Sabem que o número de inscrições em ginásios sobe consideravelmente no mês de Janeiro? Depois em Fevereiro ou Março, tudo volta à normalidade, com as desistências habituais.
Tudo isto resulta das fabulosas resoluções de Ano Novo que a maioria de nós faz, e que depois não cumpre ou abandona.
Eu não estabeleço metas ou objectivos para os novos anos. E, como amanhã até é feriado e quase nada posso fazer, não vou pensar em estabelecer quaisquer metas, ou objectivos no dia de hoje.
A noite é de diversão! E o que vou fazer é isso mesmo. Divertir-me!
Assim, desejo aos leitores do Outras Escritas, uma fantástica noite Passagem de Ano.
O tenor italiano Piero Visconti, interpretava assim a ária T'amo qual s'ama un angelo da ópera Lucrezia Borgia de Donizetti, ao lado de Joan Sutherland em 1980.
Coloquei ontem no Outras Escritas um vídeo com o soprano Alexandrina Pendachanska a interpretar a primeira ária de Isabel I na ópera Donizetti Roberto Devereux.
Roberto Devereux é considerada uma "ópera terrível" para os sopranos, pela estrema exigência vocal e pelas dificuldades de tornar a personagem Isabel I credível do ponto de vista cénico. Uma intérprete mítica desta ópera foi Beverly Sills, que veio mais tarde a admitir que interpretar Isabel I lhe tinha "roubado" uns bons anos na sua carreira.
Callas e Sutherland nunca interpretaram se atreveram a interpretar Isabel I. Mariella Devia não o fará. Gruberova, no entanto, fá-lo frequentemente e de forma superlativa a nível vocal e cénico.
Como a interpretação de Alexandrina Pendachanska não agradou ao FanaticoUmque é o comentador mais assíduo do Outras Escritas quando o tema dos artigos é a ópera (eu próprio também lhe acho uma estridência excessiva no registo agudo) , deixo aqui um repto para a selecção da melhor intérprete desta ária, com base nos três vídeos que se seguem, disponiblizados no YouTube pelo coloraturafan (11 intérpretes e apenas na cabaletta).
Como poderão verificar a qualidade das gravações é em certos casos muito díspar e não se surpreendam com os "excessos" de algumas cantoras. O desafio é feito a título de curiosidade e não para apreciação técnica detalhada das interpretações.
Gosto desta interpretação de Alexandrina Pendachanska (Nápoles 1998) na ária de entrada de Isabel I na ópera Roberto Devereux de Donizetti.
Tenho como referência desta ópera uma interpretação de Gruberova a que assisti em Munique em 2005 e que considero superlativa. De qualquer forma, Alexandrina Pendachanska está bem a nível vocal e interpretativo, noto-lhe apenas alguma estridência excessiva no registo agudo.
Na sequência do post anterior, aqui ficam mais dois vídeos (captação áudio) da récita da Lucia di Lammermoor com o soprano Mariella Devia, nest caso com o dueto de Lucia com Edgardo (primeiro acto). Edgardo
e interpretado pelo grande e saudoso Alfredo Kraus.
Coloquei há dois dias aqui no Outras Escritas um desafio ao leitores que partilham comigo o gosto pela ópera. No post era apresentado um vídeo com a interpretação do final da cena de loucura da ópera Lucia di Lammermoor de Donizetti, pelo soprano Mariella Devia. O desafio era identificar o que tinha de especial a interpretação.
A resposta foi dada nos comentários, mas de qualquer forma, o assunto merece ser aqui apresentado.
Comecemos pelo início. Uma cena de loucura no mundo da ópera é geralmente interpretada por uma personagem feminina que por razões amorosas enlouquece. Este tipo de cenas teve o seu expoente máximo no período do belcanto (primeira metade do séc. XIX) nomeadamente nas composições de Donizetti e de Bellini. Donizetti compôs cenas de loucura para as óperas, Lucia di Lammermoor, Maria Padilla, Linda di Chamounix e Anna Bolena, e Bellini para as ópera I Puritani e Il Pirata e ainda uma cena de sonambulismo para La Sonnambula.
Como é característico das composições do período do belcanto, neste tipo de cenas, o estado de loucura é transmitido através da voz. Para além disso, e como era prática habitual na época, cada interprete aproveitava estas cenas para demonstrar as suas capacidades vocais, adicionado um conjunto de ornamentações. Globalmente, uma cena de loucura apresenta-se como um verdadeiro desafio vocal para os intérpretes.
