ter acesso à Internet a partir do seu portátil. Para testar a ligação abri o Outras Escritas, o que o levou perguntar-me, em tom de brincadeira, se eu já tinha aqui escrito a notícia da sua morte...
Aqui fica a notícia, mas uma notícia de "vida".
Espero que tenhas alta amanhã e que até lá, te vás entretendo na Internet e aqui no Outras Escritas claro!
O fim da "pasmaceira"
Acaba hoje, mais um mês de "pasmaceira".
Este ano, Agosto foi particularmente aborrecido. Esteve tudo "às moscas". Quase ninguém no meu local de trabalho.
A época de banhos, acabou. Finalmente.
Ao trabalho meu senhores...
Outros Blogues (VIII) - Ilustração Portuguesa
O blogue chama-se Ilustração Portuguesa e a sua autora, Mariana, apresenta-o da seguinte forma:
Neste blog reproduzo revistas portuguesas antigas. Foram compradas em feiras de antiguidades, ou achadas. São a revista Fungagá da Bicharada, a Gente, a Ilustração, a Ilustração Portugueza, o Cinéfilo, O Século Ilustrado, a revista brasileira Fon Fon, a revista venezuelana Les Enfants... Há imagens novas todos os dias! :)
E é verdade, há mesmo imagens novas todos os dias que nos transportam para outros tempos.
Diana de Gales
Apelidada de Rainha do Povo, Diana Spencer ficará para a história como o membro da família real britânica que mais se aproximou do "povo".
sábado, 30 de agosto de 2008
Edita Gruberovà
Os vídeos mostram o soprano a interpretar o mesmo papel (Rainha Isabel I de Inglaterra) na ópera Roberto Devereux de Gaetano Donizetti.
O primeiro foi captado num récita ocorrida em Barcelona em 1990 com cenários e figurinos de época e o segundo em 2005 em Munique com cenários e figurinos transpostos para o século XX.
Tive oportunidade de assistir à récita de Munique e devo dizer-vos que foi das melhores experiências musicais da minha vida.
Ao Lado da Música (VII) - Edita Gruberovà
Iniciou os seus estudos musicais no conservatório de Bratislava onde foi aluna de Mária Medvecká. Continuou os estudos na Academy of Performing Arts também em Bratislava, fazendo nesta altura parte de um famoso grupo musical de nome Lúcnica (folk)
Em 1968 Gruberová estreia-se na ópera de Bratislava no papel de Rosina da ópera Il Barbiere di Siviglia de Rossini, obtendo um estrondoso sucesso. Nesta altura, a então Checoslováquia encontrava-se em pleno período comunista, estando as fronteiras para o ocidente completamente fechadas. No entanto em 1969, Gruberova consegue, através da sua professora de canto, uma audição na Ópera de Viena. É de imediato aceite e estreia-se no papel de Rainha da Noite na ópera a Flauta Mágica de Mozart. Nesta altura decide fixar-se em Viena e passa a apresentar-se regularmente na Ópera dessa cidade e nas mais importantes casas de ópera.
A voz de Gruberová é um pouco difícil de enquadrar dentro dos parâmetros que dividem as vozes de soprano. No início de carreira podemos considerar a sua voz como a de um soprano de coloratura, isto é com muita agilidade, capaz de executar passagens extremamente rápidas e de atingir notas muito agudas. Já mais recentemente, Gruberová poderá ser considerada como um soprano dramático de coloratura, isto é, com a agilidade e extensão vocal no registo agudo de um soprano de coloratura, mas com maior potência vocal.
O princípio da carreira (soprano de coloratura) foi marcado pelas interpretações notáveis de Zerbinetta da ópera Ariadne auf Naxos de Richard Strauss e da Rainha da Noite da Flauta Mágica de Mozart, aliás Gruberova sempre foi muito elogiada pela crítica nas sua interpretações do reportório Mozartiano.
Mais tarde a cantora lança-se em papeis mais arrojados do reportório Belcantista e mais exigentes do ponto de vista vocal e dramático (soprano dramático de coloratura), nomeadamente em óperas de Bellini, Rossini e Donizetti. De salientar neste campo as interpretações nas famosas óperas de Donizetti: Roberto Devereux (Isabel I), Maria Stuarda e Anna Bolena.
A cantora conta actualmente com 61 anos de idade e não deixa de lançar-se em novas "aventuras". Actualmente interpreta a mais famosa e difícil ópera de Bellini, Norma, e recentemente estreou-se em Lucrezia Bórgia de Donizetti no Gran Teatro del Liceu de Barcelona.
A opinião do críticos relativamente a Gruberová, está longe de ser consensual. Para alguns seu reportório devia restringir-se a Mozart. Para outros as interpretações nas óperas de Bellini, Rosssini e Donizetti são uma referência.
A forma diferente como a cantora "ataca" as notas agudas sempre foi um tema de discussão entre os críticos e o público. Ultimamente a sua capacidade de executar notas agudas em pianíssimo tem sido muito elogiada.
Apelidada por muitos como "Rainha do Bel Canto" dos nossos dias, Gruberová é uma voz de referência no panorama lírico europeu da actualidade.
Ouvir e ver Gruberová em palco é, sem dúvida, uma experiência inolvidável.
O Barbeiro de Sevilha é uma das óperas de Rossini mais apresentadas no palcos líricos. Esta ópera foi, aliás apresentada na rubrica Lado a Lado com a música a 4 de Dezembro de 2007.
Do elenco fazem parte os seguintes cantores:
Rosina - Edita Gruberová
Berta - Rosa Laghezza
Conte Almaviva - Juan Diego Flórez
Figaro - Vladimir Chernov
Don Bartolo - Enric Serra
Don Basílio - Francesco Ellero d'Artegna
Fiorelli, Ambrogio, Un Ufficiale - James Anderson
Coro e orquestra da Ópera da Baviera sob direcção do Maestro Ralf Weikert.
Destaca-se a interpretação de Edita Gruberová como Rosina, papel que a cantora começou a interpretar desde muito cedo na sua carreira. Em 1997 Gruberová contava já com 50 anos de idade, mas a sua voz mantinha-se, aliás ainda se mantém, com uma frescura e flexibilidade invejáveis, características indispensáveis para a interpretação de Rosina. A ária "Una Voce Poco Fa" prima pelas passagens de coloratura, que não constituem qualquer dificuldade para a cantora, faltou apenas a nota aguda final (Fá) que Gruberová muitas vezes utilizou na interpretação desta ária (embora esta nota não faça parte da partitura de Rossini).
Juan Diego Flórez, hoje em dia uma estrela do mundo da ópera, estava nesta altura no início da sua carreira. A técnica é irrepreensível, mas talvez ainda faltasse um pouco de emoção.
De salientar também a interpretação de Vladimir Chernov como Fígaro.
Este CD ganhou o prémio ECHO klassik 2005 na Alemanha.
A ópera Roberto Devereux faz parte de um conjunto de óperas que Donizetti dedicou às Rainhas Tudor, nomeadamente, Anna Bolena, Elisabeth I (Roberto Devereux) e Mary Stuart (Maria Stuarda).
Não sendo uma ópera muito representada nos dias que correm, Roberto Devereux, é, sem dúvida, um dos trabalhos de referência do Bel Canto e uma das melhores e mais dramáticas óperas de Donizetti. A exigência em termos vocais e dramáticos para o soprano que interpreta a personagem de Elisabeth I (ou Elisabetta do libretto em Italiano) será demasiado elevada para a maioria dos sopranos.
