Como dizia, as luzes desceram e o espectáculo ia começar. Os batimentos cardíacos aumentam sempre nestas ocasiões.
A ópera Lucrezia Borgia tem como personagens principais, a própria Lucrezia, interpretada por um soprano, o seu marido, Don Alfonso, interpretado por um baixo, o seu filho Gennaro, tenor, e Maffio Orsini, personagem masculina interpretada por um mezzo-soprano. Em Ancona o baixo Alex Esposito interpretou Don Alfonso, o tenor Giuseppe Filianoti foi Gennaro e o mezzo Marianna Pizzolato foi Maffio Orsini.
Todos este nomes são conhecidos da lírica internacional e não sendo pesos pesados, vão-se afirmando nos últimos anos.
Dos três, foi o tenor Giuseppe Filianoti, que menos me impressionou. A voz tem um timbre interessante, um volume apreciável (facilitado pelo facto da apresentação ser em forma de concerto com a orquestra atrás), mas os agudos são, na minha opinião, demasiadamente forçados e enfraquecidos. O tenor possui uma daquelas vozes que parece encolher e perder o conforto à medida que se move para as parte mais agudas do registo.
Não posso dizer que Giuseppe Filianoti não tenha feito um bom Gennaro, mas preferi Josep Bros na récita de Barcelona com a Gruberova a que assisti em em 2008. Curiosamente o tenor interpretou no segundo acto uma ária alternativa que Donizetti escreveu para o tenor Mario (Giovanni Matteo de Candia) na ocasião de um récita da ópera ocorrida em Paris no ano de 1840. Aqui fica um vídeo com a interpretação do dia 21 de Fevereiro (eu assisti à récita de 19).
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