Aqui fica, acabado de entrar no YouTube, um vídeo com a interpretação de Lawrence Brownlee da ária da Cenerentola, captado numa récita da ópera ocorrida já este ano no MET.
Dedico este "post" ao Mário do Livro de Areia, que aprecia também os dotes vocais do cantor.
Oh Alberto, obrigado, muito obrigado. Adoro isto. É de arrepiar. Muito melhor qualidade de som, o Brownlee tem um vozeirão de pedir palmas mas é canastrão, uma estátua, mexa-se homem! Confirmo: orquestra e coro MUITO MAL dirigidos, quem é o animal?
ResponderEliminarMas Rossini como este não se perde, podendo...
Mas conhece a gravação do Matteuzzi, claro. Não acha muito superior?
P.S.
Crítica em
http://www.musicalcriticism.com/opera/met-cenerentola-broadcast-0509.shtml
Mário
ResponderEliminarPor partes.
1- O Brownlee é ainda muito novo. Penso que se preocupa essencialmente com a emissão de voz e com a técnica. Concordo consigo, é um pouco canastrão, mas eu sou daqueles que gosta de ópera à "moda antiga" em que havia primazia da voz sobre a encenação. Hoje em dia vê-se cada macacada em palco. As carinhas bonitas que saltam em palco e que cantam pouco estão a tornar-se um hábito com o qual não compactuo.
Resumido, o Brownlee é ainda uma pedra em bruto. Com algum cuidado penso que é um Rossiniano promissor.
Ah, o maestro da produção do MET é o Maurizio Benini, que acho não ter "ajudado" muito.
2 - Matteuzzi
Caro Mário, Matteuzzi é um dos tenores que mais gosto a interpretar Rossini. Penso que estará em segundo lugar, depois de Blake. A primeira vez que o ouvi foi numa gravação da ópera "La Scala di Seta". Nessa gravação o tenor "atira-nos" com um Fá agudo a pena voz que ainda hoje me deixa boquiaberto.
Encontrei no youtube um vídeo com Matteuzzi na ópera referida que vou colocar aqui no outras escritas.
A gravação da La Cenerentola que o Mário refere, penso que também está disponível no youtube e também a vou colocar aqui. Matteuzzi é excelente. Superior a Brownlee. Mas deixemos Brownlee crescer. Aliás, a crítica que me enviou é muito favorável ao cantor.
Um abraço
Sim, concordo que a voz ainda tem alguma verdura e promete melhorar com a idade; mas quanto a expressividade facial ou de gesto, duvido...
ResponderEliminarConcordo consigo que muita palhaçada disfarça pouca voz, mas embora aprecie as vozes antigas, faz-me impressão ver a Caballe a cantar Rossini como uma múmia (belíssima voz, contudo) ou o Thomas Hampson a fazer papéis de ópera com cara de pau.
Sobretudo o bel canto não se compadece muito com o estaticismo - quer mãos, quer rosto, quer acção, tudo bem dirigido, claro. A DiDonato em cadeira de rodas é capaz de ter sido bem mais expressiva e comovente que muitas vozes germânicas...
Dar tempo à voz de Brownlee é uma coisa, não gostar da presença em palco é outra. Mas tenho de o ver ao vivo...
Mário
ResponderEliminarConcordo consigo no que respeita, por exemplo, à Caballe a cantar Rossini. Mas costumo sempre perguntar-me. Seria melhor que a Caballe não tivesse cantado Rossini? Claro que não. Ainda bem que o fez, porque a voz, a meu ver, compensa o resto. Já no que diz respeito, por exemplo, à Netrebko interpretar a Lucia di Lemmermoor, digo-lhe com toda a frontalidade que a mais valia que estivesse calada. Diz-se agora que vai fazer a Anna Bolena...
Ainda quanto a Brownlee, que tal uma ida ao MET para se fazer uma avaliação? :)
Já agora. Não me vai dizer que já assistiu a alguma récita com o Matteuzzi, pois não? :)
Da primeira vez que fui a Nova Iorque, tive a sorte de arranjar in loco (ainda não havia Net !!!) dois bilhetes para a ópera do MET em péssimos lugares – 1ª fila, ao canto esquerdo...fui pela Kathleen Battle, que fazia a Rosina no Barbiere.
ResponderEliminarFoi também a primeira vez que vi o Barbiere, e confesso que gostei pouco da realização e da orquestra, delirei com a Battle, mas dava pulos com o Almaviva de Matteuzzi, que ninguém conhecia – ainda era pouco apreciado na época...- e dizia à minha mulher, “que gajo fabuloso! Só por ele valeu a pena”.
Só mais tarde me apercebi de quem tinha ouvido O Matteuzzi !
Ah, e não, nunca ouvi o Blake!
Esclarecimento:
ResponderEliminar1- quis dizer que nunca vi o Blake no MET, claro, embora tenha feito lá a sua carreira
2 - Ir AGORA ao MET ver o Brownlee? isso está bem para o Alberto, que já está a meio caminho e ainda tem pernas.
Só lá ia ver uma Sutherland ou uma Horne renascidas...
Pois é. Já sabia que o Mário me ia dizer que já tinha assistido a uma récita com o Matteuzzi. Ainda por cima do Barbeiro e ainda por cima no MET e ainda por cima a Battle... (risos).
ResponderEliminarSó estive uma vez em Nova Iorque e não fui ao MET. Devo regressão no próximo ano e dessa vez irei com os bilhetes no bolso.
Quanto ao desafio para o Mário ir ao MET, ele continua. Não lhe prometo é a presença de tão célebre duo. Quem me dera!!
Já agora, não me vai dizer que assistiu a alguma récita ou concerto com a Sutherland ou com a Horne, pois não?
Um abraço
Eh eh, não :-)) posso ter cabelos brancos mas não passei ao estado de múmia...
ResponderEliminarMário
ResponderEliminarEu não me admirava que o Mário tivesse assistido a alguma récita das últimas "Lucias" da Sutherland em Barcelona em 1988. A cantora tinha já 61 anos, mas parte da voz continuava lá. O Edgardo era o Alfredo Kraus também já com mais de 60 anos.