Com libretto de Salvatore Cammarano (que terá sido acusado de plagiar Felice Romani), a ópera retrata a infelicidade amorosa de Isabel I, Rainha de Inglaterra, ao ver-se traída por Roberto Devereux, Conde de Essex.
Roberto Devereux já tinha sido tema de pelo menos 3 peças teatrais francesas e embora não seja historicamente preciso, revela-se um drama com bastante interesse.
A historia envolve quatro personagens principais, Elisabetta (Rainha Isabel I de Inglaterra), Roberto Devereux (Conde de Essex), o Duque de Nottingham e Sara (Duquesa de Nottingham). Roberto e Sara estão apaixonados, mas a Rainha, que gosta de Roberto, força Sara, sua amiga e confidente, a casar-se com o Duque de Nottingham enquanto Roberto combate na Irlanda.
Roberto regressa a Inglaterra, mas é acusado de traição pelo Conselho da Rainha. No entanto, esta está disposta a perdoá-lo se ele aceitar o seu amor. Roberto não está disposto a trair Sara e é condenado à morte pela Rainha.
O Duque de Nottingham descobre que Sara e Roberto são amantes, por causa de um lenço azul que vira Sara bordar e que mais tarde encontra nas mãos de Roberto. Sara tenta falar com a Rainha para lhe contar que é a sua rival, mas que está disposta a abdicar do seu amor para salvar Roberto. No entanto o Duque impede-a de sair. Quando Sara consegue por fim falar com a Rainha é tarde demais. Roberto acaba de ser executado.
A ópera termina com a Rainha num acesso de loucura a afirmar que não reinará mais. É nesta altura que canta a ária "Quel sangue versato al cielo", uma das árias mais difíceis do reportório Belcantista.
Do elenco desta récita fazem parte os seguinte interpretes:
Elisabetta (Rainha de Inglaterra) - Edita Gruberová
Il Duca di Nottingham - Albert Schagidullin
Sara - Jeanne Piland
Roberto Devereux - Roberto Aronica
Lord Guglielmo Cecil - Steven Humes
Paggio di Roberto - Nikolay Borchev
Giacomo (Rei da Escócia) - Johannes Klama
O coro e a Orquestra da Ópera da Baviera são dirigidos por Friedrich Haider.
A encenação a cargo de Christof Loy está longe de ser consensual. A acção é transportada para a actualidade, com um escritório como cenário. As personagens vestem sobriamente. Homens e mulheres de fato cinzento ou azul escuro. Um toque de cor somente na personagem de Elisabetta.
Este tipo de encenação, muito ao estilo europeu não é muito apreciada por muitos críticos e por alguns públicos, nomeadamente americanos. Para o público europeu, mais habituado a este novo tipo de abordagem cénica, Christof Loy sai, certamente, com um saldo bastante positivo. Esta encenação valeu-lhe o prémio de Director do Ano atribuído pela revista alemã Opernwelt.
Gruberová interpreta Elisabetta com muita convicção e um poder dramático de excepção. É de Salientar a ária final de extrema exigência em termos vocais e dramáticos que Gruberová, nesta altura com 58 anos, interpreta irrepreensivelmente.
O restante elenco é também satisfatório.
Publicado no Ao Lado da Música a 26/02/2008.
Timor-Leste
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Rafal Olbinski - Posters for Performing Arts
O Rafal Olbinski nasceu na Polónia e formou-se em arquitectura em Varsóvia. Desde 1981 que vive nos Estados Unidos da América onde trabalha como pintor, ilustrador e designer.
Quem me conhece sabe que a ópera para mim é quase um vício.
Achei o trabalho do Olbinski extremamente interessante e, por isso, decidi colocar semanalmente no Outras Escritas uma das miniaturas dos seus posteres alusivos à ópera.
Um agradecimento especial à Zélia Varela que me enviou o e-mail.
Ingrid Bergman
Da Infopédia:
Actriz sueca, nasceu em 29 de Agosto de 1915, em Estocolmo, e faleceu em Londres a 29 de Agosto de 1982, vitimada por um linfoma. Foi uma das actrizes mais conceituadas do Mundo, especialmente durante os anos 40, quando estava no auge da sua beleza natural. Órfã de mãe com apenas dois anos, foi graças à herança deixada pela sua progenitora que se inscreveu no curso de Interpretação da Academia Real Dramática de Estocolmo. Depois dum início de carreira no teatro, interpretou o seu primeiro papel cinematográfico com uma figuração em Landskamp (1932). Gradualmente, passou a ser uma das actrizes mais conceituadas da Escandinávia, especialmente depois do sucesso da primeira versão de Intermezzo (1936), de Gustav Molander, onde interpretou uma jovem pianista que se apaixona por um homem casado. O filme despertou a atenção de David O. Selznick, que a convenceu a fazer um remake em Hollywood da mesma película, ao lado de Leslie Howard. O sucesso foi imediato e a rápida adaptação de Ingrid à língua inglesa impeliu-a a voos mais altos. Numa altura em que Greta Garbo se retirava da vida artística activa, Hollywood parecia ter encontrado outra rainha nórdica. Depois dum breve regresso à Suécia, voltou aos Estados Unidos para interpretar uma série de títulos que a tipificaram brevemente num registo de mulher atormentada em Rage in Heaven (Tempestade, 1941) e Adam Had Four Sons (Os Quatro Filhos de Adão, 1941). No ano seguinte, arrancou um dos desempenhos mais memoráveis da sua carreira, quando personificou Ilsa Lund no mítico Casablanca (1942). O par romântico que fez com Humphrey Bogart baseado numa noção de amor impossível comoveu plateias e provou que Ingrid era uma actriz plena de versatilidade. No seu título seguinte, protagonizou momentos inesquecíveis ao lado de Gary Cooper, desempenhando Maria, uma camponesa espanhola em For Whom the Bell Tolls (Por Quem os Sinos Dobram, 1943), tendo cortado o cabelo especialmente curto para ser fiel à personagem criada por Hemingway. A Academia brindou-a com uma nomeação para o Óscar de Melhor Actriz, tendo-o perdido para Jennifer Jones. Mas os cinéfilos sabiam que era uma questão de tempo até a Academia a premiar e não tiveram que esperar muito. Pela sua personagem Paula Alquist, que é quase levada à insanidade pelo seu marido (Charles Boyer) em Gaslight (Meia-Luz, 1944), de George Cukor, venceu o Óscar para Melhor Actriz. Até ao final da década, ainda receberia mais duas nomeações na mesma categoria: por The Bells of Saint Mary's (Os Sinos de Santa Maria, 1945), onde desempenhou com brilhantia uma Madre Superiora, e por Joan of Arc (Joana D'Arc, 1948), onde voltou a rapar o cabelo para interpretar a heroína nacional francesa. Em 1950, foi vítima dum escândalo que quase lhe arruinaria a carreira. Durante as rodagens de Stromboli (1950), apaixonou-se pelo realizador Roberto Rossellini, tendo engravidado, apesar de estar ainda casada com o primeiro marido, um médico. Stromboli foi proibido em muitos países e Bergman deixou Hollywood para ir morar em Itália com Rossellini. Da paixão, nasceu Isabella Rossellini, que, após uma carreira de modelo, viria a seguir as pisadas da mãe. Ingrid ainda foi dirigida pelo marido em Europa 51 (1952), Viaggio in Italia (Viagem à Itália, 1953) e o magnífico La Paura (Medo, 1954). Em 1956, separou-se de Rossellini e passou brevemente por França, onde filmou, sob a orientação de Jean Renoir, Elena et les Hommes (Helena e os Homens, 1956). De regresso a Hollywood, aceitou protagonizar Anastasia (Anastásia, 1956), a história verídica duma mulher amnésica que acreditava ser a princesa-herdeira do trono russo. Em boa hora o fez, pois recebeu o segundo Óscar para Melhor Actriz da sua carreira. A década seguinte foi pautada por um interregno, tendo a actriz trabalhado apenas esporadicamente. Ressurgiu em força, inserida no elenco de luxo de Murder on the Orient Express (Crime no Expresso do Oriente, 1974), no papel de missionária. Num registo incrivelmente dramático, voltou a provar as suas qualidades interpretativas, ganhando o terceiro Óscar da sua carreira, desta vez na categoria de Melhor Actriz Secundária. Ainda seria nomeada por uma última vez, na única ocasião em que trabalhou sob a orientação de Ingmar Bergman: Höstsonaten (Sonata de Outono, 1978). Os seus últimos anos foram bastante penosos devido a um cancro da mama que lhe foi diagnosticado em 1978. Ainda teve forças para encarnar a primeiro-ministro israelita Golda Meir, na série televisiva A Woman Called Golda (1982).
