Dizia assim:
Em primeiro lugar o programa:
I Parte
Carreras
Serenata Napolitana – Costa
Era de Maggio – Costa
OCM – Orquestra Clássica da Madeira
Abertura de “O Morcego” – J. Strauss
Carreras
L’oreneta – Morena
Roso. Pel teu amor – Ribas
OCM
Caveleria Rusticana – Intermezzo – Mascagni
Carreras
L’ última canzone – Tosti
Musica priobita – Gastaldon
II Parte
Carreras
Guapparia – Falvo
Vurria…- Rendine
OCM
Unter Donner und Blitz – J. Strauss
Carreras
Passione – Valente
Vierno – Acampora
OCM
La Boda de Luís Alonso Intermédio – Jiménez
Carreras
Alfonsina y el mar – Ramírez
La Tarbernera del Puerto. No Puede Ser – Sorzábal
Não sei a quem se deveu a escolha do programa, se foi o próprio Carreras que o impôs ou se a organização deu alguma sugestão para que fosse um programa tão ligeiro. De qualquer forma este foi um dos aspectos que mais me desagradou.
Uma vez que o concerto foi divido em duas partes, poderia uma delas ter sido preenchida com repertório operático, ficando a outra parte reservada para o reportório mais ligeiro.
Como não acompanho com muita atenção a carreira do tenor, cheguei a pensar que as suas actuações se limitassem apenas a este tipo de reportório. Confirmei, no entanto, a realização de um concerto na Wiener Staatsoper no final de Fevereiro desta vez com um programa que inclui árias de Puccini, Verdi, Massenet, Cilea e Tschaikovsky. Não poderia a primeira parte do concerto do Funchal, incluir um reportório deste tipo? Certamente seria mais do meu agrado.
O concerto em si, decorreu numa sala adaptada para o efeito no Madeira Tecnopolo (anunciou-se lotação esgotada e cerca de 2100 pessoas), sala essa que é utilizada como centro de feiras. As dimensões obrigam à utilização de amplificação sonora. O sistema de som utilizado foi razoável, se bem que, como eu estava à direita relativamente ao palco, ouvia o tenor do meu lado direito e via-o do meu lado esquerdo. As aproximações e os afastamentos dos microfones eram também notados.
Quanto à voz, a nível de timbre não tenho grandes comentários a fazer,nunca fui grande apreciador do timbre do Carreras, mesmo quando a sua voz estava em plena forma (comparei com uma gravação histórica da ópera Un Giorno de Regno de Verdi com a Norman, a Cossoto e o Wixell de Agosto de 73).
O desempenho melhorou consideravelmente na segunda parte do concerto. Os agudos (poucos e não tão agudos quanto isso) não me agradaram, faltou-lhes volume e brilho. Os “pianissimi” em falsete, que o tenor usa frequentemente, pareceram-me bastante bem.
No final, depois de No Puede Ser o publico aplaudiu de pé e ouviram-se alguns “bravo” na sala. Seguiram-se 3 “encores”: Santa Lucia, Torna A Surriento e …(não consigo recordar-me). Gritei o meu único “bravo” da noite no final do Torna a Surreinto que achei muito bem interpretado e com o registo agudo mais aceitável.
Parabéns à orquestra Clássica dirigida inicialmente pelo seu maestro titular Rui Massena e depois por David Giménez. Os aplausos à orquestra, foram em certos momentos, superiores aos aplausos ao tenor.
Consegui saber posteriormente que o tenor terá preparado 6 “encores”, incluindo a Granada, insistentemente pedida por alguém na assistência. No entanto a orquestra retirou-se depois de 3 “encores”.
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