A cena de loucura da ópera Lucia di Lammermmor (1835) é, por ventura a mais famosa e a que mais é interpretada. A ópera esteve afastada dos teatros até meados do séc. XX, mas graças a Maria Callas foi recuperada e é hoje apresentada com alguma frequência. Curiosamente foi Lucia que catapultou a carreia de Joan Sutherland em 1958. Sutherland é, na minha opinião a melhor interprete de sempre deste papel.
Mas voltemos à interpretação de Mariella Devia. O que a torna especial é o facto de a cantora interpretar toda a cena na tonalidade de Fá maior e não, como é usual em Mi bemol maior. Curiosamente, Donizetti fez a composição em Fá maior, mas isso torna a interpretação praticamente impossível para a maioria dos sopranos. Mesmo para quem tem poucos conhecimentos de teoria musical (como eu), é fácil concluir que a interpretação em Fá maior obriga a uma tessitura mais aguda que em Mi bemol maior.
Resumindo, a nota sobre-aguda no final de cada uma das árias que compõem a cena é geralmente um Mi bemol, mas no caso de Devia é um Fá (um tom acima). Este facto por ser fora do comum está documentado na Wikipedia, na página relativa à ópera Lucia di Lammermoor (ver mad scene).
Perguntar-me-ão o porquê de o compositor ter escrito e cena em Fá maior se quase nenhum soprano a consegue interpretar nessa tonalidade. A resposta está no facto de a frequência associada a uma nota no tempo em que a ópera foi composta, ser inferior à frequência normalizada para os dias de hoje. Não me alongo mais neste assunto, porque ele está para além dos meus conhecimentos de teoria musical.
Seguem-se três videos com a interpretação de Devia na tonalidade de Fá maior captada ao vivo em 1990 (chamo a atenção para as notas que coloquei no segundo e terceiro vídeos).
Início da cena da loucura. Il dolce suono
Ardon gli insensi. Lucia imagina que esta a casar com Edgardo seu amado.
Chamo a atenção para o que se passa ao minuto 4. Devia em vez de fazer o usual diálogo com uma flauta, faz uma cadenza sem qualquer suporte da orquestra. A voz fica totalmente exposta e atinge o primeiro Fá sobre-agudo (última nota antes da entrada da orquestra)
Spargi d'amaro pianto. Final da cena de loucura, com mais agitação. Segundo Fá sobre-agudo no final.
A identificação das notas pode ser feita através da utilização deste piano virtual.
Mariella Devia não terá interpretado a cena da loucura em Fá maior muitas vezes. Nos vídeos seguintes a cantora faz a interpretação na usual tonalidade de Mi bemol maior.
Cena da loucura interpretada na tonalidade de Mi bemol e da forma que se tem tornado usual. Estava gravação do Scala de Milão foi efectuada em 1992 e está disponível em DVD.
Independentemente da tonalidade, Mareilla Devia é uma interprete extraordinária de Lucia di Lammermoor. Este terá sido o papel que a cantora interpretou mais vezes durante a sua longa carreira. Em 2006 cantou Lucia pela última vez, no Scala de Milão. Terá afirmado na altura que deixava de cantar esta ópera não por questões vocais, mas porque não tinha mais nada a acrescentar à interpretação.
Infelizmente nunca ouvi Devia a interpretar Lucia di Lammermoor ao vivo. No entanto continuo a aguardar com expectativa a Anna Bolena de Barcelona.
Para os mais atentos e sem espreitar no Youtube: o que tem de especial este final da cena de loucura da Lucia di Lammermoor interpretada por Mariella Devia?
O soprano Mariella Devia nunca interpretou a ópera Norma e já afirmou que não o fará. Penso que é pena, mas compreendo as razões do soprano que sempre teve um cuidado extremo na escolha do reportório que interpreta, por forma a preservar as suas qualidades vocais.
Segue-se a sua interpretação da ária Casta Diva. À excepção da primeira nota, que não lhe sai muito bem a meu ver porque ser um pouco grave, tudo o resto me parece de nível superior. Não é uma Sutherland e muito menos uma Callas, mas será do melhor que temos por agora.
Mozart escreveu a ópera Mitridate Re di Ponto quando tinha apenas 14 anos (1770). Apesar da tenra idade do compositor, a ópera já reflecte a sua genealidade, que viria a ser consolidada mais tarde com as óperas que todos conhecemos e que são regularmente apresentadas nos teatros de ópera.
