Funchal, 11 de Outubro de 2010
Meu querido Pai
Faz hoje um ano que te foste embora, sem teres tido oportunidade de uma despedida. Partiste, assim de mansinho e aos poucos, depois de uma luta inglória que durou tempo demais e que não conseguiste vencer.
Desde essa altura que não me é permitido falar contigo, ouvir-te, ver-te ou sentir a tua presença.
Vivemos separados a maior parte das nossas vidas porque eu saí cedo de casa para poder estudar e nunca mais voltei, a não ser em tempos de férias, ou a meio de viagens de trabalho. A minha ausência implicava que não falássemos muitas vezes, mas era bom poder ouvir-te ao telefone pelo menos uma vez por semana e quando eu chegava ao Alentejo para uma visita, era muito bom ouvir-te dizer: "Então como está o meu querido filho?"
Ai, como tenho saudades de ouvir-te chamar-me "meu querido filho"!
Com a idade, foste ficando mais ternurento, meigo e sossegado, e isso foi bom para o nosso relacionamento. Parece que te sentia mais próximo de mim e que estávamos mais à vontade um com o outro. Notei isto, quando passaste a não suportar as nossas despedidas. Ias-te embora e ficavas sozinho enquanto eu partia.
Há um ano inverteram-se os papéis, partiste tu e deixaste-me a mim e a todos os que gostam de ti, mais sozinhos e mais tristes. Sei que não tens culpa e que provavelmente terias ficado, se isso dependesse só de ti, mas na verdade, fazes-me falta pai, fazes-me muita falta.
Um beijo do teu filho
Alberto
Para estas coisas nunca estamos preparados e nunca nos conformamos.
ResponderEliminarE os outros pouco ou nada podem fazer... por mim aqui vai um beijinho e um abraço muito apertado de reconforto do tamanho da nossa amizade.
Cris
ABRAÇO!
ResponderEliminarA partida é sempre dolorosa, mais ainda quando sabemos aue não há o regresso físico.Mas a sua presença estará sempre contigo nas lembranças dos bons e maus momentos, na ternura, nos conselhos e exemplos de vida que te deu. Os nossos nunca partem apenas se ausentam.
ResponderEliminarBeijinhos.
Margarida Angélica
Obrigado pelas vossas mensagens.
ResponderEliminarBeijos e abraços.
Meu Caro Alberto...
ResponderEliminarO tempo passa... e a magoa fica!
Nada o que temos é nosso,
Infelizmente há partidas e perdas muito queridas, que infelizmente deixamos de os ter por perto.
Mas no entanto, não nos podemos deixar-nos ir abaixo...saudades há, mas a memória faz acalmar essas saudades.
Alberto, um Grande Abraço para si e muita força.
Ps: Peço desculpa de só comentar neste post, hoje, mas é que só vi neste momento.
Só quando partir a ultima pessoa que conheceu e amou o teu PAI em vida é que ele deixará de estar entre nós.
ResponderEliminarETESUS
Obrigado Ricardo e ETESUS...
ResponderEliminarOlá Alberto!
ResponderEliminarPassei aqui por um acaso, procurava a iluminação do cais da Cidade e tive a gradável surpresa de encontrar o seu Blogue. Muitos parabéns, apenas li algumas das suas palavras "Fazes-me falta", e gostei muito, há sentimento naquilo que escreve e reflecte algumas das coisas que nós só damos conta quando não temos. Pois o sentimento saudade só existe nessa altura. Obrigada, por partilhar a sua experiência. Tentarei seguir aquilo que escreve. Alexandra - Funchal
Olá Alexandra
ResponderEliminarMuito obrigado pelo seu elogioso comentário. Nesta fase entre Natal e Ano Novo é-me sempre complicado escrever no Outras Escritas por falta de tempo.
De qualquer forma, é muito bom saber que tenho novos leitores.
Sinta-se em casa.
Alberto
Creio que quem amamos nunca nos deixam,mas sei que isso não nos consola, por que estamos ocupados triste demais para percebermos,que as vezes "nos deixar" é a unica maneira de estarmos bem e juntos novamente,é só fechar os olhos e voltamos a ver eles sorrindo...Qnd a saudade bater..Fecha os olhos bem forte..verá ele te sorrir e quem sabe de novo até ouvi lo dizer Querido filho...gostei mt de encontrar teu blog
ResponderEliminarParabéns
Adriana