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Mariza
O concerto realizou-se em S. Vicente (Madeira) e fez parte de uma digressão mundial de apresentação e divulgação do novo álbum da cantora, de nome Terra.
A pequena praça de S. Vicente estava repleta de público e a cantora não desiludiu.
Surpreendeu-me a sua presença em palco. Forte, comunicativa e teatral.
Além de detentora de uma voz surpreendente, Mariza é também um bicho de palco.
No que à voz diz respeito, notou-se nos temas iniciais que o registo grave não estava nas melhores condições. No entanto, à medida que o concerto progrediu a voz melhorou e ficou totalmente "em forma".
Poetas como Fernando Pessoa e Florbela Espanca foram evocados e cantados. A cantora, interpretou também temas de Max e originais escritos para a sua voz por Paulo de Carvalho e Rui Veloso.
Valeu muito a pena. Fiquei a desejar ouvir a Mariza num ambiente mais intimista.
Richard Tucker
Mesmo depois da sua morte, o seu legado continua através da Richard Tucker Foundation que anualmente premeia com bolsas jovens cantores.
Muitas dos grandes cantores de ópera da actualidade foram agraciados com o Prémio Richard Tucker.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Marte
A distância verificada foi de 55 768 006 Km.
Da Infopédia:
Marte é o último dos planetas telúricos, vem a seguir à Terra e ocupa o quarto lugar na ordem das distâncias ao Sol. Tem um brilho apreciável e a sua cor é avermelhada. Pelo interesse que sempre despertou e suposição de existência de vida, este planeta foi e continua a ser alvo de inúmeras as missões. As expedições até Marte começaram com as sondas americanas Mariner-4 em 1964, Mariner-6 e Mariner-7 em 1969, passando pelas soviéticas Mars-2 e Mars-3 em 1973. Nenhuma destas missões conseguiu alcançar os objectivos. Foi com a Mariner-9, em 1971, e com os engenhos Viking, a partir de 1976, que começaram a ser recolhidos os primeiros dados sobre este planeta, nos quais se incluíam: inúmeras fotografias, informações sobre a densidade da atmosfera, valores de temperatura e dados da constituição dos solos, passando pela análise sismológica. A partir de meados dos anos 90, as sondas enviadas com sucesso a Marte - nomeadamente a Mars Global Surveyor (lançada em 1996 pelos EUA), a Mars Odyssey (lançada em 2001 pelos EUA) e a Mars Express (lançada em 2003 pela ESA - Agência Espacial Europeia) - permitiram realizar estudos cartográficos do planeta e analisar com mais precisão as condições atmosféricas e do solo. Estas três missões, juntamente com a Mars Reconaissance Orbiter (lançada em 2005 pelos EUA), continuam a recolher e a enviar para a Terra informações sobre Marte. Marte possui uma órbita excêntrica (e = 0,093) e a sua distância média ao Sol é de 227,9 milhões de quilómetros. Uma translação é feita em 686,93 dias, ou seja, quase o dobro de um ano terrestre. Os movimentos orbitais deste planeta e da Terra encontram-se alinhados, em relação ao Sol, em média de 780 em 780 dias. Este é o período médio que separa as duas oposições consecutivas de Marte, o chamado período da revolução sinódica. A seguir a Vénus, Marte é o planeta mais brilhante no céu. Comparado com a Terra, tem uma dimensão muito pequena: o seu diâmetro equatorial é de 6794 km, que é pouco mais de metade do diâmetro do nosso globo. Marte tem a forma de elipsóide de revolução, ligeiramente achatado nos pólos. O seu volume é 6,58 vezes menor do que o da Terra e a sua massa é 9,307 vezes menor do que a do nosso planeta, isto é, 6,418 x1023 kg. A densidade média do planeta é relativamente baixa, 3,94 g/cm3. Quando observado ao telescópio Marte apresenta, sobre um fundo amarelo-ocre, algumas manchas escuras permanentes, de cor cinzento-azulada, com formas bem definidas. Foi a observação destas manchas que permitiu determinar o seu período de rotação, que é de 24h 37min 22,7s (dia sideral). O dia solar será um pouco mais longo, 24h 39min 35s, bastante semelhante ao do nosso planeta. Assim, o ano marciano tem a duração de 668,5 dias marcianos. Uma outra semelhança com a Terra é a inclinação do plano equatorial em relação ao plano da órbita, que é de 25º 19´, o que lhe permite ter bem definidas as quatro estações do ano. Marte gira em torno do Sol com uma velocidade média de 24 m/s. A observação de Marte por telescópio parecia indicar a existência de uma vasta rede de canais, que se supunha ter sido construída por seres inteligentes, a fim de fornecer água, proveniente da fusão das calotes polares, às planícies marcianas desérticas. Estas conclusões estimularam as imaginações e suscitaram o aparecimento dos marcianos na literatura de ficção e no cinema. Contudo, e contrariando estas suposições, os dados recolhidos pelas diversas sondas enviadas até Marte não mostram evidências da existência de vida neste planeta, pelo menos sob a forma como a conhecemos. Além das crateras e das bacias de impacto análogas às que se encontram na Lua, é, também, possível observar na superfície do planeta planícies vulcânicas, numerosas falhas, vales sinuosos, campos de dunas, etc. Notam-se igualmente indícios de um bombardeamento meteórico antigo e provas duma intensa actividade tectónica, fenómenos de vulcanismo, de erosão pela água e de desgaste e sedimentação pelo vento. Os canais observados através do telescópio eram afinal numerosos vales sinuosos e tinham todas as características de leitos de rios secos. Supõe-se que o líquido que outrora correu nesse vales foi a água. A atmosfera de Marte é conhecida com grande precisão: 95,3% de dióxido de carbono, 2,7% de azoto, 1,6% de árgon e vestígios de oxigénio, de monóxido de carbono e de outros gases. O vapor de água está presente numa percentagem de cerca de 0,035% mas este valor pode variar com a região e a época do ano. As temperaturas são baixas e os desvios térmicos diurnos acentuados: no equador as temperaturas extremas atingem +22 ºC durante o dia e descem aos -73 ºC durante a noite. Por vezes desencadeiam-se bruscamente violentas tempestades que podem varrer vastas regiões. Nestas tempestades a velocidade dos ventos pode ultrapassar os 200 km/h, levantando grandes nuvens de poeira ocre, que chegam a atingir alturas da ordem dos 50 km e encobrem a superfície do planeta. A actividade sísmica de Marte é fraca e o seu campo magnético é da ordem de 2% do terrestre. Marte tem dois pequenos satélites, Fobos e Deimos, descobertos em 1877 pelo astrónomo Asaph Hall, que têm órbitas circulares a 6000 km e 20 000 km, respectivamente. A órbita de Fobos está a diminuir constantemente e calcula-se que daqui a 50 milhões de anos se esmague contra a superfície de Marte.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
1000...
