quarta-feira, 31 de março de 2010
Faz anos hoje - Eugénio Salvador
Da Infopédia:
Actor, bailarino, dramaturgo e encenador português, de nome completo Eugénio Salvador Marques da Silva, nascido a 31 de Março de 1908, em Lisboa, e falecido na mesma cidade em 1992. Foi futebolista do Sport Lisboa e Benfica, tendo alinhado nas camadas jovens e nas reservas do clube. Optou depois por seguir a carreira de actor, tendo completado o curso do Conservatório. Estreou-se profissionalmente em 1928 na revista Grão de Bico. Daí para a frente, tornou-se uma das figuras maiores do teatro português, tendo protagonizado perto duma centena de peças, na sua grande maioria do género revisteiro no Teatro Maria Vitória e no Variedades. Das mais célebres, salientam-se Pernas à Vela (1958) e Abaixo as Saias (1959). Também se destacou como empresário teatral, tendo feito parceria com Rui Martins na gestão do Maria Vitória. Trabalhou amiudamente em cinema, tendo-se estreado em Lisboa, Crónica Anedótica (1930), de Leitão de Barros, a que se seguiram prestações em Maria Papoila (1937), também de Leitão de Barros, Fado, História Duma Cantadeira (1948) e Sonhar É Fácil (1951), ambos de Perdigão Queiroga, Eram Duzentos Irmãos (1952), de Constantino Esteves e A Maluquinha de Arroios (1970), de Henrique Campos. Permaneceu activo no teatro de revista até 1988, ano em que se retirou definitivamente. As suas últimas aparições artísticas foram feitas no programa televisivo Herman Circus (1990) e no filme Aqui D'El-Rei (1992), de António Pedro Vasconcelos.
Eugénio Salvador. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-31]
terça-feira, 30 de março de 2010
Faz anos hoje - Celine Dion
Da Infopédia:
Cantora pop canadiana nascida a 30 de Março de 1968, na localidade de Charlemagne, no Quebec. Oriunda de uma família numerosa, com 13 irmãos, Celine tomou, desde muito cedo, contacto com a música, pois os seus pais dirigiam um bar-restaurante onde a família evidenciava os seus talentos musicais ao fim-de-semana. Celine começou a cantar aos 5 anos, levada pelo acordeão do pai e pelo violino da mãe. Aos 12 anos compôs a canção "Ce N'etait Qu'un Rêve", cuja gravação chegou às mãos de René Angelil, que imediatamente se tornou seu empresário musical. Os seus dois primeiros álbuns, gravados em 1981 e intitulados La Voix du Bon Dieu e Celine Chante Noel, fizeram dela um ídolo adolescente no Canadá francês. Em 1983, tornou-se no primeiro artista canadiano a obter um disco de ouro em França, com Les Chemins De Ma Maison. Um dos momentos determinantes para a sua afirmação internacional foi a vitória no Festival Eurovisão da Canção, em 1988, em Dublin (Irlanda), com a canção "Ne Partez Pas San Moi", em representação da Suíça. Em 1990 estreou-se a cantar em inglês com o álbum Unison, mas foi o dueto com Peabo Bryson em "Beauty And The Beast" (tema-título do filme de animação com o mesmo nome) que deu o verdadeiro impulso à sua carreira, proporcionando-lhe um grammy e um óscar da Academia. Seguiu-se Celine Dion (1992), o segundo trabalho em inglês, do qual fizeram parte os êxitos "Love Can Move Mountains", "Did You Give Enough Love", "If You Asked Me To" e "Water From The Moon". O ano de 1993 viu sair The Colour Of My Love, que incluiu temas como "Think Twice", "When I Fall In Love", "Because You Loved Me" e "The Power Of Love", um original cantado por Jennifer Rush em 1985. Em 1994, Celine e René casaram, na Basílica de Notre-Dame, em Toronto, o que foi considerado um dos acontecimentos do ano no Canadá. No mesmo ano Celine lançou o registo ao vivo A L'Olympia e regressou às gravações em língua francesa com D'eux. 1996 foi um grande ano para Celine Dion. Cantou "The Power Of A Dream", na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Atalanta, e o álbum Falling Into You proporcionou-lhe grammies nas categorias de Álbum do Ano e Melhor Álbum Pop. Mas a ascensão da cantora não ficou por aqui. No ano seguinte, gravou My Heart Will Go On, o tema principal da banda sonora do filme Titanic. O tema venceu o Óscar para Melhor Canção Original. Em 1997 foi editado Let's Talk About Love, álbum que incluiu participações de vários artistas consagrados como Barbra Streisand ("Tell Him"), Luciano Pavarotti ("I Hate You Then I Love You"), The Bee Gees ("Immortality") e Bryan Adams ("Let's Talk About Love"). Em Abril de 1998 surgiu no espectáculo Divas Live, produzido pela estação televisiva VH1, ao lado de Mariah Carey, Gloria Estefan, Aretha Franklin e Shania Twain. Em Setembro editou o seu quarto álbum em língua francesa, intitulado S'il Suffisait D'aimer, logo seguido, em Novembro, de outro longa-duração, These Are Special Times, inspirado na quadra natalícia. Este trabalho contou com a participação do tenor Andrea Bocelli no tema "The Prayer". Seguiu-se uma fase de retiro da cantora, a que não foi estranha a doença do foro cancerígeno detectada no marido. Enquanto o marido recuperava, Celine redefiniu as prioridades da sua vida, colocando um pouco de parte a sua faceta artística e centrando a sua atenção na família, decidindo dedicar mais tempo ao marido e ser mãe. Isso veio a acontecer em Janeiro de 2001. Durante este hiato artístico da cantora, foi editado The Collectors Series Vol. 1 (2000), contendo algumas canções de amor e a versão espanhola do hit "All By Myself". O muito esperado regresso de Celine Dion aconteceu em Março de 2002, quando o disco A New Day Has Come entrou directamente para o número 1 em 17 países, acompanhado por uma massiva campanha de publicidade. Ainda no decorrer desse ano, a cantora aceitou um desafio arrojado, uma gigantesca série de actuações inseridas num grandioso espectáculo multimédia a ter lugar no mítico Caesars Palace, em Las Vegas. O contrato tinha a validade de três anos, 600 concertos, cinco noites por semana. A associação à marca de automóveis DaimlerChrysler como patrocinadora do grande evento garantiu mais alguns milhões à cantora pela participação em anúncios publicitários. Os anúncios da DaimlerChrysler debutaram em simultâneo com o primeiro álbum da cantora em dois anos, o disco One Heart. (2003). A série de actuações em Las Vegas teve início a 25 de Março de 2003. Ainda nesse ano, a cantora voltou às edições em francês, com 1 Fille & 4 Types.