Tomei pela primeira vez contacto com Mitridate Re di Ponto há alguns anos atrás quando comecei a interessar-me pela carreira do tenor Rockwell Blake e adquiri um DVD com a com esta ópera. Blake encarna o papel de Mitridate, que interpreta magistralmente do ponto de vista vocal e cénico. Como já muitas vezes referi aqui no Outras Escritas, Blake não tem uma voz extraordinariamente bela, mas é um perfeccionista do ponto de vista técnico e de estilo (ainda não lhe ouvi rival em Rossini).
Numa das minhas frequentes idas a Bruxelas, tive a oportunidade de assistir, em Outubro de 2007, a uma récita de Mitridate Re di Ponto no Teatro La Monnaie. Do elenco fazia parte um tenor que também está entre o meu rol de preferidos, Bruce Ford. Este cantor, não tendo a perfeição e técnica de Blake, tem no entanto um dos timbres mais belos que já ouvi.
Na récita de Bruxelas, Ford não desiludiu e esteve muito bem acompanhado por Mary Dunleavy (Aspasia), Myrtò Papatanasiu (Sifare) e o agora famoso contratenor Bejun Mehta (Fanace). A Orquestra Sinfónica do La Monnaie foi dirigida por Mark Wigglesworth.
Não existem gravações disponíveis das récitas de Bruxelas, no entanto, Bruce Ford já tinha gravado antes esta ópera em DVD.
Em tão tenra idade, Mozart escreveu a ópera com uma estrutura simples, uma série de árias intercaladas por recitativos. Há no entanto um dueto entre as personagens de Aspasia e Sifare (dois sopranos), que será por ventura o momento mais emocionante de toda a obra.
Aqui fica um vídeo com as interpretações de Yvonne Kenny (Aspasia) e Ann Murray (Sifare).
Uma curiosidade é que, como se pode verificar, Sifare é uma personagem masculina interpretada por um Soprano. Tal deve-se ao facto de Mozart ter escrito a partitura de Sifare para um rapaz soprano.
Morreu aos 93 anos de idade o actor Virgílio Teixeira.
Para além da carreira do actor em Portugal e no estrangeiro, gostaria de assinalar aqui no Outras Escritas o que penso ter sido a última participação do actor num filme. Trata-se da curta-metragem "As memórias que nunca se apagam" de Dinarte Freitas e Eduardo Costa que, curiosamente se volta a exibir durante este mês em diversas salas na Madeira.
Para quem ainda não o fez, ver o filme é um excelente forma de homenagear o actor.
Da Infopédia:
Actor português, Virgílio Teixeira nasceu a 26 de Outubro de 1917, no Funchal. O primeiro filme onde participou foi Ave de Arribação (1943), seguindo-se um papel secundário na comédia Costa do Castelo(1943) onde privou com Maria Matos, António Silva e Fernando Curado Ribeiro. O seu primeiro papel como protagonista foi em José do Telhado (1945), onde personificou a figura do famoso salteador do século XIX. O estrondoso êxito do filme tornou-o um dos galãs mais credenciados do cinema português, só sendo superado em popularidade por António Vilar. Foi então convidado para participar em produções espanholas como Cero en Conducta (Madalena, Zero em Comportamento, 1945), La Mantilla de Beatriz (A Mantilha de Beatriz, 1946), Reina Santa (A Rainha Santa, 1947) e Extraño Amanecer (1947). Regressou para ser dirigido por Perdição Queiroga em Fado, História Duma Cantadeira (1948), onde desempenhou o papel de Júlio, um exímio guitarrista. Neste filme, contracenou com Amália Rodrigues com quem manteve estreitos laços de amizade até à morte da fadista.
