segunda-feira, 27 de abril de 2009

Serghei Prokofiev

No dia 27 de Abril de 1891 nascia na Ucrânia, Serghei Prokofiev.

Da Infopédia:

Compositor ucraniano, Serghei Sergheievich Prokofiev nasceu em 1891, em Sontsovka, na Ucrânia, e faleceu a 5 de Março de 1953. A sua mãe era uma pianista e o seu pai era um engenheiro agrícola relativamente bem sucedido. Desde cedo, o jovem Prokofiev revelou capacidades musicais pouco habituais e, em 1902, quando começou a receber lições privadas de composição, já tinha produzido algumas peças musicais. Ao fim de algum tempo, sentiu que precisaria de mudar-se para expandir os seus horizontes musicais. Apesar de os pais estarem um pouco renitentes em apostar numa carreira musical numa idade tão precoce, partiu para S. Petersburgo, concorrendo para a Academia de Música local. Passou os testes e começou a estudar composição, ainda nesse ano, sendo bastante mais novo do que os seus companheiros de classe. Era visto como um excêntrico arrogante e muitas vezes manifestou o seu desinteresse pelas aulas, classificando-as de aborrecidas. Nesse período, teve aulas com Nikolai Rimsky-Korsakov, estabelecendo relações de amizade com Boris Asafiev e Nikolai Myaskovsky. Na cena musical de São Petersburgo, apesar da imagem de enfant terrible, a sua música a solo no piano começava a ganhar notoriedade. Em 1909, completou os estudos de composição, com notas medianas. Continuou na Academia, concentrando-se exclusivamente no piano. O pai faleceu em 1910 e terminou o suporte financeiro dos seus estudos. Felizmente para ele, já tinha conseguido algum reconhecimento como compositor, apesar dos escândalos suscitados pelo vanguardismo da sua música. Por esta altura, compôs os dois primeiros concertos de piano. Deixou a Academia em 1914, com notas bem melhores no piano. Posteriormente, fez uma viagem a Londres, onde conheceu Serge Diaghilev e Igor Stravinsky. No decorrer da Primeira Grande Guerra, regressou à Academia com o intuito de estudar órgão. Escreveu uma ópera baseada em O Jogador, de Dostoievsky. Contudo, os ensaios enfrentaram diversos problemas e a estreia, prevista para 1917, foi cancelada pela Revolução de Fevereiro. No Verão desse ano, compôs a primeira sinfonia, The Classical. Com as convulsões políticas na Rússia, Prokofiev não encontra condições para o seu trabalho e emigra para os EUA. À chegada a S. Francisco foi imediatamente comparado a outros famosos russos "exilados" (como Rachmaninov). Começou com sucesso, numa actuação a solo em Nova Iorque, conseguindo vários compromissos para o futuro. Foi também contratada a produção da sua nova ópera The Love For Three Oranges, mas o falecimento do maestro adiou a estreia, sublinhando a pouca sorte do compositor nas óperas. O falhanço também lhe custou a carreira a solo, quando se viu a braços com dificuldades financeiras. Partiu para Paris, em 1920, desejando não ter que regressar à Rússia como um falhado. Em Paris conseguiu retomar o seu trabalho, nomeadamente algumas obras inacabadas. Em 1921, estreou em Chicago a ópera The Love For Three Oranges. A recepção foi fraca, levando-o a deixar de novo os EUA. Mudou-se com a mãe para os Alpes Bávaros. Começou a receber convites para retornar à Rússia, mas preferiu manter a aposta na carreira europeia. Em 1923, contraiu matrimónio com a cantora espanhola Lina Llubera, antes de regressar a Paris. Contudo, o acolhimento à sua obra voltou a não ser a esperada. Apenas em 1927 as coisas começaram a melhorar. Alguns concertos na Rússia e a exibição bem sucedida de The Love For Three Oranges, em Leninegrado, pareciam trazer-lhe novos ventos. Duas óperas mais antigas foram também exibidas na Europa. Em 1928, produziu a Terceira Sinfonia, baseada na ópera não-editada The Fiery Angel. Em 1929 teve um acidente de viação e lesou ligeiramente as mãos, inviabilizando algumas actuações em Moscovo. Quando recuperou voltou aos EUA, aproveitando a onda de sucesso na Europa. Teve êxito. No final dos anos 30, a sua obra era sucessivamente apresentada na Rússia, ao invés de Paris. Um exemplo disso mesmo foi a peça Lieutenant Kije, creditada como banda sonora de um filme russo. Um outro contrato, do Teatro Kirov, em Leninegrado, foi o bailado Romeu e Julieta, um dos seus trabalhos mais conhecidos. A mudança definitiva para a Rússia aconteceu em 1936. A atitude oficial do regime perante a música havia mudado: foi criada a União dos Compositores, destinada a seguir o trabalho dos artistas russos. Esta comissão estabeleceu as regras que classificavam as peças musicais como "aceitáveis". Estas regras contribuiram para o isolamento dos compositores russos, cortando-lhes as influências exteriores. Não sendo afectado por isto, Prokofiev voltou-se para as composições para crianças (Three Songs For Children, Pedro e o Lobo, entre outras) e a gigantesca Cantata For The Twentieth Anniversary Of The October Revolution (nunca exibida em público). De novo, teve problemas em estrear uma ópera; a peça Semjon Kotko foi adiada porque o produtor (Meyerhold) foi preso e executado. Em 1941, Prokofiev sofreu o seu primeiro ataque cardíaco. A degradação da sua saúde foi rápida. Por causa da Segunda Grande Guerra, foi várias vezes forçado a mudar-se, o que levou ao termo do seu casamento com Mira Mendelson (viria a ser presa por espionagem). A guerra acabaria por servir de inspiração a novo projecto de ópera, War And Peace, trabalho que o ocupou durante dois anos. Além disso, compôs a música do filme Ivan, O Terrível (de Sergei Eisenstein) e um segundo quarteto de cordas. A ópera foi censurada e revista e não chegou a ser exibida. Em 1944, mudou-se para fora de Moscovo para compôr a Quinta Sinfonia, que viria a ser a sua obra mais bem sucedida. A sua saúde degradava-se a cada dia e a sua produtividade diminuiu consideravelmente. Teve ainda tempo para escrever a Sexta Sinfonia e a sua nona (e última) sonata para piano. O regime começou a apertar-lhe o cerco, classificando a sua música como gravemente formal e potencialmente perigosa para o povo soviético. Os seus últimos projectos de ópera, no Teatro Kirov, foram rapidamente cancelados. Isto, aliado à condição da sua saúde, levou Prokofiev a retirar-se gradualmente. A sua última actuação coincidiu com a estreia da Sétima Sinfonia, em 1952. Acabaria por morrer ironicamente no mesmo dia em que morreu Estaline, vítima de uma hemorragia cerebral.

Serghei Prokofiev. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-04-27]

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