A companhia aérea angolana TAAG deverá esta quinta-feira voltar a ser autorizada a voar na União Europeia, espaço de onde estava banida desde Julho de 2007 por a sua frota evidenciar "sérias deficiências" a nível de segurança.
Na semana passada o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) português informou que o Comité de Segurança da Comissão Europeia vai recomendar que a companhia aérea angolana possa retomar os voos entre Luanda e Lisboa.
"O colégio de comissários, que irá reunir brevemente, ao aceitar esta recomendação vai permitir à TAAG, companhia aérea angolana, retomar as operações entre Luanda e Lisboa, comprometendo-se o INAC a fazer inspecções às aeronaves que irão operar os voos nesta rota", referiu na altura o organismo português.
O INAC terá ainda de apresentar relatórios ao Comité de Segurança da Comissão Europeia, "tendo em vista a futura retirada de todas as companhias aéreas angolanas da chamada 'Lista Negra'", adianta.
O Comité de Segurança é um comité de consulta da Comissão para efeitos de avaliação da segurança do transporte aéreo por parte dos diferentes países.
A recomendação surge dois anos depois (Julho de 2007) da entrada da TAAG na "lista negra" do espaço aéreo europeu, por falta de condições de segurança nas operações.
Na altura em que foi banida, a TAAG efectuava seis voos semanais entre Lisboa e Luanda.
Em Abril último a Comissão admitiu "progressos significativos" na situação da TAAG, optando, contudo, por manter banida a companhia aérea angolana.
O executivo comunitário "registou, designadamente, o relatório intercalar elaborado pelas autoridades aeronáuticas de Angola sobre a aplicação de medidas correctivas na sequência da visita de uma equipa de peritos europeus em Fevereiro de 2008 e da publicação, em Outubro de 2008, do relatório da auditoria de segurança da ICAO", indica nota então divulgada pela Comissão.
Desde que a TAAG aterrou na "lista negra" da União Europeia, em Julho de 2007, muito mudou na organização interna da empresa para que pudesse regressar às rotas europeias com aviões próprios.
No processo de reestruturação da TAAG foi demitido pelo Governo de Luanda o seu conselho de Administração e nem o então ministro dos Transportes resistiu ao abalo que a decisão da União Europeia provocou em Angola.
O Conselho de Administração foi substituído por uma denominada Comissão de Reestruturação, em Novembro de 2008, e o ministro André Brandão foi substituído, em Abril do mesmo ano, pelo actual titular da pasta, Augusto Tomás.
O ministro dos Transportes angolano, Augusto Tomás, em entrevista à Lusa admitiu em Janeiro deste ano que a empresa deveria retomar as rotas europeias com aviões próprios "em sete, oito meses".
No início da "crise", para contornar a situação criada em 2007 depois de uma inspecção realizada por técnicos franceses, a TAAG passou a voar para a Europa em aviões alugados a diversas companhias, entre as quais a cabo-verdiana TACV, e, como acontece actualmente, à South African Airways (SAA).
A entrada da TAAG na "lista negra" da UE aconteceu pouco depois de a empresa ter adquirido três modernos Boeing 777 para a sua frota destinados essencialmente aos voos das rotas europeias.
Rui Carreira, um dos membros da comissão de reestruturação da TAAG, admitiu à Lusa a sua convicção de que o plano delineado para dar a volta à TAAG vai ser bem sucedido na reunião de quinta-feira.
Também a porta voz do INAVIC, Síria de Castro, disse à Lusa que as expectativas sobre os resultados da reunião de quinta-feira do Comité de Segurança Aérea da União Europeia, "são as melhores possíveis, as mais altas".
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