Durante os anos seguintes continuou a alternar as filmagens em Portugal e em Espanha. Neste período rodou títulos como El Verdugo (1948), Uma Vida Para Dois (1948), Vendaval (1949), Ribatejo (1949),Agustina de Aragón (1950), Alba de América (1951), Lola, la Piconera (1952), Nazaré (1952), Cañas Y Barro(1954), El Padre Pitillo (O Padre Piedade, 1954) e La Hermana Alegria (1955). No ano seguinte, interpretou o seu primeiro filme em língua inglesa, com um papel secundário na produção de Hollywood Alexander, the Great (Alexandre, o Grande, 1956), onde trabalhou ao lado de estrelas consagradas como Richard Burton, Fredric March e Peter Cushing. No ano seguinte, voltou a trabalhar em Portugal, tendo assinado, ao lado de Laura Alves, António Silva e Raul Solnad, a comédia Perdeu-se um Marido (1957). Estrela maior no cinema espanhol, assumiu papéis de galã em La Estrella del Rey (1957) e La Tirana (1958) antes de voltar a Hollywood para participar em The Seventh Voyage of Sinbad (1958) e The Happy Thieves (Os Alegres Ladrões, 1962), onde trabalhou ao lado de Rex Harrison e Rita Hayworth. Embora sem nunca assumir posições de protagonista, voltou a participar em filmes americanos como The Fall of the Roman Empire (A Queda do Império Romano, 1964), Doctor Zhivago (Doutor Jivago, 1965), A Man Could Get Killed (1966) eReturn of the Seven (O Regresso dos Sete Magníficos, 1966). A partir de inícios da década de 80, radicou-se definitivamente em Portugal, tendo protagonizado a telenovela Chuva na Areia (1984) e os filmes A Mulher do Próximo (1988) e Vertigem (1992).
Há pessoas com "telhados de vidro" que teimam em apontar o dedo a outros quando o seu caso é igual ou pior do que os deles. Será que quem aponta o dedo não sabe que nós sabemos?
O meu Maometto preferido é sem dúvida o cantor Samuel Ramey. No entanto, Michele Pertusi faz neste vídeo uma excelente interpretação.
Este ano ano tive a oportunidade de ouvir Pertusi em L'Italiana in Algeri em Madrid e confesso que o baixo me desiludiu um pouco. Pareceu-me muito contido, ao contrário do que é seu costume.
Mariella Devia interpreta a ária Son regina son guerriera da ópera La Morte di Semiramide do compositor português Marcos Portugal (a quem os italianos chamam Portugallo).
A ária foi incluída num recital da cantora que ocorreu em Pesaro em 1996.
Um peruano que sonha viver em Paris e que rapidamente concretiza esse sonho. Uma mulher que teima em aparecer e desaparecer da sua vida. Um amor desequilibrado... uma entrega total da parte dele e um desprendimento injusto da parte dela.
Estes são os condimentos deste romance fantástico do prémio Nobel de literatura de 2010, que acabei hoje de ler.
Obrigado à minha amiga Reflexos pela oferta do livro.
Edita Gruberova, uma das cantoras que mais aprecio, apresentou-se em Hamburgo numa série de récitas de ópera La Traviata de Verdi (pelo que se noticia, será a última vez que a cantora se apresentará como Violetta)
No blogue Fanáticos da Ópera, um dos autores, publicou um artigo onde faz a sua apreciação de uma das récitas a que assistiu. Após a publicação do artigo, seguiu-se uma discussão nos comentários, na qual alguns dos leitores do blogue sugerem que Gruberova, uma senhora com 64 anos, não deviria interpretar Violetta, uma menina na casa dos vinte.
Discordo! Totalmente... Para mim, a ópera é muitas coisas, mas a mais importante é a voz. Se Gruberova tem voz para interpretar Violetta e se se sente bem a fazê-lo, então não deve retirar este papel do seu repertório. Aliás a comprová-lo está o facto de os espectáculos de Hamburgo terem todos esgotado.
Para além da voz, Gruberova é também uma excelente actriz e demonstra muita jovialidade em palco o que é mais um ponto a seu favor.
Para os mais cépticos, haverá dentro de algum tempo uma solução perfeita. Nos teatros de Londres os actores estão a começar a usar máscaras de silicone, que substituem a maquilhagem. Está será uma solução perfeita para transformar a cara de um cantor mais "velhote" de forma a que pareça bem mais novo. Assim, os que apreciam essencialmente a estética, ficarão satisfeitos.
Numa solução ainda mais drástica, poderemos partir para o "play-back"! Colocam-se uns modelos em palco a abrir e fechar a boca enquanto se ouvem os cantores nos microfones (isto é brincadeira, não me levem a sério) (risos).
Voltando à Traviata, aqui fica um vídeo com uma gravação áudio de uma das récitas em Hamburgo. Gruberova está muito bem vocalmente, apenas me parece um pouco cansada no final. O mi bemol não é dos melhores, no entanto, a cantora faz uma interpretação bem melhor que muitas jovens suas colegas.