Celine Dion. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-30]
Terça, Flashback I (Comprar? E porque não alugar)
Chamei ao post: Comprar? E porque não alugar?
Aqui fica o texto:
Quando leio notícias como estas, fico sempre a pensar no Zé.
O Zé, português típico, sempre sonhou ter uma casa.
Depois de ter um rendimento estável, o Zé decide realizar o seu sonho. A prestação era um pouco elevada, indexada à Euribor, o "bicho papão" de hoje, mas que na altura ainda se mantinha em valores razoáveis.
O Zé ficou contente, finalmente tinha algo de seu. Ou talvez não...
Com os anos, as prestações foram subindo, subindo. A Euribor foi crescendo e transformou-se num fantasma que teimava em perseguir o Zé. Ele, que até tinha pensado que com o tempo o peso da prestação da casa iria sendo cada vez menor no seu orçamento mensal, via-se agora confrontado com valores a pagar, muito acima do que tinha previsto.
O preço do petróleo dispara. O Zé começa a ficar aflito para pagar a prestação da casa, a prestação do carro a gasolina e as compras no supermercado.
Algumas prestações começam a não ser pagas... O Zé já não tem dinheiro que chegue. Chegou à conclusão que se endividou de mais. Mas, tinha sido tudo tão fácil no início. O banco deu-lhe todas as facilidades e nunca o avisou de que tal poderia acontecer. Aliás, ele nunca soube muito bem o que era a Euribor.
A hipoteca foi executada e hoje o Zé vive num apartamento alugado. Foi difícil encontrar um apartamento "jeitoso" porque o mercado de aluguer praticamente não existe em Portugal.
Mesmo assim, o Zé vive hoje melhor. O aluguer está dentro do valor que pode pagar. Aumentos? Só no início do ano e correspondentes ao valor da inflação e, se se aborrecer do apartamento onde vive agora, começa a procurar outro. Pode ser difícil encontrar o que pretende, mas, pelo menos as questões financeiras não são, agora, tão problemáticas.
O apartamento não é seu. É verdade. Mas a casa que comprou também nunca foi.
E você Reflexos, qual é o seu Flashback desta Terça?
segunda-feira, 29 de março de 2010
Faz anos hoje - Evángelos Odysséas Papathanassíu
Da Infopédia:
Músico grego, Evangelos Odyssey Papathanassiou nasceu a 29 de Março de 1943, em Valos. Depois de uma adolescência dedicada à música, sempre como autodidacta, Vangelis formou em 1960 o grupo Formynx, com o qual obteve os seus primeiros sucessos, na sua terra natal, a Grécia. Contudo, foi depois de se mudar para França, em 1968, que Vangelis iniciou os preparos a caminho da fama mundial. Os Aphrodite Child, banda que formou ao lado de Demis Roussos e de Loukas Sideras, começaram por conquistar os tops europeus com o tema "Rain and Tears". Ainda assim, o sucesso foi efémero e, em 1972, a banda separou-se. A experiência do compositor grego no cinema começou ainda em 72, quando se juntou ao realizador francês Frederic Rossif e compôs duas bandas sonoras: L'Apocalypse des Animaux e La Fete Sauvage. O primeiro álbum a solo, Earth, surgiu dois anos mais tarde e mostrou os talentos de Vangelis, além das composições criadas para a tela. Durante os meses que se seguiram, Vangelis chegou até a colaborar com os Yes, antes de mudar de residência uma vez mais, desta vez para Londres. Vangelis lançou em seguida uma série de álbuns, antes de, no início da década de 80, se juntar ao vocalista dos Yes, Jon Anderson, e formar a famosa dupla Jon & Vangelis, que acabou por alcançar êxitos consecutivos no top britânico, nomeadamente com os temas "I Hear You Now" e "I'll Find My Way Home". Chariots of Fire (Momentos de Glória), um filme de Hugh Hudson, acabou por constituir-se como a consagração maior de Vangelis, que logrou até alcançar um Óscar pela melhor banda sonora. Vangelis continuou depois a compor para a Sétima Arte, nomeadamente para Ridley Scott, no filme Blade Runner. As criações feitas a solo continuaram em álbuns como Antarctica, editado em 1988, e em The City, que chegou ao mercado em 1990. Dois anos depois, a repetida cooperação com Ridley Scott mereceu-lhe nova consagração, então pelos créditos musicais no filme 1492: Conquest of Paradise (1492: Cristóvão Colombo). Aliás, o tema principal deste álbum ficou famoso em Portugal por ter sido usado numa campanha política por um partido. El Greco e Oceanic chegaram ao mercado em 1995 e em 1997, respectivamente. Quatro anos mais tarde, o compositor grego regressou com o álbum Mythodea: A 2001 Mars Odyssey. O trabalho de Vangelis pode ser escutado na compilação Odyssey: The Definitive Collection, lançada no final de 2003. Com uma carreira de mais de 30 anos, Vangelis tem a sua assinatura no firmamento das estrelas da música clássica progressiva, electrónica e melódica, a forma mais acabada de música erudita feita pop, trazida às tabelas de vendas e imbuída duma tónica mainstream.
Vangelis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-29]
domingo, 28 de março de 2010
Visões a Qu4tro Mãos
Terça, Flashback: E como não há duas sem três, já diz o ditado; à Terça-feira iremos publicar, ou antes, re-editar um post dos nossos blogues.
Quer seja pela sua actualidade, quer seja porque o assunto abordado voltou a estar em destaque... ou quer seja porque nos apetece...
... e será pelas 14hoo.
Madeira Spotters
Expliquei que o meu interesse pela aviação está muito para além da fotografia, mas reconheci que ultimamente, esta paixão tem sido posta um pouco de lado. Vou, por isso, tentar aqui no Outras Escritas, falar um pouco mais da minha paixão por aviões.
Para já, e como prova de que em tempos ainda tirei algumas fotografias dignas de publicação, aqui fica uma de minha autoria, publicada publicada no airliners.net.
