Terminei de ler o livro "Venenos de Deus Remédios do Diabo" do Mia Couto. Como já tinha referido num "post" anterior, esta foi a minha primeira incursão na escrita do Moçambicano.
Gostei. Mas, houve algum esforço de adaptação inicial. Não pelo conteúdo, mas pela forma da escrita. Os "me", "se" e outros, fora do lugar habitual na frase, perturbaram a leitura (por alguma razão, praticamente não consigo ler autores brasileiros). Depois houve uma habituação e o conteúdo acabou por se sobrepor.
Em Venenos de Deus Remédios do Diabo, Mia Couto conta-nos a história de um médico, ou talvez não, que parte de Lisboa com destino a Vila Cacimba, em Moçambique, para reencontrar Deolinda, sua amada.
Em Vila Cacimba, o Dr. Sidónio, encontra tudo e todos, excepto Deolinda. Acaba por ter um relacionamento muito próximo com os pais dela, Munda e Bartolomeu, que garantem, ao longo de toda a obra, que a chegada de filha está para breve.
Destacam-se os diálogos entre Sidónio e Bartolomeu:
- Então, meu amigo, está melhor?
- Eu só melhoro quando deixar de ser eu.
- Gosto de o ver assim, sempre filósofo. - Desculpe, Doutor Sidonho - afirma o velho. - Eu gosto de o ver, mas não gosto que me visite.
- Ora, estamos pessimistas, hoje?
- Então, me diga: qual é a cura da minha doença, Doutor?
- Viver é que não tem cura, meu caro amigo.
Óptimo para ler numa tarde quente de verão...
Mia Couto é único a escrever.
ResponderEliminarREalemnte ler português que não é de portugal, só se valer a pena, como é o caso
É neste momento o livro que estou a ler e é a 1º obra deste autor.Estou a gostar se bem que ainda estou na fase de "adaptação" à escrita "que não é de Portugal".O titulo intriga-me... mas certamente, que ao longo da história o vou descodifiar!
ResponderEliminar