Já sabia há algum tempo que a EMI Classics ia lançar um CD com árias de Vivaldi interpretadas por vários cantores.
A própria editora disponibilizou no YouTube o vídeo que se segue, e que confirma o que eu já previa. Desculpem a linguagem, mas não consigo deixar de dizer: Que raio está a fazer o Villazón neste álbum?
O cantor parece teimar em interpretar reportório que não é nem nunca será o seu. Curiosamente os comentários ao vídeo são-lhe bastante elogiosos.
De qualquer forma, DiDonato está muito bem, como sempre, e Genaux está excelente. Não vou, no entanto, colocar este trabalho na minha lista de compras.
Quando era jovem, não compreendia os mais velhos quando diziam que não gostavam do Natal. Para mim, essa época do ano era sempre muito cheia. Cheia de música, de luz, de presentes e de convívio com a família. Quando deixei a casa dos meus pais, para realizar os meus estudos universitários, o Natal significava a ansiada visita ao Alentejo e mesmo quando parti para a Funchal para trabalhar, regressar ao Alentejo nessa época, tinha sempre algo de mágico.
Hoje, infelizmente, já não penso assim. Compreendo a razão pela qual muitas pessoas ficam deprimidas nesta época que começa cada vez mais cedo.
Conclusão: começo eu também a não gostar do Natal.
Este ano ainda vou pensar se vou buscar o pinheiro à arrecadação e quanto a ir ao Alentejo, isso já está decidido que não vai acontecer, uma vez que a ausência do meu pai na mesa da consoada seria muito difícil de suportar pela família..
Só uma pequena nota para elogiar a forma como a easyJet tratou os passageiros do voo da tarde entre Lisboa e o Funchal no passado Domingo.
Quando já sobrevoávamos a Madeira, o aeroporto encontrava-se encerrado devido a condições de visibilidade abaixo dos limites. O comandante informou que aguardaríamos em voo cerca de quarenta minutos e que, caso as condições de visibilidade não melhorassem, regressaríamos a Lisboa. Infelizmente passados os quarenta minutos de espera, nada se alterou o que nos obrigou a regressar ao ponto de partida. Muitos dos passageiros acharam estranho voltar a Lisboa e não divergir para o Porto Santo, certamente habituados aos procedimentos da TAP.
Chegados a Lisboa, quando eu já me imaginava a tomar um táxi para ir dormir num hotel às minhas custas, a easyJet através da companhia de handling Portway, já tinha assegurado hotel para todos os passageiros que assim o desejassem e programado um voo extraordinário para o dia seguinte as 07.30. O transporte de e para o hotel (de 4 estrelas) foi assegurado por dois autocarros.
Fiquei agradavelmente surpreendido pela forma rápida e eficiente como a LowCost tratou deste assunto e pelo que constatei, nenhum dos passageiros ficou insatisfeito.
No dia do funeral do meu Tio Zé Maria, gostava de deixar aqui no Outras Escritas, uma homenagem à minha prima Anabela, sua filha, pela sua força e coragem.
É bonito ver uma filha homenagear o pai com palavras tão sentidas e sábias.
Na sequência de uma notícia do jornalista da RTP, João Tomé de Carvalho, acerca de uma campanha que homenageia as personagens de banda desenhada da nossa infância no Facebook, um número significativo de pessoas, alterou a sua fotografia de perfil para uma imagem de uma personagem de banda desenhada.
Foi interessante, porque muita gente aderiu e a banda desenhada passou a tema de discussão no Facebook. No entanto, surgiu uma "contra-corrente" que fez associar a campanha a casos de pedofilia. Mas será que isto tem algum cabimento? Os pedófilos usam nos seus perfis, personagens de banda desenhada e é assim que atraem as crianças? E mesmo que tal aconteça, a campanha em questão aumentar os casos de pedofilia?
Exagerado, no mínimo...
Já coloquei uma fotografia minha no perfil do Fecebook, no entanto, até dia 20 de Novembro, vou manter aqui no blogue uma imagem da personagem Esteban da série "As misteriosas cidades do Ouro", que fez as delícias da minha infância.
Nova interpretação de Franco Bonisolli da ária Di quella pira do Trovador de Verdi. Desta vez o tenor faz uma interpretação soberba da ária, com um dó de peito fenomenal. Segue-se o aplauso caloroso do público, uma discussão com o maestro para repetir a ária, nova interpretação e saída de palco com direito a salto.