Embora muitas dessas visitas sejam minhas, e resultem de acções de actualização e manutenção, não queria deixar passar esta data sem agradecer a todos os que passam por aqui de vez em quando.
Voltem sempre.
Os "experts" da aviação comercial
Quando alguém critica esses comentários e pede que se aguarde os resultados das investigações, é imediatamente confrontado com acusações de impedimento da liberdade de expressão...
Como não sou "expert", não voltarei a este assunto até que os inquéritos estejam concluídos.
Carlos Paião
Na wikipédia:
Nasceu acidentalmente em Coimbra, passando toda a sua infância e juventude entre Ílhavo (terra natal dos pais) e Lisboa. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa (1983), acabando por se dedicar exclusivamente à música. Desde muito cedo Carlos Paião demonstrou ser um compositor prolífico, sendo que no ano de 1978 tinha já escritas mais de duzentas canções. Nesse ano obteve o primeiro reconhecimento público ao vencer o Festival da Canção do Illiabum Clube, com o tema O Tempo é de Guerra, que nunca chegou a gravar.
Em 1981 decide enviar algumas delas aoFestival RTP da Canção, numa altura em que este certame representava uma plataforma para o sucesso e a fama no mundo da música portuguesa. Play-Back ganhou o Festival RTP da Canção de 1981 com a esmagadora pontuação de 203 pontos, deixando para trás concorrentes tão fortes como as Doce. A canção, uma crítica divertida, mas contundente, aos artistas que cantam em play-back, ficou em penúltimo lugar no Festival da Eurovisão de 1981, que se realizou nesse ano em Dublin, na República da Irlanda. Tal classificação não "beliscou" minimamente a popularidade do cantor e compositor, pois Carlos Paião, ainda nesse ano, editou outro single de sucesso e que mantém a sua popularidade até hoje: Pó de Arroz. O êxito que se seguiu foi a Marcha do Pião das Nicas, canção na qual o cantor voltava a deixar patente o seu lado satírico.
Algarismos (1982) foi o seu primeiro LP, que não obteve, no entanto, o reconhecimento desejado. Surgiu entretanto a oportunidade de participar no programa de televisão Foguete, com António Sala e Luís Arriaga. Num outro programa, Hermanias (1984), Carlos Paião compôs a totalidade das músicas e letras de Serafim Saudade, uma caricatura criada por Herman José, já então uma das figuras mais populares da televisão portuguesa.
Em 1983, cantava ao lado de Cândida Branca Flor, com quem interpretou um dueto muito patriótico intitulado Vinho do Porto, Vinho de Portugal, que ficou em 3º lugar no Festival RTP da canção. Em 1985, concorreu ao Festival Mundial de Música Popular de Tóquio, tendo a sua canção sido uma das 18 seleccionadas em mais de 2000 representativas de 58 países.
A editora EMI - Valentim de Carvalho tinha inclusive chegado a encomendar a Carlos Paião canções para outros artistas, entre os quais o próprio Herman, que viria a alcançar grande êxito com A Canção do Beijinho, e Amália Rodrigues para quem escreveu O Senhor Extra-Terrestre (1982), cuja letra chegou mesmo a constar dum manual para alunos de escola primária.
A 26 de Agosto de 1988, a caminho de um espectáculo em Leiria, morre num violento acidente de automóvel, na antiga estrada EN1, actual IC2. Na altura, surgiu o boato de que na ocasião de seu funeral não estaria morto, mas sim em coma, porém a violência do acidente por si nega o boato, pois a sobrevivência a este seria impossível. No entanto, o boato sobre o artista ter sido sepultado vivo permanece até os dias actuais. Nesta altura, estava a preparar um novo álbum intitulado Intervalo, que acabou por ser editado em Setembro desse ano, e cujo tema de maior sucesso foi Quando as nuvens chorarem.
Compositor, intérprete e instrumentista, Carlos Paião produziu mais de quinhentas canções, tendo sido homeageado em 2003, com um CD comemorativo dos 15 anos do seu desaparecimento - Carlos Paião: Letra e Música - 15 anos depois ( Valentim de Carvalho).
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Árvores do Alentejo - Florbela Espanca
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a benção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Jogos da XXIX Olimpíada
Não gostei da pequena apresentação da XXX Olimpíada por parte da Inglaterra. O destaque dado ao futebol não foi feliz. O futebol é rei de muita coisa, mas definitivamente, e ainda bem, não é rei dos Jogos Olímpicos.
Incêndio do Chiado
Grande parte do comércio tradicional da zona desapareceu, assim como os Grandes Armazéns do Chiado e o Grandela, duas lojas emblemáticas da baixa Lisboeta.
18 edifícios históricos ficaram danificados. Registaram-se duas vítimas mortais e 73 feridos.
A zona do Chiado foi totalmente recuperada segundo projecto do arquitecto Siza Vieira que manteve as fachadas dos edifícios.
domingo, 24 de agosto de 2008
Outros Blogues (VII) - Quimio Gigi
A Gigi tem 30 anos e no ano passado foi-lhe diagnosticado um Linfoma de Hodgkin. Nessa altura a Gigi resolveu fazer um blogue para ir dando notícias à família e aos amigos.
Embora com esta intenção, o blogue da Gigi é muito mais do que isso. É um relato de uma luta diária contra uma doença que teima em ficar, mas que a Gigi teima em mandar embora.
Não conheço a Gigi pessoalmente, mas conheço uma pessoa da sua família que me deu a conhecer o seu blogue.
No último "post", a Gigi, além de dar notícias suas, faz um apelo que considero de extrema importância:
Escrevo-vos, profundamente triste, mas principalmente empenhada nesta nova causa - convencer o maior número de pessoas a serem dadoras de medula.
Não sei se se recordam, mas no meu primeiro internamento, partilhei o quarto com duas mocinhas, a Carla, que continua a lutar contra a sua Leucemia, e a Nélia. Ontem, subitamente, fiquei a saber que a Nélia não havia resistido e que havia partido já há 8 dias. Quero manifestar os meus mais sinceros sentimentos à sua familia e a todos os que tal como eu partilharam alguns momentos com ela. Espero que onde quer que ela esteja, finalmente tenha encontrado paz.
