Partilho com os leitores do Outras Escritas um post que aqui publiquei no dia mundial da música do ano de 2008.
Já disse aqui várias vezes que sou um apaixonado pela ópera. Às vezes penso que, além de paixão o meu gosto pela ópera é uma "tara" ou mesmo um vício.
Como hoje é o dia mundial da música, achei por bem partilhar convosco como descobri o mundo da ópera.
Na década de 1990 os concertos dos três tenores (Pavarotti, Domingo e Carreras) estavam na moda. O canto lírico tinha saído dos teatros de ópera e invadido os parques das principais cidades do mundo. Milhares de pessoas assistiam a estes concertos no Central Park de Nova Iorque ou no Hyde Park de Londres.
Discos, vendiam aos milhões.
Eu já conhecia o Pavarotti antes de ter tido contacto com os CD e DVD dos concertos dos três tenores. Sempre tinha sido o meu tenor de eleição.
Um dia, em meados da década de 1990, ouvi na Antena 2 uma ária de ópera interpretada pelo Pavarotti que me chamou a atenção. No final da ária, o apresentador referiu que era uma das árias mais difíceis para tenor, uma vez que incluía nove "Dós de peito". Claro que, na altura, eu não fazia a mínima ideia do que era um "Dó de peito", mas resolvi investigar. Fixei também o nome da ópera em questão: "La Fille du Regiment" do compositor italiano Gaetano Donizetti.
Na primeira oportunidade, adquiri um conjunto de dois CD de "La Fille du Regiment". Ouvi uma vez e gostei muito. Gostei especialmente da voz feminina. Uma voz bela, clara, potente e com notas agudas soberbas. Ouvi outra vez, e outra...
Joan Sutherland era o nome da senhora. Comecei a investigar a sua carreira e vim a descobrir que foi um dos melhores sopranos de sempre e que existe um legado extraordinário da sua carreira em CD e DVD.
A partir daí comecei a comprar compulsivamente CD, DVD e livros de, e sobre ópera. Descobri um mundo fascinante de cantores, compositores, maestros, encenadores e teatros. Passei a assistir a récitas com alguma regularidade. Algumas delas inesquecíveis.
Obrigado Joan Sutherland, que mesmo depois de ter terminado a sua carreira, me deu a conhecer o mundo da ópera.
Dois belos posts de homenagem, Alberto. Já viu a nossa sorte, termos ouvido vozes destas em vida? E o nossa sina, que é vê-las a morrer um após outra?
ResponderEliminarUma magnífica geração.
... pois, é um vazio grande quando os nossos 'pilares' desaparecem, em qualquer área da nossa convicção...
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