Faz anos hoje - Bernardino Machado
Da Infopédia:
Político português, Bernardino Luís Machado Guimarães, nasceu a 28 de Março de 1851, no Rio de janeiro, e morreu a 28 de Abril de 1944. Em 1872, aquando da sua maioridade, optou pela nacionalidade portuguesa. Catedrático coimbrão, ainda muito jovem, com apenas 28 anos, iniciou a sua actividade política como monárquico, tendo sido eleito deputado com pouco mais de trinta anos, depois Par do Reino e ministro das Obras Públicas em 1893. Iniciado na Maçonaria ainda na década de 80 do século XIX, introduziu naquela organização a filosofia positivista. Desiludido com a política da Monarquia, aderiu ao Partido Republicano Português, de cujo Directório viria a fazer parte. Notabilizou-se na propaganda a favor da instauração do novo regime, mas a sua conhecida oposição ao emprego da violência armada para o derrube da Monarquia fez com que os seus correligionários o não pusessem ao corrente dos preparativos da insurreição. Contudo, por influência de Afonso Costa, viu-se nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Provisório Republicano. Falhada uma primeira tentativa de alcançar a Presidência da República, viria a ser eleito mais tarde para aquele cargo (1915), depois de um mandato como chefe de Governo (1913). Em 1925 ascenderia novamente à chefia do Estado. A sua política vacilante em dois momentos particularmente graves e significativos (sidonismo e golpe de 28 de Maio de 1926) acarretou-lhe a perda de prestígio, que no entanto recuperou quando, no exílio, se dedicou novamente, com assiduidade e acutilância, à propaganda contra a Ditadura Militar instaurada em Portugal.
Bernardino Machado. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-28]
sábado, 27 de março de 2010
Sábado, última hora I (Rádio não está em perigo e é um dos media mais completos)
Lê-se num pequena notícia publicada a 25 de Março no site da RTP:
A Rádio é um dos media mais completos, que está longe de estar em perigo e que pode ganhar maior visibilidade com a Internet, defenderam vários especialistas num congresso internacional de Rádio que decorre hoje em Lisboa.
Elísio de Oliveira, que participou na sessão de abertura do congresso em representação do presidente da Entidade Reguladora da Comunicação foi um dos advogou a tese de que a rádio é insubstituível.
O congresso, organizado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas é subordinado ao tema "Pós Rádio: R@dio como media social?" abordou em varias mesas redondas a rádio, a musica e a internet.
É com esta notícia que inauguramos esta segunda rubrica da Visões a qu4tro mãos, que o Outras Escritas cruza com o Desvios e onde todos os Sábados ao final do dia comentamos separadamente a mesma notícia.
Começamos bem, com uma notícia sobre o "estado de saúde" de um dos meios de comunicação social que mais aprecio. A rádio...
Rádio é dedicação, alegria, informação:
É um excelente meio publicitário:
Estes pequenos apontamentos do filme "A menina da rádio" realizado por Arthur Duarte em 1944, revelam (mesmo em tom de brincadeira) que a rádio tem tido sempre um papel importantíssimo como meio de comunicação social. As rádios regionais ou locais retratadas no filme, são um óptimo exemplo de proximidade, que tantas vezes faz falta noutros meios de comunicação como a televisão por exemplo.
A rádio faz parte do meu imaginário. Desde sempre que me lembro de a ter como uma companhia e foi através da rádio que comecei a ouvir, aprender e gostar, de uma das formas de arte que mais me fascinam, a ópera. Sou, como é óbvio, ouvinte regular da antena 2.
Um facto curioso é que, com a quantidade de automobilistas que correm diariamente de casa para o emprego e do emprego para casa, a rádio continua hoje em dia a ter audiências elevadas. Não há carro que não tenha auto-rádio.
Com a Internet, as rádios passaram a disponibilizar as suas emissões on-line o que veio permitir aumentar ainda mais as suas audiências, uma vez que podem ser ouvidas em qualquer parte do mundo.
É por esta razão que considero a notícia de que as rádios "estão de saúde" e a de que Internet vem contribuir ainda mais para a sua divulgação, uma excelente forma de começarmos esta rubrica.
E você Reflexos? O que acha desta notícia?
Faz anos hoje - Sarah Vaughan
Da Wikipédia:
Sarah Lois Vaughan (Newark, 27 de março de 1924 — Los Angeles, 3 de abril de 1990) foi uma cantora estadunidense de jazz. Junto com Billie Holiday e Ella Fitzgerald é considerada por muitos como uma das mais importantes e influentes vozes feminina do jazz.
A voz de Vaughan caracterizava-se por sua tonalidade grave, por sua enorme versatilidade e por seu controle do vibrato. Sarah Vaughan foi uma das primeiras vocalistas a incorporar o fraseio do bebop.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Visões a Qu4tro Mãos
Faz anos hoje - Pierre Boulez
da Infopédia:
Compositor, maestro e professor francês nascido a 26 de Março de 1925, em Montbrison, na região do Rhône-Alpes, França. Desde cedo começou a estudar piano e, entre 1942 e 1945, frequentou o Conservatório de Paris, onde foi aluno do compositor Olivier Messiaen. Em 1948, tornou-se director de música da Companhia Reanud-Barrault, no Teatro Marigny, em Paris. No fim da década de 40 e no início da década de 50, compôs várias peças baseadas no novo sistema do dodecafonismo. Influenciado fundamentalmente por Stravinsky, Messiaen, Shönberg e Weber, foi deste último que adquiriu a ideia de um sistema serial generalizado sobre as alturas, durações, intensidades e timbres. Empenhado em difundir a música contemporânea, Pierre Boulez criou, em 1954, os concertos do Domaine Musical, que dirigiu até 1967, o Institut de Recherche et Coordination Acoustique/Musique (1976, IRCARM), com sede no Centro George Pompidou, e do qual foi director até 1991, e o Ensemble Intercontemporain (1976). Em 1988, realizou uma série de 6 programas televisivos, Boulez XXe siècle, e esteve associado a importantes projectos de difusão da música, como a criação da Ópera da Bastilha e da Cité de la Musique, na Villettte, em Paris. Como docente, leccionou, entre 1955 e 1960, o curso de Análise Musical em Darmstadt, na Alemanha, de 1960 a 1966, foi docente de Análise Musical, Composição e Direcção de Orquestra, na Academia de Música de Basileia, na Suíça, e foi ainda professor do Collège de France, em Paris, entre 1972 e 1995. Ao mesmo tempo, lançou a sua carreira, a nível internacional, como chefe de orquestra, sendo nomeado, em 1971, maestro titular da Orquestra Sinfónica da BBC e director musical da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque (1971-1977). Foi convidado a participar nos grandes festivais de Salzburgo, Lucerna, Aix-en-Provence, Edimburgo e foi maestro de importantes orquestras mundiais, como a de Cleveland, Chicago, Londres, Berlim, Viena, Los Angeles, entre outras. As suas obras fundamentais - A Face Nupcial, para coro e orquestra (1946-50); O Sol das Águas, para violino e orquestra (1948); Polifonia X, para 18 instrumentos (1951); Estruturas, para dois pianos (1951-1952), O Martelo sem Mestre, para alto e seis instrumentos (1955); Figuras, Duplos, Prismas (1964), Ritual, para orquestra (1975) - são marcos importantes da música contemporânea, que percorrem o dodecafonismo, passando pela música concreta e electrónica, e que reflectem sobretudo o desenvolvimento de importantes investigações rítmicas. Publicou também vários escritos que se encontram reunidos em volumes, como Penser la Musique Aujourd'hui (1964), Relevés d'Apprentis (1966), Par Volonté (1975), La Musique en Projet (1975) e Points de Repère (1981). Pierre Boulez recebeu várias prémios, como o Prémio da Fundação Siemens, Prémio Imperial do Japão, Prémio de Musica Polar, Prémio Leonie Sonning, Prémio Grawemeyer pela composição Incises e Prémio Grammy pela obra Répons, na categoria de Melhor Composição Contemporânea. Recebeu os doutoramentos Honoris Causa das Universidade de Leeds, Cambridge, Basel e Oxford. Foi distinguido com o título de Comendador do Império Britânico, de Cavaleiro da Ordem de Mérito da República Federal da Alemanha e, em Janeiro de 2001, recebeu do Presidente da República portuguesa, Jorge Sampaio, a Grã-Cruz da Ordem de Santiago.
