Perfeição é o termo que me ocorre depois de ouvir com a atenção devida o último trabalho deste mezzo-soprano.
Vivica Genaux tem uma daquelas vozes (raras), cujo timbre se identifica logo que se ouve a primeira nota.
Em Pyrothecnics toda a capacidade vocal da cantora é posta à prova, uma vez que as árias de Vivaldi estão entre as mais difíceis de interpretar do ponto de vista técnico. Além disso, é um desafio para qualquer cantor que interprete Vivaldi não tornar a interpretação enfadonha ou demasiadamente técnica e inexpressiva.
Enfadonha e inexpressiva são adjectivos que não se aplicam a Genaux neste álbum. A cantora, com uma técnica impecavelmente segura, consegue transportar-nos para um estado quase hipnótico nas passagens mais rápidas. Nunca ouvi a ária Agitata da due venti tão bem interpretada.
Este é um dos melhores discos que tenho na minha colecção e que recomendo vivamente a todos os amantes da ópera barroca.
Atrevo-me até a dizer, com o risco de escandalizar muita gente, que a técnica da Genaux está ao nível da Bartoli, mas que o seu timbre é verdadeiramente mais belo.
Assino por baixo, Alberto. A única coisa que não me deslumbra é o programa do disco - até para fazer fogo de artifício com Vivaldi havia melhores escolhas.
ResponderEliminarMuito bom o álbum! Acredito que Genaux e Bartoli são os melhores mezzo-sopranos coloratura da atualidade. Numa comparação entre as duas divas, a ária "Agitata da due venti", interpretada por Vivica, é melhor ornamentada, porém Cecilia ganha em expressividade (tecnicamente ambas são impecáveis).
ResponderEliminarEspero ouvir um dia a gravação da ária "Mia speranza io pur vorrei", de Sarti, interpretada por estas duas grantes cantoras líricas.