segunda-feira, 19 de março de 2012

Mariella Devia em Anna Bolena (Florença)

Mariella Devia e restante elenco interpretam Anna Bolena de Gaetano Donizetti com acompanhamento a piano fazendo face a uma greve dos músicos da orquestra.

Aconteceu ontem 18 de Março, no Teatro Comunale.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Críticas ao Grigorij do tenor Paulo Ferreira

Aqui ficam algumas críticas à interpretação do tenor Paulo Ferreira da personagem de Grigorij na ópera de Mussorgsky, Boris Godunov (Teatro Hof - Baviera):



"O personagem Grigorij Otrepjew de Paulo Ferreira é apresentado de forma dinâmica e cheia de entusiasmo! O tenor Português aproxima-se de uma forma mais lírica à sua personagem e apresenta-se com um alemão (entoação) claro e perfeito."

"... enquanto estão a ter uma explosão vocal, o pretendente a filho do Czar, Grigorij (Paulo Ferreira), além de dar poder (potência), também se concentra na a beleza da sua voz. (...) , o tenor Português convidado, fez (deste modo) resplandecer a sua Voz de Tenor ! (...)"

(traduzido do alemão)

Mais uma vez: toi, toi, toi, meu caro Paulo!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Artigo interessante sobre Lisboa na Opera News deste mês (em Inglês)


Road Show: Lisbon

JOHN ALLISON takes a look at the history of opera in the Portuguese capital — and the state of opera there today.
Road Show Lisbon lg 312
© Gregory Downer 2012
"What a day, what a day, for an auto-da-fé! What a sunny summer sky!" It goes without saying that the Lisbon depicted in Candide — Bernstein's as well as Voltaire's — is a very different place from the city that today counts as one of Europe's most enchanting capitals. Indeed, it changed radically and catastrophically on the very day Voltaire was prompted to recount: no "sunny summer's day," it was All Saint's Day, November 1, 1755, when the Great Earthquake struck and was felt as far away as Jamaica. On that morning, most of the population was at Mass, and many who made it down to the seafront to take refuge from falling buildings were swept away by the resulting tsunami. 
There was even an operatic casualty. The 600-seat Casa de Opera, situated near the royal palace and the banks of the Tagus river, had been open for only seven months when it was destroyed. (It had been inaugurated on March 31, 1755, withAlessandro nell'Indie, by David Perez, King José I's mestre de capela.) To judge by engravings of the ruin, it was a handsome building. When the city finally picked itself up again, opera performances were given in a variety of theaters, but the Casa's greatest and most enduring successor — the Teatro Nacional de São Carlos, still home to opera in Lisbon — was opened in 1793.
Attending a performance at the São Carlos today, in its exquisite five-tiered rococo auditorium, which currently seats around 850, may be one of the most overlooked pleasures of European operagoing, but one doesn't have to have had the privilege to picture the scene. With its neoclassical façade opening onto a little square in Lisbon's affluent Chiado quarter, it seems for nearly 220 years to have been a constant focal point of city life, and as such it is well documented in the pages of Portuguese literature. It crops up atmospherically from time to time as a backdrop to the bourgeois life drawn so piquantly in the great realist novels of Eça de Queirós.
With a performance schedule that is not exactly intense, the São Carlos leaves opera-lovers time to explore a fine eighteenth-century city (the legacy of that earthquake), laid out elegantly within a triangle of hills. There are still remnants of the pre-quake Lisbon, none more spectacular than the Mosteiro dos Jerónimos at Belém, a masterpiece of the exuberant "Manueline" architectural style named in honor of Manuel I, who ruled (1495–1521) at the apogee of Portugal's seafaring power. The monastery is built on the site where Vasco da Gama (who makes an appearance in Meyerbeer'sL'Africaine) spent his last night ashore in prayer before setting off to round the Cape and sail to India. This voyage is celebrated by Luís de Camões in his epic Os Lusíadas (The Lusiads); the towering poet himself puts in an appearance in Donizetti's Dom Sébastien, the grand opéra that anticipates Don CarlosDom Sébastien tells of how King Philip of Spain's nephew, Sebastião, crippled the proud seafaring nation with a disastrous crusade against Morocco.
Despite its touchy subject, Dom Sébastien was seen at the São Carlos in 1845, only two years after its premiere, and much other opera history has been made there. The theater is cozy yet capable of holding almost any work, including Wagner, though the composer's most recent appearances here have not involved the pit. In his radically-conceived Ring, staged in annual installments between 2006 and 2009, Graham Vick turned the theater back-to-front and (as it were) inside-out, putting the action on a platform built over the stalls and ranging the audience around in the theater's boxes and even on the regular stage. The in-the-round approach, allowing the audience to get unusually close to the performers, was made possible only through the vision and commitment of then-intendant and artistic director Paolo Pinamonti, an Italian who left in 2007 when the government set up the administrative body OPART, fusing the opera and ballet companies and forcing the former to absorb the latter's debts. 
Since then, CEOs have come and gone, and so has Pinamonti's artistic successor, German stage director Christoph Dammann. British conductor Martin André is now at the artistic helm, and the 2011–12 season (the first he has planned) is a good example of his vision. It opened in October with a new production of Don Carlo and includes such intriguing fare as a double bill of Busoni's Turandot and Rachmaninoff's Francesca da Rimini alongside rarities by Montsalvatge and Marcos Portugal. Nevertheless, the theater often appears to be muddling on and is always in danger of being treated as a political football. State funding commitments in Portugal have always been disclosed later than in most European countries, making advance planning (and the booking of international artists) difficult.
Opera may never have had the easiest time here, yet in a city where the twin impulses of poetry and song run so deep, it is unthinkable that it should disappear. It's not a far walk from the São Carlos up to the fado bars where the spirit of Amália Rodrigues lives on. Evoking a peculiarly Portuguese strand of fatalism — saudade — this is music that could only have evolved in a city perched on the edge of Europe. The same can be said of the melancholy poems of Fernando Pessoa, whose literary review Orpheu — which he founded to introduce modernism to Portugal — carried deep musical resonance in its very title. In the words of George Steiner, all Pessoa's writing "gives to Lisbon the haunting spell of Joyce's Dublin or Kafka's Prague." spacer 
JOHN ALLISON is editor of Opera magazine and chief music critic of The Sunday Telegraph