Pierre Boulez. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-26]
quinta-feira, 25 de março de 2010
Quinta, lugares cruzados I (Porto)
O desafio desta primeira Quinta, lugares cruzados, leva-me a falar da cidade do Porto. Esse Porto, cidade no masculino, tão amada por uns e tão mal amada por outros. Cidade provinciana, no sentido mais saudável do termo, cidade de gentes bairristas e orgulhosas do seu património. Cidade de casario encosta acima, desde a Ribeira até à Baixa. Cidade Invicta, mui nobre e sempre leal...
Vivi no Porto durante seis anos, mas o Porto nunca foi a minha cidade e nunca ali me senti em casa. É por isso que escrever este post é para mim um desafio doloroso...
Cheguei pela primeira vez ao Porto num dia de Outono do ano de 1987. Tinha acabado de completar dezoito anos e era, para os devidos efeitos, um menino alentejano que acabara de atingir a maioridade. Cheguei para ficar, tinha acabado de entrar no ensino superior e o Porto até tinha sido a primeira escolha. Estava contente porque ia começar uma nova etapa e enfrentar um novo desafio. Sonhava sair da pequena vila do Alentejo e viver numa cidade grande, fazer novos amigos e ter novas actividades. Aos dezoito anos sonhamos em cortar o cordão umbilical com a família e partir sozinhos à aventura e o Porto ia dar-me essa oportunidade.
O primeiro impacto foi muito positivo. Naquela idade não é difícil deslumbrarmo-nos com a perspectiva de mudança, e passar a viver numa cidade é uma excelente forma de comemorar a maioridade. Lembro-me como se fosse hoje da minha primeira praxe académica. Aconteceu precisamente no dia em que cheguei quando, muito ingenuamente respondi afirmativamente à pergunta de um colega: És do primeiro ano? Fui imediatamente baptizado com farinha, água, vinagre e batom... Uma autentica festa!
Ver partir os pais no dia seguinte não se revelou tão fácil como eu pensava, mas a perspectiva de mudança fez suplantar a dor da despedida.
Fiquei hospedado em casa de uns tios do meu pai por quem sempre tinha nutrido alguma simpatia, uma vez que eram visita regular da minha casa no Alentejo. A quinta onde viviam e que passou naquele momento a ser a "minha casa", ficava fora do centro da cidade e estava rodeada de outras quintas. Não gostei! A casa era velha, não estava nada bem cuidada e os terrenos da quinta pareciam abandonados. Não senti conforto, mas pensei que com o tempo me habituaria a viver ali. Estava enganado! Nunca me habituei e aquela acabou por não ser nunca a "minha casa".
O início das aulas veio uns dias depois e com ele começou uma nova rotina. Fui muito bem recebido no Instituto Superior de Engenharia do Porto e curiosamente, conheci logo nos primeiros dias de aulas alguns dos que são hoje os meus melhores amigos. A Reflexos, com a sua "memória de elefante", contou isso muito bem neste post do seu blogue Desvios.
Estava deslumbrado... gostava das aulas, dos colegas, do Instituto e da cidade. Dizia nesses primeiros tempos que o Porto era muito mais bonito a agradável que Lisboa, cidade que até então era a minha preferida.
O único senão no meio de todo este deslumbramento era ter que voltar para casa. Aquela que devia ser a "minha casa", mas que teimava em mostrar-se estranha e pouco acolhedora. Os meus tios começaram a revelar-se pessoas extremamente autoritárias, moralistas e controladoras. Fui obrigado logo nos primeiros dias de aulas a entregar-lhes o horário escolar e foi-me imediatamente imposto regressar todos os dias a casa assim que as aulas terminassem. Senti que não tinham qualquer confiança em mim, coisa a que eu não estava habituado enquanto tinha vivido com os meus pais.
Havia, no entanto, uma pessoa naquela casa que me compreendia e apoiava, a Maria. A Maria é a única pessoa que vou nomear neste texto, por merecer a minha homenagem e a minha gratidão. Desde nova que foi viver para casa dos meus tios para trabalhar como empregada doméstica. Naquela época e para todos os efeitos, era a Maria a dona da casa. Era ela quem dirigia e comandava tudo o que por ali se fazia, trabalhando que nem uma moura para manter tudo dentro da ordem possível. Por conhecer os donos da casa melhor que ninguém, a Maria era a única pessoa que sabia o que eu estava a passar.
Chegaram as primeiras férias de Natal e com elas a primeira visita aos meus pais no Alentejo. Nessa altura ainda pensava que o que se passava na quinta do Porto seria temporário e que à medida que o tempo fosse passando, se criasse entre os meus tios e eu uma relação de amizade e confiança mútua que os levasse a ser menos autoritários e a deixar-me viver mais intensamente aqueles que são para muita gente, os melhores anos de juventude. Depois das férias regressei com um expectativa positiva, mas infelizmente nada mudou...
O primeiro ataque de choro surge no final das primeiras férias de verão. Aconteceu quando o comboio partiu em direcção ao Porto e fiquei a ver da janela, cada vez mais distantes, os meus pais e irmã... Desde essa vez, nunca mais ficaram na plataforma da estação para me verem partir.
Seguiram-se mais cinco anos assim, entre a alegria de estar com os amigos e a tristeza de ter que lhes dizer que não podia ir ao cinema ou às festas da Queima da Fitas porque não me deixavam sair à noite.