A Nélia faleceu porque não foi encontrado nenhum dador de medula compatível.
Num país onde existem milhares de dadores de sangue e só há 1o mil dadores de medula, é urgente que todos os que tenham mais de 18 anos e menos de 45, se vão registar como eventuais dadores.
Tomei a liberdade de colocar aqui, o link para que possam aceder ao Centro de Histocompatibilidade do Sul http://www.chsul.pt/ , existe também um no Norte http://www.chnorte.min-saude.pt/ e no Centro http://www.histocentro.min-saude.pt/.
Tanto no do Norte como no do Sul, têm os interessados a possibilidade de descarregarem um formulário clínico, para posterior envio pelo correio e mais tarde receberem uma carta para poderem então ser dadores.
Numa primeira fase, trata-se apenas de uma recolha de sangue perfeitamente normal, como se fossem umas análises, e se mais tarde tiverem o privilégio de serem compativeís com alguém, terão então de vos ser retiradas as células compatíveis, mas será também através do sangue; nada que custe, posso garantir-vos.
Julgo que se trata de uma oportunidade única, talvez a melhor depois de se ser pai/mãe, a possibilidade de se dar uma nova vida, uma segunda vida a quem padece de uma doença que pode ser mortal se os tratamentos de quimio não resultarem.
Está portanto nas vossas mãos/sangue ajudar, mas peço-vos que reflitam bem antes de tomarem esta decisão, pois não há nada pior do que ser chamado, pois encontraram um doente compatível, e depois o dador, com receio, não comparece.
Quero só acrescentar que ao ser dador, entra-se numa base de dados internacional, o que significa que poderão salvar uma vida em qualquer ponto do globo.
Eu por cá estou um bocado abalada. Quanto aos calmantes apesar de já ter informado que não os queria tomar, eles continuam a dar-mos, mas acho que hoje à noite vou recomeçar a tomá-los, pois a época dos enjoos já se avizinha e parece que os drunfos e os anti-heméticos são a melhor combinação para tentar travá-los.
Beijinhos
Gigi
Vesúvio
Da Infopédia:
Antiga cidade italiana, localiza-se a sueste de Nápoles, perto do sopé do vulcão Vesúvio. A cidade foi destruída pela erupção deste vulcão em 79 d. C. As escavações efectuadas a partir do século XIX puseram a descoberto grande parte da cidade romana, com os seus belos mosaicos e pinturas murais dos séculos II e I a. C. Esta antiga cidade romana faz parte de uma zona classificada Património Mundial pela UNESCO, em 1997, designada por Áreas Arqueológicas de Pompeia, Herculanum e Torre Annunziata.
sábado, 23 de agosto de 2008
Ao Lado da Música (VI) - Nigel Kennedy
Considerado desde cedo na sua vida como um prodígio para a música, Kennedy aos 10 anos de idade tocava (imitava) no piano o pianista de jazz Fats Waller.
O seu interesse pelo violino e pela música erudita (clássica) tornam-se, no entanto, mais importantes e levam Kennedy a estudar com Yehudi Menuhin e mais tarde a partir para Nova Iorque, onde estudou na Juilliard School com Dorothy DeLay.
Com 16 anos é convidado por Stéphane Grappelli (um violinista do meio do jazz) para um concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque. Muito criticado pelos seus professores que temiam um retrocesso na sua carreira clássica, Kennedy aceita o convite e o concerto revela-se um sucesso.
O primeiro álbum de Kennedy surge em 1984, onde interpreta o Concerto para Violino de Elgar, no entanto, o violinista passou a ser mundialmente conhecido pela sua interpretação das "Quatro Estações" de António Vivaldi gravada em 1989 e que vendeu mais de dois milhões de cópias, valendo a Kennedy um lugar no Guinness Book of Records pelo álbum clássico mais vendido de sempre até aquela altura.
Depois de inúmeros concertos um pouco por todo o mundo, Kennedy publica uma auto-biografia em 1991 e retira-se dos palcos durante 5 anos. O regresso passado este tempo foi aclamado pela crítica.
Após vários lançamentos em CD e DVD, Kennedy resolve por em prática a sua paixão pelo jazz e grava o seu primeiro álbum, "Blue Note Sessions", inteiramente dedicado este género musical sob a chancela da Blue Note Records em Nova Iorque. Acompanham Kennedy, Ron Carter (que já tinha acompanhado Miles Davis) em contrabaixo, Jack DeJohnette na bateria e Joe Lovano no saxofone.
Talvez pela sua ligação ao jazz, o espírito de improviso que Kennedy associa às suas interpretações clássicas não é muito bem visto por alguns críticos. Este facto levou a que Kennedy praticamente se recuse a interpretar em Londres.
Críticas à parte, Nigel Kennendy, afirma-se actualmente como um violinista notável sendo as suas capacidade de improvisação e vivacidade de interpretação muito apreciadas por públicos de todas as idades. Aliás, Kennedy tem o mérito de atrair o público mais jovem aos seus concertos, o seu aspecto descontraído e irreverente, contribuem, certamente para este facto.
Lançado pela editora EMI em 2000, o CD "Kennedy plays Bach" constitui uma obra essencial para os amantes de Bach e é o melhor tributo de Nigel Kennedy a este compositor.
Johann Sabastian Bach nasceu em Eisenach (Alemanha) a 21 de Março de 1750.
Considerado hoje em dia um dos maiores compositores de sempre, Bach não viu o seu trabalho de composição apreciado ou aclamado durante a sua vida.
As composições de Bach integram-se no designado "Estilo Barroco" (1600 - 1750) que se caracteriza por uma ornamentação musical elaborada e que constituiu um desafio para os interpretes da época e obrigou à introdução de novas técnicas de interpretação (instrumental e vocal).
Das obras de Bach destacam-se o Cravo Bem Temperado que consiste em 48 prelúdios e fugas, A Arte da Fuga com 14 fugas e os famosos Concertos de Brandenburgo (inpirados nas composições de António Vivaldi para vários instrumentos).
Deste álbum fazem parte os seguintes concertos:
Concerto para Violino em Mi maior (BWV 1042)
Concerto para Oboé e Violino em Ré menor (BWV1060)
Concerto para Violino em Lá menor (BWV1041)
Concerto para dois Violinos em Ré menor (BWV1043)
Acompanham Kennedy Albrecht Mayer no Oboé, Daniel Strabrawa no violino e a Filarmónica de Berlim.
Muito ao estilo da época de Bach, Kennedy improvisa algumas partes destes concertos, nomeadamente no concerto em Mi maior e no concerto em La menor.
O sistema de numeração BWV
O registo das obras de Bach foi elaborado por Wolfgang Schmieder e é conhecido pela sigla BWV que significa Back Werke Verzeichnis (Catálogo de obras de Bach). O catálogo foi publicado em 1950.
Lançado pela EMI Classics em 2001, o DVD Vivaldi The Four Seasons, retrata a abordagem de Nigel Kennedy a uma das obras de António Vivaldi que o tornou mundialmente conhecido.
António Vivaldi nasceu em Veneza a 4 de Março de 1678 e é um dos compositores mais importantes do período Barroco. As quatros Estações contam-se entre as suas obras mais famosas.
