Para os mais atentos e sem espreitar no Youtube: o que tem de especial este final da cena de loucura da Lucia di Lammermoor interpretada por Mariella Devia?
A particularidade terá um pouco a ver com a nota final.
Quanto a Devia esquecida, penso que em parte se deve a uma opção pessoal da cantora. Com a sua idade resolveu não teu uma agenda muito sobrecarregada. Canta sobretudo em Itália, um pouco em França e Espanha e, curiosamente, no Japão.
Penso que com as qualidades vocais de nível superior, Devia poderia estar a cantar em Londres Viena ou Nova Iorque.
Não sei se tem conhecimento, mas em Fevereiro/Março, Devia interpretará Anna Bolena no Liceu de Barcelona.
Já agora, mais uma curiosidade. Lucia di Lammermoor foi o papel mais interpretado por Devia ao longo da sua carreira. Há uns anos Devia interpretou Lucia pela última vez. Afirmou que deixava a Lucia não por não ter capacidades vocais de a interpretar mas porque já não tinha muito para inovar. Isto prova o quanto a cantora se empenha nas interpretações que faz.
Espero que a Anna Bolena de Barcelona lhe saia bem. Aliás o FanaticoUm, comentador habitual do Outras Escritas e co-autor do blogue Fanáticos da Ópera estará em Barcelona por influência minha, uma vez que nunca ouviu Devia ao vivo.
É verdade, lá estarei por sua influência, mas convencido que virei de lá plenamente satisfeito. E diga lá para este leigo, o que se passa com a nota final da Devia. Para mim é simplesmente fantástica.
Aqui fica então a curiosidade desta interpretação de Mariella Devia (ainda hoje penso fazer um post acerca disto).
Devia interpreta esta cena da loucura na tonalidade de Fá maior, ou seja, na tonalidade em que Donizetti a escreveu. Isto faz com que, e aqui surge a questão da última nota, no final a cantora ao optar por "voar" para a tónica, termina com um Fá sobre-agudo e não para o usual Mi bemol.
Resumindo, a última nota é um extraordinário Fá e não o usual mi bemol que se encontra um tom abaixo.
Claro que o Fá sobre-agudo não está na partitura de Donizetti.
A maioria dos sopranos opta por transpor a partitura para a tonalidade de mi bemol maior. Sutherland nas últimas apresentações de Lucia transpunha a ária da loucura para Ré bemol maior.
Muito obrigado por esta lição, mas está além da minha capacidade de compreensão, dado ser um leigo em música. E venha lá esse post, para aprendermos mais qualquer coisa.
Para mim, o que é especial é a qualidade da interpretação!!
ResponderEliminarCaro FanaticoUm
ResponderEliminarPara além da qualidade(este foi um dos papeis que Devia mais interpretou) há outra particularidade que amanhã revelarei.
Saudações operáticas!
A qualidade a que sempre nos habituou, e que nota final!
ResponderEliminarEsta cantora anda muito esquecida.
Caro José Quintela Soares
ResponderEliminarA particularidade terá um pouco a ver com a nota final.
Quanto a Devia esquecida, penso que em parte se deve a uma opção pessoal da cantora. Com a sua idade resolveu não teu uma agenda muito sobrecarregada. Canta sobretudo em Itália, um pouco em França e Espanha e, curiosamente, no Japão.
Penso que com as qualidades vocais de nível superior, Devia poderia estar a cantar em Londres Viena ou Nova Iorque.
Não sei se tem conhecimento, mas em Fevereiro/Março, Devia interpretará Anna Bolena no Liceu de Barcelona.
Já agora, mais uma curiosidade. Lucia di Lammermoor foi o papel mais interpretado por Devia ao longo da sua carreira. Há uns anos Devia interpretou Lucia pela última vez. Afirmou que deixava a Lucia não por não ter capacidades vocais de a interpretar mas porque já não tinha muito para inovar. Isto prova o quanto a cantora se empenha nas interpretações que faz.
Espero que a Anna Bolena de Barcelona lhe saia bem. Aliás o FanaticoUm, comentador habitual do Outras Escritas e co-autor do blogue Fanáticos da Ópera estará em Barcelona por influência minha, uma vez que nunca ouviu Devia ao vivo.
É verdade, lá estarei por sua influência, mas convencido que virei de lá plenamente satisfeito.
ResponderEliminarE diga lá para este leigo, o que se passa com a nota final da Devia. Para mim é simplesmente fantástica.
Aqui fica então a curiosidade desta interpretação de Mariella Devia (ainda hoje penso fazer um post acerca disto).
ResponderEliminarDevia interpreta esta cena da loucura na tonalidade de Fá maior, ou seja, na tonalidade em que Donizetti a escreveu. Isto faz com que, e aqui surge a questão da última nota, no final a cantora ao optar por "voar" para a tónica, termina com um Fá sobre-agudo e não para o usual Mi bemol.
Resumindo, a última nota é um extraordinário Fá e não o usual mi bemol que se encontra um tom abaixo.
Claro que o Fá sobre-agudo não está na partitura de Donizetti.
A maioria dos sopranos opta por transpor a partitura para a tonalidade de mi bemol maior. Sutherland nas últimas apresentações de Lucia transpunha a ária da loucura para Ré bemol maior.
Voltarei a este assunto.
Espero que tenham gostado do tema!
Muito obrigado por esta lição, mas está além da minha capacidade de compreensão, dado ser um leigo em música.
ResponderEliminarE venha lá esse post, para aprendermos mais qualquer coisa.