E o Porto? Onde estava?
Era-me praticamente indiferente.
Com a conclusão do curso deixei o Porto. Parti para longe, para bem longe...
Hoje esqueci-me involuntariamente de muitos dos pormenores da cidade. Não me lembro do nome das ruas e não identifico algumas zonas que me deviam ser familiares. Deve ser fácil para algum psicólogo explicar este facto. Eu confesso não saber explicar...
Tenho vindo, no entanto, a redescobrir o Porto. Recentemente, percorri todos os caminhos que usava e o sentimento alterou-se. Estou a achar o Porto muito mais interessante, com coisas novas, menos escuro e bem mais agradável.
Ainda tenho esperança de um dia conhecer aquele Porto que tanta gente ama, mas, por enquanto continua a não ser uma das minhas cidades de eleição...
Dedico este texto à Maria, à Reflexos e a todos os outros amigos que o Porto me deu.
Obrigado Porto... e desculpa qualquer coisinha...
E você Reflexos, o seu Porto é igual ao meu?
quarta-feira, 24 de março de 2010
Faz anos hoje - Maria Malibran
Da Wikipédia (em Português do Brasil):
Maria Malibran, nascida María Felicia García Sitches (Paris, 24 de março de 1808 – Manchester, 23 de setembro de 1836) foi uma cantora lírica (mezzosoprano) francesa, mas de ascendência espanhola, que se tornou a diva mais famosa, ainda atualmente, da primeira metade do século XIX e pertencia à talentosa família musical dos García, da qual fez parte a também célebre cantora - e sua irmã - Pauline Viardot-García.
Vida e carreira
O famosíssimo tenor e professor de canto Manuel García, seu pai, era conhecido pela dureza com que comandou o aprendizado de canto da filha, permitindo que ela cantasse canções suas para amigos, mas depois a confinando para que se dedicasse totalmente aos estudos.[1] Com apenas quatro anos, a pequena Maria já acompanhava a vida itinerante de sua família musical pela Inglaterra, França e Itália, e aos oito apareceu pela primeira vez nos palcos, ao lado do pai, na Agnese de Paër.[2]
Malibran cantou uma protagonista de ópera pela primeira vez aos 17 anos, em 1825, em Londres, como Rosina de O Barbeiro de Sevilha, substituindo outra célebre cantora da época, Giuditta Pasta (1797-1865).[2] Durante sua carreira, cantou e se radicou freqüentemente na Inglaterra.
Logo após seu primeiro sucesso, como Rosina de O Barbeiro de Sevilha, viajou para Nova York com a trupe de seu pai, que consistia principalmente de membros da família, onde também obteve grande êxito. Cantou Zerlina na estréia estadunidense do Don Giovanni de Mozart. Ali conheceu e, por insistência do pai e contra sua vontade, casou com o empresário François Eugene Malibran, 28 anos mais velho que ela - segundo alguns, o pai a teria forçado por interesse em uma promessa de recompensa de 100.000 francos. Seu esposo, entretanto, faliu logo após o casamento e chegou a ser preso, o que levou à separação deles.[3] Malibran, que havia parado de cantar, voltou a fazer concertos, organizando ela própria alguns na Filadélfia.[2]
Em 1826, Maria voltou à Europa e abandonou o marido, onde iniciou uma carreira de grande sucesso, em especial, na Itália, França e Inglaterra, destacando-se sobretudo no repertório de Gioacchino Rossini - que se tornou amigo e colaborador dela - em óperas como Semiramide, Tancredi, La Cenerentola e Otello.[2] A partir de 1830 e durante mais seis anos, mesmo antes de obter de fato a anulação do seu curto matrimônio, teve um relacionamento estável com o violinista belga Charles de Bériot, tendo com ele dois filhos, dos quais um morreu, restando um filho.[3]
Em 1832, ela cantou seu primeiro Romeo, de I Capuleti e i Montecchi, em Bolonha, tornando-se a partir de então uma grande intérprete de Bellini. Em 1834, cantou sua primeira Norma e, em 1835, participou da estréia mundial da Maria Stuarda de Donizetti.[4] Nesse debute, desafiou a censura imposta à obra e cantou passagens do texto consideradas incendiárias.[5] Em 1834, mudou-se para a Inglaterra, sendo aclamada em performances em Londres.
Em 1836, obteve o divórcio do antigo marido pelas leis francesas, casando-se em março com Bériot. Um mês depois, todavia, sofreu uma queda de cavalo, mas se recusou a consultar um médico e continuou a se dedicar à carreira. Chegou a fazer três concertos consecutivos em Manchester, sentindo grande dor, e realizou, em 27 de maio do mesmo ano, a estréia mundial da ópera The Maid of Artois, composta para ela pelo seu amigo Michael Balfe, com quem cantara várias vezes e que assim cumpria uma promessa feita a ela.[6] Sua saúde foi progressivamente piorando por conseqüência da queda, e ela acabou morrendo em 23 de setembro daquele ano, em Manchester.
Voz e legado
Durante os seus anos de fama, Malibran conquistou a admiração de diversos compositores, como Gaetano Donizetti, Vincenzo Bellini, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin e Franz Liszt. Donizetti escreveu para ela sua Maria Stuarda; Bellini para ela compôs uma nova versão de I Puritani e de La Sonnambula, adaptada à tessitura mais grave da artista, e Mendelssohn, a ária de concerto Infelice! com acompanhamento de violino para ela e seu amante Charles de Bériot. O antigo Teatro di San Giovanni Crisostomo, em Veneza, foi rebatizado como Teatro Malibran em sua homenagem.[7]
Considera-se que seu timbre deva ter sido o de uma mezzo-soprano de coloratura com uma extensão vocal de cerca de três oitavas (Ré2 a Ré5), o que lhe permitia cantar também vários papéis, desde os escritos ou convencionados para soprano até os para contralto.[8] Sua voz original deve ter sido de contralto, mas sob o treinamento de Manuel García desenvolveu toda a extensão típica de soprano.[4] Era considerada também uma atriz particularmente convincente e emocionante nos palcos e dona de uma personalidade magnética que atraía a platéia onde cantasse. Apesar dos vários elogios de compositores e artistas da época, alguns, como o pintor Eugène Delacroix, a acusavam de não ter classe e refinamento e de tentar "agradar às massas que não têm gosto artístico nenhum".