Franco Bonisolli, numa récita do Trovador em Barcelona, falha o Dó de peito final da ária Di quella pira, mas resolve a situação de forma... diferente!
Oiçam até ao final, depois das palmas.
Para que conste, a voz de Bonisolli sempre foi do meu agrado!
Finalmente está disponível no Funchal a recolha de cápsulas Nespresso usadas. Para tal basta passar numa das lojas da Worten ou da Rádio Popular e depositar as cápsulas no recipiente próprio.
Não é necessária a intervenção de nenhum empregado da loja e o recipiente encontra-se na zona Nespresso.
Antonio Pappano dirige a Academia di Santa Cecilia nesta nova gravação do Stabat Mater de Rossini com, o que o maestro intitula, uma "Equipa de Sonho", referindo-se a Anna Netrebko, Joyce DiDonato, Lawrence Brownlee e Ildebrando D'Arcangelo.
Shirley Verret em interpretações de óperas de Rossini.
No primeiro vídeo, uma gravação da ópera L'assedio di Corinto, de 1977 no MET ao lado de Berverly Sills e no segundo na ópera Mosè em Paris no ano de 1983.
2010 está a ser um ano pródigo em mortes de grandes cantores, infelizmente.
Morreu ontem nos Estados Unidos da América Shirley Verrett, cantora que iniciou a sua carreira como mezzo-soprano e que mais tarde passou a interpretar papeis de soprano.
Aqui fica, como homenagem do Outras Escritas, a sua sensacional interpretação de Lady Macbeth da ópera Macbeth de Verdi em 1976 no Scala de Milão.
A ópera Gemma di Vergy de Gaetano Donizetti, foi um êxito na altura em que estreou (1834) e depois, como tantas outras óperas deste e de outros compositores, caiu quase no esquecimento.
Hoje durante a tarde, numa das rádios do iTunes, foi transmitida uma gravação com o soprano Montserrat Caballé. Investiguei um pouco e vim a saber que foi Caballé a responsável por trazer a ópera novamente aos palcos em 1975 (Nápoles). Soube também, de fonte não confirmada, que Caballé não interpretou a ópera muitas vezes (Paris e Nova Iorque) e que terá referido cantar Gemma di Vergy era mais difícil que cantar três Normas de seguida.
Aparentemente há várias gravações, mas a de Nova Iorque será a que captou Caballé em melhor forma (embora sem certeza, penso que terá sido a gravação que ouvi).
Decididamente, os dias de Outono são, para mim, os mais deprimentes do ano. A luz do dia acaba cada vez mais cedo, o tempo é incerto e tanto faz calor como frio. E as árvores? Essas parecem morrer com o cair da folha.
Que venha o Inverno que é uma estação bem mais decidida. Está frio e as árvores estão nuas, mas os dias vão ficando maiores, fazendo-nos acreditar que a primavera há-de chegar.
(Ia colocar aqui um fotografia outonal, mas só encontro fotografias com árvores com cores magníficas. Será que afinal estou completamente enganado?)
Vincenzo Bellini nasceu em Catânia (Itália) no dia 3 de Novembro de 1801. Já falei bastante do compositor aqui no Outras Escritas, pelo que hoje, deixo-me de palavras e apresento-vos duas das mais bela melodias alguma vez compostas (na minha opinião claro).
As árias, ambas para soprano, evidenciam a linha melódica de Bellini, bela e simples mas de extrema dificuldade interpretativa.
A primeira ária é a Casta Diva da ópera Norma, interpretada por Joan Sutherland em 1960 (muito nova, portanto) e a segunda uma ária menos conhecida da ópera Il Pirata, Col sorriso dinnocenza, inpterpretada por Montserrat Caballé em 1966.
Dei hoje mais um passo para me tornar dador de medula óssea. Depois do preenchimento de todos os formulários necessários, hoje foi o dia de me deslocar ao Banco de Sangue para fazer a recolha para a primeira análise. Foram apenas dois "frasquinhos" com alguns mililitros! Não custou mais que uma recolha sanguínea para umas análises de rotina.
Fico agora a aguardar pelos resultados e, se passar no teste, farei a segunda análise.
Não faço isto por ninguém em especial ou porque alguém próximo tenha necessidade de transplante de medula óssea, faço-o porque é meu dever ajudar!