Compostas em 1723 e publicadas em 1725, as Quatro Estações não são mais do que quatro concertos para violino e orquestra cada um deles composto por três andamentos, dois andamentos mais rápidos (Allegro ou Presto) e um andamento mais lento (Adágio ou Largo).
Vivaldi consegue transmitir em cada um destes concertos a sensações associadas a cada uma das quatro estações do ano. Aliás, para cada um dos concertos há um soneto que permite acompanhar a música. O autor destes sonetos é desconhecido, mas existe uma teoria de que terá sido o próprio Vivaldi a escrevê-los.
Assim:
Na primavera, talvez o concerto mais conhecido de Vivaldi, são-nos transmitidas sensações de bem estar como se estivéssemos num agradável ambiente campestre.
O verão começa com um certa calma, mas evolui para um tempestade, com relâmpagos, trovões e chuvas fortes (típico nas zonas mediterrânicas).
O Outono evoca uma dança, uma festa dos sentidos, uma diversão.
Finalmente no Inverno é-nos transmitida um sensação de ambiente gelado.
Fazem parte das Quatro Estações os seguintes concertos:
Concerto Nº 1 em Mi maior - Primavera
1 - Aleggro
2 - Largo
3 . Allegro Pastorale
Concerto nº 2 em Sol menor - Verão
1 - Allegro com molto
2 - Adagio e Piano - Presto Forte
3 - Presto
Concerto nº 3 em Fá maior - Outono
1 - Allegri
2 - Adagio molto
3 - Allegro
Concerto nº 4 em Fá menor - Inverno
1 - Allegro com Molto
2 - Largo
3 - Allegro
O DVD de Kennedy foi gravado em 1990, num concerto onde é acompanhado pela English Chamber Orchestra.
Para além do concerto, o DVD conta com uma entrevista de Kennedy onde o próprio nos dá a sua visão muito particular da obra de Vivaldi.
A English Chamber Orchestra é dirigida pelo próprio violinista que faz uma abordagem muito particular das Quatros Estações, com alguma improvisação nalguns andamentos e com alguma caracterização dos elementos da orquestra. Por exemplo quando é interpretado o Verão, os músicos estão de óculos de sol. Com esta abordagem, Kennedy tenta (e consegue) captar a atenção de um público mais jovem.
Com a sua irreverência e o seu estilo criativo, a abordagem de Kennedy às Quatros Estações de Vivaldi ficará, certamente na história.
Publicado no Ao Lado da Música a 19/02/2008.
William Wallace
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
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Religião: Vaticano proíbe padre de leccionar por não acreditar em Adão e Eva
Buenos Aires, 21 Ago (Lusa) - O Vaticano ordenou a um sacerdote do Norte da Argentina que abandone o ensino universitário e evite publicar artigos, por não acreditar na existência de Adão e Eva, de acordo com meios de informação locais.
A Santa Sé decidiu que o padre Ariel Alvarez Valdês, Doutor em Teologia Bíblica, deve abandonar toda a actividade de ensino na Universidade Católica de Santiago del Estero e no Seminário Diocesano da Catequese.
O padre decidiu acatar as indicações do Vaticano afirmando que não irá "dar mais palestras" e que ficará apenas pelas "actividades sacramentais".
A resolução, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone Valdes, também proíbe a publicação de artigos de jornal e comentários na rádio e televisão mas permite-lhe continuar a celebrar missa.
Insónias
Fiz quase tudo para combater este "mal", mas nada parece resultar.
Estou neste momento a atravessar uma fase boa, no que a insónias diz respeito. Consigo adormecer com alguma facilidade e dormir bem cerca de seis horas e meia. No entanto, sei que é apenas uma fase.
Li esta notícia no Jornal de Notícias:
Combinar alguns hábitos ajuda mais a conciliar o sono do que recorrer a medicamentos, que têm efeitos secundários e não podem ser uma solução para toda a vida. Investigadores alemães fornecem algumas pistas.
Ir para a cama só quando se está cansado e pronto para dormir. Este é um dos conselhos dados por investigadores do Instituto Alemão para a Qualidade e Eficiência dos Cuidados de Saúde. Eles acrescentam que ler ou ver televisão na cama pode fazer desaparecer a sonolência. Antes de se ir para o quarto, deve-se adoptar a prática de algumas técnicas de relaxamento que levem uma pessoa a "desligar" os botões. Evitar o álcool ou bebidas com cafeína é outro dos segredos. "Poucos sabem que o álcool é uma das principais causas de uma má noite de sono, apesar de associarem esta experiência ao café, ao chá ou à coca-cola", adverte o director do instituto, Peter Sawiki.
Das observações feitas, os investigadores avançam com outro conselho: se não se consegue dormir, o melhor é não se fixar obstinadamente nessa dificuldade e sair da cama para se entreter com qualquer coisa. Outra das receitas para melhor dormir é acordar sempre a uma hora certa.
Um em cinco adultos dos países industrializados sofre de insónias pelo menos numa fase da vida.
Para mim, isto não é novidade. Já tenho estes hábitos. Às vezes resulta, outras nem por isso.
Conquista de Ceuta
Na Wikipedia:
Um exército de cerca de 20 000 a 19 000 cavaleiros e soldados portugueses, ingleses, galegos e biscainhos havia largado de Lisboa a 25 de Julho, embarcado em cerca de 240 ou 110 navios de transporte e vasos de guerra. Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluindo os príncipes Duarte (herdeiro), Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu. Após uma escala em Lagos, fundearam diante de Ceuta a 21 de Agosto, tendo efectuado o desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros. A guarnição da cidade de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas foram rápidas a impedir o estabelecimento de defesas adequadas. Na manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava em mãos portuguesas. A mesquita foi consagrada e, na primeira missa lá realizada, os três príncipes da Ínclita geração presentes foram feitos cavaleiros pelo seu pai. Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração Atlântica que começava a ser efectuada.
Deixando ficar o Conde de Viana, D. Pedro de Meneses, o rei, os infantes e o resto da frota regressaram a Lisboa em Setembro, tendo permanecido durante treze dias em Ceuta. Os marroquinos não se deram por vencidos e atacaram a cidade em 1418 e 1419, sem qualquer resultado. Manter a cidade constituía-se em um problema logístico: era necessário enviar suprimentos, armas e munições; a maior parte dos soldados era recrutada à força, recorrendo-se a condenados e criminosos a quem o rei comutava a pena desde que fossem para Ceuta e ainda recompensar generosamente os nobres que ocupavam postos de chefia. Julgaram consegui-lo, quando do desastre português de Tânger, pedindo como resgate do infante de D. Fernando a cidade de Ceuta. Mas D. Fernando faleceu no cativeiro e a cidade continuou portuguesa (1443). Ceuta teve que se aguentar sozinha durante 43 anos até que a posição da cidade ser consolidada com a tomada de Alcácer Seguer (1458), Arzila e Tânger (1471).
A cidade foi reconhecida como possessão portuguesa pelo Tratado de Alcáçovas e pelo Tratado de Tordesilhas (1494).
