segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Notícia em Destaque - A economia portuguesa já está em recessão

Lê no SOL:

No boletim das previsões económicas de Outono, Bruxelas refere que o Produto Interno Bruto (PIB) vai sofrer uma contracção no terceiro e quarto trimestres de 2008, recuando 0,3% e 0,1%, respectivamente, face aos trimestres imediatamente anteriores (conceito de recessão técnica).

A crise financeira chegou em força a Portugal: a economia deverá estagnar no próximo ano, o consumo privado também porque as pessoas estão mais contidas nos gastos, o desemprego vai subir e não haverá criação de emprego em 2009 porque as empresas não irão contratar como se dizia, o investimento em construção e em equipamentos irá cair devido ao custo muito elevado do crédito e às perpectivas de quebra da procura externa, o andamento dos salários reais (ou seja o valor dos aumentos descontando a inflação) deverão estagnar entre 2008 e 2010, inclusive. Resultado: a riqueza ‘per capita’ em Portugal, que está em divergência da média europeia há cerca de oito anos consecutivos, fazendo do país o mais pobre da zona euro, irá sofrer uma nova contracção em 2009. Basicamente, os portugueses vão ficar mais pobres em termos absolutos e em comparação com os padrões dos parceiros europeus.

As projecções da Comissão contrariam o aparente optimismo subjacente aos números do Governo, divulgados com o Orçamento do Estado para 2009. O cenário do Governo aponta para um crescimento de 0,8% este ano e 0,6% no próximo; Bruxelas diz 0,5% e 0,1%. No investimento, variável determinante para o emprego e para se garantir uma maior folga salarial dos empregados, o contraste é ainda maior: Lisboa acredita numa expansão de 1,7% (2008) e 1,5% (2009); Bruxelas refere que estagna este ano (0,1%) e que afunda 2,7% no próximo. No mercado de trabalho é tudo pior do que disse o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos: a criação de emprego avança 0,8% este ano, mas irá estagnar completamente em 2009. O Governo espera um avanço de 0,4%. Quanto ao desemprego, o cenário de Bruxelas aponta para uma subida da taxa (em percentagem da população activa) de 7,7% (2008) para 7,9% (em 2008). O Executivo de José Sócretes disse, há menos de um mês, que o nível desemprego deveria ficar em 7,6% nos dois anos em análise.

De acordo com o mesmo documento, há mais países que acompanham Portugal na recessão, todos eles na lista dos maiores parceiros comerciais da economia doméstica: Espanha, Alemanha, Itália, França, só para citar os mais importantes.

O esforço de redução do défice, que tantos «sacrifícios» tem imposto aos portugueses, como já referiu Teixeira dos Santos, irá cair por terra em 2010, ano em que Portugal voltará a violar as regras do Pacto de Estabilidade, com um défice de 3,3% do PIB depois de 2,8% em 2009.

In SOL

1 comentário:

  1. Somos uns 'cristos' nas mãos dos interesses económicos!
    Agora que se via alguma coisa... tudo a perder!

    ResponderEliminar

Comente o Outras Escritas