O mito em torno de Malibran também deriva de seus múltiplos talentos e grande energia: gostava muito de cavalgar, nadar, falava cinco línguas, era hábil também como pianista, desenhista (sobretudo de caricaturas) e compositora , e muitas vezes desenhava ou mesmo produzia seus próprios figurinos. Além disso, sua personalidade intrigante e e forte, beleza e comportamento incomum para a época, aumentaram a sua aura de lenda da ópera.[1][8]
Sobre sua atuação no palco e presença, a novelista George Sand disse após vê-la:[4]
"Ela me fez chorar, estremecer - em uma palavra, sofrer -, como se eu tivesse testemunhado uma cena da vida real. Essa mulher é o principal gênio da Europa, tão bonita quanto uma das Virgens de Rafael, simples, vigorosa e sem afetações."
Em 2007, a mezzo-soprano italiana Cecilia Bartoli lançou um novo álbum, intitulado Maria, em homenagem à diva franco-espanhola, iniciando também uma turnê em vários locais do mundo acompanhada de um museu móvel com pertences de Maria Malibran e informações sobre ela, o que atraiu nova atenção para essa legendária diva.[9]
Visões a Qu4tro Mãos
Mas o quê? - pensámos.
Lembrámo-nos de opinar sobre os mesmos assuntos para vermos as diferentes visões que temos da mesma coisa. Como?
Depois de muito pensarmos, decidimos criar duas novas rubricas nos blogues. São elas:
Quinta, lugares cruzados: Quinta porque será publicada todas as quintas pelas 00h01; Lugares porque se falará de lugares, que podem ser cidades, países, monumentos... ou um lugar de comboio ou avião! Porque não escrever sobre o lugar do avião junto à asa, ou sobre o lugar do comboio na última fila da última carruagem?
E cruzados, porque, nem, ou principalmente os amigos, não têm de ter a mesma opinião sobre as coisas... lugares, neste caso.
Sábado, última hora: Que, como o nome indica, será publicada aos Sábados, mas cujo assunto será divulgado apenas depois da quinta feira. Alguém tem um palpite?
Para a próxima Quinta o tema foi escolhido por mim. Falaremos sobre a cidade do Porto. Um texto fácil para a Reflexos, e difícil para mim.
Aguardem por Quinta...
terça-feira, 23 de março de 2010
Faz anos hoje - Akira Kurosawa
Da Infopédia:
Cineasta japonês, considerado como o maior nome de sempre do cinema oriental, nasceu a 23 de Março de 1910 e faleceu a 6 de Setembro de 1998. Frequentou uma escola de Belas-Artes, chegando a ganhar prémios como pintor. Após uma curta carreira como assistente de realização, estreou-se como realizador principal com Sanshiro Sugata (1943). Foi o primeiro realizador japonês a ser aplaudido internacionalmente, com Rashomon (Às Portas do Inferno, 1951) que lhe valeu o Leão de Ouro do Festival de Veneza. Mas o seu filme mais célebre veio a ser Shicinin no Samurai (Os Sete Samurais, 1954), uma história de amizade e solidariedade desenrolada no Japão feudal que se tornou num dos mais belos filmes da história do cinema e internacionalizou o seu protagonista, Toshiro Mifune. Seis anos mais tarde, o realizador John Sturges resolveu recriar o argumento, transpondo-o para o western: o resultado foi The Magnificent Seven (Os Sete Magníficos, 1960), um enorme sucesso de bilheteira. Contudo, Kurosawa tardou em obter o reconhecimento dentro de portas, acumulando uma série de reveses comerciais, o que levou o governo nipónico a recusar subsidiar os seus filmes. Após uma tentativa de suicídio, Kurosawa obteve o apoio da então URSS para filmar Dersu Uzala (A Águia da Estepe, 1975) que lhe valeu o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro. Anos depois, com o patrocínio financeiro de Francis Ford Coppola, conseguiu terminar Kagemusha (A Sombra do Guerreiro, 1980) com o qual arrebatou a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Apesar da sua idade avançada, ainda conseguiu surpreender os cinéfilos mundiais com a espectacularidade visual de Ran (Os Senhores da Guerra, 1985) pelo qual obteve a nomeação para o Óscar de melhor realizador. Em 1989, recebeu um Óscar honorário destinado a premiar a sua influência sobre o mundo da Sétima Arte. Depois disso, ainda filmou Yume (Sonhos, 1990), Hachi Gatsu no Kyoshikyoku (Rapsódia em Agosto, 1991) e Madadayo (1993), antes de falecer. A arte de Kurosawa efectuou uma síntese entre filosofia, visualismo e sentimento japoneses e o conceito ocidental de acção, tendo influenciado decisivamente realizadores como Coppola, Steven Spielberg e Martin Scorsese.
Akira Kurosawa. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-23]
segunda-feira, 22 de março de 2010
Faz anos hoje - Marcel Marceau
Da Infopédia:
Famoso mimo francês, Marcel Marceau, universalmente aclamado como o maior mimo de sempre, nasceu a 22 de Março de 1923, em Estrasburgo, e morreu a 22 de Setembro de 2007, em Paris. O seu interesse pela arte da mímica começou quando ele era ainda muito jovem - imitava com gestos tudo o que lhe vinha à cabeça. Para cimentar este gosto contribuíram nomes que, mais tarde, Marceau descobriu: Charles Chaplin, Buster Keaton, Harry Langdon e Stan Laurel e Oliver Hardy ("Bucha e Estica"). Foi a admiração por estes homens que levou Marcel Marceau a enveredar pela arte do silêncio como profissão. Em 1946, com 23 anos de idade, tornou-se estudante da Escola de Arte Dramática Charles Dullin, instalada no teatro parisiense Sarah Bernhardt. Estudou com Etienne Decroux (outra referência do mundo da mímica), o que lhe valeu a integração na sua companhia teatral. O talento de Marceau revelou-se logo no início, acabando por representar o papel de "Arlequim" na peça intitulada Baptista. A sua actuação foi de tal modo aclamada que Marcel Marceau se sentiu encorajado a apresentar o seu primeiro "mimo-drama", chamado Praxitele e o Peixe Dourado. O público gostou tanto que a carreira de Marceau na mímica ficou firmemente estabelecida. Um ano mais tarde apareceu a grande criação do jovem mimo francês: "Bip", uma espécie de palhaço que vestia uma camisola às riscas e um chapéu de ópera achatado. As aventuras e desventuras de "Bip" em barcos e comboios, em salões de dança ou restaurantes, são ilimitadas. Os trabalhos silenciosos de Marceau, que incluíram clássicos como "A Jaula", "Caminhando Através do Vento" e "No Parque", bem como algumas sátiras que visavam desde escultores a matadores, foram descritas como obras de um génio. O seu sucesso proporcionou-lhe, em 1949, a fundação da Companhia