sexta-feira, 9 de março de 2012

Paulo Ferreira estreia-se como Grijorij na ópera Borris Godunov de Mussorgsky


O tenor português Paulo Ferreira estreia-se hoje no papel de Grijorij na ópera de Mussorgsky, Boris Godunov, no Teatro Hof na Baviera (Alemanha).


Desejo-lhe os maiores sucessos. 

Como português sinto-me muito orgulhoso deste nosso tenor.

Toi, toi, toi Paulo!


terça-feira, 6 de março de 2012

ROF 2012 (Rossini Opera Festival) - Desabafo

Um sonho por concretizar: uma ida ao Festival Rossini em Pésaro (Itália), onde em três ou quatro dias do mês de Agosto se consegue assistir a várias récitas de óperas pouco apresentadas, deste que é um dos meus compositores favoritos (e ainda se pode ir à praia).

Recebo o programa para este ano. "Flórez, Ewa Podles, Daniela Barcelona? Uau!, pensei.

Abro sítio da easyJet: Funchal - Lisboa - Roma - Lisboa - Funchal, preço em conta!

Entusiasmo-me...

Abro agora o sítio da Trenitalia: Roma - Pesaro - Roma, um pouco caro, quando comparado com o preço dos voos... mas...

O entusiasmo continua...

Vejamos agora hotéis no Booking: quatro noites em Pésaro, mais uma noite em Roma... hum, um pouco caro, mas...

O entusiasmo relativiza-se.

Preços das récitas: mais ou menos em conta...


Somatório das partes: "O quê? Deves estar doido! Até parece que vais ter subsídio de férias".


Fechei todas as janelas do browser e voltei a "enterrar-me" no trabalho!

(Atenção, este "post" deverá ser considerado um desabafo da minha parte e não uma provocação ou  um lamento. No meio de tanto desemprego e tanta precariedade, ainda me considero razoavelmente remediado).

sábado, 3 de março de 2012

Breve apontamento sobre o Ernani de Verdi (MET HD Live)


Muito já foi dito sobre a récita da ópera Ernani de Verdi que foi transmitida em directo a partir do MET no passado dia 25 de Fevereiro e devo dizer que concordo com a maioria das críticas e comentários que li.

Quando assisto a uma récita, costumo ter à mão o meu caderno Moleskine e nos intervalos vou escrevendo uns apontamentos.

Aqui fica o que escrevi sobre Ernani:

Elvira - Angela Meade
  • Bom timbre;
  • Muito bom legatto;
  • Volume apreciável, destacando-se nos ensambles;
  • Interpretação sublime da ária "Ernani, involame", com agudos em pianíssimo, trilos perfeitos e uma cadenza interminável, sem respiração;
  • Melhor "cantor" da récita;
  • Precisa melhorar a nível de interpretação cénica.

Ernani - Marcello Giordani
  • Registo agudo aparentemente muito esforçado;
  • Timbre difícil;
  • Melhorou a partir do segundo acto;
  • Pior da récita.

Don Carlo - Dmitri Hvorostovsky
  • Boa voz;
  • Bom actor;
  • Algum "maneirismo" para escurecimento vocal;
  • Respiração muito audível;
  • Alguns arrebatamentos vocais exagerados.

Silva: Ferruccio Furlanetto
  • Excelente voz;
  • Sem qualquer vibrato exagerado que muitas vezes aparece nos baixos com alguma idade;
  • Excelente actor;
  • Registo grave muitíssimo bom;
  • Divide com Meade o título de "melhor cantor da récita".