quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Inês de Castro

No dia 7 de Janeiro de 1355 era executada D. Inês de Castro.

Da Infopédia:

D. Inês de Castro era uma fidalga galega, de rara formosura, que fez parte da comitiva da infanta D. Constança de Castela, quando esta, em 1340, se deslocou a Portugal para casar com o príncipe D. Pedro (1320-1367). A beleza singular de D. Inês despertou desde logo a atenção do príncipe, que veio a apaixonar-se profundamente por ela. Desta paixão nasceu entre D. Pedro e D. Inês uma ligação amorosa que provocou escândalo na Corte portuguesa, motivo por que o rei resolveu intervir, expulsando do reino Inês de Castro, que veio a instalar-se no castelo de Albuquerque, na fronteira de Espanha. D. Constança morre de parto em 1345 e a ligação amorosa entre D. Pedro e D. Inês estreita-se ainda mais: contra a determinação do rei, D. Pedro manda que D. Inês regresse a Portugal e instala-a na sua própria casa, onde passam a viver uma vida de marido e mulher, de que nascem quatro filhos. Os conselheiros do rei aperceberam-se das atenções com que o herdeiro do trono português recebia os irmãos de D. Inês e outros fidalgos galegos, chamaram a atenção de D. Afonso IV para aquele estado de coisas e para os perigos que poderiam advir dessa circunstância, uma vez que seria natural antever a possibilidade de vir a criar-se uma influência dominante de Castela sobre a política portuguesa. E persuadiram o rei de que esse perigo poderia afastar-se definitivamente, se se cortasse pela raiz a causa real desse perigo: a influência que D. Inês exercia sobre o príncipe D. Pedro, que um dia viria a ser rei de Portugal. Para isso seria necessário e suficiente eliminar D. Inês de Castro. O problema foi discutido na presença dos conselheiros do rei em Montemor-o-Velho, e aí ficou resolvido que Inês seria executada sem demora. Quando D. Inês soube desta resolução, foi ter com o rei, rodeada dos filhos, para implorar misericórdia, uma vez que ela se considerava isenta de qualquer culpa. As súplicas de Inês só momentaneamente apiedaram D. Afonso IV, que entretanto se deslocara a Coimbra para que se desse cumprimento à deliberação tomada. E a execução de D. Inês efectuou-se em 7 de Janeiro de 1355, segundo o ritual e as práticas daquele tempo. Anos depois, em 1360, D. Pedro I, já então rei de Portugal, jurou, perante a sua corte, que havia casado clandestinamente com D. Inês um ano antes da sua morte. O tema dos amores de D. Inês e da sua triste morte interessou grande número de poetas e escritores de várias épocas e de várias nacionalidades, e pode dizer-se que se contam por centenas as obras literárias em que o tema foi tratado. De entre todas distinguiremos algumas de cada país que nos parece merecerem alusão especial. Alemanha - Inez de Castro, tragédia, de F. H. Thelo; - Inez de Castro, tragédia, de Grottfried von Böhm; - Inez de Castro, drama, de Joseph Lauff. França - la reine du Portugal, tragédia, de Fermin Didot; - Inez de Castro, tragédia, de Antoine H. de Lamotte; - Inez de Castro, melodrama, de Victor Hugo; - Inez de Castro, novela, da Condessa de Genlis; - La reine morte, drama, de Henri de Montherlant. Holanda - Inez de Castro, tragédia, de Rhynius Feith. Inglaterra - Inez, the bride of Portugal, tragédia, de Neil Ross; - Agnez de Castro, tragédia, de Catherine Cockburn; - Ines de Castro, drama, de Mary Russel Milford; - Agnes de Castro, tragédia, de Lady Sound; Itália - Ines de Castro, tragédia, de Davide Bertolotti; - Ines di Castro, drama, de Luigi Baudozzi; Portugal - A Morta, drama, de Henrique Lopes de Mendonça; - Nova Castro, tragédia, de J. José Sabino; - A Castro, tragédia, de Domingos Reis Quita; - Inez de Castro, romance, de Mendes Leal; - A Fonte dos Amores, poesias, de Sousa Viterbo; - D. Pedro e D. Inês, romance, de Antero de Figueiredo; - D. Inez de Castro, poemeto, de Eugénio de Castro; - A Castro, tragédia em cinco actos e em verso solto, da autoria do poeta António Ferreira (1528-1569), que é geralmente considerada a obra-prima do teatro clássico português. Esta obra tem por assunto os amores e a triste morte de D. Inês de Castro, que o autor trata com verdadeira mestria. De entre todas as cenas merece atenção especial aquela em que o coro anuncia a Inês a terrível sentença da morte que a aguarda. - O escritor português Almeida Garrett (1799-1854) considera os coros de «A Castro» de António Ferreira superiores a muitos coros das tragédias da Antiguidade. - Inês de Castro é também uma ópera da autoria do compositor português Rui Coelho (n. 1881). - Inês de Castro é ainda uma estátua de mármore da autoria do escultor português José Simões de Almeida (1880-1950). - Pedro e Inês, série televisiva apresentada em 2005, da autoria de Francisco Moita Flores.
Inês de Castro. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-01-07]

1 comentário:

  1. Inês de Castro, para mim, é uma grande mulher.
    Gostei imenso de estudar a Inês de Castro.
    Tenho uma grande admiração por essa Senhora, pois lutou pelo o seu amor e seus filhos até à sua morte, e depois disso ser declarada como Rainha de Portugal, é uma história de Amor maravilhosa.
    Também gosto do canto IV d'Os Lusidas de Luís de Camões da exaltação das belissimas palavras que descreve à Rainha de Portugal D. Inês de Castro.

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