de Mímica Marcel Marceau, a única companhia de pantominas que naquela altura existia em todo o mundo. O grupo actuou nas grandes casas parisienses como o Teatro dos Campos Elíseos, o Teatro da Renascença e outros. Em meados dos anos 50, a Europa deixou de ser o único palco de Marceau. Em 1955 e 1956 fez uma tournée pelos Estados Unidos da América, que acabou por se estender à América do Sul, África, China, Japão, Rússia e, mais uma vez, à Europa. A fama aumentou quando o mimo francês actuou pela primeira vez na televisão, no programa norte-americano de grandes audiências Max Liebman Show of Shows. Depois dessa aparição, Marcel tornou-se o convidado preferido de outros talk-shows, conseguindo, mais tarde, ter o seu próprio programa, intitulado Conheçam Marcel Marceau. A versatilidade foi uma das suas características, pelo que não recusou participar em filmes como Shanks (1974), onde interpretou uma personagem surda-muda e uma com diálogos e Silent Movie (A Última Loucura de Mel Brooks, 1976) realizado por Mel Brooks e onde passava por um cientista louco. A carreira de Marcel Marceau parecia não ter limites e as crianças passaram a ser uma paixão do mimo. O Livro do Alfabeto e o Livro de Contar foram obras aclamadas em todo o mundo. O seu contributo para a Arte foi-lhe reconhecido em Novembro de 1998, quando o presidente da República de França, Jacques Chirac, o nomeou Grande Oficial da Ordem de Mérito. Em 1996, nos Estados Unidos, foi criada a Fundação Marcel Marceau, que pretende promover e encorajar a arte da mímica e do "mimo-drama", tanto nos EUA como internacionalmente, bem como preservar e perpetuar o trabalho do mimo francês. Entre outros prémios e homenagens, o artista foi ainda reconhecido pela sua versatilidade teatral, tendo sido nomeado, em 2001, Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para o Envelhecimento. Apesar da idade já avançada, em 2003 actuou em Portugal, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, e, dois anos depois, fez uma digressão de despedida dos palcos pela América Latina, onde fez espectáculos em Cuba, Colômbia, Chile e Brasil.
Marcel Marceau. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-22]
Mariella Devia em Maria Stuarda
domingo, 21 de março de 2010
Lucrezia Borgia (Gaetano Donizetti) - Ancona 19/02/2010 - IV
Foi por causa de Mariella Devia que fiz esta viagem. Demorei dois dias a chegar a Ancona e dois dia para regressar.
Valeu a pena? Claro que sim...
Já conheço a voz de Devia há muito tempo, visto que tenho várias interpretações da cantora em CD e DVD e no youtube existe uma colecção apreciável de vídeos seus. No entanto, por muito que se esteja familiarizado com uma voz, o que é facto é que as gravações muitas vezes não nos dão uma perspectiva exacta da mesma. Há umas vozes que nos parecem extraordinárias em gravação e que depois nos desiludem ao vivo e há outras cujas qualidades nunca são devidamente evidenciadas em gravação.
Quanto à Devia, devo confessar-vos que tinha algum receio em termos de volume e projecção. Já me aconteceu várias vezes gostar da voz de um cantor e depois ficar desiludido porque mal o consigo ouvir no teatro de ópera.
Estes receios foram postos de parte assim que Devia cantou a primeira nota. A voz tem um volume e uma projecção apreciáveis (mais do que eu esperava). Para além disso é muito clara e acutilante, atingindo-nos como se de uma flecha se tratasse. Para além disso o timbre é belíssimo e a dicção perfeita.
Para além destas qualidades, o que permite à cantora de 62 manter uma voz com possibilidade de interpretar óperas como Lucrezia Borgia, Maria Stuarda, Lucia di Lammermoor e Anna Bolena (todas autênticos "cavalos de batalha" de Donizetti) é sem dúvida a técnica. Realmente, não há uma respiração fora do lugar ou uma nota que acuse esforço.
A cantora foi brilhante nesta interpretação de Lucrezia Borgia. Excedeu todas as minhas expectativas e tornou aquela noite em Ancona verdadeiramente memorável para mim. Terminou a ária final Era desso il figlio mio com um extraordinário mi bemol sobre-agudo em crescendo que fez a casa "vir abaixo", mesmo antes da orquestra terminar...
Ao sair do teatro e depois de longos minutos de aplausos em pé e ovações de brava, fiquei nas redondezas, para tentar a sorte de conseguir falar com Devia. Já estava quase a desistir, quando reparei que havia um grupo de pessoas perto de uma das portas laterais do teatro. Dirigi-me para lá, e lá estava a pequena simples e humilde diva a falar com alguns dos seu apreciadores. Consegui dar-lhe os parabéns, elogiar a sua magnífica voz e tirar a fotografia que já se encontra aqui no Outras Escritas há algum tempo.
Foi o concretizar de um sonho.
Aqui ficam alguns vídeos com excertos das récitas de 19 e 21 de Fevereiro.
Com'è bello - 19/02
Dueto com Dom Alfonso (Alex Exposito)- 19/02
Era desso il figlio mio - 19/02
Dueto com Gennaro (Giuseppe Filianoti) - 19/02
Final do primeiro acto com Gennaro (Giuseppe Filianoti) e Don Alfonso (Alex Exposito) - 19/02
Era desso il figlio mio - 21/02
7 Maravilhas naturais de Portugal
As votações estão abertas.
Eu já votei, aqui.
Já agora, de entre todas as 21 concorrentes, e sem olhar a categorias, a que para mim é a primeira maravilha natural de Portugal é a Lagoa das Sete Cidades (Ilha de S. Miguel - Açores)
Dia mundial da poesia... Florbela Espanca
Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar...
Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar
E as pedras do caminho florescer!
Beijando a areia de oiro dos desertos
Procurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!
E há cem anos que eu era nova e linda!...
E a minha boca morta grita ainda:
Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!...
sábado, 20 de março de 2010
Limpar Portugal
Pelo que vi nas notícias, a iniciativa Limpar Portugal, correu muito bem.
Infelizmente não participei. Muitas vezes não conseguimos participar em todas a iniciativas que achamos interessantes.
Achei curiosa uma reportagem da RTP que referia uma mensagem no Twitter que dizia mais ou menos isto: Enquanto estamos aqui a limpar, os que sujam estão a dormir... a dormir para a vida.
Primavera
Um mês depois da tragédia que se abateu sobre estas paragens, é bom ver que a Primavera chega com um dia de sol. Um pouco envergonhado, mas com algum brilho.
Já fazia falta um dia assim...
