terça-feira, 10 de novembro de 2009

Faz anos hoje - Álvaro Cunhal (Manuel Tiago)

No dia 13 de Novembro de 1913 nasceu Álvaro Cunhal (Manuel Tiago).

Da Infopédia:

Político português, Álvaro Barreirinhas Cunhal nasceu a 10 de Novembro de 1913, em Coimbra, e faleceu a 13 de Junho de 2005. Foi estudante da Faculdade de Direito de Lisboa e, em 1931, filiou-se no Partido Comunista. Em 1935, foi eleito secretário-geral da Juventude Comunista e, um ano depois, passou à clandestinidade. Em 1937, entrou para o Comité Central do partido. Os anos 30 foram ainda marcados pela colaboração em jornais como O Diabo, Seara Nova e Vértice e nas publicações clandestinas Avante e Militante. Após várias prisões temporárias, foi preso em 1949 no Forte de Peniche, de onde conseguiu evadir-se em 1960. No ano seguinte passou a ser secretário-geral do partido, cargo que ocupou até Novembro de 1992, data do último congresso, que elegeu, para o mesmo cargo, Carlos Carvalhas. Regressou a Portugal a 27 de Abril de 1974, sendo ministro sem pasta dos governos provisórios de 1974 e de 1975. Foi eleito deputado várias vezes, mas raramente ocupou o lugar na Assembleia da República. Cunhal distinguiu-se também como escritor. Escreveu vários livros de índole política, como Rumo à Vitória (1964), O Radicalismo Pequeno-Burguês de Fachada Socialista (1970), Contribuição para o Estudo da Questão Agrária (1976), A Revolução Portuguesa (1976) e Passado e Futuro (1976), Do 25 de Novembro às Eleições para a Assembleia da República, As Eleições para a Assembleia da República, O Partido com Paredes de Vidro e ainda Falência da Política de Direita do PS 1983-1985 I , Falência da Política de Direita do PS 1983-1985 II. No campo do romance, entre outros livros, publicou, sob o pseudónimo de Manuel Tiago, Até Amanhã, Camaradas (1975), Cinco Dias, Cinco Noites (1975), A casa de Eulália (1997) e o livro de contos Fronteiras (1998). Ambos os primeiros romances têm por referente os tempos em que o PCP se movia na clandestinidade, durante o regime corporativista deposto no 25 de Abril. A primeira versão do ensaio As Lutas de Classes em Portugal nos Fins da Idade Média foi publicada pela primeira vez em Portugal em 1975. A Arte, o Artista e a Sociedade (1996) revelam a admiração de Álvaro Cunhal pela mulher e a conotação do nu feminino como expressão de liberdade. Em 2002, foi publicada a tradução que Cunhal fez da obra O Rei Lear de William Shakespeare. Também se distinguiu como artista plástico. Os seus Desenhos de Prisão (1974 e 1989) realizados quando cumpriu pena por "actividades subversivas pró-comunistas", dão uma carga estética à visão política do seu autor. Em 1997 foi publicada a tese que Cunhal apresentou em 1940 para exame no 5.º Ano Jurídico da Faculdade de Direito de Lisboa intitulada O Aborto - Causas e Soluções. Em 2001 foi publicada uma biografia sobre a vida política de Álvaro Cunhal, em dois volumes, da autoria de José Pacheco Pereira e intitulada Álvaro Cunhal - Uma Biografia Política. Três anos mais tarde, foi publicada a obra de Maria João Avilez Conversas com Álvaro Cunhal e Outras Lembranças que, segundo a autora, revela a grande personalidade que foi Álvaro Cunhal. Também em 2004, com 90 anos, o líder histórico do PCP viu-se impedido de participar nas eleições para o Parlamento Europeu devido ao seu estado de saúde.
Álvaro Cunhal. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-10]


Manuel Tiago

Homem político, ficcionista, ensaísta e desenhador, filho do escritor Avelino Cunhal (v. Pedro Serôdio), licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa. Envolveu-se desde a juventude na acção política, constituindo os seus discursos, intervenções e ensaios políticos documentos fundamentais quer da história do Partido Comunista Português, quer da História Portuguesa Contemporânea. Filiado no PCP desde 1931, integrou, em 1935, o Comité Central do Partido Comunista, tendo, nessa qualidade, efectuado diversas deslocações ao estrangeiro para participar em congressos. Nesse mesmo ano, entrou para a clandestinidade tendo, pela sua actividade de resistência ao regime salazarista, conhecido diversas vezes a situação de preso político, numa experiência de tortura e isolamento, evocada, em 1994, no romance A Estrela de Seis Pontas. Nomeado secretário-geral do PCP, em 1961, viveu desde essa data no estrangeiro, regressando a Portugal, em 1974, e tomando posse como ministro sem pasta dos I, II, III e IV governos provisórios. Foi eleito deputado à Assembleia da República em todas as eleições legislativas e integrou o Conselho de Estado entre 1982 e 1992, data a partir da qual abandonou a vida política activa, dedicando-se à vida literária e à reflexão estética. No domínio da história literária, Álvaro Cunhal distinguiu-se pela sua intervenção teórica na defesa do neo-realismo, entrando, nas páginas de publicações como O Diabo, Sol Nascente, Seara Nova, Vértice, em conflito aberto com os intelectuais presencistas e alicerçando uma concepção marxista do fenómeno literário, pela qual proclama que "todas as actividades humanas intervêm de uma forma operante na determinação do destino do mundo" (cf. Seara Nova, n.° 615, 1939, pp. 285-286). Com o pseudónimo de Manuel Tiago, assinou vários romances, mantendo em incógnita, até aos anos 90, a sua identidade como romancista, enigma adensado pela "Nota sobre o autor" que precede Até Amanhã, Camaradas, original atribuído a um "homem sem nome, tal como as personagens do seu romance". Trazidas à luz após o 25 de Abril, mas situadas no contexto histórico e político do regime salazarista, esse conjunto de narrativas, fiel à estética neo-realista, evoca experiências de clandestinidade, de actividade revolucionária, de prisão política e de fuga à máquina de repressão fascista. Bibliografia: Até Amanhã Camaradas, Lisboa, 1974; Cinco Dias Cinco Noites, Lisboa, 1975; A Estrela de Seis Pontas, romance, Lisboa, 1994; A Casa de Eulália, Lisboa, 1997; A Luta Popular de Massas, Motor da Revolução, Lisboa, 1965; O Internacionalismo Proletário, Lisboa, 1975; Discursos Políticos, Lisboa, 1978; A Revolução Portuguesa: Passado e Futuro, Lisboa, 1976; Uma Política ao Serviço do Povo, Lisboa, 1977; Em Defesa das Conquistas da Revolução, Lisboa, 1978; A Acção Revolucionária, Capitulação e Aventura, Lisboa, 1994; A Arte, o Artista e a Sociedade, Lisboa, 1996; Álvaro Cunhal: Desenhos da Prisão, Lisboa, 1989

Manuel Tiago. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-11-10]

1 comentário:

  1. Politicas à parte...

    Fantásticos estes Homens!
    Álvaro Cunhal, que ficará, está na nossa história e Manuel Tiago, escrita fantástica, a dele.
    aconselho o 'Até amanhã camaradas'

    ...

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