terça-feira, 2 de novembro de 2010

Jonas Kaufmann - Verismo Arias

Reconheço o valor de Jonas Kaufmann embora não aprecie particularmente tenores de voz baritonal.


7 comentários:

  1. Caro Alberto,
    Aqui estamos em desacordo. Jonas Kaufmann é um dos melhores tenores no activo, se não mesmo o melhor. Tem uma técnica fabulosa, uma presença em palco fantástica (já o vi algumas vezes) e o tom baritonal da voz dá-lhe uma sonoridade muito particular, que muito enriquece as personagens que interpreta.
    A única apreensão que tenho é saber como será o seu futuro, olhando para o calendário do cantor - canta quase tudo, quase todos os dias, quase sem repouso vocal! Mas que é fantástico, é!
    Sugiro-lhe que veja no YouTube grande parte du último acto do Lohengrin na Ópera da Baviera de Munique. A encenação parece um ensaio geral, mas o Kaufmann dá-nos uma interpretação do Lohengrin que penso ser insuperável (considerando os cantores que estão no activo).

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  2. Caro FanaticoUm

    Sabia que não iria concordar comigo. Na realidade eu não sou apreciador de nenhum dos trabalhos de Wagner. Já me disseram que de Wagner se aprende a gostar, mas ainda não considerei que o esforço valha a pena (ninguém é perfeito).
    Quanto ao Kaufmann, não lhe nego qualidades técnicas e tímbricas, no entanto, o facto de me parecer sempre um barítono, incomoda-me.
    Prometo, no entanto, dar mais atenção ao tenor, pese embora o facto de abordar um repertório que não me diz muito.
    Um abraço

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  3. Caro Alberto,
    Suspeito que o reportório de tenor que mais goste seja o de tenor lírico. Também sou um grande apreciador e, como poderá ver no nosso blogue, sempre que vejo e oiço o JD Flórez acho que assisti a algo vocalmente imbatível. Falo no Florez porque, para mim, não tem rival actualmente no belcanto. Mas, ao contrário do Kaufmann, o Florez é, cenicamente fraco, apesar de ter também uma boa figura. Mas, em Rossini (e não só), dá-nos interpretações do outro mundo!
    Apesar de ser um grande amante de ópera, não partilho a opinião da maioria dos entendedores - que é para ouvir, até de olhos fechados. Eu gosto também de ver e, por isso, valorizo muito o comportamento cénico dos intérpretes.

    Quanto a Wagner, aprende-se a gostar e, depois de feito o percurso iniciático, passa-se a admirar a complexidade e riqueza harmónica e tímbrica que não foi alcançada por nenhum outro compositor. O Tristão e Isolda e o Anel dos Nibelungos são marcos indeléveis da história da música. Verá que, daqui a algum tempo, me dará razão. Neste caso, a dificuldade é encontrar cantores actuais à altura das interpretações.
    Cumprimentos

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  4. Tem razão acerca das minha preferências. A voz de tenor que mais gosto é a de tenor lirico (leggero), que está muito longe de ser a voz do Kaufmann. Talvez seja por isso que me é um pouco difícil ouvi-lo, ou de apreciar o seu timbre baritonal.
    Devo também confessar-lhe que ópera para mim é, em primeiro lugar, voz. A encenação é um "complemento", importante, no entanto não deixo de assistir a uma récita só porque é em versão concerto.
    Neste aspecto, costumo sempre lembrar-me de Joan Sutherland (minha Prima Donna Assoluta) que respondia com ironia a quem a acusava de ter qualidades cénicas frascas, que se queriam ver representar fossem ao teatro. Claro que a senhora não estava a falar a sério, mas de qualquer forma acho que respondia inteligentemente. E o que seria a mundo da ópera sem o contributo de Sutherland.

    Resumindo, no mundo operático é o período do Belcanto, aquele que mais me fascina. É talvez por isso que sempre dou mais importância às capacidades vocais, técnica e timbre de um cantor do que às suas capacidades cénicas. Claro que temos casos em que juntamos o útil ao agradável, a Gruberova é um exemplo disso, a cantora mantém uma voz "do outro mundo" e representa cada vez melhor. De qualquer forma não gosto menos da Devia e as suas capacidades cénicas são bem inferiores às da Gruberova.

    No Belcanto, posso dar-lhe até exemplos de cantoras que a meu ver representam demais e "cantam de menos". Sei que não vai concordar comigo, mas incluo neste grupo a Netrebko e a Dessay. Reconheço-lhe grandes capacidades vocais, mas estão muito longe de serem uma uma Sutherland, uma Gruberova ou uma Devia, no que respeita ao Belcanto, não falo de outros repertórios, obviamente.