Faz anos hoje - Beniamino Gigli
Da Wikipédia (em Português Brasileiro):
Beniamino Gigli (20 de Março de 1890 - 30 Novembro de 1957) foi um tenor italiano de fama internacional, dotado de uma voz de grande e rara extensão, chamado de Caruso Segundo, em memória ao (considerado por muitos) melhor tenor do mundo, Enrico Caruso, entretanto ele preferia ser chamado de Gigli Primeiro.
Beniamino Gigli nasce em Recanati, uma província de Macerata. Gigli mostrou desde cedo uma grande facilidade para o canto, sendo aceito para o Coro Pueri Cantores, da Catedral da província.
Começou a estudar canto com o maestro Quirino Lazzarini, que era organista e diretor do Coro da Santa Casa de Loreto. Depois disso, em 1911 ele venceu um concurso concorrendo a uma bolsa, conseguindo assim entrar no Santa Cecília, em Roma, sobre os ensinamentos de Enrico Rosati.
Gigli fez sua estreia com o personagem Enzo, de Gioconda, uma ópera de Amilcare Ponchielli no Teatro Social de Rovigo em 15 de outubro de 1914, depois de vencer outro concurso em Parma.
Em novembro de 1918 ele cantou no La Scala de Milão, na ópera Mefistofele de Arrigo Boito, com a direção de Arturo Toscanini.
Em 26 de novembro de 1920 estréia no Metropolitan Opera de Nova Iorque, novamente com a obra Mefistofele. Seguindo de Andrea Chérnier de Umberto Giordano, que cantou por onze tempordas consecultivas, La Bohème de Puccini, L'elisir D'amore de Gaetano Donizetti e outros sucessos. Foi o principal tenor do Metropolitan Opera por doze anos seguidos, sucedendo o mito italiano, Enrico Caruso.
Sua voz foi celebrada com "Nova" e decisivamente a mais famosa e representativa da era Facista.
Em 1932 retornou a Roma. Depois da guerra voltou à atividade, apenas parando em 1955.
Encenou 16 filmes, com Alida Valli, Isa Miranda, Maria Cebotari entre outras intérpretes famosas.
Foi um dos mais famosos cantores de música napolitana, grande intérprete de músicas de Ernesto de Curtis. Participou do filme Carosello Napoletano, de Ettore Giannini em 1953, onde cantou O Sole Mio, Funiculì Funiculà, Voce è Notte e Marechiare.
Em 1955 ele fez a turnê de adeus aos Estados Unidos, com três concertos, em abril no Carnegie Hall, que está publicada em LP. O último concerto de sua vida foi em 25 de Maio de 1955 no Constitution Hall de Washington.
Pouco depois do meio dia, do dia 30 de novembro de 1957 morre em Roma, graças a um ataque de broncopneumonia, tinha 67 anos.
Vinha sofrendo com essa doença por apenas dois dias.
Anteriormente, ele foi atingido por uma miocardite, que vinha se agravando com o passar do tempo. A miocardite ocorreu graças a sua turnê fatigante pela Europa, Estados Unidos e Canadá.
Nenhum crítico afirma o contrário, Gigli teve uma das mais belas vozes de tenor do século passado, era homogênea, musicalíssima, dotada de harmônicos naturais inconfundíveis.
Gigli se tornou um dos mais famosos intérpretes do repertório de Donizetti, que realizou até depois da Segunda Guerra Mundial, com performances memoráveis de L'elisir D'amore ou Lucia di Lammermoor. Mas também foi um grande interprete de Verdi, incluindo Aida e Il Trovatore.
Foi um excelente intérprete realista, com um número gigante de performances de Pagliacci e Cavalleria Rusticana. A fama do cantor também deve-se a sua série de discos dedicados a música romantica, incluindo a canção Mamma e Non Ti Scordar di Me.
sexta-feira, 19 de março de 2010
O Lago dos Cisnes pelo Moscow Tchaikovsky Ballet
A propósito das comemorações dos 100 anos do Clube Desportivo Nacional, realiza-se no dia 1 de Abril, no Centro de Congressos da Madeira (Casino) o bailado O Lago dos Cisnes de Piotr Tchaikovsky, com a participação do Moscow Tchaikovsky Ballet, acompanhado pela Orquestra Clássica da Madeira.
Faz anos Hoje - D. João IV
Da Infopédia:
Monarca português, nasceu em Vila Viçosa a 19 de Março de 1604 e a partir de 29 de Outubro de 1630 tornou-se o 8.o duque de Bragança. Casou com D. Luísa de Gusmão, espanhola de nascimento, a 12 de Janeiro de 1633. Foi escolhido pelos obreiros da Restauração para rei de Portugal. 1 de Dezembro de 1640 foi a data da restauração da independência de Portugal face ao reino de Espanha. Terminava assim a dinastia filipina, que durante 60 anos governara Portugal. D. João IV foi aclamado rei a 15 de Dezembro. Pese embora a conjura de 1641 contra o novo rei, da qual resultou uma severa punição para os seus responsáveis, D. João IV teve o apoio da grande maioria da sociedade portuguesa, o que lhe permitiu criar novos impostos, desvalorizar a moeda e recrutar voluntários para fazer face às necessidades monetárias e humanas de um confronto militar que se adivinhava próximo com a vizinha Espanha. Em 1641 verificaram-se os primeiros confrontos, saldando-se por uma vitória do exército português na Batalha do Montijo e uma tentativa fracassada dos espanhóis no cerco de Elvas. A Espanha estava fortemente mergulhada na Guerra dos Trinta Anos, pelo que foi preciso esperar pelo fim da guerra entre franceses e espanhóis, que só se verificou em 1659, para que os espanhóis pudessem concentrar todas as suas atenções na anulação da Restauração portuguesa. Durante este período, D. João IV, com o objectivo de legitimar a revolução e obter auxílio militar e financeiro, enviou embaixadores para as principais Cortes europeias. Era necessário convencer os reinos europeus de que D. João IV não era um rebelde mas sim o legítimo herdeiro do trono que havia sido usurpado pelos Filipes. D. João IV apresenta-se, assim, como o legítimo herdeiro do cardeal D. Henrique, pois, em 1580, quem deveria ter sucedido no trono era D. Catarina, duquesa de Bragança, e não Filipe II de Espanha. Os embaixadores vão também legitimar o novo rei segundo o novo princípio político de que o poder era conferido por Deus ao povo, que, por sua vez, o transmitia ao rei. D. João IV faleceu a 6 de Novembro de 1656, deixando o reino, política e militarmente organizado, entregue à regência de D. Luísa de Gusmão.
D. João IV. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-03-19]