A qualidade do vídeo é bastante má e a parte de áudio também não é grande coisa, no entanto, acho curiosa a interpretação de Mariella Devia da ária Son virgin vezzosa da ópera I Puritani de Bellini.
Não sei se para mostrar as capacidades vocais da senhora, ou se por decisão do maestro, a ária é bastante alterada face ao original de Bellini (afirmo isto com base nas interpretações que conheço e não porque tenha consultado a partitura). Devia transforma a ária num tour de force (dura seis minutos contra os habituais quatro) e introduz variações que muitos devem considerar que nada têm a ver com a composição ou o estilo de Bellini. No que me toca, partilho essa opinião. Há partes da ária que se tornam quase "rossinianas", o que não me parece ser nada indicado.
De qualquer forma, e como é habitual, Devia interpreta a ária magnificamente, sem qualquer esforço e em muito boa voz. Reparem como a cantora na nota sobre-aguda final (ré) sai a saltar de palco sem que se note qualquer oscilação na voz, revelando uma técnica soberba.
Já agora, deixo outro vídeo com a cantora numa interpretação da mesma ária, mas sem as variações anteriores. Para mim o resultado é bem mais conseguido. Mais uma vez a senhora apresenta-se em excelentes forma vocal (mais uma vez o vídeo é de má qualidade).
Muitos não gostarão da abordagem de Laura Calycomb à ópera Lucia di Lammermoor. Eu acho-a diferente do usual. Não é perfeita nem extraordinária, mas é diferente e de interessante audição.
Deixou de existir no YouTube o utilizador coloraturafan e logo de seguida o utilizador coloraturafan2 começou a estar mais activo (evidentemente que se trata da mesma pessoa.
Deixo-vos com um vídeo que evidencia as características que ontem referi. Neste caso, o utilizador sugere uma comparação entre cantoras que representam a mesma cena, o famoso confronto entre a rainha da Escócia, Maria Stuarda (Mary Stuart), e a rainha de Inglaterra, Elisabetta (Elizabeth I). A ópera chama-se Maria Stuarda e foi composta por Gaetano Donizetti em 1835.
Já agora... Na vossa opinião quais são as três melhores interpretações?
O coloraturafan era, porventura, o utilizador do YouTube com o maior número de vídeos de ópera carregados. Como grande amante desta arte, o utilizador não se limitava a disponibilizar os vídeos, incluindo neles, a maioria das vezes informação relevante sobre as obras, os compositores e os interpretes.
No Outras Escritas existem inúmeros posts com vídeos do coloraturafan, que hoje deixaram de estar disponíveis. O YouTube resolveu fechar definitivamente a conta do utilizador por violação de copyrights.
Não pondo em questão os direitos, sou obrigado a reconhecer que esta é uma perda enorme para os amantes de ópera que, como eu, não têm possibilidades de ver muitos espectáculos ao vivo. Gostaria de ver o que aconteceria ao YouTube se fossem retirados todos os vídeos que violam copyrights.
Devido ao horário, e ao facto de ter uma duração exacta de 40 minutos, o noticiário da RTP 2 sempre foi o meu preferido. Gostava do seu formato sóbrio e simples, dos apresentadores e das entrevistas diárias, tudo isto aliado ao facto de apenas serem dadas as notícias essenciais e de não ser dada demasiada importância ao desporto (leia-se, futebol).
O Jornal 2 mudou recentemente de nome para "Hoje". Infelizmente não mudou só de nome. Os cenários estão completamente "apalhaçados", os apresentadores são os "meninos da moda" e passam o tempo em pé e, a não ser que eu esteja enganado, convidaram o Santana Lopes, imagine-se, para fazer comentário político.
Haja paciência... Voltem por favor ao antigo formato!
Como o prometido é devido, acabei de receber um pacote postal vindo de Braga com o livro Travessuras da Menina Má do Vargas Llosa, empréstimo da minha amiga Reflexos.
Obrigado amiga, prometerei ser breve na leitura e reenviar o livro por correio, juntamente com o envelope e os selos.
Actualização: Afinal o livro foi oferecido. Triplamente obrigado, amiga. Pelo envio, pelo livro e pela surpresa.
Depois da tempestade de ontem, o cenário de hoje é bem diferente. Formaram-se sobre a cidade uma série de cúmulos, situação algo invulgar por aqui (pelo menos que eu tenha conhecimento).