Quando da Dinastia Filipina, Ceuta manteve a administração portuguesa, assim como Tânger e Mazagão. Todavia, quando da Restauração Portuguesa, não aclamou o Duque de Bragança, como rei de Portugal, mantendo-se espanhola. A situação foi oficializada em 1668 com a assinatura do Tratado de Lisboa entre os dois países, e que pôs fim à guerra da Restauração.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Funchal - 500 anos
Do site Funchal 500 anos:
A cidade do Funchal, na Região Autónoma da Madeira contará, desde Agosto de 2008, 500 anos de instituição como cidade pela coroa Portuguesa, a primeira a ser instituída nos vastos domínios dos Descobrimentos. A sua instituição atendia ao desenvolvimento operado com a florescente cultura açucareira e tinha ainda em vista, num curto prazo, separar o vasto território descoberto pelos portugueses da Ordem de Cristo. Pretendia-se assim criar no Funchal a sede de um vasto Bispado responsável espiritualmente pelos novos territórios das margens do Atlântico e do Índico.
Um pouco de História
O arquipélago da Madeira foi descoberto em 1419 e o seu povoamento surgiu no quadro dos descobrimentos do século XV, como a primeira experiência de povoamento e exploração de terras até então nunca habitadas. Ensaiadas culturas que imediatamente deram lucros consideráveis, como logo de início o trigo e, depois, a cana sacarina, este modelo veio a ser exportado para as novas terras atlânticas, como os arquipélagos das Canárias, Açores e Cabo Verde e, mais tarde, para o Brasil.
Nos finais do século XV, com base na exploração do açúcar, a Madeira constitui-se como um centro internacional de negócios, por aqui passando uma vaga de forasteiros internacionais, entre intermediários, mercadores e aventureiros, das mais diferentes origens europeias. Com base em capitais alemães, mercadores italianos e flamengos, sob a superintendência da coroa portuguesa, a produção e distribuição do açúcar madeirense foi uma das bases de formação do capitalismo mercantil internacional da época moderna.
Neste quadro, o porto do Funchal conheceu desde logo um enorme incremento, por aí passando os interesses e os agentes económicos da nova sociedade mercantil, como foi o caso do aventureiro Cristóvão Colombo, então negociante de açúcar. O futuro almirante das Índias chegou a residir no Funchal algum tempo, tendo casado, entretanto, com Filipa Moniz, filha do falecido capitão do Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo.
A importância do porto do Funchal no contexto insular levou a que o pequeno burgo medieval fosse objecto de uma muito especial atenção da coroa do rei D. Manuel, mesmo antes de pensar que poderia vir a ser rei de Portugal. Nesse quadro, em 1486, então somente como duque de Beja, dava ordens para se construir um núcleo administrativo central, entre o burgo medieval de Santa Maria Maior e a área senhorial de Santa Catarina e São Pedro, residência de João Gonçalves Zarco e seus filhos e filhas. Para isso cedeu o “seu” Campo do Duque, mandando aí construir uma Câmara, com Paço para os tabeliães e uma “Igreja Grande”, que pouco tempo depois mandou transformar em sé, para sede do futuro Bispado.
Tendo a sua mãe, a infanta D. Beatriz, instituído as alfândegas insulares, em 1477, uma no Funchal e outra em Machico, junto ao mar e após a sagração da sé do Funchal, mandou ainda levantar um importante edifício para Alfândega.
Com o aumento das navegações no Atlântico Norte, a Madeira passou a desempenhar um importante papel de referência, pois dado o regime de ventos, todas as armadas que saíam da Europa com destino ao Atlântico Sul e ao Índico, passavam pelos mares madeirenses. Esse aspecto colocava-se mesmo para as armadas holandesas e inglesas com destino à América Central.
As grandes rotas marítimas
Ao longo dos séculos XVI e XVII, a ilha da Madeira, através do seu porto do Funchal, conseguiu assegurar a sua posição estratégica e comercial no quadro do Atlântico Norte, então graças a um novo produto: o vinho da Madeira. A cultura da vinha fora introduzida com os primeiros povoadores e já em 1455, o navegador veneziano Luís de Cadamosto, ao visitar a Madeira, referia a excelência das uvas madeirenses e a exportação dos seus vinhos.
Por meados do século seguinte, William Shakespeare fez referência aos vinhos da Ilha em algumas das suas peças. A sua fama seria tão importante, principalmente o malvasia, que o dramaturgo descreve o duque de Clarence, irmão do rei Eduardo IV, a escolher, como morte, o ser afogado num tonel deste vinho.
Nos séculos seguintes, são atribuídas aos vinhos madeirenses qualidades terapêuticas e descobre que a sua excelência ainda aumentava com as longas viagens marítimas, pelo que as grandes armadas a caminho das Índias Ocidentais e Orientais passam quase que obrigatoriamente pela Madeira para se abastecer.
A ilha da Madeira torna-se assim uma importante praça de comércio e, ao mesmo tempo, estância de repouso. Surgem então as chamadas quintas madeirenses, cujos jardins contam com plantas indígenas e importadas, as quais, através de inúmeras descrições, passam a ser referência científica obrigatória. Registamos assim, ao longo do século XVIII, a passagem do almirante James Cook, quer tripulando o Endeavour, em 1768, quer o Resolution, em 1772, acompanhado de vários especialistas, que descrevem depois largamente a flora e a fauna encontradas na Madeira.
A importância estratégica do porto do Funchal era reconhecida pelo almirantado Britânico nos meados do século XVIII, levando a constantes levantamentos geo-hidrográficos, parte dos quais impressos. Perante a instabilidade política na Europa, decorrente das campanhas napoleónicas, em finais de 1801 uma importante armada de mais de 100 navios ocupava a Madeira. A armada deslocava-se para as Índias Ocidentais Inglesas, mas ancorou os seus cento e nove navios na larga baía do Funchal, desembarcando um contingente militar sob o comando do general Henry Clinton, que aqui permaneceu enquanto decorriam as negociações no Continente.
Nova ocupação veio a ocorrer quando os franceses invadiram a Península Ibérica, em finais de 1807. A corte portuguesa conseguiu fugir para o Brasil, não tendo assim ficado à mercê das forças napoleónicas, como ocorreu com a espanhola e a Madeira conheceu então uma ocupação mais longa, que se prolongou mesmo para além dos tratados de paz.
Pela Madeira, a caminho do exílio, em Santa Helena, passou mesmo o imperador Napoleão Bonaparte. Aqui foi presenteado com frutas frescas, alguns livros e uma pipa de vinho da Madeira, o que não se enquadrava bem com o seu estado de saúde. Mais tarde, tendo falecido, a pipa seria reivindicada pelos comerciantes do Funchal, tendo voltado à Madeira e sido o seu conteúdo dividido, pelo que ainda existem famílias que se orgulham de possuir lotes desse vinho.
Ao longo do século XIX correu também pela Europa a fama do clima da Madeira, especialmente recomendado para terapia de doenças pulmonares. A Ilha torna-se então uma importante estância de veraneio, por aqui passando algumas das mais importantes cabeças coroadas, como as imperatrizes do Brasil, as arquiduquesas Leopoldina da Áustria, em 1817 e Amélia de Leuchetemberg, em 1852. Pela Madeira passaram também, em longas estadias, a rainha Adelaide de Inglaterra, em 1847, o príncipe Maximiliano Napoleão, duque de Leuchetemberg, em 1850, e o futuro imperador Maximiliano do México e sua mulher, Carlota da Bélgica, que aqui passou o Inverno de 1859-1860.