    É por isso que prefiro ir a Barcelona duas vezes para assistir à Anna Bolena de Gruberova e de Devia, e não troco essas récitas pela Anna Bolena de Netrebko em Viena (que espero lhe corra bem. Aguardo a crítica dos fanáticos).

    Quanto a Wagner. Já me sugeriram "Os Mestres Cantores" como primeira ópera, no entanto, tenho sempre tantas opções para além de Wagner que acabo por não ouvi-lo.

    O FanáticoUm também recomenda os "Os Mestres Cantores" como obra de iniciação a Wagner?

    Já agora, não se zangue comigo, por não apreciar a Netrebko (risos).

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  5. Caro Alberto,
    Começo pelo fim, nunca me zango com ninguém por não partilhar os meus gostos. Faço-o sim, quando há crítica grosseira e manifestamente mal intencionada, deslocada da realidade. Felizmente tal não tem acontecido no nosso blog, mas as divergências saudáveis são muitas! E ainda bem que é assim, pois é a diferença de opiniões que enriquece a vida.
    Também acertou nas duas cantoras em que acha que divergimos - Dessay e Netrebko. Eu gosto imenso de ambas e não só no reportório do belcanto (nesse há melhores, também para mim) como no de soprano lírico. A Natalie Dessay é uma actriz que canta (e de que maneira!). Vê-la em palco é uma experiência única, até pelo seu aspecto franzino, contrastando absolutamente com a capacidade vocal.
    A Netrebko é uma cantora avassaladora. Sei que isto é considerado um local comum e uma moda (até o FanáticoDois do nosso blog já o escreveu) mas para mim é assim. Já a vi várias vezes (é um dos cantores que tento perseguir, connfesso) mas na última, a Manon de Massenet em Londres, foi verdadeiramente insuperável - de arrepiar!

    Como sabe, também eu sou um grande admirador do belcanto e, dentro dos compositores deste período, Bellini é o maior para mim (já vi que o tem no post de hoje). Quanto Às Anna Bolenas próximas, também eu vou duas vezes a Barcelona ver a Gruberova e a Devia (esta por sua causa!) mas já a Viena não irei porque, apesar de ter pedido os bilhetes com 11 meses de antecedência, soube na semana passada que não os teria! (Parece que não sou só eu que gostaria de ver e ouvir a Netrebko e a Garanka nesta obra!).

    Sobre a Sutherland, estamos de acordo. Era de outra dimensão.

    Finalmente Wagner. Eu não recomendaria Os Mestres Cantores como início. Tenho dificuldade em sugerir uma primeira, mas vacilo entre o Navio Fantasma, o Tannhauser, ou a Valquiria. O wagner_fanatic do nosso blog será a pessoa indicada para uma sugestão.

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  6. Caro FanáticoUm

    Eu tinha quase a certeza que acertaria na Dessay e na Netrebko. Da seu apreço por Netrebko eu já sabia. Quanto a Dessay, calculei.

    De qualquer forma, eu estou em desvantagem, uma vez que nunca vi nem ouvi nenhuma das duas ao vivo. Confesso que acho a Dessay bem mais interessante do ponto de vista vocal. Para atenuar a desvantagem, e como já referia no aqui no blogue, vou assistir a uma récita da Lucia di Lammermoor com a Dessay em Nova Iorque durante o mês de Fevereiro. Por acaso reparei que pelo menos um dos fanáticos estará também em Nova Iorque, uma vez que a ópera aparece na lista das críticas futuras.

    Para além da Lucia com a Dessay, assistirei também à Armida da Flemming, com grande expectativa para a interpretação do tenor Lawrence Brownlee, cuja voz é muito do meu agrado. Por acaso, acabei de verificar que também haverá uma crítica dos fanáticos à Armida do MET.

    Quando a Wagner, pedirei sugestões ao Wagner_Fanactic, como sugere.

    Um abraço

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  7. Caro Alberto,
    Sou eu quem vai a Nova Iorque em Março e lá conto ver Romeu e Julieta, Lucia di Lammermoor e Armida (pelo menos os bilhetes já estão comprados). E, com jeito, se chegar a horas, também a Iphigénie en Tauride (esta só se compra o bilhete lá). Há que aproveitar as deslocações profissionais para acariciar a alma!
    Espero que venhamos de lá plenos de satisfação!

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