No entanto, talvez a figura mais marcante tenha sido a da imperatriz Isabel da Áustria, que aqui se recolhe longos meses entre 1860 e 1861. A imperatriz Sissi, como ficou conhecida na bibliografia romântica do século XIX, nunca esqueceu os momentos que passou na Ilha, onde foi pela primeira vez fotografada, referindo-os sempre de forma calorosa e tendo conseguido voltar à Madeira, em 1893-94, poucos anos antes da sua morte, em 1898.
Os Habsburgo haveriam de ficar para sempre ligados à Madeira, ali tendo falecido, no exílio, Carlos de Áustria, o último imperador, em 1922. O seu corpo repousa na igreja matriz de Nossa Senhora do Monte, frente à quinta onde passou os seus últimos dias e sendo o seu corpo reconhecido para beatificação em 2004.
Citemos ainda o conde Alexandre Charles de Lambert, ajudante de campo do imperador da Rússia, que se fixou na Ilha nos inícios de 1863. Casado no ano seguinte, ali morreria antes do nascimento do seu herdeiro. O conde Carlos Alexandre de Lambert, nascido na Madeira a 30 de Dezembro do ano de 1865, depois marquês de Lambert, foi um dos pioneiros da aviação francesa, atribuindo-se-lhe a invenção dos hidroaviões.
Este aspecto não deixa de ser curioso, pois com o advento da aviação, o primeiro raid internacional sob o Atlântico teve como destino o porto do Funchal. O raid ocorreu a 22 de Março de 1921 e a viagem Lisboa-Funchal foi feita pelos pilotos Sacadura Cabral, Gago Coutinho e Ortins Bettencourt, acompanhados do mecânico Roger Soubiran, num F3, com motores Rolls-Royce, e serviu de ensaio para a que aqueles dois primeiros pilotos efectuariam no ano seguinte entre Lisboa e o Rio de Janeiro.
Com o final da segunda Guerra Mundial as primeiras carreiras aéreas regulares com carácter turístico foram para a baía do Funchal. O voo inaugural da Aquilla Airways ocorreu a 15 de Março de 1949, iniciando-se as viagens regulares e comerciais a partir de 15 de Maio seguinte, com hidroaviões que, procedentes de Southampton, amaravam na baía do Funchal.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Funchal 500 Anos - 21 de Agosto de 2008
Charles Darwin
Da Infopédia:
Naturalista e biólogo inglês, Charles Robert Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809, em Shrewsbury, e morreu a 19 de Abril de 1882, em Dawn, Kent. Neto de Erasmus Darwin, um médico e poeta conhecido, e filho de um médico, perdeu a mãe com apenas oito anos e, desde então, a sua educação ficou a cargo das irmãs mais velhas. Ingressou na Universidade de Edimburgo em 1825 para estudar Medicina mas, não se sentindo identificado com o curso, mudou para a Universidade de Cambridge com o intuito de se tornar pastor da Igreja. Apesar das suas intenções, Darwin conheceu os professores John Henslow, de biologia, e Adam Sedgwickint, de geologia, que lhe despertaram o interesse pelo estudo da História Natural, área a que se veio a dedicar no percurso da sua vida. Findos os estudos universitários, em 1831, participou como naturalista na viagem do navio inglês Beagle. Esta viagem a várias partes do globo proporcionou-lhe o estudo e desenvolvimento aprofundado dos seus conhecimentos, assim como novos dados de investigação sobre a evolução da Terra, desde as variações geológicas à descoberta de fósseis que se assemelhavam a animais que ainda habitavam na mesma região. De regresso a Inglaterra, em 1836, Darwin deu início ao estudo científico baseado nas suas experiências e descobertas e lançou uma publicação científica com o nome Journal of Researches , em 1839. Ainda nesse ano, casou com Emma Wedgwood, com quem viria a ter 10 filhos, e mudou-se para Down House, em Kent. Mais tarde, em 1859, publicou a célebre obra em que expôs a sua teoria, The Origin of Species by Means of Natural Selection (A Origem das Espécies pela Selecção Natural). Apesar de reconhecer que os seus conhecimentos sobre hereditariedade eram limitados, representou em forma de árvore a relação entre os animais e plantas da actualidade com outros já extintos, seus ancestrais. The Origin of Species by Means of Natural Selection foi alvo de várias críticas por parte de outros cientistas que alegavam falta de provas e explicações para fundamentar as teorias apresentadas. Em 1871 Darwin aplicou a sua teoria ao estudo da origem do homem, dando importância ao factor sexual na selecção natural, na obra The Descent of Man and Selection in Relation to Sex (A Ascendência do Homem e a Selecção em Relação com o Sexo ). Cerca de 1880, realizou, juntamente com o seu filho Francis, uma série de experiências através das quais, utilizando sementes de gramíneas, sobretudo de aveia, tentou descobrir as razões que levavam a que algumas plantas se inclinassem para a luz. Após várias horas de observações, concluiu que as plantas produzem substâncias - fito-hormonas - que influenciam o seu comportamento assim como o seu crescimento. Os resultados destas experiências foram relatados mais tarde no livro The Power of Movement in Plants (1881). Nas duas últimas décadas da sua vida, Darwin escreveu, aliás, vários livros sobre botânica, nos quais descreveu pormenorizadamente todas as observações e experiências que realizou com plantas. O trabalho de investigação sobre a importância das hormonas no crescimento das plantas continuaria a ser desenvolvido, mais tarde, por Peter Boysen-Jensen (1913), Arpad Paal (1918) e Frits Went (1926). A doutrina proposta por Darwin, segundo a qual a luta pela vida e a selecção natural são mecanismos da evolução dos seres vivos, é conhecida por darwinismo. As suas teorias foram postas em causa, principalmente por membros da Igreja, até inícios do século XX. Foi membro da Royal Society e membro honorário de várias academias de ciências. Os restos mortais de Charles Darwin encontram-se na Abadia de Westminster.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Um momento de felicidade
A frase anterior é um chavão que muito boa gente utiliza e que reflecte a mais pura das verdades.
A felicidade total não existe mesmo. Aliás, a existir, seria uma boa "chatice".
Momentos de felicidade, esses sim, existem com maior ou menor abundância, dependendo do estado de espírito e da maneira de ser de cada um.
Ora vejamos:
Estive recentemente em Atenas. Esta cidade nunca me despertou qualquer curiosidade ou interesse e a minha estada de um dia deveu-se a motivos profissionais. Fiquei num hotel agradável, numa zona central que, não sendo das melhores de Atenas, permite visitar os locais mais interessantes da cidade sem ter que utilizar transportes públicos.
Cheguei no final da manhã, num dia quente, muito quente. À tarde visitei os pontos mais importantes da cidade e constatei que, afinal, Atenas até é interessante.
Regressei ao hotel, cansado e com calor. Depois de um banho e antes de sair para jantar, resolvi passar no bar que fica situado no terraço. Assim que entrei no bar, fiquei surpreendido. A decoração é fantástica, o ambiente acolhedor e a vista sobre Atenas indescritível.
Fiquei cerca de duas horas a ler um livro. Neste período vi o pôr-do-sol, partilhei os sofás da minha mesa com uma família de franceses e bebi um copo de vinho tinto francês que me soube a ouro.
Estava longe de casa, numa cidade que até esse dia não me dizia nada e estava sozinho. Mas estava feliz.
A vida vale por estes pequenos momentos.